sobre livros e a vida

20/10/2015

Aleatoriedades e um café, por favor #31 – Quando os fins não justificam os meios, na amizade.

Hey, mates!
Tudo bem com vocês?
NOVA CRÔNICA!
Estava sumidinha daqui, por motivos de falta de tempo e a temida falta de inspiração, mas adivinhe só? Cá estou eu reacendendo essa chama a qual acreditei ter sido extinguida. Nunca fiquei tão feliz por estar enganada. Estava com muitas saudades! Espero que vocês gostem dessa nova crônica sobre amizade, mates!                                
Amigos. Parece que estou sempre batendo na mesma tecla quando esse é o assunto. Como todo relacionamento uma amizade precisa ser regada como uma planta, as vezes podadas e de vez em quando, precisa ser mudada de um lugar a outro para poder florescer ou ser protegida dos intensos raios solares e chuva intensa. Mas, e se sua amizade é como um bonsai? Ou uma árvore? Ou talvez um capim de calçada? Uma erva daninha? O cuidado não será semelhante? Não. Claro que não! Cada planta recebe um tratamento diferente, cada amizade também. Parece um pouco estupido, insensível ou talvez ardiloso, depende muito do seu ponto de vista. Amanda, uma amiga minha me disse uma vez que trata todos os seus amigos são iguais aos seus olhos. Isso nunca funcionaria para mim. Não consigo ver todo mundo com um mesmo olhar. Todos não podem ser girassóis, alguns são azaléias, outros lírios e algumas samambaias.
É difícil falar sobre amizade, pois é uma vertente tão ampla. Podemos falar sobre os aspectos positivos, dos negativos, de como no conectamos a estranhos, de como acabamos rompendo laços com pessoas que considerávamos como nossa família, de como é incrível iniciar uma amizade e como é terrível perder uma.
Eu estou vivendo uma fase particularmente detestável. Eu estou questionando todas as minhas amizades e analisando o que me levou a me tornar amiga dessas pessoas e em que lugar nos encontramos agora? A vida nos leva para lugares diferentes e algumas pessoas não nos segue por essa trajetória. Pois bem, porquê? Elas se perdem na trajetória ou simplesmente por não ter um lugar no carro para ele seguir na estrada? Deveríamos achar normal perdemos algumas amizades e substituímos ela por outras pessoas? 
E veja bem, não estou aqui incluindo amizades perdidas por conta de omissões, dramas dantesco e confusões da vida cotidiana, e sim amizades perdidas por culpa das nossas escolhas.
Cruel, não acha? Você escolha a porta um e espera encontrar a sua melhor amiga lhe esperando para a próxima aventura e um gorila de tutu e laço na cabeça sai correndo atrás de você. Onde está aquela pessoa a qual eu chamava de amiga? Ela foi embora, ela esqueceu de mim, eu a fiz não querer mais estar comigo ou eu é que não quero mais viver aquela relação e me afastei automaticamente? Pensa bem: quantas amizades você perdeu e tempos depois encontrou aquela amiga siamesa com uma outra pessoa, do jeitinho que era com você há alguns tempos atrás? Ciúme? Inveja? Constatação? Eu confesso que vivi algo semelhante a isso uma vez e passei patinando por essas três emoções, a última sendo profundamente reveladora. Eu havia perdido uma amiga, mas ela encontrou uma nova eu. Eu, olhei para o meu lado, e não tinha ninguém ali. O que isso significava? Não encontrei uma nova ela ou simplesmente não estava buscando substitui-la, como ela fez comigo? A sensação de substituição existe. Dói, como papel passando por entre os dedos, ainda mais quando você é a pessoa substituída. De qualquer maneira me pego perguntando: quando foi que uma amiga se tornou uma mera conhecida que sabe demais sobre você? Quando foi que as pessoas começaram a substituir umas as outras por versões mais avançadas de amizades antigas? Existe um aplicativo para isso? Algum sinal divino anunciando que aquela amizade está estagnada e está na hora de você buscar uma nova?
É bem diferente de ser substituída em um relacionamento amoroso. Sabemos que em algum momento o seu ex irá encontrar uma nova namorada e ela será melhor que você em muitos aspectos (mais magra, mais bem sucedida, mais bonita, mais atraente, mais sensual, melhor de cama e provavelmente será uma vadia) começando por ser a nova namorada dele enquanto você é a ex, mas ser trocada em uma amizade é um outro nível de perda. Você tinha confiança, respeito e base naquela pessoa e de repente, ela simplesmente não é mais.  E sabe qual é a pior parte disso tudo? Não reconhecer mais aquela pessoa. Seja passando um dia ou um ano, aquela pessoa muda diante de seus olhos. Ela se transforma num ser abstrato, como uma pintura de Tarsila de Amaral, com pés gigantes e olhos tortos. Tudo de que sai dos seus lábios soa como Chinês antigo e todas as suas novas experiências parecem estranhamente forçadas. É como se ela quisesse dizer: você não está mais aqui, mas eu continuei a minha vida, olha tudo que você perdeu.
E o pior é quando as ações dessas pessoas tornam-se tão medíocres que você não consegue mais suportar estar no mesmo ambiente que ela, pois tudo que sai de seus lábios soa como falso e impuro. 
Independente de você ter se afastado ou aquela amiga ter encontrado uma amizade mais próxima aos seus padrões buscados, existe uma sensação de abandono quando se perde uma amizade. E eu me pergunto: De todas as amizades que perdi durante a trajetória de minha vida, a culpa foi minha? Foi meu jeito de ser? Foram as minhas limitações? Minhas escolhas? Minhas ações? Eu me afastei ou foram eles? Eu mudei ou estagnei? Eu me tornei menos tolerante aos defeitos deles e mais intolerante as minhas qualidades? Quem foi que errou? E existe algum tipo de programa onde podemos recuperar uma amizade perdida, se descobrirmos que cometemos um erro de julgamento ou percurso? 
A verdade por trás do fim de um relacionamento seja ele romântico ou simplesmente fraterno é que existem dezenas de razões para você ter chegado àquele fim, mas também uma razão apenas para ressuscitá-la.
Ann está sempre pronta para dar o primeiro passo. 
  

09/03/2015

Aleatoriedades e um café, por favor #30 – Expectativa x Realidade

Fala aí, mates! Tudo bem com vocês? Vou evitar promessas, pois não acredito que elas sejam boas para a saúde, mas amo vocês, e odeio os deixar a ver navios sem saber quando teremos um próximo Aleatoriedades e um pouco de cafe, por favor, então fiquem ligados que eu estou garantindo aqui que teremos crônicas Uma, duas vezes por mês, show? Pode ser numa segunda, num domingo, numa terça, numa sexta, BUT, vai ser, no máximo, duas vezes por mês. Me cobrem mesmo, tá? Então, é isso! Ouviu dona inspiração, se adapta aí, sua linda!

Expectativa é uma vadia. É como a sua tia inconveniente em datas comemorativas, sabe? Cheia de intenções, normalmente futriqueiras sobre a vida de tudo e todos. Ela brota sobre você como um Alien, e solta a temida e esperada pergunta para quem quiser ouvir – normalmente, esse instante envolve fotos e videozinhos no instagram: ‘E os namorados?’. Você preparada (ou não) tem todo um projeto de cena, envolvendo o profundo desejo de virar para ela e dizer:

Minha querida, você deveria estar preocupada com esse dente cheio de batom, tá? E os namorados? E a sua cara, querida? Olha essa sua cara, para que passar tanto BB Cream quando só um arquiteto pode restruturá-la? Me poupe! E os namorados… Vê só essa, Tia Gertrude!’ 

Mas na realidade você apenas diz: Tô soziiiiinha, sabe? Escolhi esperar pelo cara certo. Por que você faz isso, hein?

A verdade por trás da sua repetitiva resposta é também a expectativa. A sociedade espera que você apenas seja simpática e educada não importando a situação.

Alguém se intrometeu na sua vida, seja simpática. Um ser lhe deu um fora só por você saber um pouquinho demais sobre algo, seja educada. Te assaltaram a mão armada no meio de uma rua lotada, apenas sorria e passe seu rim para ele

Além disso seria inadequado ou desinteressante aos terceiros explicar minimamente os motivos para você ter optado pela solterice ou você acha que sua tia está interessada em ouvir o porquê de você está se guardando para o cara certo? Além do mais, o ser humano que tem a necessidade de questionar o seu estado civil/opção sexual/o porquê de você não querer ter filhos, só pode ser a) alguém profundamente fofoqueiro; b) sem vida própria para focar-se; c) desconhece que algumas pessoas, infelizmente poucas, respeitam e apreciam ser RESERVADAS.

Expectativa e Realidade são dois mundos paralelos e estão sempre em conflitos dentro de nós mesmos. Sabe, a expectativa é um sonho, desejo, plano ou uma promessa estabelecida por terceiros que nos preenche de esperanças e possibilidades. A realidade é o soco no meio da nossa cara quando descobrimos que nós não somos todo mundo e não vamos conseguir realizar aquilo do jeitinho que imaginamos por dias, horas, e as vezes anos. Bem que mamãe dizia, né? Sabe por quê você não pode pular a ponte como a Maria? Porque você não é todo mundo. Pois é, elas nos preparam para o mundo real.

E aí, o que fazemos com toda essa expectativa suprida e alimentada por toda essa escala de temo imensurável?

O que fazemos quando vamos entrar no mercado a procura daquele pacote de Doritos, e acabamos encontrando apenas a versão baratinha? Compramos a baratinha, e fingimos espirituosamente ser o que buscávamos? Não vai funcionar. Não mesmo. Nada supera um doritos. E aí, o que fazemos com essa expectativa? Não dá para ignorar isso. Não dá para guardar no bolso, e jogar no lixinho depois.

Você passa noites em claro imaginando cenários, construindo diálogos entre você e a pessoa do seu coração, cria toda uma áurea romântica perfeita em todos os seus parâmetros para chegar na hora tão sonhada, e tudo ser perfeitamente como sonhamos, e aí, a pessoa prefere focar a sua atenção a jovem de seios fartos e cabelos repicados radicalmente.

E aí, o que você faz com toda aquela expectativa que você criou por meses? Não tem como você ignorá-la, e sentir-se um pouquinho enganada por tudo aquilo que você imaginou.
Por que seu cérebro seria tão cruel por lhe mostrar um mundo de possibilidades, só para na realidade lhe mostrar que era só uma pegadinha bem sem graça do Domingão do Faustão? Sabotagem? Malandragem? Masoquismo?

Expectativa não é apenas um desejo moldado e sonhado, nós planejamos passo a passo, nós vivemos aquele momento antes de se quer ele se tornar uma possibilidade, o amamos e desejamos como nunca antes fizemos, e quando ele não se realiza, imagina o vazio em nosso peito quando a realidade é bem diferente? O que fazer quando isso acontece?

Eu sei lá. Eu sou só uma escritora e tradutora, não tenho as respostas do Universo, apenas finjo – e muito bem – tê-las. Eu recomendaria você não seguir tudo que eu digo, mas eu não resisto a dar minha opinião, então segura ela aí: Sabe o que acho? Eu sou como você, eu tô aqui no dia a dia, nas derrotas e vitórias, expectativa após expectativa, seja por um sonho, um momento, um email, um twitter, um dinheirinho na minha conta, um olhar especial, esperando que tudo que almejo, aconteça do jeitinho que planejei. Posso não ter respostas para tudo, mas honestamente, como muitas coisas na vida, acredito que mesmo sendo uma vadia, a expectativa apenas é incompreendida. No fundo ela é muito como nós, se esforça, faz de tudo para fazer aquele planejamento dar certo, mas quando acaba não dando, além da decepção e frustração, o que ela pode fazer, além de esperar que nós tentemos mais uma vez? Você vai decepcionar a sua expectativa, e entregar-se a dura realidade ou vai lhe dar mais uma chance?

Expectativa – Ann queria comprar um livro. Realidade – Ann acabou escrevendo uma cronica.      

14/02/2015

Aleatoriedades e um café, por favor #29 – Supercalifragilisticexpialidocious

Em 270, São Valentim acreditava no amor.
Mesmo com o imperador Cláudio II proibindo a realização de casamentos em seu reino, no intuito de ter mais soldados jovens em seu exercito, Valentim seguiu casando às escondidas os casais apaixonados. O seu crime contra o reino de Cláudio foi descoberto, e condenado a morte. Encarcerado, Valentim era diariamente visitado por jovens apaixonados que lhe jogavam cartas e flores, dizendo que os jovens ainda acreditavam no amor. Mesmo sem comprovações, existe uma lenda que enquanto preso Valentim conheceu uma jovem cega, a filha do carcereiro. Os dois se apaixonaram, e dizem que milagrosamente ela voltou a enxergar. Infelizmente, Valentim foi decapitado no dia 14 de fevereiro. Não é a toa que na América do Norte e Europa comemora-se o dia dos namorados, dos apaixonados e daqueles que ainda acreditam no amor.

Não é algo de agora. O amor sempre foi superestimado. Os meios e motivos para bani-lo são os diferenciais entre as sociedades. A verdade é que sempre haverá alguém contra um tipo de amor. Alguém que vai dizer que aquilo é errado, pois distância de um ponto comum. Para Claudio foi um exercito, hoje em dia são conceitos. Tento não pensar no amanhã, tenho fobia do futuro, mas o que pode vir a ser o amor em alguns anos? Acho que nos pegamos pensando muito sobre quem amar, quando deveríamos refletir o porquê de amar.

Não que isso seja errado. É muito importante pensar para quem dar o seu amor, como analisamos o que dar um presente: um livro ou uma caixa de bombons… Mas já se deu conta que as vezes damos amor demais a pessoas e coisas sem pensar, regrar, conhecer? Isso é errado? Bom, pode ser, tudo em grandes proporções ou acaba em desastre ou em super valorização. O ponto é: quando optar por amar alguém tornou-se um ato sem regras, e saber o que é amor um conhecimento de poucos e controverso? Será que as mulheres e homens dos antigos tempos passaram em seus genes à modernidade o medo de saber a verdade por trás do por quê de amar? Será que saber o que é amor é um daqueles conhecimento que devem ser escondidos da humanidade ou um mistério a ser solucionado pelos bravos corações? Quando foi que amar tornou-se um sentimento de certo ou errado, e necessariamente, apenas dividido entre pessoas, e não coisas?

Me chame de polêmica, mas eu sou a favor de todos os tipos de amor. Para mim, em toda a minha jornada de conhecimento descobri nas estradas com espinhos e muitas histórias para contar que o amor é incondicionalmente livre. Ame as pessoas, ame uma história, ame uma rua, ame uma árvore, ame uma comida, ame uma música, ame um filme, ame um mico, ame uma roupa, ame uma careta, ame a chuva, o sol, o vento, o frio e o barulho do mar, ame um animal ou vários, ame um dom, ame uma palavra, ame um erro, e um acerto, ame uma dança, e acima de tudo, ame a si mesmo, pois acreditem ou não, essas é a resposta. Bom, pelo menos é o que eu acho, mas o que eu sei sobre a vida, certo?

Ann acredita que o amor é supercalifragilisticexpialidocious.       

02/08/2014

Aleatoriedades e um café, por favor #26 – Vocês acreditam em mágica?

Adivinha quem resolveu dar o ar da graça?
Sim, a única, a sumida, a viajada, a hipster, a rainha, a ruiva, Bárbara Herdy!
Hey, mates!
Tudo bem com vocês?
Eu só acho que ando um pouquinho sumida, mas vamos consertar isso agora, shall we?

Tomando café sentada nos degraus da entrada de um prédio, 02/08/2014
Ouvindo In My Dreams, James Morrison

Vocês acreditam em mágica?
Até um tempo atrás eu diria que acreditava, mas só em livros, não aqui, no nosso mundo.
Na realidade, com nossas últimas vivências, guerras, acidentes, maldades sem cabimento e motivo além de ser cruel, fica meio difícil acreditar em alguma magia superior. Isso é o medo tentando matar a esperança do mundo (vide a esperança é o caminho para a magia)
Não podemos jamais nos esquecer que até milagres demoram a acontecer.
Milagres são primos próximos dos Sonhos.
Tem como armas contra o maligno a magia que existe – e sempre existirá. Nascida e criada em nossos sonhos.

Não, eu não estou sendo poética ou perdendo alguns parafusos (mesmo que algumas pessoas duvidem desse último), mas eu tive a prova disso.
Sim, eu tive. Na realidade, tive duas vezes. Eu vivi dois sonhos, caro destinatário, mas não estamos aqui para falar das minhas realizações e sim, das suas futuras.

Tudo bem, isso vai soar muito como o relato de um Ufólogo que assistiu uma nave do E.T do Steven Spielberg derrapar no céu de Minas Gerais, mas acreditem em mim: Eu vi a mágica em um sonho ao ser realizado. É a única palavra que pode descrever com exatidão o significado de ver um sonho sendo realizado: Mágico.
Único.
Incrível.
Sonoro (existem muitas onomatopeias, gritos e ‘nossa’, ‘eu não acredito nisso!’,’isso realmente está acontecendo’ durante o processo.)
Lagrimas.
E o mais importante: momento.

Sonhos acontecem em um determinado momento planejado por nós em colaboração de uma criatura divina.
Nada é por acaso, meu caro destinatário.
Nada acontece duas vezes.
Tudo é arquitetado para acontecer no momento certo em nossas vidas.
Você pode passar anos da sua vida planejando e organizando planos para que aquele seu sonho se realize em alguns meses como a compra de um carro ou aquela viagem e aí algo inesperado ocorre: você precisa desse dinheiro para uma emergência, um parente acaba no hospital com um problema grave ou você se encontra em uma posição inesperada. Você pensa: Que droga de vida! Tudo dá errado comigo! Eu sou muito azarada mesmo! Quando, na verdade, deveria estar pensando: Alguém, lá nos céus, está sussurrando para eu ter calma e paciência, que esse não é o momento de viver essa experiência.

Somos naturalmente impacientes.
Está no nosso código genético.
Acredite, não é ladainha de escritor.
Pode parecer frase manjada encontrada em agendinha de menininhas apaixonadas, mas
Tudo acontece no momento exato para se tornar perfeito.
É questão de esperar, entender e o mais importante: acreditar, pois se você morre em seu coração aquela crença infantil de que mágica existe de todas as espécies a qualquer momento.

Eu ouvi uma mulher conversando com um amigo em uma desses restaurantes da vida, indignada, dizendo a ele que vivemos em um mundo de facilidades, tão distante daquele mundo antigo em que cartas demoravam 3 meses para chegar, mas que mesmo com essa nossa agilidade moderna e abençoada, sonhos, ainda se encontram em um patamar inalcançável. Só se for para ela.

Eu vejo sonhos se realizarem o tempo todo.

Um dia, naturalmente, pare em um canto da rua, como se fosse atender seu celular ou fumar um cigarro, olhe ao seu redor despretensiosamente e perceba, nos pequenos detalhes das vivas cores os sonhos de estranhos acontecerem diante de seus olhos.

Aquele cachorro, que acabou de entrar na família, puxando o seu sorridente dono de 3 anos de idade.
Aquela jovem loira com os olhos marejados, saindo de uma loja de vestidos de noivas. Não, ela não vai se casar, mas a sua melhor amiga sim e ela não poderia estar mais feliz por ela.
Olhe, olhe, aquele pai com seu filho, ouvindo pelo telefone a vitória do seu time de futebol em um campeonato qualquer, eles comemoram como se tivessem sido eles a fazerem aquele gol, mas na realidade, aquela felicidade toda foi porquê eles apostaram na vitória e com esse dinheiro, poderão trocar de televisão e fogão. Por fim, mas não menos importante, pois todos tem sua importância nesse mundo, está vendo aquela mulher, ali nos degraus, ouvindo música, bebendo tranquilamente seu café, enquanto escreve compulsivamente em seu caderninho?
Ela está fazendo sonhos acontecerem com a sua varinha mágica – ou quase uma

Ann acredita. E você? 
***
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07/06/2014

Aleatoriedades e um café, por favor #25 – É uma questão de sorte

Hey, mates!
Tudo bem?

Num café, dividindo a mesa com um estranho, tomando, é claro, o meu café favorito, 31/05/2014
Ouvindo Aloe Blacc – The Man
Discordo de quem diz que Amar é difícil. Assim, generalizado.
Amar JÁ foi mais fácil, hoje é mais difícil, e é normalmente, por opção ou sorte. 
Digo opção por motivos de que aparentemente gostamos de sofrer por amor – característica muito forte antigamente também. Nunca vou esquecer do patriarca da família Bennet dizendo a sua filha Lizzie que era bom uma vez ou outra uma dama sofrer por amor.
Ouso completar aqui, Sr. Bennet: ‘Mas sofrer sempre, é tolice.
Me peguei pensando nisso quando me veio um pensamento sobre essa geração e as duas últimas.
Já perceberam como existem, não importando a idade, poucos relacionamentos amorosos?
Você pode até discordar, mas digo aqui um relacionamento amoroso sério, com meses, anos de duração e não acabando por iniciar. Já perceberam quantas pessoas estão optando por não ter filhos por causa das profissões e/ou por não encontrarem o parceiro?
Tenho visto muito isso, muitos começam a namorar pelo fogo da paixão, curiosidade e necessidade de estar com alguém, mas termina quando se percebe que vai precisar conviver, respeitar e aceitar o outro.
Pode parecer um pensamento duro, mas não é a verdade? Para se ter um relacionamento precisa mais que amor. Hoje em dia as pessoas tem se tornado intolerantes quanto ao próximo. Como constituir um relacionamento com alguém, se não nos permitimos relacionar? Talvez seja fácil falar isso, pelo simples motivo que eu – nem você – vivemos naquela época, mas analisando o que conheço daquele período, que é muito, ouso dizer que era mais fácil amar há 200 anos atrás. Você não conhecia o seu pretendente, apenas a distância em festas e por minimas conversas com ele, e muitos comentários de terceiros e mesmo assim, confiava, respeitava e se apaixonava pelo pouquinho que tinha dele incondicionalmente. Cegamente.
O pouco que você sabia, era muito. 
Hoje em dia, cada vez que mais sabemos, menos conhecemos com quem estamos. 
Honestidade, respeito, amor não são opções, são obrigações, em qualquer relacionamento. 
Será que é isso que nos falta? Amar cega e incondicionalmente?
Nos entregamos a amores mais rápidos que uma brisa de verão, apenas pelo intuito da busca de algo, que no fundo não sabemos o que buscamos. Ou sabemos? Dizemos que queremos encontrar os amores de nossas vidas. Nossas almas gêmeas. Amor digno de filmes hollywoodianos. Nunca vivemos nada disso, mas mesmo assim, imaginamos e por algum motivo, queremos isso. Como aquele sapato, que vemos numa vitrine e a imaginamos em nossos pés, num conjunto de roupa, enquanto caminhamos na rua ao som de Louis Armstrong e pensamos: Hum, esse sapato é perfeito para mim!
Sorte.
Acreditar ou não?
Jogar a moedinha na fonte da fortuna ou entregar o seu caminho ao tal Fado? 
Ou talvez, seguir aquela história de que o destino quem faz é você, então levante lá bundita della cadeira e vá fazer acontecer.
Eu não sei. Sou suspeita para falar.

Eu acredito, desacreditando da sorte.
Tenho mais certeza do azar, pois ela tem algo de peculiarmente mágico.
Chover no seu casamento, quando você tinha certeza meteorologia de que faria sol de 40º e pediu que os convidados viessem vestidos casualmente e preparados para uma cerimonia na praça, entregues a natureza. Você chegar atrasada exatamente naquele dia que aquele seu amigo, que você não vê a semanas está livre, mas você, atrasada e em cima da hora, não tem tempo para lhe dar aquela atenção. E quando você escolhe aquela sua bebida favorita, e bizarramente, o ingrediente principal acabou de terminar? Azar ou alguns segundos atrasada? Ou talvez, é sorte. Você, uma control freak, se viu desafiada ao ter o seu casamento todo modificado por causa do tempo, e teve a melhor cerimonia de acordo com todos seus amigos, o que provavelmente não aconteceria com a sua cerimonia planejadinha e perfeitinha. Se você tivesse chegado na hora e encontrado seu amigo, você talvez teria faltado aquela aula, que falaria exatamente, da prova surpresa da próxima aula e é claro, se você bebesse aquela mesma bebida de sempre, você não descobriria aquele adorável café irlandês, não acha? 

Eu acredito nisso. 
Existe uma certa sorte no azar – e vice versa. 
Como em tudo na vida, só é uma questão de ponto de vista. Será que não é assim com o amor, e nós, apenas generalizamos demais, em busca de ideais, sonhos e conceitos? Será que não é tudo questão de pesar o que é sorte transformado em azar, que um dia, transformaremos em sorte?

17/05/2014

Aleatoriedades e um café, por favor #24 – O que fazer enquanto você está esperando.

Oi, mates!
Tudo bem com vocês?

O que fazer enquanto você está esperando.


Esperando, 17/05/2014 – …
Esperar. 
Eu sei, parece uma resposta óbvia a esse questionamento, mas, o que você esperava que fosse a resposta? Algo filósofo da minha parte? Acho que as pessoas estão sempre esperando alguma coisa filosofa da minha parte. Alguma coisa de mim. Sempre esperando. 
Eu recomendo que dependendo do que você estiver esperando você pode se dedicar a uma atividade produtiva. Está esperando um engarrafamento se dissipar para abrir caminho para o seu destino, como ler um livro, Escrever algo para alguém, Ouvir um cd que você tem sempre enrolado para ouvir pela falta daquela coisinha insignificante chamada tempo. Nem adianta entortar os lábios, como se não soubesse do que estou falando. Você sabe. Você a conhece bem, está acostumada a reclamar de sua abscência, e seu excesso mal aproveitado. 

Eu sempre escuto as pessoas me dizerem que não tem paciência para esperar. Não ter paciência para as coisas ao nosso arredor é um mal desse século, junto com a depressão e concepções de beleza. Toda vez que alguém me diz: não tenho paciência de esperar, chegue na hora que combinamos, eu me coloco na posição de uma senhorita do século XVIII que mandava uma carta hoje para seu irmão, querendo saber notícias suas e de sua família, e só em dois meses, dependendo da região que morasse, recebia a resposta. Sim, em dois meses! Tem noção de quantas coisas podem acontecer em dois meses? Minha vida cotidiana é pateticamente tediosa, entretanto coisas acontecem. Você briga com algum amigo, sai do seu emprego, fica desanimado com a vida, com saudades de quem ama, com desejos de realizar novos sonhos. Imagina não ter paciência para esperar naquela época? É claro, era outro tempo, você estava acomodado com a demora e paciência era uma virtude que todo ser humano, com uma razoável educação naquele período, tinha que ter, ou provavelmente, teria um surto psicótico. Como hoje em dia as pessoas surtam. No entanto, hoje em dia, graças a velocidade evolutiva, temos um delas para informação de apenas alguns segundos, dependendo da sua conexão de internet horas. Só se você ficar sem serviço algum de rede, que é claro, você se tornará um ermitão, sem informação alguma sobre o mundo. Até ai, tudo bem. Um mundo onde você pode saber o que está acontecendo no Japão em questão de segundos, é quase como um daqueles planetas que vemos em episódios antigos de Star Trek, o que me decepciona, é que invés das pessoas usarem isso para a força do bem, usam para o mal. Se tornam psicoticamente obsessivas compulsivas por informação e pelo próximo. Quantas vezes já lhe perguntaram – acusaram – porque você não respondeu aquela mensagem ou atendeu aquela ligação prontamente? Além do mais, você vive com seu aparelho celular de ultima geração, porque não pode corresponder as expectativas alheias quando requisitadas? Porque estava ocupado, sem rede, sem crédito. Sem tempo, dormindo. Você está errado em todas as opções, pois você precisava estar com a sua cara colada em seu telefone de capinha de urdindo por para atender aquela pessoa as quatro e quarenta e cinco da madrugada para poder responder a mensagem dela. Independente de qual fosse ok assunto. Importante. Urgente. Apenas uma fofoca. Você precisa estar conectada. Deixar alguém esperando é um crime. Não me surpreenderia que algum pais do oriente – pois isso é a cara do Oriente – existe alguma lei que pune quem faz alguém esperar. Não sou insensível, eu mesma já esperei muito. Mensagens, emails, telefonemas, cartas, pessoas, troca de olhares. E sobrevivi. E essas pessoas que me fizeram esperar, também. O mundo não vai acabar se aquela pessoa não te responder prontamente. 

Por que temos tanta pressa? Quando nós tornamos essa espécie tão obcecada pelo agora e tão afastada daquilo que é certo? Sim, eu vejo isso como uma espécie de doença. Nós sugamos a vida das pessoas ao nosso arredor pois insistimos no agora, no imediatamente e esquecemos que cada um tem seu tempo, suas obrigações e desejos. 
Esperar não é um erro.
É uma escolha. 
É optar por viver o tempo, do que simplesmente passar por ele como um corrente em um rio. Sem deixar marcas, vestígios, histórias. 
Não é isso que quero, duvido que seja o seu pensamento também.
O mundo não vai parar de girar se você esperar por aquela pessoa especial só mais um pouquinho e quando digo, esperar, não é de aguardar para ir ver um filme e sim, de conhecer essa pessoa. Eu concordo, devemos fazer a vida acontecer, mas me diga: será que vale a pena se jogar em diversos relacionamentos amorosos, com pessoas que evidentemente não te levarão a lugar algum, apenas para não estar fadadamente sozinha? Quando esperar, pode ser a resposta para se descobrir, ver o que você espera da outra pessoa e é claro, deixar acontecer. As vezes é isso que você e todos nós precisamos: esperar. Fazer a nossa parte, o que nos dará noites confortáveis de sono e esperar. Nós não podemos decidir pelo próximo. Nós não podemos alterar o futuro que construímos o presente, muito menos alterar o passado, pensando no presente. Por isso eu tenho inveja de quem viveu no século XVIII. 
Eles tinham paciência e esperavam, por tudo desde da realização de seus desejos até o amor de sua vida.
Tem noção do tão incrível que era você não saber o que determinada coisa é até você ter a vivido? Hoje em dia, ninguém espera absolutamente nada. Nós já sabemos o que vai acontecer antes, se quer de viver aquilo e podemos optar se queremos ou não experiências aquilo. Existem milhões de vídeos tutoriais no youtube, lhe ensinando como fazer um determinado penteado, maquiagem, resenha de um livro, aprender a fazer determinada comida, passo de dança ou um esporte e só por assistir, podemos determinar se queremos ou não vivenciar aquilo, esquecendo de um fator primordial: Cada um vive uma experiência diferente em sua existência. Não é porque foi ruim para fulaninho do canal 38 do Youtube que significa que será para você. Boas ou ruins são escolhas.
O que adianta estarmos sempre um passo a frente dos acontecimentos se isso nunca nos leva a resposta que precisamos? Esperar pode nos trazer a resposta? Bom, eu não sei. Eu não tenho as respostas para todas perguntas do mundo – Graças a Deus. Posso saber como fazer strognoff, aquela batida de maracujá com vodka e falar fluentemente coreano, mas tem certas respostas que eu não tenho. E sabe, eu gosto assim, e se você tentar, desligar seu celular, esquecer daquela mensagem enviada mais cedo e não respondida e dar o tempo ao tempo, você vai sentir o prazer de ser surpreendido, apenas, por se permitir estar esperando.
Ann está esperando pelo inesperado – todos os dias.