sobre livros e a vida

01/09/2014

Tá Na Estante :: ‘ O Maravilhoso Agora ‘ #286

Olá galerinha!

Como estão hoje? Espero que bem, pois trouxe uma resenha fresquinha para vocês. O livro em destaque dessa vez foi uma grande surpresa para mim. Alguns de vocês já devem até ter ouvido falar dele por aí. Vamos ver o que achei de O Maravilhoso Agora?

Livro: O Maravilhoso Agora
Autor: Tim Tharp
Editora: Record
Páginas: 378
Sinopse: Sutter Kelly é O Cara, o rei das festas. Porém, diferente dos amigos adolescentes, não está preocupado com o futuro, está mais interessado em viver o agora. Com um 7Up batizado nas mãos ele está pronto para qualquer coisa. Mas nem tudo anda bem para ele. Vive discutindo com a mãe, o pai há anos não dá notícias, e sua namorada Cassidy lhe deu um pé na bunda. Em meio a esse caos, a doce Aimee pode despertar Sutter para outra realidade. E, pela primeira vez, ele tem o poder de fazer a diferença na vida de alguém, ou de arruiná-la para sempre. O livro que deu origem ao filme.

Antes do lançamento desse livro, não tinha ouvido muita coisa sobre ele. De fato, levei um baita susto quando o Leo começou a surtar por ele. Leo não surta por pouca coisa, então logo fiquei curiosa e procurei saber mais sobre o livro. Geralmente começo minhas resenhas comentando com vocês um pouco sobre a capa. Desta vez vou diferenciar, vamos falar da sinopse.
A sinopse desse livro realmente não me chamou tanto a atenção. Achei a premissa comum e previsível, o tipo de livro adolescente do qual as livrarias estão lotadas. Mas a capa simplesmente me conquistou. Senti uma serenidade ao observá-la que não consigo descrever. Foi um espanto eu gostar tanto dessa capa, porque eu realmente odeio a cor verde.

Mas já que a sinopse não me agradou tanto assim, vocês devem estar se perguntando a razão de eu insistir na leitura. O surto de Leo foi um dos motivos. O outro seria a adaptação cinematográfica que o livro ganhou, com nada mais, nada menos, que Shailene Woodley no papel principal.

Mas chega de enrolação, vamos ao que interessa. O Maravilhoso Agora nos joga dentro da vida patética, superficial e sem nenhum propósito (ao meu ver) de Sutter Kelly. Sutter é o tipo palhaço que toda escola tem: não presta atenção nas aulas, suas notas são baixas, possui uma caralhada de defeitos e  não perde uma festa sequer. Também não consegue se manter totalmente sóbrio. Sempre está com um copo de refrigerante batizado com uísque na mão.
Junto com Cassidy, sua namorada, ele se torna a alma de cada festa que acontece. Mas por trás disso tudo, Sutter enfrenta um dilema familiar. Seu pai abandonou a família e agora sua mãe se recusa a dizer onde ele está. E isso é, constantemente, motivo de briga entre os dois.
A situação piora um pouco mais para Sutter quando Cassidy termina com ele. Sutter está no último ano do colégio, suas notas são um desastre e ele não tem nenhum plano para o futuro. Tudo o que ele faz é viver o “agora”.  E esse foi o principal motivo da separação. Cassidy queria mais, queria planos para o futuro, fazer faculdade, sonhos de toda garota comum. E ela não poderia ter isso com Sutter. E, de certa forma, perder a Cassidy o afeta de uma forma mais profunda do que eu poderia imaginar. E, como sempre, ele extravasa da única forma que conhece: bebendo.
Nesse momento somos apresentados à mocinha do livro: Aimee Finicky. Após a sua noite de bebedeira, Sutter acorda em um jardim, ao lado de Aimee. Aimee, para mim, é uma personagem super bem construída, mesmo que seja construída seguindo esteriótipos clichês e monótonos.
Aimee é a típica nerd sonhadora da escola. É inteligente e adora quadrinhos de ficção científica. Como Sutter, Aimee também enfrenta problemas em casa, com a sua mãe super controladora que praticamente não a deixa ter uma vida. Sutter a descreve como sendo um desastre social. E isso o leva a se aproximar dela, com o intuito de “consertar” o desastre e a transformar em alguém popular. O fato de Sutter pensar que está realizando um ato de caridade só me faz o odiar ainda mais.
Conforme Aimee vai passando mais tempo com Sutter, ela começa a ser uma presença garantida nas festas e, pouco a pouco, vai adquirindo pequenas características de Sutter, como batizar o refrigerante com uísque. Enquanto lia, a minha única vontade era entrar dentro do livro e bater na cara da Aimee por ser tão burra e não perceber que a influência de Sutter a estava transformando em um caso perdido, exatamente como ele.
Nesse meio tempo, Sutter, sem nem mesmo notar, começa a enfrentar seus problemas com a ajuda de Aimee. Até começa a fazer planos. E, aos poucos, um vai modificando a vida do outro até que percebem o novo e estranho sentimento que surgiu entre os dois: amor.
Não consigo expressar a intensidade da raiva que senti, e ainda sinto, ao ler esse livro. Tudo bem que eu já esperava uma trama clichê e previsível, mas o meu desapontamento com o desenrolar da história adquiriu proporções absurdas. Tim Tharp soube montar sua trama com uma narrativa leve e fácil de se ler e o meu desgosto com o livro não tem nada a ver com a forma em que o livro foi escrito, e sim com a própria história.
A diagramação é bastante simples. As páginas são no bom, velho e amado tom de amarelo e não temos nada muito trabalhado dentro do livro. Os capítulos são destacados com uma letra um pouco maior e só. Quanto a revisão, devo parabenizar a Editora Record pelo trabalho. Não encontrei nenhum errinho sequer de digitação!

Espero que a minha decepção com o livro continue apenas minha e não passe para vocês também. Recomendo essa leitura para aqueles que gostam de livros com protagonistas adolescentes. Embora eu não tenha gostado tanto da história, estou curiosa para ler mais livros do autor, pois sua escrita realmente conseguiu me prender.

E se tiver alguém aí que tenha lido O Maravilhoso Agora e tenha gostado, eu realmente gostaria de ouvir sua opinião. Às vezes acho que sou crítica demais ao avaliar um livro e acabo ficando insegura quanto a isso.
Mas, por hoje, já escrevi demais. Me despeço de vocês com uma citação retirada do livro, na esperança que sejam mais felizes com essa leitura do que eu fui.

“Não quero destruir os sonhos de ninguém. O mundo real já faz isso bem o bastante sem a minha ajuda. Além do mais, não importa se é real. Quando se trata de sonhos, nunca importa. Eles não passam de boias salva-vidas a que se agarrar para não morrer afogado. A vida é um oceano, e quase todo mundo está agarrado a um tipo de sonho para se manter na superfície.”

Beijinhos e até a próxima.


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