sobre livros e a vida

06/03/2020

HISTÓRIA DE UM GRANDE AMOR, de Julia Quinn

Escrito em 2007, História de um Grande Amor é o primeiro volume da trilogia Bevelstoke, de Julia Quinn, que está sendo relançada no Brasil pela Editora Arqueiro.

Sobre a história

Miranda Cheever nunca foi a garota perfeita. O cabelo era castanho demais, reto demais e ela era tímida demais, inteligente demais. Isso fez com que a jovem garota fosse alvo de chacota de colegas de sua idade e crescesse sem a menor expectativa de um casamento, e olha que ela só tinha 10 anos. Mas foi exatamente aí que a virada aconteceu, ela se apaixonou. Ele era nove anos mais velho e irmão de sua melhor amiga, mas havia despertado em Miranda a certeza de que ela era vista e de que seus sonhos e vontades importavam.

Dez anos depois, Miranda segue apaixonada. Nigel, o amor platônico da nossa jovem dama, está vivendo um luto que não gostaria. Casou-se com uma bela jovem que pensava amar, no entanto descobriu estar sendo traído por ela e carrega o fardo da sua escolha mesmo após a trágica morte de sua esposa. Todavia, é chega a hora de Miranda debutar para a sociedade e por viver apenas com um pai que passa a maior parte do tempo dedicado aos estudos de Grego, Miranda é levada pela família Bevelstoke para debutar ao lado de sua melhor amiga.

Nigel, detentor do título de Visconde, é um ótimo apoio para jovens damas, por isso é intimado por sua mãe para permanecer ao lado das garotas e é nesse momento de grande proximidade, que acaba percebendo o quanto se sente encantado por Miranda, ao mesmo tempo em que se recrimina por pensar assim de uma garota que foi criada quase como sua irmã, especialmente quando a possibilidade do casamento sequer existe em sua cabeça.

Para Miranda, entretanto, essa é a chance de enfim conquistar o amor de sua vida ou de esquecê-lo de uma vez. Porém, enquanto desbrava os prazeres de ser correspondida, acaba descobrindo que viver esse amor vai ser mais complicado do que parece, já que o Nigel por quem ela se apaixonou está escondido debaixo da carranca que o Visconde carrega graças as suas desilusões amorosas.

O que achei

Julia Quinn consegue fazer com que nos apaixonemos pelos personagens desde o começo da trama. Ao apresentar uma protagonista que se sente solitária e é alvo de bullying de suas colegas, ela automaticamente faz com que a gente sinta a necessidade de proteger a garota e essa sensação vai crescendo ao longo da trama, especialmente após o envolvimento amoroso com Nigel, dez anos a frente.

A maturidade entregue a personagens masculina condiz muito com sua criação, sendo filha de um pai que sempre esteve mais focado nos estudos do quê na família, Miranda aprendeu a se virar sozinha desde a infância e buscou conforto na família da melhor amiga, que a recebeu de braços abertos.

Preciso confessar que estava um pouco assustada sobre como se daria o envolvimento do casal protagonista, no entanto a autora foi muito feliz na sucessão dos fatos. O Nigel foi um personagem interessante de observar, mesmo sendo dez anos mais velho que a mocinha e tendo sido criado para receber o título, ele guardava características mimadas de sua criação e sabia vivenciar o papel de vítima muito bem. Em alguns pontos da trama você só deseja que Miranda desencane desse relacionamento e o deixe largado as traças.

A gente percebe, no entanto, que esse livro é do início da carreira da autora. O desenvolvimento dos personagens não é tão impressionante quanto nos livros mais recentes dela, além de que a trama em si não é tão chocante. Achei, ainda, que o final é muito corrido e diversas situações ficaram sem respostas.

Tendo essas observações em questão, indico a leitura para quem curte romance de época, especialmente os mais leves e divertidos, com aquele romancismo carregado de drama. A narrativa da autora é fluida e leve, como de costume, e a gente se pega preso a trama logo no começo.

Façam essa leitura e depois voltem aqui para me contar o que acharam.

04/03/2020

A DAMA MAIS APAIXONADA, de Julia Quinn, Eloisa James e Connie Brockway

Esse é o segundo volume de um coleção de histórias escritas a três mãos, a resenha do primeiro livro você pode ler aqui.

Sobre a trama

Taran Ferguson é um proprietários de terras escocesas que não teve herdeiros e está vendo todas as suas conquistas irem pelo ralo quando seus dois sobrinhos não encontram esposas ou tem filhos, a fim de perpetuar a espécie. Diante de tamanho problema, o patriarca decide intervir e ajudar seus herdeiros na busca por esposas que sejam dignas de carregar seu sobrenome. É quando, numa noite de tempestade ele parte até o castelo de um conde inglês e sequestra quatro damas.

A ideia era trazer apenas três jovens de família nobre para que seus sobrinhos tivessem opção de escolha; no entanto, uma quarta jovem acabou caindo na rede, além de um duque, que estava apenas dormindo na carruagem onde os jovens foram sequestrados. Agora eles terão que lidar com a obrigatoriedade de ficarem em um castelo em ruínas, durante uma tempestade de neve que impede a saída e chegada de novas pessoas, além de estarem com um velho casamenteiro que não serve para o papel de forma nenhuma.

Apesar da situação controversa, todos conhecem a reputação de Taran e sabem que nada de grave irá lhes passar, então acabam encontrando maneiras para ocupar o tempo enquanto esperam a tempestade passar, nesse meio tempo acabam encontrando afinidades entre eles e desenvolvendo relacionamentos.

Um livro escrito a três mão poderia ser complicado, no entanto as autoras encontraram uma forma interessante para que a narrativa fosse facilmente escrita e entendida por nós, leitores. Alguns casais irão se formar ao longo da trama e cada autora ficou responsável pela trama de um desses casais, então os capítulos são divididos entre elas e a história de cada casal é narrada por vez.

O que eu achei

Um dos pontos mais interessantes é como todas as tramas se conversam e também como as narrativas quase não se modificam entre a história de uma autora e da outra, o que comprova um bom trabalho de edição. Apesar de cada história ter um tempo curto para o desenvolvimento, achei que as autoras foram muito felizes na forma como desenvolveram os romances, sem deixar nada muito forçado ou fora de senso.

Por se passar na Escócia, mas ainda assim ter personagens britânicos, a trama tem uma leveza especial, também curti bastante a mistura de cultura dos personagens e achei legal a forma como todos tem personagens muito distintas, especialmente as garotas. O livro tem uma pegada bem sensual, que casou muito com o envolvimento dos casais e com as propostas entregues pelas autoras.

Estou amando essa série e já ansiosa para saber o que elas vão aprontar em próximos livros – que eu espero que existam! Indico bastante a leitura para quem curte romance de época, especialmente para quem curte narrativas por várias mãos.

Já leram algo parecido? Me conta aqui nos comentários!

14/10/2019

Tá Na Estante :: ‘Um Cavalheiro a Bordo’

Poppy Bridgerton adora encontrar lugares secretos. Única menina no meio de vários irmãos, descobriu cedo que para se entrosar precisaria se adequar as brincadeiras deles, e assim o fez. Tanto fez que mesmo adulta continua rendida aos encantos de uma boa travessura. E é por conta disso que se vê em uma das maiores encrencas já registradas.

Fugindo da agitação de Londres, Poppy está acompanhando sua grande amiga Elizabeth – que está grávida do primeiro herdeiro, mas entediada por tanto tempo passado em casa, Poppy decide esticar as pernas caminhando na praia. Com os olhos de águia que as brincadeiras infantis lhe proporcionaram, enxerga ao longe uma caverna em meios as rochas e decide desvendar, em busca de um tesouro, o que de fato encontra. Baús contrabandeados estão sendo armazenados no local e Poppy dá o temido azar de estar no ambiente quando os Piratas resolvem recolher alguns pertences. Sem chance de defesa, Poppy é levada por eles até o Capitão que decidirá o que fazer com a pequena intrusa.

Andrew Rokesby atende no mar por Capitão Andrew James. Filho de uma nobre família britânica, o rapaz comenda um navio pirata como fachada para o serviço que pratica em nome da Coroa Britânica – carregando documentos, carga e pessoas em segredo. Por conta disso, assim como de um documento do governo que se encontra na caverna descoberta por Poppy, ele acaba precisando levar a garota na viagem de duas semanas que fará até Portugal, já que não tem tempo para esvaziar a caverna e nem pode contar com a sorte dela não revirar o local ou não contar a alguém sobre ele.

Levar uma mulher à bordo já é uma questão imensa em navios, sendo essa mulher uma dama, a situação fica ainda mais complicada. Especialmente quando Andrew descobre que Poppy é prima de sua cunhada. A jovem altiva, e sempre com uma resposta na ponta da língua, acaba atraindo a atenção de Andrew mais do que deveria e o Capitão percebe que passa grande parte do seu tempo pensando nas respostas afiadas de Poppy e no quanto ela fica bonita quando sorri.

Ciente de que muito provavelmente terá que se casar com Poppy quando voltar à Inglaterra, Andrew decide aproveitar a companhia da jovem dama o máximo possível. Ele e Poppy acabam desenvolvendo uma amizade em alto-mar e percebem que tem muito mais em comum do que pensavam, à princípio. Tentando conter o desejo que sentem um pelo outro de modo a deixar a viagem o mais tranquila possível, acabam se enredando numa paixão avassaladora e se auxiliando nos perigos que a vida de um Agente da Coroa pode apresentar.

Neste terceiro livro da família Rokesbys seremos apresentados ao irmão mais divertido da família. Já havíamos tido um vislumbre de Andrew no primeiro volume da série, mas neste a gente vê um lado diferente do mocinho. Andrew está passando por uma situação difícil no trabalho, todos os anos que se dedicou à Marinha estão cobrando um preço do Capitão e ela já vislumbra a possibilidade de aposentar o quepe. A entrada de Poppy Bridgerton na vida dele parece ser o sinal necessário para que ele entendesse que de fato o momento havia chegado.

Poppy e Andrew têm personalidades muito parecidas, o que faz com que a convivência dos dois seja conturbada, mas que o relacionamento surja de maneira natural. A forma como eles começam a se envolver passa pela amizade e só depois é desencadeada em amor, todavia ambos estão em situações atípicas, o que faz com que o desenvolvimento da relação seja um pouco complicado.

Grande parte do livro se passa em alto mar e o envolvimento dos dois ocorre dentro da cabine do navio, mas esse espaço restrito aliado ao curto período de tempo, faz com que eles desbravem um ao outro de maneira mais profunda e ao fim das duas semanas eles percebem que se conhecem mais do quê amigos de longa data.

O plot do livro foi muito interessante e me deixou angustiada e esperançosa. A forma como os sentimentos afloraram em situações complicadas e como a Julia Quinn abordou neste momento pontos que só tinham sido comentados no começo da trama, deu a conclusão perfeita e aventureira para a história de um casal que curte se aventurar pela vida desde a infância. No final do livro, ainda, a autora nos deu aquela dose de relações familiares que são os meus momentos favoritos nessa série.

Não foi o meu volume favorito da série, mas ainda assim foi uma leitura muito deliciosa. Amei conhecer mais uma Bridgerton e já estou curiosa para o que a Julia vai aprontar nos próximos volumes. Indico não irem com muita sede ao pote, dessa forma vocês poderão se maravilhar com essa história assim como eu o fiz.

22/02/2019

Tá Na Estante :: Um marido de faz de conta

Cecilia Harcourt não tinha mais ninguém no mundo, exceto seu irmão Thomas Harcourt, mas ele estava à um continente de distância da jovem e não poderia auxiliar-lhe contra as investidas de um primo que visava apenas tomar toda a sua herança, não que essa herança fosse de fato sua. O desespero de estar nesta situação fez com que Cecília tomasse a imprudente atitude de, sozinha, entrar em um navio que partia da costa da Inglaterra até Nova Iorque.

Sem saber exatamente onde seu irmão se encontrava e portando apenas uma carta que informa que ele estava ferido, Cecília não reteve a atenção do exército britânico que por lá fazia guarda. Quase sem dinheiro e à beira de ter que voltar para a Inglaterra, vê uma luz no fim do túnel quando descobre que Edward Rokesby está hospitalizado, e ela conhece Edward. Com um impulso inacreditável e vendo nisso a única oportunidade de permanecer nos EUA, Cecília mente ser esposa de Edward e a partir de então muda todo o seu futuro.

Edward Rokesby é o segundo filho de um duque inglês muito conhecido. Seguiu carreira no exército, como era de se esperar, e mantinha patrulha com Thomas Harcourt, seu melhor amigo. Através de Thomas conheceu Cecília, por quem criou um imenso apreço, mas não sabe se ao ponto de casar-se por procuração, como a jovem afirma veementemente quando ele acorda em um alojamento hospitalar e sem lembranças dos últimos três meses.

O fato é que estar casado com Cecília, apesar das circunstâncias, é muito bom. Aproveitam o tempo juntos para se conhecerem ainda mais e ambos acabam descobrindo que o apreço que sentiam um pelo outro desde as cartas pode crescer ainda mais. Todavia, Cecília guarda o constante medo de que Edward descubra a verdade ao mesmo tempo em que deseja contar-lhe tudo, mas teme sua reação. Edward, por sua vez, amarga não descobrir o que aconteceu nos últimos meses enquanto sente que algo de não muito positivo ocorreu.

Enquanto buscam pelo irmão de Cecília e por descobrir o que levou Edward até sua situação atual, o casal protagonista vai fortalecendo os laços do matrimônio. No entanto, Cecília sabe que a farsa do casamento não pode durar para sempre e esse medo lhe tira o sono. Quando a verdade vem a tona e os sentimentos são colocados à prova, Edward e Cecília descobrem que um casamento não pode ser baseado em mentiras, mas que talvez o amor possa ser um boníssimo recomeço.

***

Este é o primeiro romance de Julia Quinn ambientado nos Estados Unidos, e essa não foi a mudança principal nesta trama. Também é a primeira vez que um livro da autora quase não envolve familiares e conta com pouquíssimos personagens secundários. Dados esses fatos, o que temos é uma trama muito focada no casal protagonista e no amadurecimento de uma relação que começou por cartas, anos atrás.

Além disso, o mistério envolto na busca por Thomas, irmão de Cecília, e o mistério que surge sobre onde Edward estava e por qual motivo foi parar no hospital faz com que o leitor fique preso na trama do começo ao final. A forma como o casal protagonista vai amadurecendo em seu relacionamento também é um ponto incrível da trama. Eles vão se descobrindo e nós, como leitores, vamos acompanhando isso de forma íntima.

A parte histórica da ocupação britânica nos Estados Unidos foi outro ponto interessante no livro, era uma parte da história do mundo que eu não tinha muito conhecimento, então foi prazeroso conhecer mais dentro desse romance. Julia Quinn narra toda a história de forma bem fluída, como é comum da autora. Os personagens são cativantes e a ideia do casamento também. A cada nova página desejamos que o relacionamento dê certo, ao mesmo tempo em que sabemos que a situação é errada em diversos aspectos.

O segundo volume da série dos Rokesby me encantou, viciou e deixou aquela vontadinha de mais. Amei os protagonistas e  a forma como sua história foi contada. Complementou bem o primeiro volume, mesmo indo para uma temática bem diferente. Estou ansiosa para o que Julia irá aprontar nos próximos livros e indico muito a leitura da série.

Beijocas da Barb 🖤

07/09/2018

Tá Na Estante :: ‘Uma noiva para Winterbone’ #809

Heey, gente. Tudo bem??

Hoje venho comentar com vocês sobre um livro que eu estava ansiosa até o último fio de cabelo desde o primeiro volume da série. Sabe aquele casal protagonista que a gente já sente um pouquinho como vai ser? Mais ou menos isso. Mas chega de enrolação e vamos lá!

Livro: Uma noiva para Winterbone
Série: Os Ravenels
Autora: Lisa Kleypas
Editora: Arqueiro
Páginas: 336
Sinopse: Rhys Winterborne conquistou uma fortuna incalculável graças a sua ambição ferrenha. Filho de comerciante, ele se acostumou a conseguir exatamente o que quer – nos negócios e em tudo mais.No momento em que conhece a tímida aristocrata lady Helen Ravenel, decide que ela será sua. Se for preciso macular a honra dela para garantir que se case com ele, melhor ainda.Apesar de sua inocência, a sedução perseverante de Rhys desperta em Helen uma intensa e mútua paixão.Só que Rhys tem muitos inimigos que conspiram contra os dois. Além disso, Helen guarda um segredo sombrio que poderá separá-los para sempre. Os riscos ao amor deles são inimagináveis, mas a recompensa é uma vida inteira de felicidade.Com uma trama recheada de diálogos bem-humorados e cenas sensuais e românticas, Uma noiva para Winterborne é o segundo volume da coleção Os Ravenels.



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Lady Helen Ravenel sempre foi tímida e inocente. Aristocrata até o último fio de cabelo, sua personalidade foi moldada para se encaixar nos padrões da sociedade britânica, por isso a garota logo se sentiu acuada quando seu noivo, Rhys Winterbone, avançou um pouco o sinal em um dos seus encontros. Isto acontece no volume anterior da série e é o que reverbera a forma como as coisas passam a acontecer.

Este volume começa com Helen buscando uma conciliação com Rhys. A jovem sai de casa e vai para a loja do então noivo de forma a reestabelecer o noivado que foi abalado. O fato é que a situação foi comprometedora e, movido pela raiva, Rhys falou coisas que não deveria, o que abalou a relação da família de Helen para com ele, mesmo que essa família seja em base formada por Devon, melhor amigo de Rhys, sua esposa e as irmãs de Helen.


Rhys Winterbone é empresário e herdou o título de seu pai, um comerciante. Desde a infância observou a forma como os negócios da família aumentavam e quando tomou essa função para si, aliou-a com sua ambição e elevou sua fortuna para níveis inimagináveis. É rico, respeitado, mas não é um aristocrata. Até poderia fingir que está se casando com Helen apenas pelo nome, mas ele sabe que não é isso.

O fato é que Rhys e Helen estão apaixonados, um sentimento que sequer imaginaram provar e agora precisarão lidar. Sabem que não será fácil dobrar a família de Helen para reaver o compromisso, por isso decidem burlar as regras da época para se manterem juntos. Mas com tantas doses de amor em seus corações, não percebem os problemas do passado vindo como bala atrapalhar a união deles.

Confiança e respeito são as peças-chave para que esse relacionamento não se fade ao fracasso, mas estar a tão pouco tempo juntos é não ter como avaliar as reações do parceiro para determinados fatos. Quando tentam lidar sozinho com algo que deveria ser dividido entre o casal, acabam em uma cama de gato muito bem emaranhada e particularmente difícil de sair. Será que Rhys e Helen conseguirão lidar com isso?

***

Em Uma Noiva Para Winterbone, novamente, Lisa Kleypas aborda a sociedade como um todo, focando bem na divisão de classes sociais, além de abordar com afinco o papel do homem e da mulher naquela época, introduzindo assuntos delicados e importantes em meio as conversas do casal protagonistas.

Helen é uma garota tímida e encantadora, mas guarda no peito a mágoa do abandono parental que sofreu, especialmente por parte da mãe. Essa é uma das tramas mais interessantes dentro do livro e faz com que a gente mergulhe com tudo na protagonista, personagem essa que vai desabrochando a cada novo capítulo e exibindo sua real essência para todos nós.

Desde o primeiro volume da série já conseguíamos perceber os sentimentos relacionados ao casal protagonista, então não é segredo o quanto eles se gostam. Por isso, a forma como o romance se desenvolve é bem rápida e muito bem construída. No entanto, os mistérios que vão surgindo no decorrer da trama, ameaçam esse relacionamento de forma verdadeira, mas como é de praxe, o que mais atrapalha o casal é a falta de diálogo.

Personagens secundários dão todo o charme extra que a trama precisa, um adendo especial à Pandora e Cassandra, irmãs de Helen, e a lady Berwick, tia da cunhada de Helen e que chega disposta a colocar as garotas na linha, mas que acaba ajudando a nossa protagonista a desvendar seu passado.

Lisa Kleypas escreve romances de época de uma forma única, surpreendente e muito envolvente. A forma como a autora constrói seus personagens em separado antes de criar o romance, torna tudo muito intenso e real para o leitor. Em Uma Noiva para Winterbone ela fez exatamente isso, com personagens altruístas e verdadeiros, que me cativaram desde os primeiros capítulos e com certeza irão cativar vocês também.

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Você já leu algo da Lisa Kleypas? Me conta o que achou, vou adorar saber.

Beijocas da Barb 🖤

22/08/2018

Tá Na Estante :: ‘Uma dama fora dos padrões’ #808

Heeey, gente. Tudo bem??

Hoje eu vou contara para vocês o que achei da leitura do primeiro volume de uma nova série da Julia Quinn. Se eu estou empolgada? É claro!

Livros: Uma dama fora dos padrões
Série: Os Rokesbys #01
Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
Sinopse: Às vezes você encontra o amor nos lugares mais inesperados…Esta não é uma dessas vezes.Todos esperam que Billie Bridgerton se case com um dos irmãos Rokesbys. As duas famílias são vizinhas há séculos e, quando criança, a levada Billie adorava brincar com Edward e Andrew. Qualquer um deles seria um marido perfeito… algum dia.Às vezes você se apaixona exatamente pela pessoa que acha que deveria…Ou não.Há apenas um irmão Rokesby que Billie simplesmente não suporta: George. Ele até pode ser o mais velho e herdeiro do condado, mas é arrogante e irritante. Billie tem certeza de que ele também não gosta nem um pouco dela, o que é perfeitamente conveniente.Mas às vezes o destino tem um senso de humor perverso…Porque quando Billie e George são obrigados a ficar juntos num lugar inusitado, um novo tipo de faísca começa a surgir. E no momento em que esses adversários da vida inteira finalmente se beijam, descobrem que a pessoa que detestam talvez seja a mesma sem a qual não conseguem viver.



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Billie é a primogênita do clã dos Bridgertons e desde sempre agiu como tal. Tomou para si a responsabilidade de cuidar das terras da família e nunca se importou com o que as pessoas ao redor falavam sobre a sua forma de agir. Impulsiva, gostava de manter tudo sob o seu controle, especialmente a sua vida privada.

George é o filho mais velho dos Rokesbys e será o herdeiro do condado da família. Cinco anos mais velho que os irmãos, nunca esteve muito inteirado nas brincadeiras que eles e os filhos dos Bridgertons costumavam fazer, por isso cresceu um pouco afastado de todos, especialmente de Billie. Esse afastamento fez com que os dois não se suportassem, ao menos é o que pensam.


Aos 23 anos, Billie não pensa na possibilidade de encontrar um marido, tendo sido criada praticamente como irmã dos Rokesbys, acredita que em algum momento um dos filhos mais novos do conde irá pedir a sua mão em casamento e tudo será organizado; na verdade é isso o que todos esperam.

A coisa toda muda de figura quando, após um acidente com um gato, Billie se vê presa no telhado de uma casa e sua única chance de salvação está nas mãos de George. Com um tornozelo torcido e necessitando de auxílio para as tarefas mais comuns, os dois acabam se aproximando e percebem que os repelia era, na verdade, a forma como são tão parecidos.

O desejo começa a palpitar nos corações dos nossos protagonistas, mas se render a ele e aceitar que estão amando o inimigo mexe com a cabeça deles e os fazem questionar as escolhas que estão fazendo na vida. Além disso, o medo da rejeição os inibe e torna esse romance ainda mais tórrido e intenso, mesmo que apenas em suas mentes.

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Julia Quinn traz os Bridgertons novamente, mas dessa vez apresentando em conjunto uma segunda família, e apesar de não serem parentes de sangue, trazem laços mais fortes do quê isso. Conhecendo Billie Bridgerton podemos perceber de onde todas as garotas Bridgertons do futuro tiraram o seu sangue-quente e a vontade de agir por si mesmas.

A premissa clichê de um casal que briga como gato e rato, quando no fundo se amam loucamente, é muito bem narrada por Julia Quinn e, ainda, bem desenvolvida em um contexto histórico um pouco diferente do que estamos acostumadas a ver nas mãos da autora. A família segue sendo peça-chave da trama e envolve os protagonistas em suas artimanhas e brincadeiras como forma de uni-los.

O desenvolvimento é muito envolvente e sedutor, Julia traz diferentes aspectos dentro de uma mesma trama e que nos convence, segurando o leitor durante todo o livro. Isso, aliado a sua narrativa fluída e aos personagens carismáticos tornam a leitura muito rápida, difícil não ler em  apenas uma sentada.

As conversas entre Billie e George fizeram os pontos mais interessantes do enredo para mim; eram bem elaboradas e concisas, por trazer dois protagonistas que administram as terras da família, ela conseguiu trabalhar isso bem no enredo e deixou tudo muito interessante e especial.

Conhecer os personagens que terão suas histórias narradas a seguir me deixou ainda mais curiosa para os próximos volumes. Esta é a mesma série em que a Julia está trabalhando no momento, e já tem o seu segundo livro lançado lá fora e que chegará ao Brasil em breve. Por isso teremos que exercitar a paciência quanto aos lançamentos, mas confesso que estou me roendo de ansiedade.

O que posso falar de Julia Quinn? A autora conseguiu me fisgar em mais uma série. Seus personagens bem construídos aliados a forma magistral como conta suas histórias me deixou ansiosa e empolgada por mais. Devo confessar que o charme especial está na forma como ela empodera mulheres, mesmo que em séculos onde o homem era a peça-chave da sociedade. Indico muito a leitura e já estou ansiosíssima para o próximo!

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E aí, já leu algo da Júlia? Me conta o que foi que eu vou adorar saber, ah e me conta também se gostou. Nos vemos em breve!

Beijocas da Barb 🖤