sobre livros e a vida

17/10/2018

Tá na estante :: ‘A Origem do Mundo’ #820

Oi gente!

Hoje vamos falar sobre vulva e vagina. Sem vergonhas pessoal.

 

Livro: A Origem do Mundo

Autora: Liv Strömqusit

Editora: Quadrinhos na Cia
Páginas: 144
Sinopses: Por que as sociedades alimentaram uma relação tão esquizofrênica com a vagina ao longo dos séculos? Por que a menstruação é um tema apagado de nossa cultura quando costumava ser algo sagrado para os povos ancestrais? A origem do mundo escancara interditos e desafia mitos e tabus. Um livro genial, catártico e absolutamente necessário. Se “o pessoal é político”, como dizia o slogan da segunda onda feminista, iniciada nos anos 1960, Liv Strömquist criou um livro radical. Com humor afiado, a artista sueca expõe as mais diversas tentativas de domar,castrar e padronizar o sexo feminino ao longo da história. Dos gregos antigos a Stieg Larsson, das mulheres da Idade da Pedra a Sigmund Freud, de Jean-Paul Sartre a John Harvey Kellogg (o inventor dos sucrilhos), da fábula da bela adormecida a deusas hindus, de livros de biologia ao rapper Dogge Doggelito, A Origem do Mundo esquadrinha nossa cultura e vai até o epicentro da construção social do sexo. Para Liv, culpabilizar o prazer é um dos mais efetivos instrumentos de dominação – graças à culpa, a maçã é venenosa e o paraíso mantém seus portões fechados. Um crítica hilária, libertadora e intrusiva sobre o sexo feminino.

Em seu livro, Liv Strömquist apresenta a história da vulva, da vagina e da sexualidade feminina ao longo dos séculos. Em forma de quadrinhos, a autora traz como a visão do mundo sobre as mulheres e seu órgão sexual mudou.

Cultuado na Antiguidade e respeitado por todos, o órgão genital feminino passa, durante a Idade Média, por uma mistificação, e, consequentemente, o lugar da mulher na sociedade também é modificado. Após esta longa Idade das Trevas, a sexualidade feminina nunca mais foi vista como natural, como a do homem, por exemplo. Não sendo assunto de conversas cotidianas, não podendo se expor a intimidade da mulher, apresentada como motivo de vergonha.

O bom humor da autora e as críticas ácidas ao “interesse do patriarcado sobre a vagina e vulva” fazem com que a leitura seja leve, descontraída, ao mesmo tempo que nos traz um ótimo acervo histórico, político e crítico, além de nos motivar a conhecer nosso corpo, além de trazer o questionamento do porque isso aconteceu, de como essa interferência masculina deturpou a imagem da mulher.

O título do livro em português remonta ao quadro de Gustave Coubet “A Origem do Mundo”, no qual o artista pinta o nu feminino em sua forma mais natural. O quadro traz a representação do órgão feminino exterior.

Como feminista que sou, achei sensacional a forma de abordagem da autora para o tema. As críticas que Liv apresenta e retomada da influência de certos personagens históricos nesta mudança da visão da sexualidade feminina de ser cultuada, tida como importante, para uma visão vergonhosa, de extremos esquecimento.

A leitura é fácil e fluida, para quem gosta de quadrinhos, vai se deliciar com este, que tem um tamanho grande, ilustrações lindas (tanto em preto e branco quanto coloridas). Um ponto negativo da versão que chegou até nós é o papel que não é fotográfico, é um sulfite mais grosso (e para quem gosta do cheirinho de livros, bom, esse me retomou o cheiro de jornal, que particularmente não gosto). Em suma: mulheres e homens, leiam esse livro!
BEIJÃO E ATÉ MAIS!

08/10/2018

Tá Na Estante :: ‘Sem Escolha’ #815

Oi, gente. Tudo bem?

Como foram de eleição? Votaram conscientes? Após fazer várias tretas no Facebook, resolvi relaxar com meu Kindle e concluí uma leitura bem gostosinha. Hoje vim falar mais um pouquinho sobre a série Sea Breeze. Vamos conferir?!

Livro: Sem Escolha
Série: Sea Breeze (#02)
Autora: Abbi Glines
Editora: Arqueiro
Páginas: 230
Sinopse: Está cada vez mais quente na cidade litorânea de Sea Breeze, e Marcus Hardy encontrou o abrigo perfeito para passar os próximos meses de calor: o frequentado apartamento de Cage York. As garotas estão sempre entrando e saindo de lá, em sua maioria mulheres lindas que nunca ficam mais de uma noite. Quando Marcus chega, está apenas buscando curar seu coração ferido. Só que uma das frequentadoras mais assíduas da nova casa logo chama sua atenção. Willow – ou apenas Low – é a mulher com quem Cage pretende se casar. Mas os dois são completamente diferentes, e Marcus não entende como ela pode lidar tão bem com a infidelidade de Cage. No fundo, Low precisa mesmo é de um homem de verdade… bonito e sensível como Marcus. Porém, as coisas não são tão simples, e esse relacionamento vai se complicar de um dia para o outro, assim que um grande segredo for revelado. Em Sem escolha, segundo livro da série Sea Breeze, Abbi Glines continua a atiçar a imaginação dos leitores com personagens sedutores e romances apimentados.

Após perder para Jax Stone a disputa pelo coração de Sadie, tudo que Marcus Hardy queria era ficar longe de Sea Breeze, focando nos estudos. Contudo, uma questão familiar o obriga a voltar antes do que gostaria para a cidade. Assim, ele vai morar com Cage York, um cara mulherengo até dizer chega, mas com um bom coração.
Certo dia, Willow bate à porta de Cage e Marcus se surpreende com aquela garota. Ela é completamente diferente dos tipos que o colega de apartamento costuma levar  para a cama. Ela é linda, meiga e parece completamente sem rumo. E, para surpresa de Marcus, Cage diz que essa é a mulher com quem ele pretende se casar.
Willow é uma garota que sofreu muito na vida. Depois da morte da mãe, ela passou a viver com a irmã mais
velha e as constantes brigas com Tawny tornavam esse relacionamento cada dia mais complicado, fazendo até com que ela precise passar as noites em abrigos. Cage é seu porto seguro e faz de tudo para mantê-la em segurança.

Marcus e Willow tem muito em comum, mas vem de mundos completamente opostos. Ele é filho do maior vendedor de Mercedes do Alabama, ela vem de um lar desestruturado e sem garantia nenhuma de um teto sobre sua cabeça. Porém, a atração entre os dois é inegável e não demora muito para eles se renderem a esses sentimentos. Mas o que acontece quando dois mundos se colidem? Estarão eles preparados para as consequências?

Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!
***
No começo do ano, fiz a leitura de Sem Fôlego, primeiro volume da série Sea Breeze e me decepcionei bastante, após ouvir inúmeros comentários positivos sobre a escrita de Abbi Glines. Mas quando a Arqueiro anunciou o lançamento de Sem Escolha, decidi dar uma nova chance. Assim que meu exemplar chegou, passei na frente da pilha de leitura e devo dizer que foi bom ter tomado essa decisão.
Minha maior reclamação sobre o primeiro volume foi a quantidade de clichês que a autora inseriu para desenvolver a trama. Aqui não foi muito diferente, é clichê do começo ao fim. Só que Abbi conseguiu me convencer e encaixar muito bem cada detalhe, tornando a trama fluida e satisfatória. Li o livro em uma sentada e fiquei querendo mais.
A narrativa é feita em primeira pessoa, alternando os pontos de vista dos protagonistas. Marcus já tinha me conquistado no primeiro livro, mas aqui, tendo sua voz inserida na história, me deixou ainda mais apaixonado. Ele é um verdadeiro gentleman e por mais que tome decisões erradas no percurso, não deixa de demonstrar seu amor por Willow em momento algum.
Falando nela, Willow é uma personagem sensacional. A quantidade de sofrimento pelo qual essa menina passou durante toda a vida derrubaria qualquer pessoa, mas ela segue firme. Sua relação de cumplicidade com Cage é belíssima e não posso deixar de citar tudo que ela faz pela sobrinha, a pequena Larissa, que também conquistou meu coração.
Nesse livro conseguimos ver um pouco mais sobre os outros personagens e, quem gostou, matar a saudade de Jax e Sadie. Agora estou ansioso pelo próximo volume da série, que será protagonizado pelo Cage. Ele despertou em mim diversas emoções e quero saber um pouco mais sobre sua vida. Espero que ele também encontre seu final feliz.
Em suma, Sem Escolha é muito melhor que seu predecessor e me deu um fôlego para seguir adiante com a série. Espero que a Arqueiro não demore em trazer os próximos volumes para o Brasil e que Abbi não me decepcione outra vez. Sendo assim, deixo aqui minha recomendação. É um livro leve, fluido, divertido e apaixonante que vai conquistar o coração de vocês.

Beijos e até a próxima!

06/10/2018

Tá Na Estante :: ‘Batman – Criaturas da Noite’ #814

Oi, gente. Tudo bem?

Estou de volta com mais uma resenha para vocês. Hoje vim contar o que achei do segundo volume da série Lendas da DC, escrito pela minha dia Marie Lu. Vamos conferir?!

Livro: Batman – Criaturas da Noite
Série: Lendas da DC (#02)
Autora: Marie Lu
Editora: Arqueiro
Páginas: 256
Sinopse: As criaturas da noite estão caçando a elite de Gotham. Bruce Wayne é o seu novo alvo. Bruce Wayne está prestes a completar 18 anos e herdar a fortuna de sua família, além do controle das indústrias Wayne. No entanto, no dia do seu aniversário, ele faz uma escolha impulsiva e é condenado a prestar serviço comunitário no Asilo Arkham, uma mescla de prisão e hospital psiquiátrico onde estão detidos os criminosos mais desequilibrados da cidade. Lá ele conhece Madeleine, integrante das Criaturas da Noite, um grupo radical que deseja acabar com a elite de Gotham. Até então, a moça se recusava a confessar seus crimes ou informar à polícia os futuros ataques que planejavam, mas ela resolve se abrir para Bruce Wayne, dando início a um perigoso jogo de sedução e inteligência. Será que o jovem Wayne vai conseguir convencê-la a revelar todos os seus segredos ou ela está apenas manipulando-o para arruinar Gotham? Enquanto o golpe final das Criaturas da Noite se aproxima, Bruce percebe que não é tão diferente de Madeleine. E, mesmo longe de se tornar o Cavaleiro das Trevas, precisará provar que está preparado para deter uma das maiores ameaças que Gotham já presenciou.

Em vias de completar 18 anos, Bruce Wayne está prestes a assumir o império Wayne, seguindo os planos do falecido pai. O sr. Wayne sempre acreditou que segurança deveria ser uma prioridade e queria trazê-la para o povo de Gotham, aprimorando a tecnologia que tinham disponível tão abundantemente.
Fazendo experimentos tecnológicos, Bruce encontra uma oportunidade perfeita de ajudar a polícia, que caçava um criminoso. Só que as coisas não saem como ele planejava e a polícia não vê com bons olhos suas ações. Um garoto riquinho sem ter o que fazer pode ser um grande problema para a segurança, então logo Bruce é condenado a passar cinco semanas no Asilo Arkham,  prestando serviços comunitários.
É em Arkham que Bruce vai conhecer Madeleine. Ela faz parte das Criaturas da Noite, um grupo corrupto de criminosos que toca o terror  e tenta dominar Gotham. A polícia tenta deter esse grupo há tempos e agora, com Madeleine, eles tem a fonte imperfeita de informações. Contudo, ela se recusa a cooperar com a polícia. Isso até Bruce aparecer.
Foto por Resenhando Sonhos
Quando o garoto é designado para limpar a ala de Madeleine, não esperava que fosse encontrar na prisioneira alguém para conversar. Aos poucos, a jovem vai se abrindo e revelando fatos sobre as Criaturas da Noite para Bruce, que logo se vê inserido na investigação.

Contudo, ao invés de ajudar a polícia, Bruce decide seguir um caminho por conta própria e vai descobrindo mais sobre Madeleine e a realidade de Gotham, tentando encontrar mais resposta e fazer a justiça que tanto deseja. Mas estará ele preparado para se tornar o herói que a cidade precisa?

Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!
***
Quem me conhece sabe que eu venero e idolatro Marie Lu. Após finalizar a leitura da trilogia Jovens de Elite, decidi que tudo que a autora escrevesse eu leria. Então, quando a Arqueiro anunciou o lançamento de Criaturas da Noite, imediatamente fiz minha solicitação. Afinal, um livro sobre um dos meus heróis favoritos escrito por uma autora tão rainha só podia ser sucesso. Certo? É, mais ou menos.
A escrita de Marie Lu é fabulosa. Logo nas primeiras páginas me vi imerso na trama e a narrativa flui tão bem que quase não vemos as páginas passando. Aqui nessa obra vimos um outro lado da vida de Bruce Wayne, onde o personagem está em uma outra fase da vida, mas ainda assim tomando sérias e importantes decisões.

Foto por Resenhando Sonhos

O que senti falta foi do lado mais sombrio do personagem. Sei que ele é um adolescente e que a única coisa que o assombra realmente é a morte dos pais, mas em certos pontos da trama Bruce parecia um menino tão ingênuo! Principalmente nos momentos que passava ao lado de Madeleine, agindo como se nunca tivesse sido cortejado na vida. Um garoto rico e bonito como ele certamente já tem um pouco de malícia.
O enredo da obra é permeado por bastante mistério e ação. Somando isso com a narrativa de Lu, tinha tudo para ser um hino de livro. Mas finalizando a leitura, eu senti que faltou alguma coisa. Estavam ali todos os elementos do herói, tinha uma trama convincente, até uma pitada de romance… Só que realmente não me senti arrebatado.
Mesmo assim, deixo aqui minha recomendação para vocês, principalmente para os fãs de Batman e de Marie Lu. Certamente é uma história encantadora e que tem seu valor. Só não esperem algo fantástico…

Beijos e até a próxima!

05/10/2018

Tá Na Estante :: ‘A Mulher Entre Nós’ #813

Oi, gente. Tudo bem?

Recentemente concluí a leitura de um thriller lançado no começo do ano e hoje vim contar pra vocês o que achei dessa obra. Vamos conferir?!

Livro: A Mulher Entre Nós
Autoras: Greer Hendricks & Sarah Pekkanen
Editora: Paralela
Páginas:  352
Sinopse: Aos 37 anos, a recém-divorciada Vanessa está no fundo do poço. Deprimida, morando no apartamento de sua tia, ela não tem filhos, dinheiro ou amigos verdadeiros. Ao descobrir que Richard, seu rico e carismático ex-marido, está prestes a se casar de novo, algo dentro de Vanessa se quebra. A partir de agora, sua vida irá revolver em torno de uma única obsessão: impedir esse matrimônio. Custe o que custar. Na superfície, Nellie se parece com qualquer outra jovem bela e sonhadora que veio para Manhattan começar sua tão sonhada vida adulta. Mas a personalidade tranquila que ostenta é apenas uma fachada. Em sua mente, perdura um segredo que a fez fugir de sua cidade natal e que a impede de caminhar em paz quando está sozinha. Ao conhecer Richard – bem-sucedido, protetor, o homem dos sonhos – ela finalmente começa a sentir-se segura. Ele promete protegê-la de todos os males, para o resto de sua vida. Mas, de repente, ela começa a receber ligações misteriosas. Fotografias em seu quarto são movidas de lugar. O lenço que ela planejava usar em seu casamento desaparece. Alguém está perseguindo-a, alguém quer o seu mal. Mas quem?

Aos 37 anos, Vanessa viu sua vida mudar radicalmente após seu divórcio com Richard. Os dois foram casados durante muitos anos, vivendo uma vida de luxos e fortunas. Agora, Vanessa trabalha em uma loja de grife, vendendo as roupas que costumava usar para pessoas com quem costumava interagir, além de precisar morar com a tia.

O relacionamento de Vanessa e Richard era tranquilo, mas tudo foi mudando aos poucos até a chegada do divórcio. A mulher tinha certeza que se tratava de uma amante, mas imaginou que seria um caso passageiro do marido e fingiu ignorar o acontecido, mas a coisa foi mais séria e ela se viu caindo de seu mundinho perfeito.

Foto por Resenhando Sonhos

Aos poucos, Vanessa vai se reerguendo, mas um novo baque chega com a notícia de que Richard estava para se casar novamente. Vanessa não consegue imaginar isso acontecendo e decide que fará tudo que estiver ao seu alcance para impedir que a união aconteça.

Nellie é uma professora de educação infantil com um passado que tenta esconder a todo custo. Qualquer mudança ao seu redor a deixa em alerta para qualquer sinal de perigo. Quando estava na faculdade, algo grave aconteceu e a fez fugir de sua cidade natal. Contudo, Nellie sabe que por mais que fuja, não estará completamente segura.

Porém, quando Nellie conhece Richard, a promessa de segurança feita por ele a deixa sem chão. A paixão entre os dois é instantânea e Richard faz de tudo pela amada, dando tudo a ela e prometendo fazê-la feliz acima de tudo. Mas nem mesmo esse homem consegue impedir que Nellie receba ligações e comece a ser seguida…

Vanessa conhece cada passo de sua substituta e sabe bem o que fazer para impedir que ela se case com seu ex. Para a noiva, Vanessa não passa de uma louca viciada em álcool e só está com ciúmes da união, mas será que isso é mesmo verdade? Usando de toda sua inteligência, Vanessa precisará agir o quanto antes ou tudo pode dar errado.

Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!

***

Quem acompanha o blog há mais tempo sabe que eu sou a louca dos thrillers. Tudo que é lançamento desse gênero que pipoca por aí eu busco pesquisar mais a respeito e tentar ler se for do meu agrado. Com A Mulher Entre Nós não foi diferente. Assim que a Paralela anunciou o lançamento, fiquei empolgado, mas acabei postergando a leitura. Acho que isso foi bom para as expectativas, já que não achei o livro tudo isso.

Depois de sucessos como Garota Exemplar, Pequenas Grandes Mentiras e outros livros com essa vibe mais doméstica, A Mulher Entre Nós parecia ter muito a oferecer, mas o mistério que as autoras quiseram criar foi fácil de desvendar. Quando você pega a perspectiva das duas mulheres sobre a situação, fica praticamente óbvio que tudo vai se desenvolver em torno da única conexão entre elas: o marido.

Foto por Resenhando Sonhos

O início do livro foi bem lento, apresentando as duas personagens e tudo mais. Antes de chegar na página 50 eu já estava pensando em abandonar a história, pois não tinha rolado aquele “tchan” que normalmente acontece quando me aventuro no gênero. Estava sendo uma historinha bem o.k. e eu não sabia o que esperar do desenvolvimento. Porém, é nesse detalhe que mora a mudança.

Greer Hendricks & Sarah Pekkanen criaram uma trama onde o leitor tem diversas informações jogadas sobre ele e, obviamente, toma como verdade. Só que grande parte de tudo isso não passa de uma ilusão para nos ludibriar e nos jogar na direção contrária da resolução do conflito. Nem tudo que está ali escrito pode ser levado em consideração e acho que esse foi um dos pontos mais altos da história.

O problema é que quando me dei  por conta disso, esperei que as autoras fossem manter o nível de entusiasmo até o final, mas logo o livro caiu novamente naquele marasmo. Parece que as autoras se perderam em algum momento do desenvolvimento, como se a história tivesse ido mais além do que elas pudessem alcançar. No fim, tudo que prometia ser o livro ficou naquele bom e velho comum, sem nenhuma inovação.

Em suma, devo dizer que A Mulher Entre Nós foi um livro que me decepcionou bastante. Não posso citar as minhas razões, para evitar spoilers, mas posso dizer que a história tem um grande potencial e levanta bons questionamentos. Sendo assim, deixo aqui a minha recomendação para leitores menos exigentes e até mesmo para aqueles que estão começando a se aventurar no gênero.


Beijos e até a próxima!

03/10/2018

Tá Na Estante :: ‘A Nuvem’ #812

Oi, gente. Tudo bem?

Recentemente finalizei a leitura do segundo volume de uma das minhas séries favoritas atualmente e hoje vim contar pra vocês o que achei. Vamos conferir?!

Livro: A Nuvem
Série: Scythe (#02)
Autor: Neal Shusterman
Editora: Seguinte
Páginas: 464
Sinopse: No segundo volume da série Scythe, a Ceifa está mais corrompida do que nunca, e cabe a Citra e Rowan descobrir como impedir que os ceifadores que não seguem os mandamentos da instituição acabem com o futuro da humanidade. Em um mundo perfeito em que a humanidade venceu a morte, tudo é regulado pela incorruptível Nimbo Cúmulo, uma evolução da nuvem de dados. Mas a perfeição não se aplica aos ceifadores, os humanos responsáveis por controlar o crescimento populacional. Quem é morto por eles não pode ser revivido, e seus critérios para matar parecem cada vez mais imorais. Até a chegada do ceifador Lúcifer, que promete eliminar todos os que não seguem os mandamentos da Ceifa. E como a Nimbo Cúmulo não pode interferir nas questões dos ceifadores, resta a ela observar. Enquanto isso, Citra e Rowan também estão preocupados com o destino da Ceifa. Um ano depois de terem sido escolhidos como aprendizes, os dois acreditam que podem melhorar a instituição de maneiras diferentes. Citra pretende inspirar jovens ceifadores ao matar com compaixão e piedade, enquanto Rowan assume uma nova identidade e passa a investigar ceifadores corruptos. Mas talvez as mudanças da Ceifa dependam mais da Nimbo Cúmulo do que deles. Será que a nuvem irá quebrar suas regras e intervir, ou apenas verá seu mundo perfeito desmoronar?

Após os acontecimentos de O Ceifador, as vidas de Rowan e Citra mudaram completamente. A garota tornou-se a honorável Ceifadora Anastasia e segue fazendo suas coletas ao lado da Ceifadora Curie. Citra ainda é vista com maus olhos por suas atitudes no último Conclave, quando deu imunidade a Rowan ao invés de coletá-lo, mas está conquistando aos poucos o respeito de seus colegas.

Já Rowan está fugindo por aí. Aproveitando as últimas semanas de sua imunidade, ele usa um manto preto e se autointitula Ceifador Lúcifer, buscando Ceifadores corruptos e os coletando, em nome de uma causa maior. Ele é temido por todos e sua cabeça está a prêmio, cada dia mais valiosa.

Por outro lado, a Nimbo Cúmulo está acompanhando toda essa confusão dentro da Ceifa e sabe que dias piores estão por vir. Contudo, pela lei, ela não pode se envolver diretamente e aí que entra Greyson Tolliver. Ele é um garoto sozinho que tem a Nimbo como referência para tudo em sua vida. Então, quando ele recebe um pedido indireto da entidade para auxiliá-la com os problemas da Ceifa, não pensa duas vezes.

Aos poucos, Tolliver vai mudando sua vida radicalmente e cada uma de suas ações respinga no universo dos Ceifadores. Logo ele vai percebendo que existe muito mais por trás daquilo que a Nimbo conhece, mas seu status atual de infrator o impede de buscar auxílio com a amiga. Agindo sozinho, ele precisará de toda coragem se quiser impedir uma grande catástrofe.

Enquanto isso, um inimigo do passado de Rowan e Citra está retornando e seus pesadelos estão só por começar. Vivendo em lados opostos da sociedade, os dois precisarão unir forças se quiserem impedir um mal maior, mas sendo Citra uma Ceifadora e Rowan um criminoso procurado, essa união pode trazer mais malefícios do que eles estão esperando…

Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!

***

O Ceifador foi uma das minhas melhores leituras do ano passado. Recebi a prova antecipada em parceria com a editora Seguinte e mesmo com o pouco tempo que tinha para leituras, devorei o livro o mais rápido possível. Finalizei a obra ansioso pela continuação e então quando A Nuvem foi anunciado, é claro que surtei. Assim que possível solicitei meu exemplar e corri para ler. A demora em fazer a resenha foi justamente por não saber o que dizer desse livro…

A escrita de Neal Shusterman é simplesmente fabulosa. O autor tem algo em seu modo de contar suas histórias que prende o leitor do começo ao fim. Esse segundo volume da série tem quase 500 páginas e a leitura foi tão rápida que nem percebi as páginas passando. Cada novo parágrafo continha uma reviravolta e conforme o final ia se aproximando, meus nervos iam ficando ainda mais à flor da pele.

A narrativa segue em terceira pessoa, mas agora temos mais perspectivas. Além de Rowan e Citra, Greyson Tolliver ganhou um enorme espaço e voz de narrativa. Os pontos de vista vão se alternando a cada capítulo e esse é um dos pontos altos da história, já que o leitor consegue observar no geral tudo que está acontecendo, enquanto os personagens ainda estão juntando as pistas.

Os personagens estão ainda mais maduros e cativantes e isso é palpável. Citra segue sendo minha favorita. Ela me lembra muito uma versão mais badass de Hermione Granger, que é uma das minhas personagens mais queridas. Citra é super inteligente e tem uma força que não dá pra contestar, não se deixando subjugar por uma sociedade altamente machista. Palmas para o ícone.

Já que o assunto é amadurecimento, não posso deixar de falar sobre Rowan. Os golpes que a vida lhe deu o fizeram ficar mais forte e mais duro. Isso já foi possível notar no decorrer do primeiro livro, mas aqui o rapaz está ainda mais incisivo. Todas as suas atitudes são bem pensadas e ele quer fazer a coisa certa sempre, apesar de os meios para isso não serem dos mais apropriados.

E o que falar sobre o final? Quando Shusterman começou a desenvolver o clímax, meu coração foi a mil batimentos por segundo. Era tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que eu não conseguia imaginar o que aconteceria no desfecho. O melhor de tudo foi que o autor não se perdeu nessa gama de eventos e soube desenvolver tudo muito bem. Quando virei a última página, só consegui usar as mãos para levantar o queixo caído e aplaudir esse homem. Agora a espera pela continuação vai ser ainda mais mordaz.

A Nuvem conseguiu superar O Ceifador, que por si só já é um livro excelente. Shusterman conquista a cada dia mais sua vaga no meu hall de favoritos e por conta disso não posso deixar de recomendar toda essa série para vocês. Se joguem na leitura, pois realmente vale cada segundo investido nela.

Beijos e até a próxima!

28/09/2018

Tá Na Estante :: ‘A Incendiária’ #811

Oi, gente. Tudo bem?

Nossa, que saudade eu estava de publicar por aqui! Há tempos que minhas leituras já não fluem como antigamente, mas percebi que há algum tempo eu li um livro e ainda não tinha contado sobre ela para vocês. Vamos conferir?!

Livro: A Incendiária
Autor: Stephen King
Editora: Suma
Páginas: 448
Sinopse: Uma criança com o poder mais extraordinário e incontrolável de todos os tempos. Um poder capaz de destruir o mundo. Após anos esgotado no Brasil, A incendiária volta às livrarias como parte da Biblioteca Stephen King, coleção de clássicos do mestre do terror em edição especial, com capa dura e conteúdo extra. No livro, Andy e Vicky eram apenas universitários precisando de uma grana extra quando se voluntariaram para um experimento científico comandado por uma organização governamental clandestina conhecida como “a Oficina”. As consequências foram o surgimento de estranhos poderes psíquicos — que assumiram efeitos ainda mais perigosos quando os dois se apaixonaram e tiveram uma filha. Desde pequena, Charlie demonstra ter herdado um poder absoluto e incontrolável. Pirocinética, a garota é capaz de criar fogo com a mente. Agora o governo está à caça da garotinha, tentando capturá-la e utilizar seu poder como arma militar. Impotentes e cada vez mais acuados, pai e filha percorrem o país em uma fuga desesperada, e percebem que o poder de Charlie pode ser sua única chance de escapar.

Quando estava na faculdade, Andy entrou em um projeto para conseguir uma grana extra. Nessa época, que jovem não está passando por problemas financeiros, não é mesmo? Em troca de alguns dólares, o rapaz deveria receber uma injeção de uma droga chamada Lote Seis, em um experimento realizado por um professor conhecido como Doutor Louco.
Nesse projeto, Andy conhece Vicky, uma garota que o atrai imediatamente e logo os dois se envolvem e se apaixonam, criando uma forte ligação. Ao longo dos anos, Andy e Vicky percebem que a injeção gerou consequências e lhes deu certas habilidades. Não fosse o bastante, quando a pequena Charlie nasce, fruto dessa relação, eles percebem que a garota é muito poderosa.

Foto por Resenhando Sonhos

O projeto do Doutor Louco era financiado pela Oficina, que dizia ter ligação com o governo. Contudo, existe um certo mistério ao redor dessa organização e muitas pessoas que a conhecem parecem temê-la. Sabendo disso, Andy e Vicky começam a se perguntar se fizeram uma boa escolha quando participaram do teste, principalmente quando a Oficina demonstra um interesse por Charlie.

Agora, anos depois, Andy está sozinho com a filha, em uma fuga incessante da Oficina. Mas por que isso está acontecendo? Quais os reais objetivos do projeto? O que é o Lote Seis? E por que a Oficina está tão interessada em Charlie? Essas e outras perguntas vocês são vão desvendar depois de lerem!

***
Todo ano, no Vórtice Fantástico, temos apenas uma única certeza: algum livro de Stephen King será lido. Em 2016 tive uma grata experiência com O Cemitério e ano passado foi a vez de A Hora do Lobisomem. Quando A Incendiária foi escolhido para ser o livro de maio, fiquei super empolgado. A edição da Biblioteca Stephen King estava fabulosa e a sinopse atraiu meu interesse logo de cara. Contudo, o livro não foi bem o que eu esperava. 
A Incendiária foi publicado originalmente em 1980 e ficou bastante conhecido pela adaptação, lançada em 1984 e estrelada por uma Drew Barrymore de 8 anos. Por conta da época, vocês já devem imaginar que aquele estilo de escrita de Stephen King, com bastantes minúcias e pormenores, era sua marca registrada. E aqui isso não mudou, mas ainda assim, ao mesmo tempo, foi diferente. Faz sentido?

Foto por Resenhando Sonhos

O livro começa com bastante ação, mas quando chegamos em 15% ele entra numa morosidade sem fim. Parece que King se perdeu no meio do plot que estava desenvolvendo e deixou tudo um tanto repetitivo e engessado. Boa parte da obra se desenvolve em cima da fuga que comentei acima e por conta disso a sensação de estar preso num looping de 400 páginas não saía de mim. Só pelos quase 90% que a história realmente andou, mas o sentimento de decepção permaneceu.

Todavia, os personagens são muito bem caracterizados. King sabe muito bem como desenvolver personagens cativantes e aqui não é exceção. A pequena Charlie é simplesmente sensacional. Ela é uma menina de sete anos, mas que tem atitudes de uma pessoa muito mais velha. Depois da morte da mãe, ela precisou assumir certas responsabilidades e tenta sempre evitar fazer a “coisa ruim”, culpando-se pelo uso de seus poderes.
Andy também é ótimo. Ele é um pai muito amoroso e faz de tudo pra proteger Charlie, abrindo mão da própria vida pra correr pelo país para ela não ser capturada. Mas em alguns momentos ele se perde dentro da própria cabeça e faz uns monólogos sem fim que deixam o livro ainda mais parado. 
Esse foi um dos livros mais diferentes de King que eu já li. A história tinha um enorme potencial, mas não teve a devida exploração. O autor optou por focar na fuga o tempo todo, ao invés de destacar o contexto dos poderes e na história de Charlie e como ela os desenvolveu. Contudo, num contexto geral, eu acho que a leitura é válida. Fãs do Mestre do Terror: se joguem! 
Beijos e até a próxima!