sobre livros e a vida

23/11/2016

Tá Na Estante :: ‘Traços’ #609

Heeey, gente. Tudo bem?

Olha eu aqui com mais uma resenha pra vocês. Dessa vez em dupla com o Leonildo, representando o Blog Prazer, Me Chamo Livro. Vamos ver o que nós dois achamos de Traços?!

Livro: Traços
Autor: Eduardo Cilto
Editora: Outro Planeta
Páginas: 272
Sinopse: Quando Matheus aceitou acompanhar Beatriz na festa do colégio, jamais imaginou que terminaria a noite participando de um ritual místico (de veracidade duvidosa) para saber o que o futuro reservava para ele e a amiga. Assim que as velas que os cercavam se apagam e uma resposta esquisita encerra a cerimônia, Beatriz leva o resultado a sério e entende que deve fugir da cidade pequena para se encontrar com seu destino nas ruas da capital de São Paulo. Perdido no meio de tudo, Matheus é obrigado a repensar o que considera certo ou errado quando é convidado para participar do plano maluco de fuga e decide que precisa passar por cima dos limites impostos pelos pais para finalmente ser capaz de entender quem realmente é. Os dois amigos partem sozinhos para São Paulo e carregam consigo não somente as malas nas costas, mas também o peso de todos os problemas que achavam que estavam deixando para trás. Sem ter ideia do que estão enfrentando, Matheus e Beatriz descobrem mais sobre si mesmos, criam, quebram laços e encaram desafios que jamais pensaram que confrontariam enquanto contavam as moedas para realizar esse grande plano que iria mudar suas vidas para sempre.

Matheus e Beatriz são grandes amigos desde que o garoto mudou-se com a família de São Paulo para o interior, após a morte do irmão mais velho. Os dois não se desgrudam e Matheus faz tudo por Bia, porque é profundamente apaixonado pela menina. Então, não é surpresa pra ninguém quando ele, que não sai de casa para nada, aceita acompanhar a amiga na festa da escola.
A noite não anda do jeito que os dois imagina, tampouco termina da forma que Matheus esperava. Ele e Bia se unem ao casal Ivo e Fernanda e vão para a casa da última fazer um ritual. Fernanda é um tipo de menina que acredita ser bruxa e ter o poder de ver o futuro das pessoas. Como Bia tem uma obsessão pelo que virá depois, deseja que Fer apresente para ela seu destino.
Durante o tal rito, Fernanda tem um ataque epilético, mas antes de desmaiar, diz para Bia que seu futuro está longe dali e que ela precisa ir atrás dele. A menina fica bastante intrigada com a mensagem que veio do além, mas não conversa com Matheus a respeito disso. A verdade é que Bia está armando um plano de fuga para São Paulo e vai precisar da ajuda do melhor amigo mais do que nunca.

Existe um canal no YouTube chamado Garoto de Verdade e Bia nutre uma paixão secreto pelo menino que apresenta. Ela acha que ele fala diretamente com ela, já que se identifica muito com seus vídeos. Então, a menina deseja ir até São Paulo e encontrá-lo, fazer com que ele ao menos saiba da existência dela.

Assim, Bia rouba dinheiro dos pais e compra duas passagens para a metrópole, uma para ela e outra para Matheus. À princípio o menino hesita, mas após uma briga terrível com os pais, decide que está na hora de responder por si mesmo e vai acompanhar Bia em sua aventura. O plano não sai como os dois esperavam quando o ônibus em que eles viajam estraga no meio da viagem.
Logo os dois precisam colocar suas cabeças para funcionar e descobrir uma nova forma de chegar até São Paulo, antes que seus pais percebam sua fuga. Munidos de pouco dinheiro e com uma cara de pau de dar inveja, os amigos se aventurarão pelas estradas em busca do destino de Bia e descobrirão diversas coisas sobre o mundo e sobre si mesmos.
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!
LEO: Quando soube do lançamento de Traços, não sabia bem o que esperar. Acompanho o canal do Cilto e gosto dos seus vídeos, mas isso não confirma que ele seja um bom escritor. Tenho um certo trauma de livros de booktubers, mas resolvi dar uma chance a este de mente aberta. Contudo, foi difícil até de concluir a leitura.
A escrita de Eduardo Cilto é um tanto arrastada e monótona. O livro, que tem pouco menos de 300 páginas, seria lido por mim em poucas horas normalmente, mas demorei quase um dia inteiro para concluir a leitura. Tudo por causa do enredo, que é completamente maluco e precisei parar certos momentos pra processar o que estava lendo, e pelas expressões arcaicas usadas pelo autor, que me faziam sentir que estava lendo um livro de cem anos atrás.
BARB: A narrativa é toda feita em primeira pessoa, sob a perspectiva de Matheus, e não consegui entender muito bem onde Cilto quis chegar com o personagem. Matheus tem seus dezesseis anos, mas ora age como se tivesse 10, ora como se tivesse 30. Achei seu desenvolvimento um tanto clichê, já que ele é mais um jovem que não conhece o mundo lá fora e vai amadurecendo devido aos desafios em seu caminho em busca do amor.
Além disso, todos os personagens da obra são estereotipados demais e não consegui criar empatia por nenhum. Beatriz é uma menina sonsa e egoísta, que pensa que o mundo gira ao seu redor e não se importa com os sentimentos dos outros. Juro que estou até agora tentando entender a amizade dela com Matheus, porque não faz o menor sentido os dois serem tão próximos e saberem tão pouco um da vida do outro.
LEO: Um dos meus maiores problemas com o livro foi o fato de o autor não saber desenvolver as subtramas que apresentou. Como por exemplo o fato da morte do irmão mais velho de Matheus. Ela foi abordada no início e tinha momentos que parecia que Cilto esquecia que tinha inserido esse elemento na trama, porque simplesmente não se falou mais no assunto até quase o desfecho. Um tanto sem nexo isso.
Também preciso falar sobre a vibe Marina Joyce que o livro começa a apresentar lá na metade. O que foi aquilo, meu Senhor? A narrativa foi para um lado completamente insano e comecei a me perguntar o que Cilto tinha na cabeça quando teve a ideia de escrever essa obra, porque olha… Não foi fácil concluir a leitura quando isso foi jogado na minha cara.
BARB: O desfecho da obra foi algo que não consegui processar até agora. Eduardo inseriu tantos elementos que fiquei muito confusa enquanto lia e precisei voltar algumas vezes pra ter certeza que aquilo estava realmente acontecendo. Eu juro que esperei o momento que o protagonista acordaria e tudo que tinha ocorrido na trama não passava de um pesadelo. Infelizmente me decepcionei.
Quanto à edição física, a Outro Planeta arrasou. O livro conta com uma capa belíssima, que super chamaria minha atenção na livraria se eu não conhecesse a obra. As páginas são amareladas, a fonte é grande e a diagramação é simples. Encontrei alguns erros de revisão que me incomodaram, como por exemplo “opção sexual” no lugar de “orientação”, mas isso foi o de menos.
LEO: Com uma narrativa arrastada e uma história que não vai a lugar nenhum, Traços se enquadra nas grandes decepções do ano. Infelizmente, não tenho como recomendar essa obra para vocês, mas se quiserem arriscar e tirar suas próprias conclusões, me contem aqui nos comentários o que acharam.

Beijocas e até a próxima!!!
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