sobre livros e a vida

27/03/2016

Tá Na Estante :: ‘Vamos Juntas?’ #512

Heeey, gente. Tudo bem???

No post de hoje eu e o Léo, que vem representando o Recanto da Mi, viemos falar sobre um livro que deve, no mínimo, ser colocado como leitura obrigatória de todos, em especial na escolas. Trouxemos as visões de um homem e uma mulher sobre o tema e esperamos que vocês gostem.

Livro: Vamos juntas?
Autora: Babi Souza
Editora: Galera Record
Páginas: 144
Compre: Submarino SaraivaSinopse: Toda mulher já se sentiu insegura na hora de sair sozinha na rua. O risco de ser abordada, perseguida ou assediada é uma realidade. Mas, um dia, uma moça chamada Babi Souza teve uma ideia simples e revolucionária: da próxima vez em que você estiver sozinha, olhe para os lados. Pode ter outra mulher andando na mesma direção. Por que não vão juntas? Logo, o movimento Vamos Juntas? conquistou moças em todo o Brasil, se tornando um símbolo de união feminina e feminismo, na defesa por direitos iguais entre homens e mulheres. Aos poucos, muitas mulheres mudaram sua forma de enxergar o dia a dia e a moça ao lado. Além de dados sobre o feminismo, que mostram como ainda há tanto a ser conquistado, este guia traz relatos de mulheres que aprenderam, junto ao Vamos Juntas?, a enxergar companheiras umas nas outras. A se unir, ao invés de rivalizar.

Quando sai de casa, um dos maiores medos da maioria das mulheres é ter o seu corpo violado, seja através do estupro, de um cantada ou até de um olhar mal intencionado. Ter que analisar cuidadosamente a roupa que vai vestir, que maquiagem vai passar e calcular qual caminho fará no seu dia a dia para evitar riscos, são alguns dos problemas diários vividos pelo sexo feminino. Isso acontece porque, aparentemente, para grande parte da sociedade, a mulher não passa de um objeto que tem única e exclusivamente a finalidade de servir sexualmente o homem.

Para os homens, isso nem passa pela nossa cabeça. Nosso maior medo de sair na rua e à noite, quando existe, é de sermos assaltados e perdemos alguns bens materiais. Mas o que é isso comparado ao que toda mulher sente quando precisa sair sozinha, num mundo machista e preconceituoso? Eu lhes digo: nada. Nós não precisamos conviver com outros homens invadindo o nosso espaço pessoal, falando sacanagens ou coisas do tipo e nos xingando e denegrindo a nossa imagem quando não aceitamos as suas investidas.

Pensando nisso e na insegurança vivenciada por muitas de nós, Babi Souza criou o movimento Vamos juntas?, uma causa que, a princípio, visava unir as mulheres somente em situações de provável perigo. Entretanto, com o passar do tempo, ela percebeu que tal militância ia muito além disso e tinha o potencial de unir as mulheres na vida.

Antigamente, as mulheres eram grandes companheiras. Era comum vermos casas em que moravam famílias enormes e todas as mulheres se ajudavam, dividindo tarefas e cuidando uma das outras. Infelizmente, atualmente, na sociedade individualista e egoísta na qual vivemos, se tornou muito comum mulheres competindo entre si, sempre querendo se superar, se colocando em situações muitas vezes humilhantes apenas por mero orgulho. Isso quando não roubam os homens umas das outras.

Uma das piores situações pelas quais às vezes passamos é quando somos traídas e culpamos a terceira pessoa envolvida que, por muitas vezes, é uma mulher, e que quase nunca sabe que o parceiro é comprometido. Com base nisso e em tudo acima elencado, a sororidade se fez necessária.

Sororidade, um termo tão estranho que está grifado de vermelho pelo corretor do Blog enquanto digito, mas que significa nada mais, nada menos, do que a irmandade entre as mulheres. Fato que já acontece com os homens há muito tempo e que para nós é muito normal, mas que, por conta dessa necessidade que muitas mulheres têm de se superar, torna-se quase inviável nos dias de hoje. Ou melhor, tornava-se.





Nesse sentido, Babi aproveita para abordar em Vamos Juntas? todas essas questões suscitas sob o viés do feminismo, com o desejo de igualizar as mulheres aos homens perante o mundo no qual vivemos. A sua reivindicação é simples: Temos direito de nos vestirmos do jeito que bem entendermos sem sermos julgadas ou agredidas por isso; temos o direito de ter os mesmos cargos e salários que os homens; não somos o sexo frágil, como ainda somos consideradas; e não precisamos de ninguém para nos defender, desde que sejamos respeitadas pelo o que somos.

Todavia, cada vez mais o feminismo tem sido visto com maus olhos, principalmente pelo fato de estar sendo levado ao extremo, destoando completamente dos seus objetivos iniciais, que é dar liberdade à mulher a ser quem ela quer, sem rotulá-la e sem esperar que ela cumpra um papel social previamente definido. Ocorre que as vertentes mais radicais acabaram por criar uma verdadeira guerra entre os sexos, passando a odiar os homens, culpando-os por exatamente tudo. A misandria está aí para comprovar tal argumento. Mas oi? Qual o sentido disso tudo?

Posso ser homem, mas desde sempre me considero feminista. Não entendo o porquê de nossa sociedade ainda ser tão sexista e querer diminuir a força da mulher. Onde nós estaríamos sem elas? Não é nem um pouco justo que tenhamos direitos e tratamentos diferentes se todos somos humanos e temos as mesmas capacidades. Vou lutar sempre por essa mudança, até ela acontecer!





Muitas vezes me pego pensando como seria um mundo onde não houvesse segregação nenhuma, seja por sexo, raça, religião ou opinião política. É tão utópico esse desejo? Por que é tão difícil o ser humano se colocar no lugar do outro e ver que existe mais além das suas próprias concepções? Seja você homem ou mulher, gay ou hétero, cis ou trans, negro ou branco e afins. Vocês devem ter os mesmos direitos que todos.

E isso só será possível se todas nós nos unirmos, e falo isso de uma maneira geral, não só para nos protegermos do assédio ou para batalharmos pelo nosso lugar de direito no mercado de trabalho. Ainda bem que cada vez mais tenho visto ações sociais conjuntas, em que mulheres, às vezes completas estranhas, se oferecem para cuidar dos filhos das outras, fazer comida e apoiar, principalmente, a mãe solteira. Pelo visto nem tudo está perdido!

Quanto ao exemplar, não posso deixar de falar sobre o capricho que a Galera empregou nele. A edição está simplesmente maravilhosa. O livro é de um tamanho menor, exatamente como um guia. As páginas são brancas, mas entendi que foi para combinar com as figuras e palavras coloridas contidas no decorrer das páginas. Um trabalho maravilhoso, como vocês podem ver nas fotos espalhadas pela resenha.

Vamos juntas? é um livro que visa empoderar as mulheres, mostrar a elas o seu lugar na sociedade e fazer com que elas lutem por seus direitos. Trata de um tema que deveria ser debatido por todos nós há muito tempo, ser ensinado desde a infância e já ter sido posto em prática há séculos. Certamente esta é uma obra fantástica que lhes fará refletir acerca do mundo e do que vocês podem fazer para melhorá-lo.

Beijos e até a próxima!

Comentários

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Ei, eu sou a Barb, tenho 27 anos, sou baiana, estudei Letras e compartilho conteúdo desde 2010 na internet. Por aqui, escrevo sobre tudo que faz meu coração bater mais forte.

Se inscreva no meu canal do youtube

Além do meu amor pela leitura e pelas histórias de romance, eu compartilho vlogs sobre a minha rotina e trabalho, mostrando como é a vida de uma baiana morando em Madrid, na Espanha.

Ei, inscritos no Telegram

Faça parte do nosso grupo aberto e gratuito no Telegram. Lá os inscritos recebem novidades, conteúdos exclusivos, além de um podcast semanal (em áudio) sobre o que se passa na mente da criadora de conteúdo.

Telegram

Quer receber minha newsletter?

Vamos conversar mais de pertinho? Enviamos conteúdos semanais sobre assuntos mais intimistas: reflexões sobre a vida e situações cotidianas.