sobre livros e a vida

11/01/2016

Tá Na Estante :: ‘Zac & Mia’ #495

Oi, gente. Tudo bem?

Hoje trouxe mais uma resenha para vocês, dessa vez em dupla com a Giu Ladislau, do blog Prazer, Me Chamo Livro. Vamos conferir?!

Livro: Zac & Mia
Autor: A. J. Betts
Editora: Novo Conceito
Páginas: 288
Sinopse: A última pessoa que Zac esperava encontrar em seu quarto de hospital era uma garota como Mia – bonita, irritante, mal-humorada e com um gosto musical duvidoso. No mundo real, ele nunca poderia ser amigo de uma pessoa como ela. Mas no hospital as regras são diferentes. Uma batida na parede do seu quarto se transforma em uma amizade surpreendente. Será que Mia precisa de Zac? Será que Zac precisa de Mia? Será que eles precisam tanto um do outro? Contada sob a perspectiva de ambos, Zac e Mia é a história tocante de dois adolescentes comuns em circunstâncias extraordinárias.

Falando em sick-lit com romance, a minha referência sempre é ACEDE, tanto por ter sido o primeiro que li como por ter me emocionado bastante. Dessa vez fui aberta a gostar, mas faltou um quê pra me conquistar.

Zac tem leucemia e está confinado em seu quarto de hospital desde pouco antes do transplante de medula. O tédio é um grande problema, principalmente porque sua mãe não lhe dá a menor privacidade. E tem outro agravante: graças aos 17 anos, não pode mais ficar na ala infantil, então ele é tratado como adulto e é obrigado a conviver com pacientes muito mais velhos que ele. Das outras vezes que esteve ali, ele chegou a fazer amizade com um cara de 32 anos com tumor na cabeça, mas dessa vez sua vizinha é uma menina da mesma idade dele, mal-humorada e muito ranzinza. Ela tem osteossarcoma Gus feelings, um tipo de câncer com bastante probabilidade de cura, mas só enxerga o lado ruim da doença.

De todos, eu sou o menos corajoso. Nunca me alistei para essa guerra. A leucemia me convocou, essa filha da puta.


Zac é bem-humorado e sarcástico, encara a doença com tranquilidade, sabe que a morte é uma possibilidade e quer lutar contra ela. Ele vive pesquisando no Google sobre mortes bizarras, estatísticas e probabilidades e por causa disso se apega aos números de chance de sobrevivência. Já Mia não aceita a doença, finge nas redes sociais que tudo está normal e inventa desculpas pro seu sumiço e até pra amputação. Ela não aceita sua condição de jeito nenhum e procura culpados para descontar sua raiva.

A amizade deles começa de um jeito muito estranho, com música muito alta e batidas na parede. A princípio eles são só dois estranhos, mas justamente por Mia não ser muito boa da cabeça que vai atrás de Zac quando se vê abandonada pelo namorado – o único que sabia do câncer – e fugida da mãe. E é aí que ele consegue aos poucos quebrar o escudo de Mia.

Por que eu gosto da Mia?
Gosto quando ela é dura comigo, sabendo que posso aguentar. Ela não fica cheia de cuidados ao redor das coisas ruins nem esconde o que está pensando. Se ela sente alguma coisa, ela diz. Ela mostra. Ela diz e faz todas as coisas que os outros escondem. Ela não é previsível nem segura. Ela não fala besteiras, da forma como a maioria das garotas fala. Ela está viva, apesar de tudo, chutando e gritando e praguejando. Lutando, apesar de tudo.

Não dava pra ela continuar sendo essa chata o livro inteiro, pelamor! O convívio com Zac e sua família foi o que ela precisava pra se aceitar e mudar vários conceitos e perspectivas. Mia amadureceu muito no decorrer do livro.
A história flui, mas não prende, não sei se vou conseguir me explicar. Você lê de boa, a linguagem é simples, fácil de entender, mas não é aquilo de precisar virar as páginas ininterruptamente.

Eles dizem que o câncer deixa você mais forte. Não deixa. Bagunça sua cabeça. Cria uma coceira que você não pode coçar e um coração que não para de doer.

Gostei bastante de ver a Austrália como cenário, coisa bem rara na literatura famosinha. E, como há muitas referências à cultura local, elas foram devidamente explicadas nas notas de rodapé, o que ajudou bastante a compreensão da leitura.

O livro é dividido em 3 partes. A primeira é narrada por Zac, a segunda intercala a narração entre ele e Mia, e a terceira é só ela que narra. Não sei se gostei dessa divisão, porque muitas vezes quis saber o outro ponto de vista, mas não havia. Acho que ia preferir se fosse intercalado em todo o livro ou em terceira pessoa de uma vez.

Ele é rápido. Era rápido. Tenho de ficar me lembrando o tempo todo de que nossos tempos verbais mudaram.

Sou dessas que encontram significados mirabolantes pras capas não óbvias, mas dessa vez sinceramente não entendi a mensagem (se alguém captou, ajuda aí e deixa nos comentários). A diagramação conta com pétalas dessa mesma “flor” na primeira página de cada capítulo e nas divisões entre eles. Não me lembro de erros de revisão.

Um livro que é legal, vale como passatempo, mas não é imperdível nem muda vidas.

Talvez coragem seja apenas isto: atos impulsivos em um momento em que sua cabeça grita não, mas seu corpo vai em frente assim mesmo.
Coragem ou estupidez. É difícil dizer.

Beijos e até a próxima!

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