sobre livros e a vida

13/04/2022

NA TELONA :: ‘ANIMAIS FANTÁSTICOS: OS SEGREDOS DE DUMBLEDORE’

No mês passado eu fui convidado pela Espaço/Z a participar de mais uma cabine de imprensa aqui em Brasília e hoje eu vim contar para vocês a minha opinião sobre Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore.

Depois de conseguir fazer um dos piores filmes de 2018, David Yates está de volta com mais um capítulo dessa saga que atualemnte aparenta ser inacabável. Em Os Segredos de Dumbledore nós acompanhamos mais uma vez o grupo formado pelos queridos Alvo Dumbledore (Jude Law), 0 magizoologista Newt Scamander (Eddie Redmayne), o trouxa Jacob Kowalski (Dan Fogler) e outros, em mais uma tentativa de parar o poderoso mago das trevas Gellert Grindelwald (Mads Mikkelsen).

Desde protagosnista acusado de agressões verbais, físicas e sexuais até roteirista transfóbica, Animais Fantásticos sofre de altos e baixos desde antes mesmo de seu primeiro lançamento lá em 2016. O terceiro filme, que foi atrasado devido a pandemia, chega para tentar reverter o cenário em que a franquia se encontra no momento. O primeiro passo foi colocar o ator dinamarquês Mads Mikkelsen para interpretar Gellert Grindelwald, o grande vilão da franquia.

A troca, que já deveria ter acontecido no filme anterior, era exatamente o que precisava para conseguir prolongar a vida de Animais Fantásticos. O ator consegue entregar uma performance convincente mesmo com o enredo fraco escrito por Rowling e Kloves, dando mais personalidade ao personagem do que Depp conseguiu nos últimos dois filmes.

Jude Law como Dumbledore também mostrou que não foi escolhido à toa. O seu personagem que até então era apenas mais um coadjuvante, nesse filme virou um dos protagonistas.

Embora o filme tenha melhorado no elenco, as partes técnicas pegaram o caminho contrário. O roteiro que originalmente se passava no Rio de Janeiro dos anos 30 foi completamente apagado e substituído por um com diversas falhas. A montagem extremamente picotada nos da a impressão de um filme editado porr um amador. A fotografia extreamente escura em alguns momentos parece ter sido copiada diretamente de Batman.

A direção de Yates também deixou bastante a desejar. O diretor que já é um veterano no universo de Harry Potter parecia não saber o que fazer com o roteiro medíocre que lhe foi entregue. O filme em diversos momentos acaba ficando arrastado e deixando evidente que seus 143 minutos de duração não eram necessários.

Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore chega oficialmente aos cinemas brasileiros nesta quinta, dia 14 de Abril nos cinemas de todo o país.

 

02/03/2022

NA TELONA :: ‘BATMAN’

No mês passado eu fui convidado pela Espaço/Z a participar de mais uma cabine de imprensa aqui em Brasília e hoje eu vim contar para vocês a minha opinião sobre um dos filmes mais aguardados do ano, Batman.

Dirigido por Matt Reeves e com o queridissímo Robert Pattinson no papel titular, Batman conta a história de um Bruce Wayne que está fazendo suas rondas noturnas pela cidade de Gotham há apenas 2 anos, o que já foi suficiente para conquistar a confiança do Comissário Gordon (Jeffrey Wright) mas que ainda não é bem visto pelo restante força policial da cidade. Com a chegada de um serial killer que se aparesenta como Charada (Paul Dano), Batman precisa se juntar a Gordon para desvendar as charadas deixadas pelo criminoso e botar um fim nessa matança.

Qualquer pessoa que acompanha o universo da DC nos cinemas sabe que a produção de Batman não foi uma coisa fácil. Trocas de diretores, troca de atores, conversa de cancelamento, adiamento, diversos casos de covid e muitos outros empecilhos marcaram esse projeto. Porém depois de muitos anos de espera finalmente chegou o momento do mundo assistir esse novo capítulo na da história de um dos maiores super-heróis de todos os tempos.

Como já era de se esperar, Matt Reeves conseguiu entregar nesse filme tudo o que os fãs queriam: um filme com uma pegada bem noir e carregado de investigação, afinal, o Batman não é considerado um dos maiores detetives do mundo à toa. O diretor não teve medo de apostar em um ritmo mais lento (se compardo a outros filmes de super-herói), o que casa perfeitamente com o clima melancólico e aterrorizante de Gotham.

Quando se trata de Batman é impossível não fazer comparações a tão aclamada trilogia do Nolan, que conquistou milhares de fãs ao redor do mundo por trazer uma abordagem mais adulta e realista. Se comparado ao segundo filme da trilogia, O Cavaleiro das Trevas, o filme de Reeves consegue ser tão bom quanto. É claro que isso se trata puramente de gosto pessoal, mas acredito que tanto Reeves quanto Nolan conseguiram transmitir muito bem a carga emocional do herói.

Já se tratando de elenco não tem como negar que as escolhas para esse filme foram perfeitas. Robert Pattinson conseguiu transmitir o psicológico torturado do personagem de uma maneira que nenhum outro ator conseguiu. O Bruce Wayne que vemos nesse filme não é um homem tão maduro quanto o de Christian Bale ou Ben Affleck, muito pelo contrário, Pattinson da vida à um homem inexperiente e carregado de emoções, ajudando a humanizar o personagem. Além dele, o elenco também conta com Zoë Kravitz que da vida a Selina Kyle, Colin Farrel que está irreconhecível como o Pinguim, Andy Serkis como Alfred Pennyworth e Paul Dano dando um show de atuação como Charada.

Durante as quase três horas de duração do longa, é possível contar nos dedos a quantidade de vezes que Paul Dano aparrece em tela, porém o ator conseguiu entregar uma das melhores, se não a melhor, atuação do filme.

Em questões técnicas o filme não deixa nada a desejar. Greig Fraser, responsável pela fotografia de filmes como Duna e A Hora Mais Escura, acertou em cheio nesse filme, trazendo uma fotografia que complementa o clima noir muito bem. A trilha sonora assinada por Michael Giacchino também não fica pra trás, o compositor soube complementar tanto as cenas de ação quanto as cenas de investigação e desenvolvimento de uma forma impecável, nos deixando inquietos do início ao fim.

Batman chega oficialmente aos cinemas brasileiros nesta quinta, dia 03 de Março, mas já possui sessões de pré estréia acontecendo nos cinemas de todo o país.

 

24/01/2019

Na Telona :: ‘A Favorita’ #72

E aí, pessoal! Tudo bem?

Na semana passada eu fui convidado pela Espaço/Z a participar de mais uma cabine de imprensa aqui em Brasília e hoje eu vim contar para vocês o que achei do mais recente filme do diretor Yorgos Lanthimos.

Quando eu recebi o convite para a cabine de A Favorita eu confesso ter ficado indeciso se deveria ou não aceitar, pois mesmo amando o trabalho do diretor os seus filmes costumam me deixar sem muitas palavras para me expressar. Aqueles que assistiram os seus últimos dois trabalhos, O Lagosta e O Sacrifício do Cervo Sagrado, sabem muito bem do que estou falando. Os filmes embora impecáveis em todos os aspectos conseguem ser um pouco complicados de digerir, o que acaba dificultando na hora de expressar minha opinião.

Rachel Weisz e Olivia Colman no filme A Favorita. Foto por Yorgos Lanthimos. © 2018 Twentieth Century Fox Film Corporation

Olivia Colman interpreta a Rainha Anne, a primeira rainha da Grã-Bretanha, que tomada pela gota e pensamentos suicidas entre a confiança de seu reino a sua amiga e amante Lady Sarah (Rachel Weisz), que também é responsável por massagear as pernas doloridas da rainha e outras partes de seu avantajado corpo. Pressionada por Sarah, a rainha considera dobrar os impostos do reino para custear a guerra com a França, na qual o marido de Sarah, o Duke de Marlborough (Mark Gatiss), está colecionando vitórias. Ao mesmo tempo temos Robert Harley (Nicholas Hoult) liderando a oposição que demanda um acordo de paz entre os dois países para que possam poupar recursos e vidas.

Em meio a toda essa loucura que está acontecendo nós temos a chegada de Abigail (Emma Stone), a prima desafortunada de Sarah que teve sua vida virada 180 graus e agora precisa de um emprego. Mostrando ser uma pessoa completamente diferente de sua prima, Abigail começa aos poucos se aproximar da rainha e a proporcionar à rainha um novo tipo de companhia, com menos ordens e regras.

Emma Stone e Olivia Colman no filme A Favorita. Foto por Yorgos Lanthimos. © 2018 Twentieth Century Fox Film Corporation

Diferente de seus últimos trabalhos, Lanthimos não assina o roteiro com seu parceiro de escrita Efthymis Filippou, dessa vez o roteiro do longa foi escrito por Deborah Davis e Tony McNamara, o que proporcionou ao filme um tom bem diferente das outras obras do diretor mas ainda assim mantendo algumas de suas características. Assim como O Lagosta, A Favorita é um filme de drama que consegue ser carregado de comédia sem criar momentos que não pareçam pertencer ao filme, e quando eu digo comédia eu me refiro ao tipo de comédia que faz até jornalistas continuarem gargalhando por um momento após a cena.

O filme, que arrecadou merecidas 10 indicações ao Oscar de 2019 incluindo melhor filme, diretor, atriz, duas indicações em atriz coadjuvante, roteiro original, fotografia e outros, conta com um time de primeira tanto na frente quanto por trás das câmeras. O elenco é encabeçado pela incrível Olivia Colman e as ganhadoras do Oscar Rachel Weisz e Emma Stone que dão um show de atuação durante todo o filme e mostram o motivo de todas as indicações durante essa temporada de premiações. O elenco também conta com nomes como Nicholas Hoult, James Smith e o sensacional Mark Gatiss.

Rachel Weisz e Olivia Colman no filme A Favorita. Foto por Atsushi Nishijima. © 2018 Twentieth Century Fox Film Corporation

A fotografia indicada ao Oscar é assinada por Robbie Ryan e também é impecável desde as cenas mais claras no jardim da propriedade enquanto Abigail e Sarah praticam tiro até as cenas mais escuras dentro do castelo onde podemos acompanhar a dor e sofrimento da rainha Anne. O filme em diversos momentos também usa lentes grande-angulares tão extremas que de início podem causar um estranhamento devido ao aspecto ‘olho de peixe’ mas que com o passar do tempo você acaba se acostumando.

A Favorita é mais uma adição na crescente lista de filmes incríveis dirigidos por Lanhimos e é sem dúvidas um dos meus filmes favoritos nessa temporada de premiação. A Favorita chega oficialmente hoje, 24 de Janeiro de 2019, aos cinemas de todo o país.

16/11/2017

Na Telona :: ‘Liga da Justiça’ #63

Oi, gente. Tudo bem?

Nesta terça-feira, eu e Well participamos de mais uma cabine de imprensa em parceria com a Espaço/Z. Eu aqui em Porto Alegre e Well em Brasília assistimos Liga da Justiça, que é provavelmente um dos filmes mais aguardados do ano. Vamos conferir?!

FILME: Liga da Justiça
TÍTULO ORIGINAL: Justice League
DIRETOR: Zack Snyder
DISTRIBUIDORA: Warner Bros.
DURAÇÃO: 2h00min
LANÇAMENTO: 15 de novembro de 2017
CLASSIFICAÇÃO: 12 anos
GÊNERO: Ação
SINOPSE: Impulsionado pela restauração de sua fé na humanidade e inspirado pelo ato altruísta do Superman (Henry Cavill), Bruce Wayne (Ben Affleck) convoca sua nova aliada Diana Prince (Gal Gadot) para o combate contra um inimigo ainda maior, recém-despertado. Juntos, Batman e Mulher-Maravilha buscam e recrutam com agilidade um time de meta-humanos, mas mesmo com a formação da liga de heróis sem precedentes – Batman, Mulher-Maraviha, Aquaman (Jason Momoa), Cyborg (Ray Fisher) e Flash (Ezra Miller) -, poderá ser tarde demais para salvar o planeta de um catastrófico ataque.

Após os eventos de Batman vs. Superman, a população está assustada. O Superman está morto e o caos está reinando nas ruas. A culpa ainda assola o Batman, mas ele tenta proteger sua cidade como fazia anteriormente. Isso até uma nova ameaça surgir em seu caminho e fazer ele precisar de toda a ajuda possível.

O Lobo da Estepe, uma criatura mítica, quer reunir as três Caixas Maternas que podem provocar o fim do mundo. Anos antes, homens, atlantes e amazonas lutaram contra o vilão e conseguiram detê-lo. Após a vitória, cada povo ficou responsável pela proteção de uma caixa.

Quando as caixas dos atlantes e das amazonas são levadas, a proteção da caixa dos homens é o foco dos heróis. Para ajudá-lo, Batman recruta sua nova aliada, Mulher Maravilha, e também os novatos Aquaman, Flash e Cyborg. Entretanto, o mal que ronda Lobo da Estepe é tamanho que mesmo juntos esses heróis talvez não consigam detê-lo.

Assim, Batman tem a ideia de usar o poder da Caixa Materna restante para trazer o Superman de volta à vida, o que vai contra os princípios do restante da recém formada Liga. Mas quando o destino da humanidade está em jogo, não vale a pena correr riscos se for para salvá-la?

Querem saber o que vai acontecer? Então corram pro cinema mais próximo!

***
Há cerca de 4 anos a Warner lançava o filme O Homem de Aço e trazia de volta as telonas o tão amado Superman. Alguns anos depois, a produtora decidiu que já estava na hora de trazer seus heróis para um universo compartilhado e acabou lançando o divisor de opiniões Batman v Superman, que mesmo recebendo diversas críticas negativas em sua versão de cinema, ainda assim foi capaz de mostrar que a DC também tinha força para fazer o que a Marvel já vem fazendo há anos.

A força desse universo compartilhado que ainda está tentando descobrir qual caminho seguir se mostrou gigante com o sucesso de Mulher-Maravilha que arrecadou mais de USD 820 milhões e colocou as expectativas para Liga da Justiça nas alturas

O filme que estreia hoje nos cinemas de todo o Brasil trouxe uma pegada completamente diferente de Batman v Superman mesmo sendo dirigido pela mesma pessoa. O filme perdeu aquela pegada mais obscura, em todos os sentidos, ao não tentar se levar tão a sério e ao perder o “filtro Snyder” que deixa tudo mais sombrio e desagrada muitas pessoas (o que não é o nosso caso). Liga da Justiça leva para a tela um filme mais leve e recheado de piadas que por sinal foram muito mais bem colocadas do que certos filmes de uma outra produtora cof Guardiões da Galáxia Vol. 2 cof.

Os atores parecem estar bem mais confiantes e seus papéis e isso reflete claramente em seus personagens, porém é exatamente aí que alguns problemas começam a aparecer. Com pressa de acompanhar sua maior concorrente e lançar um filme com seus principais heróis trabalhando lado a lado a DC acabou se precipitando e lançou o filme um pouco antes da hora.

Assim como aconteceu com Batman v Superman, Liga da Justiça é um filme bem competente mas que infelizmente foi lançado no momento errado, pois mesmo estando familiarizados com todos os heróis presentes em tela, o que pode não ser o caso de todo mundo, durante praticamente todo o filme ficou uma impressão de que aqueles personagens (Aquaman, Cyborg e Flash) não deveriam estar alí pois não fomos devidamente apresentados a cada um deles.

Liga da Justiça pode não ser o melhor filme do ano mas com certeza cumpre o principal objetivo de qualquer filme que é te manter entretido durante as duas horas que você permanecerá na sala de cinema.

Beijos e até a próxima!

06/07/2017

Na Telona :: ‘Homem-Aranha: De Volta Ao Lar’ #62

Oi, gente. Tudo bem?

Esta semana participei de mais uma cabine de imprensa aqui em Brasília, em parceria com a Espaço/Z, e vim contar para vocês o que achei do filme em questão, que chega hoje aos cinemas de todo o país. Vamos conferir?!


Filme: Homem-Aranha: De Volta Ao Lar
Título Original: Spider-Man: Homecoming
Diretor: Jon Watts
Distribuidora: Sony Pictures
Duração: 2h13min
Lançamento: 06 de julho de 2017
Classificação: 12 anos
Gênero: Aventura
Sinopse: Peter Parker/Homem-Aranha ficou muito empolgado em ter ajudado Homem de Ferro e companhia na Guerra Civil. Ele precisa manter sua identidade em segredo enquanto tenta levar uma rotina comum na escola e na casa onde mora com sua tia, May. Mas com a chegada de Vulture, Peter, sua tia e a população de Nova York ficam em perigo.

Homem-Aranha: De Volta ao Lar era com certeza um dos lançamentos de 2017 mais aguardados por mim. O herói se tornou um dos meus favoritos há mais de uma década, quando o primeiro filme da trilogia do Sam Raimi foi lançado lá em 2002. De lá para cá, Peter já tinha sido levado às telonas cinco vezes e por dois atores diferentes, sendo que a última dessas adaptações conseguiu ser nada mais nada menos que um terrível desastre.
Quando um novo reboot foi anunciado pela Sony, os fãs do cabeça de teia não conseguiram esconder a animação, mas também precisaram lidar com a preocupação que veio com ela. Quando anunciaram que a Marvel estaria envolvida no projeto, muitos fãs conseguiram se acalmar um pouco, mas como (para mim) alguns dos últimos filmes do Universo Cinematográfico Marvel deixaram muito a desejar, a minha preocupação só aumentou.

Dessa vez nós fomos apresentados a um Peter Parker mais jovem, com problemas de um verdadeiro aluno do ensino médio. Ele precisa chegar a escola no horário, ir ao baile, participar de um decatlo acadêmico e tudo isso enquanto ele também age como o Homem-Aranha, que é exatamente o que faz com que as pessoas se identifiquem com o personagem há tantos anos e consequentemente faz dele um dos personagens mais amados do Universo Marvel.

Tom Holland (O Impossível) consegue interpretar ambas as faces do personagem com perfeição, balanceando muito bem o lado mais inseguro, puro e inocente de Peter com o lado mais confiante e corajoso do Homem-Aranha. O ator é com certeza um dos motivos que fizeram esse filme o melhor filme do personagem em 13 anos.
O outro motivo foi a decisão de não cometer o mesmo erro de O Espetacular Homem-Aranha e fazer mais um filme de origem seguindo a mesma formula usada em 2002. Nessa nova abordagem eles optaram por seguir uma fórmula já batida mas que ainda não havia sido utilizada em filmes do gênero: o filme de colegial. Essa decisão pode não agradar aqueles que adoram a fórmula utilizada pela indústria cinematográfica há décadas, pois durante a maior parte do longa quem está em cena é o Peter lidando com assuntos de adolescentes comuns mesmo após ter lutado ao lado dos Vingadores.

Um dos pontos que mais aguçou a ansiedade dos fãs foi a estréia do Abutre na telonas. O vilão, que seria abordado no falecido Homem-Aranha 4 (R.I.P.), é interpretado em De Volta ao Lar pelo incrível Michael Keaton (Birdman) e tem uma profundidade dificilmente encontrada em vilões hoje em dia.
O restante do elenco também foi super bem escolhido. Marisa Tomei foge completamente do que imaginamos quando pensamos na tia May mas mesmo assim conseguiu encarnar a personagem muito bem. Jacob Batalon que interpreta Ned, melhor amigo de Parker, nos presenteia com um personagem extremamente engraçado mas que em momento algum passa do limite ao ponto de se tornar algo forçado. Para mim o único problema com escolha de elenco foi a decisão de colocar a atriz Zendaya para dar vida a uma personagem com pouquíssimo tempo de tela e vender o filme como se ela fosse alguém de extrema importância.
Talvez um dos pontos negativos do filme é que embora ele seja surpreendentemente bom, a falta de profundidade na história deixa muito claro que ele foi feito apenas para dar as boas vindas oficiais ao personagem e criar uma ponte para que a história pudesse prosseguir após os acontecimentos de Guerra Civil. Isso fica mais claro se compararmos com os dois primeiros filmes da trilogia do Sam Raimi, onde algumas cenas fazem com que você se sinta conectado ao personagem de uma forma mais intensa.
A música do filme foi composta por Michael Giacchino (Rogue One: Uma História Star Wars), e embora ela não se compare a de Danny Elfman, ela é com certeza uma das melhores entre os últimos lançamentos da Marvel.

Homem-Aranha: De Volta ao Lar é com certeza um dos maiores acertos do Marvel nos últimos anos e merece ser assistido por aqueles que acompanham o herói há anos e também por aqueles que chegaram agora nesse universo e ainda não teve a oportunidade de conhecer o cabeça de teia.

01/06/2017

Na Telona :: ‘Mulher Maravilha’ #61

Oi, gente. Tudo bem?

Esta semana participei de mais uma cabine de imprensa aqui em Brasília, em parceria com a Espaço/Z, e vim contar para vocês o que achei do filme em questão, que chega aos cinemas de todo o país hoje. Vamos conferir?!


Filme: Mulher Maravilha
Título Original: Wonder Woman
Diretor: Patty Jenkins
Distribuidora: Warner Bros.
Duração: 2h21min
Lançamento: 01 de junho de 2017
Classificação: 12 anos
Gênero: Aventura
Sinopse: Treinada desde cedo para ser uma guerreira imbatível, Diana Prince nunca saiu da paradisíaca ilha em que é reconhecida como princesa das Amazonas. Quando o piloto Steve Trevor se acidenta e cai numa praia do local, ela descobre que uma guerra sem precedentes está se espalhando pelo mundo e decide deixar seu lar certa de que pode parar o conflito. Lutando para acabar com todas as lutas, Diana percebe o alcance de seus poderes e sua verdadeira missão na Terra.

Ao contrario de muitas pessoas, pra mim Batman vs. Superman foi o melhor filme de super-herói de 2016, então a minhas expectativas para o primeiro filme solo da heroína mais icônica da história estavam extremamente altas, e posso garantir que quase todas elas foram alcançadas.

O filme logo no início me pegou de surpresa ao nos mostrar Diana Prince entrando no Louvre nos dias atuais, o que me deixou bastante preocupado pois logo imaginei que o filme iria continuar de onde BvS parou. E embora isso realmente aconteça para nos deixar cientes da continuidade do universo DC, rapidamente somos levados em uma viagem ao passado e conhecemos a origem de Diana.

Nascida e criada em Themyscira, a filha de Hippolyta e princesa das Amazonas sempre teve uma paixão especial pela luta, mas por ser a única criança da ilha e filha de uma rainha super protetora, nunca teve a oportunidade de receber um treinamento de verdade. Temendo que um dia seja necessário uma batalha para defender sua ilha da a fúria de Ares, o deus da guerra, a general Antíope decide treinar a garota sem que sua mãe saiba.

Após anos de treinamento, Diana, que agora se tornou uma guerreira invencível, se depara com um homem que acidentalmente chegou em sua ilha. Esse homem é o piloto Steve Trevor, um espião americano infiltrado no exercito alemão para descobrir seus planos e dar um fim nessa guerra que está se espalhando pelo mundo.

Convencida de que Ares é quem está por trás de todo esse terror, Diana decide deixa a ilha e ir a terra para tentar acabar de vez com todas as guerras. Lutando pela primeira vez ao lado de homens, Diana embarca em uma aventura que revelará todos os seus poderes e seu verdadeiro destino.

Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de assistir!

Como falei anteriormente, Mulher Maravilha é a primeira adaptação solo da heroína para os cinemas. Essa espera de mais de 20 anos desde o anúncio da primeira possível adaptação dos quadrinhos foi devidamente recompensada nesse longa.

A direção de Patty Jenkins (Monster – Desejo Assassino) é espetacular. Ela consegue deixar claro a paixão que sente pela heroína ao abordar com tanto facilidade as diversas faces da princesa. A diretora conseguiu ainda aproveitar as mais de 2 horas de filme sem deixar que o filme ficasse arrastado, o que foi uma das maiores críticas a BvS.

A atuação de Gal Gadot é com certeza o ponto mais alto desse filme. A atriz israelense conseguiu encarnar a personagem como nenhuma outra atriz conseguiria. Talvez isso tenha acontecido por causa do seu treinamento no exército israelense por mais de 2 anos ou por seu sotaque que só acrescentou a personagem, mas a atriz consegue nos deixar claro que ela é a Mulher Maravilha em todos os momentos, até mesmo quando não está usando seu clássico traje vermelho e azul.

Chris Pine, que no ano passado já tinha me surpreendido com seu papel no incrível A Qualquer Custo, também não deixou a desejar. O ator, que mostrou possuir um química espetacular com a protagonista, consegue manter um equilíbrio perfeito ao mostrar a todos que está presente em cena mas sem em momento algum tentar roubar o holofote para si.

O longa tenta seguir ao máximo aquele padrão de filmes de super-heróis, mas ao mesmo tempo consegue colocar um pouco de personalidade. Isso fica absurdamente claro durante as piadas espalhadas pelo filme. Todas elas foram colocadas em locais extremamente apropriados e nenhuma delas soa como um tentativa falha de se igualar aos filmes da Marvel.

A trilha sonora ficou sob a responsabilidade de Rupert Gregson-Williams (embora eu tenha pensado durante todo o filme que a trilha era do Hans Zimmer) e novamente foi algo certeiro. Todas as músicas absolutamente bem colocadas fazem com que o ar épico do filme fique ainda mais evidente e envolvente.

O filme obviamente possui alguns pontos que não me agradaram, tais como o uso excessivo de CGI durante o terceiro ato e a motivação da personagem também durante o terceiro ato e que vai contra praticamente tudo que foi defendido durante o filme, mas nada que vá afetar significativamente a qualidade do longa.

Mulher Maravilha é um filme que agradará desde os fãs da heroína até aqueles que nunca se aventuraram nesse universo dos quadrinhos mas que adoram um filme com uma personagem principal feminina e empoderada.