sobre livros e a vida

11/05/2014

Aleatoriedades e um café, por favor #23 – Querida Mamãe.

Olá, mates!

Tudo bem?

Querida Mamãe. 

Em algum lugar desse planeta longe demais fisicamente, mas sempre perto no coração, 10/05/2014
Querida mamãe, 

Queria te escrever algo especial no seu dia. Foi então, que me dei conta, que todos os dias são seu. Mas, a vontade continuou em mim, que nem aquela pulguinha do desejo por algo desconhecido. No entanto, eu sabia muito bem o que eu queria. Escrever. ‘Novidade’ você deve ter dito. Mas, não. Dessa vez não quero escrever um dos meus contos contemporâneos sobre a vida ou um dos meus romances dramáticos. Quero escrever sobre você – e de todas as outras incríveis pessoas que possuíram esse particular e incrível papel de ser ‘mãe’.

Alguns tem a sua todos os dias.
Outros só de vez em quando. Vidas separadas pelo cotidiano. Distância pode ser uma vadia.
Alguns tem, mas é como se não tivessem. Uma pena.
Alguns tem, mas não é bem a mãe, sabe? Pode vir na forma de um pai, uma irmã, um tio, uma avó, um padrinho, uma madrasta.
Alguns não tem, perderam por causa da vida, e fariam tudo para a terem de volta, nem que fosse por mais um minuto.

Eu tenho sorte.

Eu tenho você.

Minha mãe e melhor amiga desde o primeiro segundo que você pressentiu que eu havia entrado em sua vida. Nos primeiros meses pode não ter sido muito prazeroso, eu hoje em dia sei o que as mães sofrem no processo de terem um filho, mas há os momentos bons e nesses, eu senti o seu amor, por mim, e você nem me conhecia ainda, nem sabia qual seria meu nome, se eu seria uma garotinha ou garotinho, ou quem sabe, dois, três, quatro – papai desmaiaria se passasse desse número –  e quem eu seria como pessoa. No entanto, desde o primeiro contato você sabia quem eu era, o que eu queria e como seria o nosso futuro. Vidas passadas? Intuição materna? Destino? Não saberemos, pelo menos, não ainda, talvez, um dia, mas uma coisa eu sei, tinha que ser assim.
Eu aqui e você aí.
Filha e Mãe.

Posso estar sendo clichê, mas acredito que temos o tipo de relacionamento que diria ser raro.
Perfeito? Nunca. Brigamos, discutimos, ficamos sem nos falar … No máximo por dois minutos ou até alguma coisa incrível acontecer, mesmo não sendo tão extraordinário, que faça uma ligar para a outra porque precisa dividir aquilo com ela.
Ah, ligações! Você no seu trabalho, me liga nos momentos menos esperados para falar daquela fofoca ou comentar aquele episódio sobre aquela série que assistimos juntas – quando dá. Eu, do meu, te ligo para falar daquela fofoca sobre alguma celebridade da moda ou fofocas da novela que adoramos odiar.
Coisas saudáveis para qualquer ser humanos.

Podemos ser amigas, do tipo que assisti séries e filmes juntos, que dividi músicas e livros, que faz um top de homens mais bonitos do mundo e que, curiosamente, tem assunto para ser colocado em dia até 2025, mas você sempre será minha mãe em primeiro lugar.

Aquela que me aconselha.
Aquela que me deixa cometer umas burradas para que eu aprenda – sozinha – com a vida.
Aquela que vibra quando revelo que estou apaixonada. 
Aquela que faz uma festa quando conquisto aquilo que tanto almejava.
Aquela que me ajuda a planejar novos sonhos.
Aquela que me dá bronca, mas deixa claro que não está me depreciando, apenas tentando me mostrar os meus erros que eu, teimosamente, insisto em cometer.
Aquela que chora, mesmo que escondido, quando eu sofro alguma injustiça ou simplesmente, me encontro triste.
Aquela que adivinha que estou apaixonada só pelo meu olhar, sorriso e músicas que escuto. É, posso ser óbvia a esse ponto.
Aquela que me abraça exatamente quando preciso.
Aquela que diz aquilo que ninguém mais poderia dizer.
Aquela que é minha mãe.

Sabe, podemos ter um milhão de amigos, milhares de parentes perdidos e achados pelo planeta, uma centena de pretendentes, uma dezena de namorados, mas apenas um grande amor, um pai e uma mãe.

Agora percebe a sorte que eu tenho, por ter você?
Um dia, num ano de 365, é muito pouco.
Obrigada por ser minha mãe
Só por existir, você merece parabéns todos os dias.

Ann deseja um Feliz Dias das Mães a todas as mamães desse Universo – e pede que vocês deem um abraço nelas por ela.

28/09/2013

Aleatoriedades e um café, por favor #16 – Perdida nas Escolhas

Hey, Tchucos 🙂

Tudo bem com vocês?

                                                 

Perdida nas Escolhas
Tomando
café na varanda, sentindo um dia de verão, mesmo estando em plena primavera,
28 92013 

Eu menti para você.
Quando lhe enviei a primeira carta, legando que estava sentindo saudades do que
tínhamos e tal, era uma grande mentira. Há um motivo maior por trás do envio
daquela primeira carta – e em conseqüência todas as outras.
Você pode ficar furioso, mas …
Eu preciso lhe contar a verdade, então leia isso até o final, por favor.

Eu escolhi.

Eu sei,
vaga a minha resposta, mas tem toda uma história por trás dessa escolha que me
fez chegar ao envio da carta a você.
Tudo começou em um dia de sol, era verão, as pessoas saiam na rua com suas
roupas leves, toalhinhas em punhos para afastar o suor e com olhares em busca
de uma brisa gélida que fosse para lhe refrescar. Eu caminhava naquela rua
imune de tudo aquilo. Se estiva sol ou chuva, pouco me importava, eu só queria
que aquele dia, como os outros, terminassem.
Naquela tarde foi a minha primeira sessão de terapia.
Eu escolhi freqüentar um terapeuta por motivos óbvios.
Não posso lhe dizer hoje, se tem funcionado, mas que estou muito mais aberta a
falar de meus sentimentos, estou. Cheguei ao ponto de recomendar as minhas
amigas mais perdidas, como eu, a freqüentarem um, claro, não o meu, pois ele é
só meu. Odeio dividir achados.

Eu o chamo de Holmes, escolha minha também que ele aceitou sem torcer o nariz.

Eu e Holmes
falamos de tudo um pouco.
Tudo que eu precisava, alguém com quem pudesse falar abertamente sobre o que me
desse na telha, sem ser julgada, apenas questionada, mas nunca apontada,
humilhada ou acusada por tais pensamentos. Quando contei a ele sobre o meu
desejo do mundo simplesmente acabar, como os Maia tanto previram e não
aconteceu, ele assentiu, concordando com a minha visão rebuscada sobre um novo
mundo. Sabe o que houve quando eu contei isso aos meus amigos? Eles pularam em
cima de mim feito uma horda de zumbis com seus iphones em mãos, sapatos de
marcas, corpos fissionados no que é atraente e olhos psicodélicos.

Mas que droga, Holmes! Eu disse naquela sessão, irritada. “Estamos
vivendo em uma falsa liberdade de expressão e isso é uma droga. Dizem que
podemos falar, pensar e sentir o que desejamos, até mesmo postar isso em
jornais, revistas, blog’s, twitters e tumblr, mas na hora H, na hora de ser
lido e observado como uma opinião, as pessoas sabem apenas pular em cima da
pessoa com ofensas, os egos inflados e dedos apontados em riste gritando em
coro: Burn, Witch, Burn. Quando digo que quero que o mundo acabe é por causa de
gente assim. Cega de pensamento. Mente pequena, num mundo tão grande. E daí que
o John, dono da padaria da esquina é gay. O senhor não sabia? Pois bem, ele é
gay. E daí? Adoro ele, amo os pães que ele faz, o namorado dele, Adam, é um
amor de sujeito, os dois fazem um lindo casal. Mas tem gente que não vai mais
lá pois acha, nas palavras dessas pessoas: “pecado”. Mas oshe, e se for? O que
você, eu e sicrana tem a ver com isso? Se for pecado, isso é problema deles com
Deus. Mas vejo Deus como um homem tão tranqüilo que não consigo vê-lo
castigando duas pessoas só por se amarem. Se essa gente, que fica apontando
dedos para o que acham errado, jogasse essa energia no que realmente fosse
errado como a política bandida que temos, pais que trazem seus filhos ao mundo
e os largam, abandono de animais, pessoas sem um lar, injustiça … Nossa, com
certeza descobriríamos o que é essa tal de paz mundial.”

Pois é, eu nunca disse isso a ninguém, mas eu sonho com a paz mundial, mesmo
que ache a guerra necessária, mas é … eu quero a paz mundial.
Eu escolhi a paz mundial, mas num mundo onde as pessoas apenas falam o que
querem, mas correm na outra direção por medo de serem julgados, eu me encolhi
em medo.
Mas não mais …
Agora vou falar o que penso e sinto.
Eu escolhi assim.
Eu escolhi ser uma diarreia verbal tagarelante e ambulante.
Da mesma forma que Adam escolheu o John no meio daquela feira vintage ao sul da
cidade.do mesmo modo que eu escolhi aquele rapaz bonitinho da livraria como meu
próximo interesse amoroso ou como aquela senhora escolheu não amar mais ninguém
além dela mesma.
São escolhas. Independente se são certas ou erradas aos olhos de alguém o que
importa é que para nós, no momento que escolhemos, é o que nos cabe como certo.
Todos temos direitos infinitos sobre as nossas escolhas, mas isso não quer
dizer que devemos desperdiçá-las por ouvir fulano, ouvir sicrano ou por ouvir a
voz do medo.
São nossas escolhas, apenas nossas, ninguém tem nada a ver com isso, só você.

Holmes disse que eu precisava escolher entre um diário e você.

Bom, …

Você.

Um grande beijo, daquela que é sua pessoa hoje e sempre,

Ann

Ann nunca foi muito boa em escolher.

22/09/2013

Aleatoriedades e um café, por favor #15 – Dar e Fazer

Ciao, Folks 🙂
Tudo bem? 

                                             


Dar é fazer
Esperando o ônibus, 21/09/2013

Algumas
nascem para dar amor, outros para fazer.
Acordei com
essa frase hoje.
Não sei da onde surgiu, mas agora que está aqui, não quer me deixar.
Tomei banho, café da manhã, li o que achei de importante no jornal, conversei
com meus pais no telefone, respondi uma mensagem do meu melhor amigo, a frase
estava ali, sussurrante em meu ouvido, grudada em minha mente como um chiclete,
não daqueles macios e gostosos de mascar, que nos fazem esquecer da vida, mas
do tipo que é duro e que não desgruda, que a cada mascada parece que estamos
pagando uma penitência.
Quando a frase brotou em minha mente novamente estava no ponto de ônibus, a
encarei de frente, cheia de ginga e de marra, odiava ficar com essas frases sem
respostas em minha mente.
Sempre fui do tipo direta, essa coisa de deixar para depois é para gente
preguiçosa e com medo da verdade, prefiro mil vezes uma verdade dolorosa do que
uma mentira bem contada, sobre a preguiça … sempre gostei da preguiça, temos
uma relação de cumplicidade, logo, ela me deixa ser direta e eu a deixo me
dominar por pelo menos 2 hrs por dia.
”Que que foi, o que que há?”
”Que paranaue é esse o seu? Dar amor, fazer amor? O que você quer me dizer?”

O silêncio dominou minha mente.
Olha, é simples. Eu sempre acreditei que existe dois tipos de pessoas no mundo,
as que tem sorte e bem, as que não tem, e isso vale em todas as casas de nossas
vidas, principalmente a amorosa. Dar e Fazer.
É a isso que se resume o amor.
Tem pessoas que nasceram exclusivamente para dar amor.
Para se apaixonar por alguém, se dedicar a ela, ser a pessoa que ela necessita,
seja como amigo, irmão, namorado, que lhe de amor, paixão, felicidade, momentos
de risada e de choro, porque a vida é feita de tristeza para a felicidade valer
cada minuto de sua existência. Sabe aqueles filmes românticos, com cenas
apaixonadas no meio da chuva ou com passeios românticos em dias ensolarados?
Então, pessoas que nasceram para dar amor irão viver esse tipo de momentos,
irão em seus momentos finais relembras deles com sorrisos nos lábios, olhos
brilhantes e um coração agitado. Pessoas que nasceram para fazer amor nasceram
para viver um amor que transcenderá os tempos.

Agora, tem
pessoas que nasceram para dar amor.
Selvagem,
com puxões de cabelos, gritos, beijos nos ombros, mãos nos quadris alheio, apertando,
sentindo, corpo colado e montado no outro, costas grudadas na parede,
arranhões, chupões, tudo com –ão. Tudo grande, tudo intenso, tudo … agora.
Quem faz amor, vive isso continuamente, capítulo por capítulo.
Quem dar amor, faz agora. Nada de amanhã, pois isso pode não existir.
Fazer, nós fazemos com alguém que não é transitório, alguém que está entre nós
há muito tempo, um grande amor que se tornou uma pessoa indispensável em sua
vida: um amigo, um amante.
Dar, é como um romance de banca. Nós lemos cada página querendo viver aqueles
amores cheios de intensidade e paixão, queremos dar o nosso coração àquele cara, dar nosso corpo, dar nossa alma, suspiro, palavras, gritos, berros, mas na vida real, quando olhamos ao
nosso arredor, queremos o amor, queremos … fazer.
Então,
seria no fundo, o dar apenas um caminho para fazer?
Ou o
contrário?
Ou nada
disso faz sentido e estou apenas entediada nesse dia de sol divagando sobre o
nada com o tudo.
Um grande
beijo, daquela que é sua pessoa hoje e sempre,

Ann 

A autora não sabe se faz ou dá.  

31/08/2013

Aleatoriedades e um café, por favor #13 – Do Outro Lado do Mundo

Hey, folks 🙂

Tudo bem?





Do Outro Lado do Mundo
No Brasil,
você em algum lugar, no dia 27/08/2013

E se tem que ser assim?
Eu aqui e você aí, do outro lado do mundo?
Me pergunto isso nesse momento, mas penso isso há muito tempo, pois percebi que
entre milhões de pessoas você está com outro alguém nesse instante ao qual
escrevo isso, talvez rindo, talvez chorando, talvez sendo completamente feliz,
sem se quer sentir a falta de um outro alguém, desconhecido, que talvez esteja
escondido o mais próximo que você imagina, ou só talvez, essa pessoa seja eu,
escondia a quilômetros de distância com oceanos e países no caminho,sendo
obstáculos, quer dizer, seria um obstáculo ou um desafio, ou talvez, a vida
queira assim?!
Sabe, quer que vivemos nossas vidas separados, pois saibam que juntos ou no
mesmo estado/pais/região não conseguiríamos alcançar o que almejamos, pois de
algum modo soturno nos encontraríamos feito imãs.
Bom, eu estou aqui, pensando em como seriamos perfeitos como ‘nós’ e você nem
ao menos sabe que eu existo, como outras milhões de pessoas, o que deveria ser
importante também,mas só é importante você e agora me pego pensando, e se eu
não soubesse que você existe? 
Essa idéia me deixou seu ar um pouco …

Eu …
Eu
continuaria almejando você. Você pode ser o que para mim eu considero de mais
perto de alma gêmea, então mesmo sabendo que você não é real ou que
provavelmente levou um raio na cabeça quando tinha uns 15 anos o que o
desintegrou e afastou a minha outra metade de mim, eu iria buscar em você, em
cada corpo vivo, rosto, olhar … e um dia eu iria te encontrar, seja aqui ou
do outro lado.

Se acontecesse nossa história seria como um conto de fadas, não é?
Eu, a garota normal e você, um grande alguém.
Nossos mundo se colidem com um encontro inesperado no meio de uma rua, dentro
de uma loja, em uma festa, numa troca de olhares num parque.
Imagina nosso amor seria como um daqueles romances que preenchem as almas dos
românticos ou tórridas paixões de romances joviais, mas amores assim não
acontecem … na vida real, na minha vida.
Isso é o mundo de Alice dentro de minha cabeça, mas posso sonhar, enquanto isso
for de graça, você viverá em minha mente, quem você é e me completa.

Você, aí, talvez e apaixone e se case com alguém do seu mundo, tenha filhos,
seja feliz por completo, morra com 89 anos de um enfarte porque você sempre foi
teimoso e ficou comendo escondido gordura daquelas cebolas empanadas que eu
sempre disse que te mataria um dia. Eu? Talvez eu me case com algum escritor,
fã de My Chemical Romance, talvez ele me complete e eu a ele, talvez … talvez
eu nem case ou me apaixone, vai saber …

Amar é difícil, é caro demais para o coração e escasso hoje em dia, por isso eu
devo aceitar tão bem não ter alguém, porque antes de vir para cá eu deva ter
optado assim, viver longe de você, vendo o conseguir tudo que almeja com um
outro alguém do seu lado, enquanto eu faço o mesmo aqui, mas sem você, pois eu
sabia que se você optasse por isso, você não seria feliz por completo, pois
sempre me buscaria e nunca viveria, eu devo ter escolhido assim, na realidade,
isso é muito a minha cara, ser a mártir, até no amor, já eu … eu sei que você
existe, por mais que eu te busque, saber que você está aí em algum lugar a
minha espera – ou não – e a qualquer instante podendo entrar na minha vida – ou
não – como num conto de fadas me mantém completa e esperançosa, e talvez nossa
história deva ser assim. Você feliz com alguém e eu te esperando …
Almas gêmeas?

Talvez, um dia iremos descobrir, mas até lá … te vejo do outro lado.

Ann

A autora não sabe onde você se encontra, mas mal pode esperar para te
encontrar, baby. 

10/08/2013

Aleatoriedades e um café, por favor #12 – Meu Cavalheiro Inexistente

Olá, Folks 🙂
Tudo bem com vocês?

Em um tempo no qual o mundo era eu e você, data não encontrada.

Meu cavalheiro inexistente,
durante a nossa jornada, na qual eu o conheci e me apaixonei avassaladoramente
por você, descobri muito sobre o mundo, as pessoas e a vida, sentada naquela
antiga mesa de mogno, escrevendo a mão toda a nossa jornada, a pena falha e
preciso retomar o ar para conseguir acalmar meu coração e continuar a escrever
nossa jornada – e a deles.
Lembro que em um dos capítulos escrevi sobre o trabalho, desconhecido, que eu
estava a vivenciar ao escrever nossa jornada, e através dele descobri algo que
me moveu até o fim dessa trilha chamada viver. Aprendi que escrever é uma arte
de criar histórias que nascem do nada, e delas descobrimos a vida em tudo, e
nas páginas elas retomam esse sentimento, e quando você percebe o mágico que é
isso, nota, que o que você acredita saber, é nada, e que o nosso mundo pode ser
eternizado por uma pena.

Se você está lendo essa carta, é por um simples e
existencial motivo, minha jornada, aqui, termina, mas não quero que chores ou
pense em luto pela minha partida, quero que vivas, quero que leia esta carta e
se lembre do homem, que corajosamente lutou com cavalheiros, quando sabia que o
fim estava próximo, que foi salvo por um cavalheiro desconhecido, e mesmo não
tendo sido um “cavalheiro” com esse senhor que o salvou, você o levou em sua jornada,
e foi um dos poucos “homens” que conseguiam se entender com você, mais tarde o
descobriu como uma mulher e se apaixonou por ela, a vendo como igual, sem a
rebaixar por ser uma mulher, isso por que ela, já o tinha em seu coração. Outro
a quem você tinha muito apreço era Rambaldo, lembra dele? Ele sabia como eu o
amava, e mesmo assim, não tinha ciúmes nem tentou roubar o meu coração para
ele, sabendo que jamais seria dele, após ter te conhecido, e mesmo assim, ele
te respeitava, e o via como um mentor, um guerreiro a quem se basear e seguir.
Salvou Sofronia daquele cruel Sultão como um herói, e foi um grande herói.
Nunca me esquecerei de Gurdulù, como sei que você também não, seu escudeiro,
aquele que era o seu oposto, mas sempre estava ao seu lado, como um fiel
companheiro e amigo. De modo honroso, ajudou um homem a encontrar a sua
verdadeira dinastia, indo de encontro àquela que acreditava ser sua mãe, e no
fundo, achou uma meia irmã, mesmo assim, uma família, um nome, um lugar a qual
pertence.
Leia a nossa jornada.
A escrevi, em momentos com muito esforço, em outros,
sentindo que o ar me faltava por sentir que estava vivendo aquele momento mais
uma vez, vivendo naquele mundo mais uma vez, no entanto, ao concluir, vi que
havia deixado naquelas folhas não apenas a nossa heróica jornada, mas a nossa
história. Hoje eu parto, mas vivo naquelas páginas, como você e todos os nossos
amigos. Quando sentir saudades de mim, não chore, mas leia aquelas páginas,
como nos conhecemos e nos amamos se encontra tudo ali, e eu viverei novamente,
em seu coração.
E meu cavaleiro inexistente, não deixe de seguir suas jornadas, mesmo com minha
partida, existem outros homens, mulheres e crianças que precisam de sua
bravura, de seu sarcasmo, irritabilidade, e acima de tudo, de sua humanidade.
Faça novas jornadas.
As escreva, e passe adiante para que o mundo conheça a sua história.
E eu o estarei acompanhando, de algum lugar celestial, ou simplesmente, em seu
coração ou na ponta de sua pena.
Um dia voltaremos a nos ver,
Bradamante*.

* Bradamente é protagonista do livro “Il Cavaliere Inesistente” (1959), do autor italiano Italo Calvino.

Ann acredita no amor.

***
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03/08/2013

Aleatoriedades e um café, por favor #11 – Viver Sem Tempo

Hello, folks 🙂
Tudo bem?

Viver Sem tempo

Não sei nem onde estou, pois estou sem tempo de olhar se quer para o lado, no
dia 03/08/2013
Estou sem tempo.
Uma amiga virou para mim com um olhar sábio, olhos de quem
dormiu às 8 horas de sono recomendadas pelos melhores médicos e um sorriso
jovial: Você faz seu tempo. Se você está se sentindo sufocada, é
porque não está sabendo administrar TODO o tempo que você tem
.
Que todo tempo, menina? Me diz aonde na minha vida existe
esse TODO tempo? Porque eu não to vendo!
Respondi, a olhando nervosa, cheia de livros e textos
para ler, com milhões de afazeres em casa, na rua, no trabalho, na
Universidade, até em um Colégio, na esquina de casa, eu tinha uns afazeres, e
já sai do colégio há muito tempo.
Eu mal tenho tempo para pentear os meus cabelos, agora
faço um nó e digo que é um coque chique para a vida social e aí das pessoas se
não acreditarem, minhas blusas nem passo, uso o mesmo coturno há semanas e o
mesmo vale para a minha jaqueta de couro, maquiagem? Faço dentro do ônibus,
espelho é luxo hoje em dia, comer? As vezes um fast food, as vezes um copo de
yogurt, as vezes nem isso.
Gente, eu realmente estou sem tempo, não é falta de
organização ou exagero de minha parte, eu não estou parando por nenhum segundo,
nem para dormir, porque quando durmo, minha mente é tomada pelos afazeres que
preciso realizar e adivinhe só? Eu as faço em meus sonhos, ou seja, nem
sonhando, eu consigo relaxar ou ter tempo.

Falta de tempo deveria ser doença, mas também deveria ser algo benéfico. Eu
escuto tanta gente falando que odeio estar ocupada sem tempo, mas eu gosto, por
mais que eu reclame que não tenho tempo para as minhas coisas, estar ocupada
quer dizer uma coisa: que eu estou em movimento. Seguindo com minha vida.
Caminhando na minha jornada ou o famoso: seguindo em frente. Viver sem rotina é
como se permitir, quando você vive em rotina, em algum momento, ao perceber
isso, você notará que sua vida está estagnada, como se você vivesse dentro de
uma caixa sabe? Você, sua vida e seu ciclo de amizades/ familiares vivem ali
dentro com você, não há caminhos, opções ou oportunidades inesperadas. É como
quando terminamos um relacionamento de anos com aquela pessoa, você a vê
seguindo em frente e você continua ali, na porcaria da sua vida, vivendo tudo que
vocês passaram juntos e se proibindo de se permitir viver o inesperado, e se
prendendo as migalhas do que restou de seguro daquela velha rotina. Isso, essa
é uma ótima forma de descrever a vida com e sem rotina: 
Com = Segurança

Sem = Inesperado, o Surpreendente, a Vida

A minha falta de tempo não é para algo especifico. Ta, isso pode ser uma
mentira, mas vejamos de um modo geral, tudo bem?
Minha falta de tempo é para tudo. Não tenho tempo para comer, pentear meus
cabelos, estudar, comer, tomar banho, conversar, sentar, ouvir música, pensar
… E assim vai, várias ações em verbo infinitivo deixando claro a
intensificação da situação. E essa minha amiga, me diz que é tudo questão de
ponto de vista, organização e controle. Mais controlada e organizada que sou,
impossível, se eu não fosse, não conseguiria encaixar tempo para tantas coisas
que preciso fazer. Tudo bem, esqueço de encaixar nesse meio tempo os afazeres
essenciais, mas as vezes precisamos nos sacrificar para conseguir seguir o
modelo de vida que desejamos. Eu, por exemplo, odeio rotina, estou reclamando
que estou sem tempo, mas estou amando essa minha vida agitada, cheia de coisas
novas para fazer diariamente, várias pessoas me ligando e mandando mensagem
pois precisam de minha ajuda, e eu tendo que me virar em duas para conseguir
corresponder a expectativa de todos, talvez seja essa parte ruim disso tudo, a
pressão e é por isso que estou me sentindo tão sufocada pela falta de tempo que
estou vivendo, pois sinto que uma falha minha e tudo vai desmoronar, mas eu
gosto dessa falta de rotina. Rotina é chato. Tedioso. Sem vida. Todos os dias
ir ao mesmo lugar, viver as mesmas situações, claro que tem seus diferenciais,
às vezes conhecemos alguém, às vezes vemos algo diferente, mas não é uma coisa
de movimento, Rotina é uma linha de nylon reta, que nem uma brisa a balança.
Viver sem rotina é uma linha de nylon, que está reta, mas é de qualidade ruim,
então se você pisa com força, ela arrebenta, você desaba na incerteza e no
inesperado. Viver sem rotina é viver fora da caixa, jogada ao inesperado. 
Tem coisa mais maravilhosa? Viver sem rotina é como se apaixonar, confuso, sem
segurança alguma, sem tempo se quer para pensar em outra coisa, apenas naquela
pessoa, mas isso é assunto para outra carta …

Talvez, eu só precise de um tempo.
Um grande beijo, daquela que é sua pessoa hoje e sempre,
Ann

Ann está vivendo fora da caixa e em busca de alguém para acompanhá-la nessa
trajetória, e está vivendo a base de café.

***
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