sobre livros e a vida

17/05/2014

Aleatoriedades e um café, por favor #24 – O que fazer enquanto você está esperando.

Oi, mates!
Tudo bem com vocês?

O que fazer enquanto você está esperando.


Esperando, 17/05/2014 – …
Esperar. 
Eu sei, parece uma resposta óbvia a esse questionamento, mas, o que você esperava que fosse a resposta? Algo filósofo da minha parte? Acho que as pessoas estão sempre esperando alguma coisa filosofa da minha parte. Alguma coisa de mim. Sempre esperando. 
Eu recomendo que dependendo do que você estiver esperando você pode se dedicar a uma atividade produtiva. Está esperando um engarrafamento se dissipar para abrir caminho para o seu destino, como ler um livro, Escrever algo para alguém, Ouvir um cd que você tem sempre enrolado para ouvir pela falta daquela coisinha insignificante chamada tempo. Nem adianta entortar os lábios, como se não soubesse do que estou falando. Você sabe. Você a conhece bem, está acostumada a reclamar de sua abscência, e seu excesso mal aproveitado. 

Eu sempre escuto as pessoas me dizerem que não tem paciência para esperar. Não ter paciência para as coisas ao nosso arredor é um mal desse século, junto com a depressão e concepções de beleza. Toda vez que alguém me diz: não tenho paciência de esperar, chegue na hora que combinamos, eu me coloco na posição de uma senhorita do século XVIII que mandava uma carta hoje para seu irmão, querendo saber notícias suas e de sua família, e só em dois meses, dependendo da região que morasse, recebia a resposta. Sim, em dois meses! Tem noção de quantas coisas podem acontecer em dois meses? Minha vida cotidiana é pateticamente tediosa, entretanto coisas acontecem. Você briga com algum amigo, sai do seu emprego, fica desanimado com a vida, com saudades de quem ama, com desejos de realizar novos sonhos. Imagina não ter paciência para esperar naquela época? É claro, era outro tempo, você estava acomodado com a demora e paciência era uma virtude que todo ser humano, com uma razoável educação naquele período, tinha que ter, ou provavelmente, teria um surto psicótico. Como hoje em dia as pessoas surtam. No entanto, hoje em dia, graças a velocidade evolutiva, temos um delas para informação de apenas alguns segundos, dependendo da sua conexão de internet horas. Só se você ficar sem serviço algum de rede, que é claro, você se tornará um ermitão, sem informação alguma sobre o mundo. Até ai, tudo bem. Um mundo onde você pode saber o que está acontecendo no Japão em questão de segundos, é quase como um daqueles planetas que vemos em episódios antigos de Star Trek, o que me decepciona, é que invés das pessoas usarem isso para a força do bem, usam para o mal. Se tornam psicoticamente obsessivas compulsivas por informação e pelo próximo. Quantas vezes já lhe perguntaram – acusaram – porque você não respondeu aquela mensagem ou atendeu aquela ligação prontamente? Além do mais, você vive com seu aparelho celular de ultima geração, porque não pode corresponder as expectativas alheias quando requisitadas? Porque estava ocupado, sem rede, sem crédito. Sem tempo, dormindo. Você está errado em todas as opções, pois você precisava estar com a sua cara colada em seu telefone de capinha de urdindo por para atender aquela pessoa as quatro e quarenta e cinco da madrugada para poder responder a mensagem dela. Independente de qual fosse ok assunto. Importante. Urgente. Apenas uma fofoca. Você precisa estar conectada. Deixar alguém esperando é um crime. Não me surpreenderia que algum pais do oriente – pois isso é a cara do Oriente – existe alguma lei que pune quem faz alguém esperar. Não sou insensível, eu mesma já esperei muito. Mensagens, emails, telefonemas, cartas, pessoas, troca de olhares. E sobrevivi. E essas pessoas que me fizeram esperar, também. O mundo não vai acabar se aquela pessoa não te responder prontamente. 

Por que temos tanta pressa? Quando nós tornamos essa espécie tão obcecada pelo agora e tão afastada daquilo que é certo? Sim, eu vejo isso como uma espécie de doença. Nós sugamos a vida das pessoas ao nosso arredor pois insistimos no agora, no imediatamente e esquecemos que cada um tem seu tempo, suas obrigações e desejos. 
Esperar não é um erro.
É uma escolha. 
É optar por viver o tempo, do que simplesmente passar por ele como um corrente em um rio. Sem deixar marcas, vestígios, histórias. 
Não é isso que quero, duvido que seja o seu pensamento também.
O mundo não vai parar de girar se você esperar por aquela pessoa especial só mais um pouquinho e quando digo, esperar, não é de aguardar para ir ver um filme e sim, de conhecer essa pessoa. Eu concordo, devemos fazer a vida acontecer, mas me diga: será que vale a pena se jogar em diversos relacionamentos amorosos, com pessoas que evidentemente não te levarão a lugar algum, apenas para não estar fadadamente sozinha? Quando esperar, pode ser a resposta para se descobrir, ver o que você espera da outra pessoa e é claro, deixar acontecer. As vezes é isso que você e todos nós precisamos: esperar. Fazer a nossa parte, o que nos dará noites confortáveis de sono e esperar. Nós não podemos decidir pelo próximo. Nós não podemos alterar o futuro que construímos o presente, muito menos alterar o passado, pensando no presente. Por isso eu tenho inveja de quem viveu no século XVIII. 
Eles tinham paciência e esperavam, por tudo desde da realização de seus desejos até o amor de sua vida.
Tem noção do tão incrível que era você não saber o que determinada coisa é até você ter a vivido? Hoje em dia, ninguém espera absolutamente nada. Nós já sabemos o que vai acontecer antes, se quer de viver aquilo e podemos optar se queremos ou não experiências aquilo. Existem milhões de vídeos tutoriais no youtube, lhe ensinando como fazer um determinado penteado, maquiagem, resenha de um livro, aprender a fazer determinada comida, passo de dança ou um esporte e só por assistir, podemos determinar se queremos ou não vivenciar aquilo, esquecendo de um fator primordial: Cada um vive uma experiência diferente em sua existência. Não é porque foi ruim para fulaninho do canal 38 do Youtube que significa que será para você. Boas ou ruins são escolhas.
O que adianta estarmos sempre um passo a frente dos acontecimentos se isso nunca nos leva a resposta que precisamos? Esperar pode nos trazer a resposta? Bom, eu não sei. Eu não tenho as respostas para todas perguntas do mundo – Graças a Deus. Posso saber como fazer strognoff, aquela batida de maracujá com vodka e falar fluentemente coreano, mas tem certas respostas que eu não tenho. E sabe, eu gosto assim, e se você tentar, desligar seu celular, esquecer daquela mensagem enviada mais cedo e não respondida e dar o tempo ao tempo, você vai sentir o prazer de ser surpreendido, apenas, por se permitir estar esperando.
Ann está esperando pelo inesperado – todos os dias. 

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Ei, eu sou a Barb, tenho 27 anos, sou baiana, estudei Letras e compartilho conteúdo desde 2010 na internet. Por aqui, escrevo sobre tudo que faz meu coração bater mais forte.

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