sobre livros e a vida

02/10/2015

Tá Na Estante :: ‘Joyland’ #452

Oi, gente. Tudo bem?

Estou de volta com mais uma resenha fresquinha pra vocês. E, mais uma vez, estou muito bem acompanhado pelo amor da minha vida, Chrys Audi, do Todas as Coisas do Meu Mundo. Bora conferir o que achamos do livro da vez?!

Livro: Joyland
Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Páginas: 240
Sinopse: Carolina do Norte, 1973. O universitário Devin Jones começa um trabalho temporário no parque Joyland, esperando esquecer a namorada que partiu seu coração. Mas é outra garota que acaba mudando seu mundo para sempre: a vítima de um serial killer. Linda Grey foi morta no parque há anos, e diz a lenda que seu espírito ainda assombra o trem fantasma. Não demora para que Devin embarque em sua própria investigação, tentando juntar as pontas soltas do caso. O assassino ainda está à solta, mas o espírito de Linda precisa ser libertado — e para isso Dev conta com a ajuda de Mike, um menino com um dom especial e uma doença séria. O destino de uma criança e a realidade sombria da vida vêm à tona neste eletrizante mistério sobre amar e perder, sobre crescer e envelhecer — e sobre aqueles que sequer tiveram a chance de passar por essas experiências porque a morte lhes chegou cedo demais.

“As pessoas pensam que o primeiro amor é fofo e que fica ainda mais fofo depois que passa. Você já deve ter ouvido mil músicas pop e country que comprovam isso; sempre tem algum coração partido. No entanto, essa primeira mágoa é sempre a mais dolorosa, a que demora mais pra cicatrizar e a que deixa a cicatriz mais visível. O que há de fofo nisso?”

Este livro iniciou uma nova fase em minha vida literária. A primeira leitura de uma obra do mestre Stephen King mexe com a gente, e ao contrário do que vocês possam estar pensando agora, não foi o teor sobrenatural ou o medo que me surpreenderam, mas a qualidade da narrativa e a intensidade psicológica e emocional dos personagens envolvidos. Em Joyland, apesar de contar com menos páginas que a maioria dos livros de King, o autor mostrou sua versatilidade, seu talento para escrever mistérios sem terror, conheçam Joyland.
A história se passa no ano de 1973, no estado da Carolina do Norte e nos apresenta Devin Jones, um jovem de 21 anos que consegue uma vaga de emprego de verão no parque Joyland para esquecer que foi abandonado pela namorada. Joyland é aquele típico parque de veraneio que conta com o temido trem fantasma, uma vidente e comidas típicas.
Joyland é um parque Indie, antigo, porém não temático, o que permitia que tivessem uma diversidade de brinquedos e espaço para shows (na maioria das vezes country ou roqueiros de sucesso nas décadas de 50 e 60). O encontro de Devin e a vidente do quiosque de adivinhações, ou Madame Fortuna, como a chamam no parque, lhe revela que naquele verão sua vida irá mudar após conhecer duas crianças, uma menina de chapéu vermelho e um garoto com um cachorro, sendo que um deles teria um sexto sentido. Sem acreditar, Devin segue sua vida e seu trabalho normalmente.
Durante uma conversa sobre o funcionamento do parque Devin descobre que uma das “Garotas de Hollywood” tirou uma foto bastante nítida de Linda Gray e seu namorado. Linda foi assassinada na Horror House, porém a polícia não conseguiu identificar o garoto, uma vez que o mesmo estava sempre de óculos escuros nas fotos. Diziam que a partir daí a garota começou a assombrar o brinquedo, mas apenas de madrugada, para os funcionários que faziam o turno da noite.

Na maior parte do tempo, Devin fazia o trabalho que nenhum outro funcionário desejava, ele se vestia como o mascote do parque, Howie, o “Cão Feliz” e adorava o trabalho de animar os visitantes, mas o que ele mais queria mesmo era ver o fantasma de Linda Gray, afinal, seria uma excelente história para impressionar Wendy, sua ex.
Devin permanece trabalhando no parque, até que um dia, fantasiado de Howie, ele salva a vida de uma garotinha que usava um chapéu vermelho. O salvamento sai nos jornais e aumenta a visitação do parque. Desafiado por seus amigos, Dave, Tom e Erin passeiam pela Horror House e Tom vê Linda, toda vestida de azul e com os braços estendidos, como se estivesse pedindo ajuda. 
Vê-la se torna a obsessão de Devin e nem mesmo quando alguns amigos deixam o parque no final do verão, ele larga o trabalho. Empenhado em resolver o assassinato de Linda, até que em uma manhã na praia ele conhece Mike, sua mãe Annie e Milo, o cachorro. Mike sofre de uma doença degenerativa muscular e por isso anda de cadeira de rodas. O garoto possui um sexto sentido, ele tem visões e sabe que sua vida não será longa. 
Annie sofre muito com o ex marido fanático religioso então não é muito acessível, mas a persistência de Devin acaba por esmorecê-la e ele e o garoto estreitam laços. E será um dia no parque, especificamente na Horror House que as coisas irão mudar para sempre.

A história de Joyland está longe de ser horripilante ou assustadora, mas o mistério da morte de Linda Gray, o dom de Mike e o psicológico de Devin são extremamente bem trabalhados durante a narrativa. Stephen King consegue aproximar o leitor do personagem a ponto de nos identificarmos com muitos de seus pensamentos (pelo menos aqueles que já sofreram por amor).
King retrata aqui o mal que habita na mente do ser humano. Tal fato deveria, por si só, assustar muito mais que qualquer fantasma. O excesso de detalhes aqui não entedia o leitor, conhecer a rotina de Devin e do parque apenas servem como condução da realidade para dentro do livro. Outro fato que precisa ser dito é que o livro não tem capítulos, apenas subdivisões que dão uma pausa, contudo, ao contrário do que vocês possam pensar, isso não torna a leitura cansativa, é a magia de King.
Eu me senti comendo pipoca, esperando na fila da roda gigante enquanto uma “Garota de Hollywood” tirava uma foto e Howie dançava Pop Pop. Foi a primeira e incrível experiência com o mestre. Achei que o mistério fosse mais impactante, pela fama do autor, mas não cheguei a me sentir frustrada, acredito que seja um excelente livro para quem quer começar a ler os livros de Stephen. Mais profundo e misterioso (não somente em relação ao assassinato) que assustador e tenso.
Já eu conheço King há um bom tempo (um ano, cof cof) e adorei me jogar em mais essa história do autor. Não tem aquela novidade e aquela empolgação que senti lendo outros livros dele, mas ainda assim foi uma excelente experiência. King sabe como entreter o leitor e não deixar suas histórias caírem no clichê. Acho que é por isso que sou um grande fã de sua escrita. 
Joyland está longe de ser a melhor obra de King, mas entrou para os meus favoritos e super recomendo essa leitura a todos. Dispam-se de seus medos e se joguem. E lembrem-se: não se aventurem na roda-gigante em uma noite chuvosa!
Beijos e até a próxima!

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