sobre livros e a vida

11/10/2015

Tá Na Estante :: ‘Ovelha – Memórias de um Pastor Gay’ #461

Oi, gente. Tudo bem?

Hoje vim falar pra vocês de um livro que causou um burburinho na blogosfera recentemente, por tratar de um assunto polêmico e tabu. Vamos conferir?!

Livro: Ovelha – Memórias de um Pastor Gay
Autor: Gustavo Magnani
Editora: Geração
Páginas: 232
Sinopse: Este livro, estreia impressionante de um jovem e talentoso escritor, é o relato pecaminoso de um decadente. A história de um homem religioso e carismático, temente a Deus, mas amante insaciável de sua própria carne exótica, a carne de outros homens.Um pastor gay, casado com uma ex-prostituta, filho de uma fanática religiosa. Neurótico e depravado. E agora condenado.Internado no hospital, debilitado e com um segredo de uma tonelada nas costas, este personagem atormentado decide libertar-se de seus demônios e relatar seu drama.Num relato cru e sem censura, ele literalmente vomita seus trinta anos de calvário e charlatanice na cara da congregação (e de qualquer um que se interesse por um bom inferno). Sexo, paranoia, corrupção e destruição são os ingredientes tóxicos dessa obra provocante, polêmica e inovadora.

Minhas expectativas em cima desse livro eram bem altas. Com toda repercussão atual em cima da questão “homossexualidade vs. Igreja”, Ovelha tinha tudo pra ser um bom livro e tocar na ferida de alguns, mostrando os dois lados e tratando-os como iguais, mas não foi bem assim.
Que Gustavo Magnani escreve bem, não há como negar. O livro não segue uma narrativa linear e mesmo assim me vi preso em suas páginas, me divertindo e ao mesmo tempo refletindo sobre o assunto. O problema é o modo como o autor trabalhou com sua ideia.
Um livro, quando é taxado como polêmico, não foi exatamente escrito com essa intenção. Ovelha já diz em sua capa que é polêmico e Magnani parece querer nos fazer engolir isso, usando de termos e fatos forçados, como se o autor só quisesse polemizar e não escrever um romance.
Ovelha narra a história de um pastor gay, óbvio. Desde pequeno ele foi criado por uma mãe extremamente devota e, para ser o filho perfeito, seguiu o caminho da religião também, adorando a Deus e pregando seus ensinamentos. Porém, quando ninguém estava olhando, ele soltava-se das amarras e liberava seu verdadeiro eu. 
Agora ele se vê em uma cama de hospital, sofrendo com o vírus da AIDS dentro de si e escrevendo todas as suas memórias. Ele sabe que cedo ou tarde seus fantasmas dentro do armário vão surgir para tirar as caras, provocando situações que ele não será capaz de controlar.
Acompanhar a vida desse homem, sofrida e impura, foi interessante logo nas primeiras páginas, mas conforme fui avançando na leitura, mais difícil foi ficando aguentar. Chegou certo ponto da narrativa que eu não conseguia mais ler um parágrafo sem revirar os olhos e só fui até o final porque não gosto de abandonar livros.
Gustavo Magnani tinha uma boa ideia em mãos e uma excelente habilidade de escrita, que desperdiçou tentando chocar o leitor. O que vi ali é a realidade de muitos, mas a linguagem utilizada pelo autor me provocou certa repulsa. Ele basicamente estereotipou tudo e levou ao lado mais intenso e sádico da situação, algo que não precisava.
O final foi satisfatório, apesar dos pesares, mas não consegui aproveitar tão bem devido ao restante do livro. Terminei a leitura com a sensação de dever cumprido, mas extremamente decepcionado.
A edição física não tem nada demais para comentar. O livro é dividido em quatro partes e as folhas que fazem essa divisão são mais escuras. A diagramação é simples e a revisão está ótima. As páginas são amareladas e a fonte é grande.
Ovelha nadou, nadou e morreu na praia pra mim. Apesar disso, recomendo a leitura. Não funcionou pra mim, mas muita gente gostou, então você pode ver um lado bom que eu não consegui encontrar. Só esteja preparado para o que virá antes de se arriscar…
Beijos e até a próxima!

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