sobre livros e a vida

02/03/2022

NA TELONA :: ‘BATMAN’

No mês passado eu fui convidado pela Espaço/Z a participar de mais uma cabine de imprensa aqui em Brasília e hoje eu vim contar para vocês a minha opinião sobre um dos filmes mais aguardados do ano, Batman.

Dirigido por Matt Reeves e com o queridissímo Robert Pattinson no papel titular, Batman conta a história de um Bruce Wayne que está fazendo suas rondas noturnas pela cidade de Gotham há apenas 2 anos, o que já foi suficiente para conquistar a confiança do Comissário Gordon (Jeffrey Wright) mas que ainda não é bem visto pelo restante força policial da cidade. Com a chegada de um serial killer que se aparesenta como Charada (Paul Dano), Batman precisa se juntar a Gordon para desvendar as charadas deixadas pelo criminoso e botar um fim nessa matança.

Qualquer pessoa que acompanha o universo da DC nos cinemas sabe que a produção de Batman não foi uma coisa fácil. Trocas de diretores, troca de atores, conversa de cancelamento, adiamento, diversos casos de covid e muitos outros empecilhos marcaram esse projeto. Porém depois de muitos anos de espera finalmente chegou o momento do mundo assistir esse novo capítulo na da história de um dos maiores super-heróis de todos os tempos.

Como já era de se esperar, Matt Reeves conseguiu entregar nesse filme tudo o que os fãs queriam: um filme com uma pegada bem noir e carregado de investigação, afinal, o Batman não é considerado um dos maiores detetives do mundo à toa. O diretor não teve medo de apostar em um ritmo mais lento (se compardo a outros filmes de super-herói), o que casa perfeitamente com o clima melancólico e aterrorizante de Gotham.

Quando se trata de Batman é impossível não fazer comparações a tão aclamada trilogia do Nolan, que conquistou milhares de fãs ao redor do mundo por trazer uma abordagem mais adulta e realista. Se comparado ao segundo filme da trilogia, O Cavaleiro das Trevas, o filme de Reeves consegue ser tão bom quanto. É claro que isso se trata puramente de gosto pessoal, mas acredito que tanto Reeves quanto Nolan conseguiram transmitir muito bem a carga emocional do herói.

Já se tratando de elenco não tem como negar que as escolhas para esse filme foram perfeitas. Robert Pattinson conseguiu transmitir o psicológico torturado do personagem de uma maneira que nenhum outro ator conseguiu. O Bruce Wayne que vemos nesse filme não é um homem tão maduro quanto o de Christian Bale ou Ben Affleck, muito pelo contrário, Pattinson da vida à um homem inexperiente e carregado de emoções, ajudando a humanizar o personagem. Além dele, o elenco também conta com Zoë Kravitz que da vida a Selina Kyle, Colin Farrel que está irreconhecível como o Pinguim, Andy Serkis como Alfred Pennyworth e Paul Dano dando um show de atuação como Charada.

Durante as quase três horas de duração do longa, é possível contar nos dedos a quantidade de vezes que Paul Dano aparrece em tela, porém o ator conseguiu entregar uma das melhores, se não a melhor, atuação do filme.

Em questões técnicas o filme não deixa nada a desejar. Greig Fraser, responsável pela fotografia de filmes como Duna e A Hora Mais Escura, acertou em cheio nesse filme, trazendo uma fotografia que complementa o clima noir muito bem. A trilha sonora assinada por Michael Giacchino também não fica pra trás, o compositor soube complementar tanto as cenas de ação quanto as cenas de investigação e desenvolvimento de uma forma impecável, nos deixando inquietos do início ao fim.

Batman chega oficialmente aos cinemas brasileiros nesta quinta, dia 03 de Março, mas já possui sessões de pré estréia acontecendo nos cinemas de todo o país.

 

24/01/2019

Na Telona :: ‘A Favorita’ #72

E aí, pessoal! Tudo bem?

Na semana passada eu fui convidado pela Espaço/Z a participar de mais uma cabine de imprensa aqui em Brasília e hoje eu vim contar para vocês o que achei do mais recente filme do diretor Yorgos Lanthimos.

Quando eu recebi o convite para a cabine de A Favorita eu confesso ter ficado indeciso se deveria ou não aceitar, pois mesmo amando o trabalho do diretor os seus filmes costumam me deixar sem muitas palavras para me expressar. Aqueles que assistiram os seus últimos dois trabalhos, O Lagosta e O Sacrifício do Cervo Sagrado, sabem muito bem do que estou falando. Os filmes embora impecáveis em todos os aspectos conseguem ser um pouco complicados de digerir, o que acaba dificultando na hora de expressar minha opinião.

Rachel Weisz e Olivia Colman no filme A Favorita. Foto por Yorgos Lanthimos. © 2018 Twentieth Century Fox Film Corporation

Olivia Colman interpreta a Rainha Anne, a primeira rainha da Grã-Bretanha, que tomada pela gota e pensamentos suicidas entre a confiança de seu reino a sua amiga e amante Lady Sarah (Rachel Weisz), que também é responsável por massagear as pernas doloridas da rainha e outras partes de seu avantajado corpo. Pressionada por Sarah, a rainha considera dobrar os impostos do reino para custear a guerra com a França, na qual o marido de Sarah, o Duke de Marlborough (Mark Gatiss), está colecionando vitórias. Ao mesmo tempo temos Robert Harley (Nicholas Hoult) liderando a oposição que demanda um acordo de paz entre os dois países para que possam poupar recursos e vidas.

Em meio a toda essa loucura que está acontecendo nós temos a chegada de Abigail (Emma Stone), a prima desafortunada de Sarah que teve sua vida virada 180 graus e agora precisa de um emprego. Mostrando ser uma pessoa completamente diferente de sua prima, Abigail começa aos poucos se aproximar da rainha e a proporcionar à rainha um novo tipo de companhia, com menos ordens e regras.

Emma Stone e Olivia Colman no filme A Favorita. Foto por Yorgos Lanthimos. © 2018 Twentieth Century Fox Film Corporation

Diferente de seus últimos trabalhos, Lanthimos não assina o roteiro com seu parceiro de escrita Efthymis Filippou, dessa vez o roteiro do longa foi escrito por Deborah Davis e Tony McNamara, o que proporcionou ao filme um tom bem diferente das outras obras do diretor mas ainda assim mantendo algumas de suas características. Assim como O Lagosta, A Favorita é um filme de drama que consegue ser carregado de comédia sem criar momentos que não pareçam pertencer ao filme, e quando eu digo comédia eu me refiro ao tipo de comédia que faz até jornalistas continuarem gargalhando por um momento após a cena.

O filme, que arrecadou merecidas 10 indicações ao Oscar de 2019 incluindo melhor filme, diretor, atriz, duas indicações em atriz coadjuvante, roteiro original, fotografia e outros, conta com um time de primeira tanto na frente quanto por trás das câmeras. O elenco é encabeçado pela incrível Olivia Colman e as ganhadoras do Oscar Rachel Weisz e Emma Stone que dão um show de atuação durante todo o filme e mostram o motivo de todas as indicações durante essa temporada de premiações. O elenco também conta com nomes como Nicholas Hoult, James Smith e o sensacional Mark Gatiss.

Rachel Weisz e Olivia Colman no filme A Favorita. Foto por Atsushi Nishijima. © 2018 Twentieth Century Fox Film Corporation

A fotografia indicada ao Oscar é assinada por Robbie Ryan e também é impecável desde as cenas mais claras no jardim da propriedade enquanto Abigail e Sarah praticam tiro até as cenas mais escuras dentro do castelo onde podemos acompanhar a dor e sofrimento da rainha Anne. O filme em diversos momentos também usa lentes grande-angulares tão extremas que de início podem causar um estranhamento devido ao aspecto ‘olho de peixe’ mas que com o passar do tempo você acaba se acostumando.

A Favorita é mais uma adição na crescente lista de filmes incríveis dirigidos por Lanhimos e é sem dúvidas um dos meus filmes favoritos nessa temporada de premiação. A Favorita chega oficialmente hoje, 24 de Janeiro de 2019, aos cinemas de todo o país.

15/02/2018

Na Telona :: ‘Lady Bird – A Hora de Voar’ #67

E aí, pessoal! Tudo bem?

Na semana passada eu tive a oportunidade de participar de mais uma cabine de imprensa em parceria com a Espaço/Z aqui em Brasília. Vamos conferir o que eu achei?!

O ano é 2002. Christine McPherson tem 17 anos e está indo para o último ano do ensino médio. Essa é aquela fase de auto-descoberta e de escolhas. Por conta disso, ela mudou seu nome para Lady Bird e está em busca de uma faculdade que a aceite, de preferência o mais longe possível de Sacramento, o que deixa sua mãe aos nervos.

Contudo, sua família está passando por uma grave crise financeira e, se não melhorar suas notas e seu currículo, as chances de Lady Bird conseguir bolsa em uma universidade são quase nulas. Assim, ela e sua melhor amiga, Julie, resolvem se arriscar no teatro, onde o destino de Bird se cruza com o de Danny.

Somando o desejo de sair da cidade, os dilemas com a mãe, a busca por sua identidade e as questões de amizade, lealdade e primeiro amor, a vida de Lady Bird está cada vez mais agitada e a garota se vê diante de inúmeros impasses, que podem vir a definir todo o resto de sua vida.

Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de assistir!

***

Quando soube do lançamento de Lady Bird, fiquei muito empolgado. Há anos acompanho a carreira de Saoirse Ronan e de uns tempos pra cá ela tem conquistado um enorme destaque em Hollywood. Quando as críticas começaram a sair e elas eram extremamente positivas, minhas expectativas só aumentaram. E só posso dizer que todas elas foram supridas.

Greta Gerwig construiu uma narrativa que muitos de vocês podem dizer já ter visto: a trajetória da menina saindo do ensino médio para enfrentar a vida adulta. Porém, a diretora – e roteirista – trata desse assunto com uma delicadeza e uma leveza que não encontramos em qualquer filme. Além disso, Greta deu um belíssimo enfoque feminino sem apelar para esteriótipos, o que foi maravilhoso.

Sobre as atuações, só posso elogiar. Cada ator deu seu melhor e fez com que a narrativa fluísse magicamente. Saoirse está fabulosa do começo ao fim. Ela conseguiu passar cada nuance da personalidade de Lady Bird e convencer o espectador. Outro enorme destaque foi Laurie Metcalf. A atriz, que interpreta a mãe da personagem título, consegue emocionar e nos fazer questionar diversas coisas em nossas vidas. Não à toa que ambas estão indicadas ao Oscar e eu ficaria muito feliz em vê-las premiadas.

Um dos pontos altos do filme é a relação entre Lady Bird e a mãe. Toda mãe deseja que seus filhos tenham vidas melhores, mas também querem protegê-los de tudo que há de ruim no mundo, o que nem sempre é possível. E todo adolescente acaba tendo uma fase rebelde, onde contesta cada ato de seus pais. No fundo, todos se amam, mas a relação sempre acaba estremecida. Greta deu um belo enfoque nisso e passou realidade, com seu toque sensível e emocionante. Foi difícil segurar as lágrimas em algumas cenas.

Em suma,  Lady Bird – A Hora de Voar é um filme envolvente, profundo, emocionante e que gera uma grande identificação. Por conta disso, deixo aqui  minha recomendação a todos vocês. E ainda sugiro que assistam com suas mães, vai ser uma experiência transformadora!

Até qualquer hora!

12/02/2018

Na Telona :: ‘Três Anúncios Para Um Crime’ #66

E aí, pessoal! Tudo bem?

Na semana passada eu tive a oportunidade de participar de mais uma cabine de imprensa em parceria com a Espaço/Z aqui em Brasília. Vamos conferir o que eu achei?!

Mildred Hayes (Frances McDormand) é uma mulher de meia-idade, recém separada e que trabalha em uma loja de presentes para manter sua casa e seu filho Robbie (Lucas Hedges). Há cerca de sete meses sua filha, Angela (Kathryn Newton), foi estuprada e morta e até o momento ninguém foi condenado pelo crime. Percebendo que deixar a polícia resolver o caso sozinha não é mais uma opção, Mildred decide alugar por um ano três outdoors na beira de uma estrada praticamente abandonada.

Nesses três outdoors, letras pretas saltam de um fundo vermelho carregando a mensagem “Estuprada enquanto morria e ainda nenhuma prisão? Como pode, chefe Willoughby?”. Os outdoors imediatamente chamam a atenção de Jason Dixon (Sam Rockwell), um policial racista que passava pela estrada no momento em que os outdoors estavam sendo colocados.

Ao contrário do que o departamento de polícia imaginava, o feito de Mildred atrai a atenção de um jornal de TV local e instantaneamente toda a cidade fica ciente dos outdoors e da mensagem. Porém mesmo com toda a comoção, grande parte da população de Ebbing decide ficar do lado do chefe Willoughby (Woody Harrelson) pois é um grande amigo de todos e está nos seus últimos meses de vida devido a um câncer.

Agora Mildred precisará lidar com toda a repercursão que seus outdoors causaram.

Eu preciso começar falando que não há palavras que expressem o quanto esse filme é maravilhoso. Não importa o quanto eu o elogie, nada vai fazer jus ao que eu estava sentindo quando as luzes do cinema acendeream.

Eu já havia lido algumas críticas do filme antes de ir assisti-lo então entrei no cinema achando que já tinha entendido o rumo da história, que estava preparado e poderia antecipar para tudo o que fosse acontecer nos próximos 115 minutos. Eu estava muito enganado. O roteiro escrito por Martin McDonagh (e indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original) consegue te surpreender e te deixar na beira do seu assento durante todo o filme.

O filme é recheado de personagens com diversas camadas que foram trazidos à vida por atores que deram um show de performance. Primeiro nós temos a personagem pricipal da história interpretada por Mildred Hayes (indicada ao Oscar de Melhor Atriz) que é uma mulher motivada pelo seu desejo de justiça mas mesmo assim isso não a deixa cega a ponto de não enxergar a verdadeira natureza das pessoas. O chefe Willoughby interpretado por Woody Harrelson (indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante) é um outro ótimo exemplo de personagem que nos passa de cara uma impressão mas ao decorrer do longa nos mostra ser muito mais do que imaginamos.

Nas partes mais técnicas do filme também não tenho do que reclamar. A direção, que também é assinada por Martin McDonagh, oficializa o casamento ente a trilha sonora composta por Carter Burwell (indicado ao Oscar de Melhor Trilha Sonora) e a fotografia de Ben Davis para alcançar uma forma de contar a história que vai deixar todos na sala de cinema completamente concentrados em cada segundo do filme.

Três Anúncios Para Um Crime, que chega oficialmente aos cinemas nacionais no dia 15 de fevereiro, é uma história que deve ser assistida por todos os amantes de cinema e é a minha aposta para o Oscar de Melhor Filme.

Beijos e até a próxima!

01/02/2018

Na Telona :: ‘A Forma da Água’ #65

E aí, pessoal! Tudo bem?

Na semana passada eu tive a oportunidade de participar de mais uma cabine de imprensa em parceria com a Espaço/Z aqui em Brasília. Vamos conferir o que eu achei?!

FILME: A Forma da Água
TÍTULO ORIGINAL: The Shape Of Water
DIRETOR: Guillermo del Toro
DISTRIBUIDORA:  Fox Film
DURAÇÃO: 2h03min
LANÇAMENTO: 01 de fevereiro de 2018
CLASSIFICAÇÃO: 16 anos
GÊNERO: Fantasia
SINOPSE: Década de 60. Em meio aos grandes conflitos políticos e transformações sociais dos Estados Unidos da Guerra Fria, a muda Elisa (Sally Hawkins), zeladora em um laboratório experimental secreto do governo, se afeiçoa a uma criatura fantástica mantida presa e maltratada no local. Para executar um arriscado e apaixonado resgate ela recorre ao melhor amigo Giles (Richard Jenkins) e à colega de turno Zelda (Octavia Spencer).

A temporada de premiações está a todo vapor, a lista de indicados ao Oscar já foi divulgada e agora é o momento em que muitos começam a imensa maratona para assistir a maior quantidade de filmes indicados até o dia da grande premiação cinematográfica. Para aqueles que, assim como eu, não perdem uma oportunidade assistir a essas grandes obras na telona, alguns dos títulos indicados nas principais categorias começam a chegar agora em fevereiro aos cinemas brasileiros. O primeiro deles é A Forma da Água, filme que é o grande indicado do Oscar de 2018 com 13 indicações.

O filme se passa no início dos anos 60, durante a Guerra Fria, e conta a história de Elisa (Sally Hawkins), uma mulher muda que trabalha na limpeza de uma base militar secreta e está sempre acompanhada de Zelda (Octavia Spencer), sua colega de trabalho e também sua voz durante boa parte do filme.

Durante uma das noites de limpeza no laboratório, Elisa descobre que uma estranha criatura está sendo mantida em um tanque no laboratório e imediatamente se sente atraída por essa criatura. Com o passar dos dias, Elisa percebe que a criatura é capaz de muito mais do que todos imaginam e decide fazer de tudo para ganhar sua confianca.

A criatura em questão é um Homem-Anfíbio que foi encontrado pelo cientista Robert Hoffstetler (Michael Stuhlbarg) na Floresta Amazônica e era adorado como um deus e agora está preso nessa base militar para ser utilizado como objeto de estudo.

Porém nem todos os envolvidos nesse projeto compartilham da mesma admiração que Elisa possui pela ‘forma’ (termo utilizado pelos cientistas para se referirem a criatura). Com medo dos russos conseguirem colocar as mãos na ‘forma’, Richard Strickland (Michael Shannon), o sádico e responsável pelo comando do laboratório, ordena que a criatura seja exterminada.

Elisa precisa então juntar forças com Hoffstetler para conseguir retirar a criatura do laboratório antes que seja tarde demais.

Entre todos os filmes que estão dominando a temporada de premiações, A Forma da Água é com certeza o que eu mais queria assistir. O longa é o único filme de fantasia que está concorrendo nas categorias princiapais do Oscar e é dirigido pelo incrível Guillermo del Toro, reponsável pela direção de filmes como O Labirinto do FaunoCírculo de Fogo, HellboyA Colina Escarlate.

Além da direção sensacional, o elenco também é composto por um time incrível. Sally Hawkins, que dá vida a personagem principal, nos presenteou com uma atuação sublime sem precisar falar uma palavra durante todo o filme. Michael Shannon encarnou tão bem o papel de antagonista que é impossível você sair do cinema sem odiar o seu personagem.

Octavia Spencer também merece ser citada. A atriz dá vida a uma personagem que mesmo durante um filme com momentos muito densos consegue nos fazer rir com seus comentários.

Nas partes técnicas o filme também está de parabéns. A Direção de Arte de Paul D. Austerberry está sensacional. Toda a atmosfera do laboratório, o apartamento de Elisa sobre o cinema, o universo submerso. Tudo isso misturado com a Fotografia de Dan Laustsen dá ao filme uma pegada mágica que fará qualquer um se apaixonar.

Roteiro, edição, figrino, trilha sonora, edição e mixagem de som e tudo o que você puder imaginar foi executado com uma qualidade incontestável.

A Forma Da Água, que chega hoje aos cinemas de todo o país, é um conto de fadas moderno que merece ser assistido por todos os amantes da sétima arte.

Beijos e até a próxima!

25/12/2017

Na Telona :: ‘O Rei do Show’ #64

E aí, pessoal! Tudo bem?

Na semana passada eu tive a oportunidade de participar de mais uma cabine de imprensa em parceria com a Espaço/Z aqui em Brasília. Vamos conferir o que eu achei?!

FILME: O Rei do Show
TÍTULO ORIGINAL: The Greatest Showman
DIRETOR: Michael Gracey
DISTRIBUIDORA:  Fox Film
DURAÇÃO: 1h45min
LANÇAMENTO: 25 de dezembro de 2017
CLASSIFICAÇÃO: 10 anos
GÊNERO: Musical
SINOPSE: Nos anos 1800, P.T. Barnum (Hugh Jackman) perde o emprego. Ele então tem a ideia de criar um museu de curiosidades, tendo como artistas pessoas nada comuns. Barnum inaugura o universo do show business, transformando a magia em um grande espetáculo circense.

No fim do ano passado quando eu descobri que um musical com Hugh Jackman e Zac Efron chegaria às telonas no fim de 2017 eu imediatament comecei a listar mentalmente todas as maneiras que esse projeto poderia dar errado. Quando o primeiro trailer saiu eu continuei pensando que seria um desastre e estava bem feliz de não ter criado expectativas. Isso mudou há algumas semanas quando lançaram oficialmente a trilha sonora do filme e eu resolvi ouvir. Em menos de 30 segundos eu já fui completamente conquistado pelas composições de Pasek e Paul (La La Land e Dear Evan Hansen).

O filme conta a história de Phineas Taylor Barnum, um homem de meia idade que devido a forças da natureza acaba sendo demitido da empresa onde trabalha. Com uma casa, esposa e duas filhas para manter, Barnum decide se arriscar abrindo seu próprio negócio.

Com a ajuda de um pequeno empréstimo, Phineas abre então um museu de bonecos de cera na esperança de um bom retorno financeiro. Após perceber que o retorno financeiro desejado provavelmente nunca será alcançado dessa maneira, Barnum precisa pensar em algo novo e incrível para atrair público para o seu museu.

Quando suas filhas pedem para que ele traga para seu museu coisas extraordinárias e com vida, como sereias e unicórnios, Phineas decide então criar o primeiro show de ‘aberrações’ (como eram tratadas no século IX todas as pessoas que fossem diferentes do que era considerado normal).

Porém mesmo com o ‘sucesso’ de seu show, Barnum ainda não se sente aceito pela alta sociedade e decide arriscar tudo aquilo que contruiu para tentar provar para si mesmo que pode alcançar o que um dia disseram que ele não era capaz.

Após o desastre cinematográfico que foi Os Miseráveis (2012) eu estava com os dois pés atrás em relação a ter Hugh Jackman no papel principal de um musical. No fim da sessão eu pude respirar aliviado por estar completamente errado. O ator que foi eternizado no papel do mutante Wolverine consegue carregar o filme de uma maneira incrível e mostrando que ainda carrega no sangue os seus tempos de teatro musical.

O restante do elenco também não deixa a desejar. Zendaya e Zac Efron (que finalmente não tirou a camisa) dão vida a um casal improvável para a época, Michelle Williams interpreta a esposa de Hugh e faz o que nasceu para fazer, cara de choro. O destaque vai para a talentosíssima Keala Settle no papel de Mulher Barbada. O que nos leva ao primeiro ponto negativo do filme.

Keala Settle é uma atriz que já esteve no elenco de shows como Os MiseráveisPriscilla, a Rainha do DesertoWaitressHairspray; já foi indicada a diversos prêmios por suas performances no teatro e simplesmente foi ignorada durante o filme, perdendo inclusive alguns solos que possui na trilha sonora.

A trilha sonora é com certeza o maior ponto positivo do filme. Com uma pegada bem mais pop do que eu esperava, a trilha sonora composta por Benj Pasek e Justin Paul é perfeita para aqueles que não gostam muito ou não são acostumados com musicais pois deixa de lado aquelas melodias clássicas que encontramos em grandes musicais da Broadway e aposta nas batidas mais populares que ouvimos diariamente.

Visualmente o filme também está muito agradável, mesmo com o excesso de CGI em diversas cenas.

Infelizmente nem tudo saiu tão bem executado como deveria. Infelizmente o maior exemplo disso foi a direção do filme que estava extremamente perdida. Na tentativa de criar um filme bem dinâmico o diretor acabou pecando muito no ritmo do filme, deixando algumas partes extremamente corridas e deixando muita coisa de fora. O acréssimo de pelo menos uns 15 minutos e ajustes em algumas das cenas fariam muito bem ao produto final.

O Rei do Show, que chega hoje aos cinemas brasilerios, pode não ser o melhor dos musicais lançados nos últimos anos (olá La La Land) mas com certeza é a melhor opção para conferir com a família nesse fim de ano.

Beijos e até a próxima!