sobre livros e a vida

27/04/2014

Tá na Estante :: ‘Shada’ #212

Olá, mates!
Tudo bem?

Essa é a minha primeira resenha para o ‘Segredos entre Amigas’ e espero que vocês gostem, do mesmo modo que amei a oportunidade de ler mais uma história incrível do universo de uma das séries mais famosas e conceituadas do mundo ‘Doctor Who’.

Livro: Doctor Who: Shada – A aventura perdida de Douglas Adams
Autor: Gareth Roberts
Editora: Suma de Letras
Páginas: 345
Sinopse: Vista e cultuada em mais de 200 países, a série de TV Doctor Who é um ícone cultural britânico que conquistou mais de 70 milhões de fãs em 50 anos de aventura.
O seriado acompanha o Doutor: um viajante misterioso, vindo do planeta Gallifrey, movido pelo desejo de explorar todos os cantos do tempo e do espaço. Um dos Senhores do Tempo, o Doutor é capaz de se regenerar para escapar da morte, mudando de corpo, rosto e personalidade. Com seus companheiros, humanos e alienígenas, ele protege a Terra e o cosmos contra perigos de todos os tipos.

Shada (re)conta um episódio que nunca foi transposto para as telas de televisão, uma aventura “perdida” de 1979. Escrita pelo então editor de roteiros da série, Douglas Adams, o autor de O guia do mochileiro das galáxias, Shada traz a quarta encarnação do Doutor e sua companheira Romana II.
Para quem não conhece, Doctor Who é uma série que tem, apenas, 50 anos de existência. É um patrimônio da cultura britânica, uma das séries de maior duração e é claro, que carrega a maior quantidade de fãs por todos os quatro cantos do planeta – e Universo. Conhecidos como Whovians, nós fãs dessa série, somos regados com todo tipo de material sobre a série desde áudio books, jogos, action figures e livros. Infinitas coleções de aventuras do Doctor com seus companions.
A série mostra as aventuras de um Senhor do Tempo – humanoidealienígena viajante do tempo que possui dois corações que é conhecido apenas como “O Doutor” (“The Doctor”). Ele explora o universo em sua máquina do tempo, uma sensível nave espacial conhecida como TARDIS, cuja aparência exterior se assemelha a uma cabine da polícia londrina de 1963, mas é muito maior por dentro. Ele nunca viaja sozinho, juntamente com os seus companheiros, O Doutor enfrenta uma variedade de inimigos, enquanto trabalha para salvar as civilizações, ajudar as pessoas comuns, e corrigir erros.

                            

Existem 02 eras da série: A clássica iniciada em 1963 até 1996, tendo 08 Doctors diferentes e uma infinidade de companions; e a versão atual que iniciou em 2005 sem previsão de termino. Até então, tivemos 5 doctors – contando com John Hurt e o futuro doctor Peter Capaldi. Eu sou suspeita para falar dessa série, pois sou completamente viciada no mundo de Doctor Who, entretanto recomendo muito assistir, despretensiosamente e depois vir falar comigo sobre o amor que você vai ter por essa série.
Como disse ali em cima, Doctor Who tem uma infinidade de livros que começaram a ser lançados em 1991. Aventuras extras do Doctor com seus companion, normalmente histórias que foram desenvolvidas para serem filmadas para a televisão, mas que acabaram ficando esquecidas em alguma pilha por algum motivo particular e acabaram só mais tarde sendo encontradas e desenvolvidas em coleções de livros. Quando digo que são infinitos, acreditem: SÃO MUITOS! Quando penso que já conheço todos, aparecem mais 03! São como gremlins, vão se multiplicando sem nem notarmos.
E não é muito diferente de ‘Shada’.
A grande particulariedade dessa história é que ela foi desenvolvida pelo queridíssimo Douglas Addams (O Guia do Mochileiro das Galáxias), que já havia escrito alguns episódios da era clássica de Doctor Who, mas Douglas tinha um pequeno problema: ele era péssimo com prazos – te entendo, mate! Ele tinha toda uma concepção da história, mas com o prazo curto que recebeu, ele literalmente escreveu o roteiro da maneira que o tempo lhe permitiu. Não o agradando e muito menos a produção, que parou as filmagens e cancelou a produção do episódio de Shada. O roteiro ficou esquecido para a felicidade de Douglas, que anos mais tarde em uma entrevista, declarou seu descontentamento com a criação dessa história. Ele não pode concluir essa história, mas ela parou nas mãos de Gareth que teve mais que um trabalho: uma missão. Ele precisava respeitar a memória de Douglas e agradar milhões de fãs de Doctor Who. Sentiu o peso, não é?
Bom, eu posso adiantar: ele conseguiu.
Esse livro se encontra na linha temporal da série clássica, onde temos a 4º regeneração do Doctor, ele era interpretado nas telinhas britânicas pelo extrovertido e adorável Tom Baker, dono de grandes olhos azuis, nariz reto, humor extremamente britânico e o seu cachecol colorido gigante. Ele, definitivamente, foi um dos Doctors favoritos de todas as gerações. E não é a toa.
A história inicia apresentando Skagra, como todo bom vilão, conhecemos o seu desejo mais profundo e como ele está a tentar conseguir isso. Enquanto isso, em mais um dia normal na Universidade de Cambridge, Londres num agitado anos 70, Chris Parsons vai a sala do professor Chronotis pegar alguns livros emprestados para sua pesquisa – e eventualmente impressionar sua paixãozinha Clare Keightley. Assim que entra na sala, ele se depara com uma velha cabine azul de polícia ali dentro – que ele ainda não sabe, mas é a famosa TARDIS do Doctor ou em palavras comuns a ‘nave’ do Doctor -, e muitos, muitos livros. O professor, um velhinho simpático, meio esquecido, que ama chá e um tanto quanto excêntrico  o ajuda com os livros, mas não percebe que Chris, sem perceber, acaba levando um livro muito simples, mas extremamente perigoso. Chris, ao encontra aquele livro, sentiu que ele era diferente, as páginas de papel de um material irreconhecível, com escritos em um idioma indecifrável, falavam com ele e aí é só o inicio dessa aventura até o ordinário e normal Chris Parsons.
Mal sabia que aquele era “O Venerável e Ancestral Livro das Leis de Gallifrey”, livro que pertence aos Senhores do Tempo, trazido para terra – coisa que não deveria ter acontecido – por um Senhor do Tempo bem indisplicente. Enquanto isso, nosso Doctor e sua então adorável companion, Romana e o K9, o cachorro cibernético mais legal do mundo nerd atendem ao chamado do Professor Chronotis e acabam por descobrir que não só o livro sumiu, como que há uma criatura particularmente estranha aos arredores de Cambridge, não só os cercando, mas mostrando ter um curioso interesse no livro. Quem não teria? Eles precisam encontrar o livro, pois é claro que ele não pode cair em mãos erradas. Esse é apenas o inicio dessa aventura que é cheia de reviravoltas, diálogos inteligentes, ótimas piadas. Sim, há muito do humor do nosso amado Doctor sempre que ele tem a chance de mostrar sua esperteza e suavidade. É impossível ler esse livro e não imaginar Tom Baker em cada expressão escrita ali por Garreth.
O livro é dividido em 06 Partes, novamente uma outra ligação com a Era Clássica em que os episódios eram dividido em Arcos – normalmente eram grupos de 4 – 6 episódios. Shada é um arco completo que contaria a história, não só dos Senhores do Tempo, mas de um temível vilão. Cada capítulo é narrado por um personagem que mostra aos leitores suas impressões da história: Doctor, Romana, Chris, Clare, professor Chronotis e Skagra. De no máximo 03 a 05 páginas por capítulo, a história flui rapidamente dando uma sensação de movimento, similar a um episódio. Impossível você terminar um capítulo e não querer ler o próximo. Ainda mais porque Gareth conseguiu fluir a história de um modo que as revelações são intercaladas com as explicações, assim não ficando nenhum furo. Confesso que gostei muito dessa construção de história, na realidade eu vou adotá-lo num dos meus livros. É um estilo que te instiga a continuar lendo para saber o que irá acontecer. No entanto, os capítulos que ultrapassam de 05 páginas, normalmente explorando melhor algum tema, acabam tendo a ter explicações demais e  acabam ficando cansativos, pois o leitor tendem a se acostumar com o movimento ágil da história, então quando há um refreamento nesse movimento pode haver um estranhamento da parte do leitor.
Gostaria muito de dizer que qualquer um pode ler esse livro, mas eu, como Whovian, senti que é um livro feito por um fã para um fã. Se você não conhece o universo do Doctor Who provavelmente ficará confuso quanto a quem ele é, o significado de sua companion, quem é K9, sobre as regenerações, o que são Senhores do Tempo, a Tardis, os planetas, seus limites como ser sobrenatural e suas aventuras. Basicamente, tudo do seu Universo. Mas, não negarei, que para quem não conhece nada sobre esse universo pode sim ter um bom divertimento, na realidade, se sentirá na pele de Chris Parsons. Eu recomendo, se você é do tipo que se permite desbravar novas histórias sem ter os dois pés fincados ao chão, aceitando o imprevisível. Você vai amar!
Como disse, sou suspeita para falar de Doctor Who, mas ao terminar Shada fiquei triste, pois queria mais, na realidade, sempre quero mais histórias do Doctor, MAS, no caso de Shada, eu sei que não terei mais, e essa é a parte triste. No entanto, fiquei extremamente satisfeita com o livro. Impossível terminá-lo e não ficar apaixonada com o livro. Eu recomendo – e muito!

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