sobre livros e a vida

09/08/2016

Tá Na Estante :: ‘Meu Nome é Amanda’ #563

Oi, gente. Tudo bem?

Estou de volta com mais uma resenha para vocês. O livro da vez é o da YouTuber Mandy Candy, que fez lançamento aqui em Porto Alegre no dia 05. Vamos conferir?!

Livro: Meu Nome é Amanda
Autora: Amanda Guimarães
Editora: Fábrica 231
Páginas: 136
Sinopse: Com mais de 245 mil inscritos em seu canal no Youtube e vídeos que alcançam mais de um milhão de visualizações, a youtuber Mandy Candy conta sua história em livro. Nascida em Gravataí, no Rio Grande do Sul, Amanda nasceu num corpo de menino do qual sempre se sentiu desconectada. Ela juntou dinheiro e aos 19 anos, com o apoio da mãe, foi para a Tailândia fazer a cirurgia de redesignação sexual. Em seu canal no Youtube, ela fala, entre outras coisas, sobre feminismo e identidade de gênero, e faz enorme sucesso entre os adolescentes. No livro, Mandy conta tudo sobre bullying, sua fase de transição e sua trajetória até se tornar uma das youtubers mais conhecidas da internet.

Eu conheci o canal da Mandy por acaso enquanto navegava pelo YouTube. Acompanho pouquíssimos canais e o dela apareceu como recomendado, com um vídeo um tanto inusitado: “Como era ter um pênis?”. Resolvi assistir e a partir dali, conhecendo a história da Mandy sendo uma mulher transexual, me apaixonei pelo canal e passei a ver todos os vídeos postados.
Então, quando a Editora Rocco anunciou que através do seu selo Fábrica 231 lançaria um livro da YouTuber, fiquei radiante. O objetivo do livro seria aumentar o alcance dos vídeos da Mandy, que falam sobre muitos aspectos da transexualidade e da ideologia de gênero. Com o livro, mais pessoas se informariam sobre o assunto e, talvez, muitas mentes se abririam.
Atualmente, aqui no Brasil os livros de YouTubers viraram modinha. Toda editora tem pelo menos uma obra de um deles e muita gente achou que Meu Nome é Amanda seria só mais um. Porém, ao contrário de outros YouTubers de vinte e poucos anos que escrevem suas biografias, a trajetória de Mandy merecia ser contada. Ela passou por muita coisa até entender quem realmente era.

Em Meu Nome é Amanda vamos conhecer um pouco mais sobre a Amanda por trás do Mandy Candy. Sobre como foi sua infância, o bullying que sofria por ser diferente e o tempo que demorou até saber que era uma mulher transexual. Amanda tem atualmente 28 anos e há mais ou menos dez anos, quando foi iniciando sua transição, não existiam tantas informações quanto hoje. Ela foi descobrir sobre a transexualidade através de uma amiga virtual no Orkut e com a ajuda da Internet, que naquele tempo não era tão acessível como é hoje.

Amanda nasceu em Morungava, um distrito da cidade de Gravataí, aqui na região metropolitana de Porto Alegre. Por ser uma região com poucos habitantes, todos sabiam sobre a vida de todos e Amanda tinha medo de se soltar. Desde pequena ela teve o apoio da mãe e dos irmãos, quando dizia que queria ser uma mulher quando crescesse, mas não era todo mundo que a entendia.
Li esse livro na última madrugada em uma única sentada e me apaixonei ainda mais pela Mandy. Tive a oportunidade de passar uma tarde com ela aqui em Porto Alegre quando ela fez o lançamento e vi que a pessoa que ela é nos vídeos é a mesma pessoalmente. Ela é fofa, divertida e super pra frente, além de uma grande apoiadora da causa LGBT. Quem vê a Amanda de hoje não imagina tudo que ela passou para chegar onde está e o livro vai dar tapas na cara de quem a julgava antes de conhecê-la.
A escrita da Mandy é ótima. Sim, foi ela quem escreveu o livro. E dá pra notar isso, porque a narrativa tem todos os trejeitos, bordões e personalidade da garota. Enquanto lia, sentia que era a própria Mandy ali do meu lado contando sua história e foi difícil não me emocionar com algumas passagens e até mesmo me identificar. Terminei o livro querendo dar um abraço nela e sair pra beber uns bons drinks.
Além disso, gostei bastante de como Mandy cruzou o livro com o canal. O que já foi citado em vídeo foi apenas pincelado e ela focou mais nas histórias inéditas. Então, sempre que uma história levava a algum vídeo, ela deixava o nome para que procurássemos no YouTube, o que torna a experiência da leitura ainda mais interessante.
A editora Rocco e a Mandy trabalharam bastante para que o livro saísse por um preço acessível, para que o alcance fosse maior. Entendi que, para isso, foi necessário cortar algumas coisas, o que não deixou o livro feio, pelo contrário. Só senti falta das fotos serem coloridas, porque a cor faz parte da vida de Amanda, com suas perucas e afins. A revisão está impecável, as páginas são amareladas e a fonte é grande. 
Meu Nome é Amanda é um livro incrível, que me despertou emoções que há muito não sentia. Concluí a obra sentindo que conhecia mais essa garota incrível e com uma visão totalmente mais ampla acerca da transexualidade. Recomendo esse livro a todos que desejam expandir seus conhecimentos acerca do tema e livrarem-se de seus preconceitos.
Beijos e até a próxima!

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