sobre livros e a vida

30/12/2020

O Impulso, de Ashley Audrain

Blythe cresceu em um lar desajustado e sempre ouviu sua mãe dizer que as mulheres de sua família eram amaldiçoadas. A menina cresceu sem ter uma figura materna responsável, já que Cecilia às vezes parecia não gostar dela, e prometeu para si mesma que quando fosse sua vez de ter uma família, tudo seria diferente.

Quando Blythe conheceu Fox, a conexão entre os dois era inegável. Parceiros para o que der e vier, o casal era apaixonado, mas enquanto ele sonhava em aumentar a família, ela tinha o receio de ser mãe. Após certa insistência, Blythe concordou em engravidar, mas quando Violet nasceu, ela viu seu pesadelo ganhando vida.

Durante toda a gestação Blythe se sentiu estranha e tinha a sutil esperança de que quando o bebê nascesse algum instinto materno despertaria nela e tudo seria um mar de rosas. Só que não foi bem assim. Quanto mais tempo passava com a filha, mais a mulher tinha certeza de havia algo errado com ela. Blythe simplesmente não conseguia amar sua própria filha.

Com o passar do tempo, a desconexão entre mãe e filha era palpável. Violet anunciava aos quatro ventos que preferia passar mais tempo com o pai e que gostaria que a mãe simplesmente morresse. As duas estavam sempre se bicando e Fox ficava no meio, tentando fazer a mediação para que elas se acertassem, afinal, tinham o mesmo sangue.

Tudo muda quando Sam chega à família. A segunda gravidez de Blythe foi completamente diferente e quando o pequeno menino nasceu, o sentimento que ela tanto sonhou durante a gestação de Violet finalmente despertou. Aquela pequena criatura em seus braços era o único motivo que a mantinha viva e ela faria tudo por ele… Até uma tragédia virar seu mundo de cabeça para baixo.

Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!

***

O Impulso é um futuro lançamento da Editora Paralela e uma grande aposta da editora para o próximo ano. Recebi uma prova antecipada para leitura e assim que o livro chegou aqui, passei na frente de todas as leituras. Já tinha ouvido falar algumas coisas sobre a obra e estava bem empolgado para a leitura. Mas absolutamente NADA teria me preparado para esse livro.

Quando eu iniciei a leitura de O Impulso, imaginei que teríamos um livro sobre o lado B da maternidade, mostrando que as coisas nem sempre são tão fáceis depois que uma mãe dá à luz. Mas Ashley Audrain foi muito mais fundo ao desenvolver todas as relações entre mãe e filha que figuram a trama, deixando muitas vezes o leitor de queixo caído.

Nesta obra vamos acompanhar três gerações de mulheres da mesma família e seus problemas com a maternidade. Etta, Cecilia e Blythe são ligadas pelo sangue, mas também pelas dificuldades em lidar com a sua prole. O foco maior é em Blythe e sua relação com a filha, mas através do passado dela e de suas progenitoras vamos entendendo um pouco mais de onde vem tudo isso.

Outro ponto muito importante da trama é o de se nós somos o que somos ou se a sociedade nos faz assim. O caráter e a índole vêm de berço ou é algo nato? De verdade, eu sempre tive uma opinião sobre isso que julgava como certa, mas depois de ver algumas atitudes de Violet, desde que era apenas um bebê, eu coloquei todas as minhas crenças em pauta novamente. Sério, que criança demoníaca!

Muitos acontecimentos do livro nos fazem duvidar sobre o que está acontecendo realmente. A obra é escrita como se fosse um diário de Blythe para Fox, depois que ela viveu toda uma tragédia. Sua perda a fez ver as coisas com outros olhos ou aquilo tudo realmente aconteceu? E se aconteceu, foi realmente daquela forma ou ela está aumentando? A incerteza é de roer as unhas e esse foi um dos pontos mais incríveis na escrita de Ashley Audrain.

Sem sombra de dúvidas, O Impulso é um livro instigante, de tirar o fôlego e muito bem escrito. Foi minha última leitura do ano e garanto a vocês que cada página vale a pena. Super recomendo a leitura a todos. Você vai se emocionar, sentir raiva, medo e questionar todas as suas certezas sobre quem você é!

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