sobre livros e a vida

14/10/2019

Tá Na Estante :: ‘Um Cavalheiro a Bordo’

Poppy Bridgerton adora encontrar lugares secretos. Única menina no meio de vários irmãos, descobriu cedo que para se entrosar precisaria se adequar as brincadeiras deles, e assim o fez. Tanto fez que mesmo adulta continua rendida aos encantos de uma boa travessura. E é por conta disso que se vê em uma das maiores encrencas já registradas.

Fugindo da agitação de Londres, Poppy está acompanhando sua grande amiga Elizabeth – que está grávida do primeiro herdeiro, mas entediada por tanto tempo passado em casa, Poppy decide esticar as pernas caminhando na praia. Com os olhos de águia que as brincadeiras infantis lhe proporcionaram, enxerga ao longe uma caverna em meios as rochas e decide desvendar, em busca de um tesouro, o que de fato encontra. Baús contrabandeados estão sendo armazenados no local e Poppy dá o temido azar de estar no ambiente quando os Piratas resolvem recolher alguns pertences. Sem chance de defesa, Poppy é levada por eles até o Capitão que decidirá o que fazer com a pequena intrusa.

Andrew Rokesby atende no mar por Capitão Andrew James. Filho de uma nobre família britânica, o rapaz comenda um navio pirata como fachada para o serviço que pratica em nome da Coroa Britânica – carregando documentos, carga e pessoas em segredo. Por conta disso, assim como de um documento do governo que se encontra na caverna descoberta por Poppy, ele acaba precisando levar a garota na viagem de duas semanas que fará até Portugal, já que não tem tempo para esvaziar a caverna e nem pode contar com a sorte dela não revirar o local ou não contar a alguém sobre ele.

Levar uma mulher à bordo já é uma questão imensa em navios, sendo essa mulher uma dama, a situação fica ainda mais complicada. Especialmente quando Andrew descobre que Poppy é prima de sua cunhada. A jovem altiva, e sempre com uma resposta na ponta da língua, acaba atraindo a atenção de Andrew mais do que deveria e o Capitão percebe que passa grande parte do seu tempo pensando nas respostas afiadas de Poppy e no quanto ela fica bonita quando sorri.

Ciente de que muito provavelmente terá que se casar com Poppy quando voltar à Inglaterra, Andrew decide aproveitar a companhia da jovem dama o máximo possível. Ele e Poppy acabam desenvolvendo uma amizade em alto-mar e percebem que tem muito mais em comum do que pensavam, à princípio. Tentando conter o desejo que sentem um pelo outro de modo a deixar a viagem o mais tranquila possível, acabam se enredando numa paixão avassaladora e se auxiliando nos perigos que a vida de um Agente da Coroa pode apresentar.

Neste terceiro livro da família Rokesbys seremos apresentados ao irmão mais divertido da família. Já havíamos tido um vislumbre de Andrew no primeiro volume da série, mas neste a gente vê um lado diferente do mocinho. Andrew está passando por uma situação difícil no trabalho, todos os anos que se dedicou à Marinha estão cobrando um preço do Capitão e ela já vislumbra a possibilidade de aposentar o quepe. A entrada de Poppy Bridgerton na vida dele parece ser o sinal necessário para que ele entendesse que de fato o momento havia chegado.

Poppy e Andrew têm personalidades muito parecidas, o que faz com que a convivência dos dois seja conturbada, mas que o relacionamento surja de maneira natural. A forma como eles começam a se envolver passa pela amizade e só depois é desencadeada em amor, todavia ambos estão em situações atípicas, o que faz com que o desenvolvimento da relação seja um pouco complicado.

Grande parte do livro se passa em alto mar e o envolvimento dos dois ocorre dentro da cabine do navio, mas esse espaço restrito aliado ao curto período de tempo, faz com que eles desbravem um ao outro de maneira mais profunda e ao fim das duas semanas eles percebem que se conhecem mais do quê amigos de longa data.

O plot do livro foi muito interessante e me deixou angustiada e esperançosa. A forma como os sentimentos afloraram em situações complicadas e como a Julia Quinn abordou neste momento pontos que só tinham sido comentados no começo da trama, deu a conclusão perfeita e aventureira para a história de um casal que curte se aventurar pela vida desde a infância. No final do livro, ainda, a autora nos deu aquela dose de relações familiares que são os meus momentos favoritos nessa série.

Não foi o meu volume favorito da série, mas ainda assim foi uma leitura muito deliciosa. Amei conhecer mais uma Bridgerton e já estou curiosa para o que a Julia vai aprontar nos próximos volumes. Indico não irem com muita sede ao pote, dessa forma vocês poderão se maravilhar com essa história assim como eu o fiz.

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