sobre livros e a vida

23/07/2015

Tá Na Estante :: ” Naomi & Ely e a Lista do Não-Beijo ” #422

Oi oi gente!

Sei que ultimamente não ando aparecendo por aqui com muita frequência, não é mesmo? Mas deem um desconto para a garota aqui, porque escrever um TCC não é fácil!

Mas tive que tirar um tempinho na minha agenda de pesquisa lotada só para vir aqui contar para vocês sobre esse livro lindo, maravilhoso, tudo de bom. O queridinho do momento é o recém-lançado Naomi & Ely e a Lista do Não-Beijo. Vamos lá?

Livro: Naomi & Ely e a Lista do Não-Beijo
Autores: David Levithan e Rachel Cohn
Editora: Galera Record
Páginas: 256
Sinopse: A quintessência menina-gosta-de-menino-que-gosta-de-meninos. Uma análise bem-humorada sobre relacionamentos. Naomi e Ely são amigos inseparáveis desde pequenos. Naomi ama Ely e está apaixonada por ele. Já o garoto, ama a amiga, mas prefere estar apaixonado, bem, por garotos. Para preservar a amizade, criam a lista do não beijo — a relação de caras que nenhum dos dois pode beijar em hipótese alguma. A lista do não beijo protege a amizade e assegura que nada vá abalar as estruturas da fundação Naomi & Ely. Até que… Ely beija o namorado de Naomi. E quando há amor, amizade e traição envolvidos, a reconciliação pode ser dolorosa e, claro, muito dramática.



Naomi & Ely é aquele tipo de livro que clama por atenção. Só de vê-lo na vitrine de uma livraria qualquer, você já vai se apaixonar e querer leva-lo para casa. O que posso dizer? Não sou de ferro!

Segue a receita do sucesso: David Levithan + Rachel Cohn. A dupla já é conhecida no mundo literário. Juntos, escreveram o livro queridinho de muitos por aí: Nick e Norah! Se vocês não conhecem o livro, aposto que já viram o filme com a diva da Kat Dennings! Escreveram também o queridinho Dash and Lily’s Book of Dares, que deve chegar aqui no Brasil no fim do ano.

Mas chega de enrolação e vamos direto ao que importa: o livro. Naomi & Ely nos conta a história de Naomi e Ely, dãã.

Naomi e Ely se conhecem desde que se entendem por gente. Moram no mesmo prédio, no mesmo andar, e gostam das mesmas coisas.  E quando eu digo que gostam das mesmas coisas, eu realmente quero dizer isso. Naomi gosta de festas, Ely também. Naomi gosta de beber, Ely também. Naomi gosta de garotos, Ely também. Naomi gosta do seu namorado, Ely também.

Naomi, à primeira vista, é uma vadia que tem uma série compulsão por mentiras. Ela mente para tudo e para todos, sobre os assuntos mais triviais possíveis. Ela mente para sua mãe quanto à sua situação na NYU, quando claramente está reprovando em quase todas as matérias. Mente para si mesma que sua mãe vai ficar bem após a separação de seus pais. Mas a pior mentira de Naomi é a que ela conta a si mesma todos os dias: que um dia ela e Ely irão se casar.

Ely é um galinha. Ele usa e abusa da sua boa aparência para sair destruindo corações por toda Nova York. E é justamente por isso que ele e Naomi criaram a infame lista do Não-Beijo. Quem quer que estivesse na lista, seria conquista proibida tanto para Naomi quanto para Ely.

Toda a amizade e companheirismo entre Naomi e Ely começa a ruir quando Ely admite ter beijado Bruce, o segundo, namorado de Naomi. A garota vê seu chão sumir de repente. Não pela traição de Bruce, afinal, ela nem gostava dele tanto assim e ele não estava na lista do não-beijo (apesar de ser implícito o fato de que Ely não poderia beijar o namorado de Naomi).

O que mais doeu para Naomi foi a súbita constatação de que Ely nunca iria mudar, não importa o quanto ela quisesse isso. E é nesse ponto que ela corta completamente Ely (E Bruce, o segundo) da sua vida e tem que aprender a viver sozinha, afinal, ela sempre foi uma espécie de Lua para o Planeta Ely.

Naomi & Ely e a Lista do Não-Beijo é, sobretudo, um livro sobre relacionamentos e aceitações. É facilmente um livro com o qual as pessoas se identificam, porque em algum momento de nossas vidas iremos passar por situações semelhantes.

Naomi é o tipo de garota que gosta de se sentir forte, de se demostrar forte. Mas no fundo ela é apenas uma garota insegura e cheia de defeitos. Em vários momentos durante a leitura senti uma vontade imensa de entrar no livro e dar uns bons tapas na cara pra ver se ela caia na real. O verdadeiro crescimento dela como personagem se dá do meio para o fim do livro, depois que ela quebra a cara várias vezes.

Ely é outro cheio de defeitos. Ele é o típico gay purpurina. Adora roupas chamativas (até usa algumas das roupas de Naomi), é escandaloso e adora chamar a atenção. Estereotipado? Sim, mas é aí que está a graça. Passei todo o livro tentando odiá-lo, seja pelo egoísmo dele para com Naomi ou pela pontinha de falsidade que no fundo todos nós temos, mas simplesmente não consegui.

Ele nos envolve, nos faz torcer por ele, mesmo que não queiramos isso. Ao meu ver, isso é um fator muito importante na construção de um personagem: o carisma e a capacidade de envolvimento que ele mostra para o público.

Naomi e Ely à parte, acho super válido comentar com vocês sobre o cenário e os personagens secundários da trama.

O prédio onde Naomi e Ely vivem é uma comédia. É um ambiente tão alto-astral que me peguei querendo morar lá várias vezes durante a leitura (sim, o prédio existe de verdade). Os moradores podem ser facilmente divididos em grupinhos: há os adoradores de Naomi, as fofoqueiras de plantão, o clube da insônia, e por aí vai…

Mas como sempre, alguns merecem mais destaque que outros, tais como: Bruce, o primeiro, e Gabriel. Bruce, o primeiro, foi o primeiro namorado de Naomi e desde o término é obcecado pela garota. É o seu maior defensor quando a grande briga com Ely acontece.

Gabriel… o que dizer? É a perfeição em forma de gente. É o porteiro do prédio e alvo da cobiça tanto de Naomi quanto de Ely. Isso faz com que ele seja incluso na lista do Não-Beijo e rapidamente suba para a segunda posição da mesma.

Ainda vale a pena mencionar os Robins. A Robin (garota) é uma das colegas de faculdade de Naomi e aparentemente a única amiga que tem tirando Ely. Robin dá um imenso apoio para ela quando a crise começa e até ajuda a Naomi a manter a cabeça no lugar. O Robin (garoto) também frequenta a mesma faculdade, fora que ele é a crush secreta da Robin garota!

David Levithan sempre nos surpreende com aquele carisma na escrita que encontramos em poucos livros ultimamente. E junto com a Rachel então, não poderia esperar nada menos do que genialidade pura.
Porém, como nem tudo são rosas, alguns maneirismos no livro me irritaram um pouquinho e isso acabou custando uma estrela na avaliação final.
Como recurso visual de linguagem, os autores optaram por inserir alguns símbolos na narrativa. A ideia é até legal, considerando que Naomi e Ely tem o costume de conversar utilizando a linguagem de sinais. Mas isso acabou comprometendo um pouco o entendimento durante a leitura, pois alguns símbolos não tinham um significado tão claro quanto outros.
Outro ponto que me distraiu um pouco na leitura foi o fato de cada capítulo ser narrado por um personagem diferente. Sou super a favor de vários pontos de vista na narrativa, mas os autores realmente extrapolaram nesse livro. Tem capítulo narrado até por personagem que aparece só uma vez na história, como se tivesse caído de paraquedas lá no meio!
Quanto ao trabalho da Galera Record, só tenho elogios. A diagramação interna é a padrão adotada pela editora, com folhas amarelas e destaque no começo de cada capítulo. E a capa… Ah! A capa! Ela é toda fosca em um material meio emborrachado, simplesmente divina ao toque! E nem preciso dizer que super combinou com a história, não é mesmo? Galera Record está de parabéns e já pode fazer mais umas nesse material para embelezar a minha estante.
Mas, provavelmente, vocês já devem estar cansados de ler. Vou-me embora e os deixo com um pensamento profundo retirado desse livro que já garantiu um espaço no “hall da fama” da minha estante!

– Como já escreveu um grande homem: “Não sou nada de especial; disso, tenho certeza. Sou só um homem comum com pensamentos comuns. Não há monumentos em minha honra, e meu nome em breve será esquecido. Mas já amei outra pessoa de corpo e alma e, para mim, isso sempre bastou.”
– Aristóteles?
– Nicholas Sparks.
– Qual livro?
O Caderno de Noah.
– Chorei no final de Um Amor pra Recordar.
– Do livro ou do filme?
– Do filme.
– O livro é melhor.

Beijinhos e até a próxima!

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Ei, eu sou a Barb, tenho 27 anos, sou baiana, estudei Letras e compartilho conteúdo desde 2010 na internet. Por aqui, escrevo sobre tudo que faz meu coração bater mais forte.

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