sobre livros e a vida

11/10/2017

Tá Na Estante :: ‘Inventei Você?’ #701

Oi, pessoinhas. Tudo bem com  vocês?

Estou de volta hoje com mais uma resenha pra vocês, dessa vez em dupla com a Gláucia, do Blog Mais que Livros. A obra da vez é um YA publicado no primeiro semestre deste ano pela Verus Editora. Vamos conferir?!

Livro: Inventei Você?
Autora: Francesca Zappia
Editora: Verus
Páginas: 350
Sinopse: Engraçado, provocativo e emocionante, Inventei você? vai fazer os leitores virarem as páginas alucinadamente, tentando decifrar o que é real e o que não é Alex está no último ano do ensino médio e trava uma batalha diária para diferenciar realidade de ilusão. Armada com uma atitude implacável, sua máquina fotográfica, uma Bola 8 Mágica e sua única aliada — a irmã mais nova —, ela declara guerra contra sua esquizofrenia, determinada a permanecer sã o suficiente para entrar na faculdade. E Alex está bem otimista com suas chances, até se deparar com Miles. Será mesmo aquele garoto de olhos azuis com quem ela compartilhou um momento marcante no passado? Mas ele não tinha sido produto da sua imaginação? Antes que possa perceber, Alex está fazendo amigos, indo a festas, se apaixonando e experimentando todos os ritos de passagem tipicamente adolescentes. O problema é que ela não está preparada para ser normal.

Inventei Você, livro de estreia de Francesca Zappia narra a história de Alex, uma adolescente com um diagnóstico bem delicado. Ela sofre de esquizofrenia e precisa lidar com sua doença enquanto tenta levar uma vida normal.
Morando com os pais e a irmã mais nova, Alex está passando pelos dilemas vividos por qualquer jovem americano: a conclusão do ensino médio em uma nova escola e a escolha da faculdade. Deveria ser tudo uma rotina comum entre as transições adolescência/jovem adulto, mas para nossa protagonista as coisas não são tão simples, já que Alex vive a constante luta entre distinguir o real do imaginário.

Para tentar manter as aparências, Alex esconde sua esquizofrenia de todos na escola, já que explanar sua doença lhe renderia o título de louca, algo bem comum para aqueles que enfrentam esse diagnostico. Conclusão: Ela não tem um amigo que possa ajuda-la a definir quais experiências são frutos de sua imaginação e quais de fato são reais, sendo assim, embarcamos em uma jornada junto a protagonista em suas alucinações ou não, algo que por vezes nos impede de separar realidade e fantasia. Por esse motivo tanto o leitor quanto Alex precisam tentar desvendar o que de fato está ocorrendo na vida da garota.

Em sua nova escola, Alex reconhece um garoto que conheceu em sua infância, mas que sempre achou ser fruto de sua imaginação. Seria isso uma brincadeira de sua mente? Ou Miles realmente existiu no seu passado e também existe agora? Essa é mais uma informação que ela precisará desvendar.

“Eu não podia me dar ao luxo de tomar a realidade como algo bem definido. E não diria que odiava as pessoas que podiam, porque, basicamente, eram todas as pessoas. Eu não as odiava. Elas não viviam no meu mundo. Mas isso não me impedia de desejar viver no mundo delas.”


Por se tratar de uma personagem um tanto especial, Alex tem a necessidade de fazer o reconhecimento do perímetro diariamente, verificar sua comida em busca de substâncias que possam prejudica-la e até mesmo manter distância dos nazistas que insistem em persegui-la. Para ajudar em suas verificações, ela anda munida de uma câmera fotográfica, registrando tudo ao seu redor para ter a certeza de que enxerga a realidade.

Durante sua rotina no novo colégio, Alex se aproxima de Miles, faz novas amizades e tenta a todo custo manter uma rotina comum, vivendo as expectativas do final do ensino médio e desvendando alguns mistérios que surgirão em meio à trama. Mas lidar com sua própria mente não vai ser fácil, e esconder seus dilemas dos novos amigos será pior ainda. Até quando ela conseguirá manter a fachada de adolescente comum? Só lendo para saber…
Narrado em primeira pessoa pela perspectiva de Alex, somos apresentados a suas versões do fato e ficamos com a dúvida constante do quanto de realidade existe nos relatos da protagonista. Achei essa sacada da autora bem inteligente, já que somente descobrimos a verdade quando Alex também o faz, motivo que nos faz questionar se tudo não passou de uma mera invenção de sua mente conturbada.

No entanto algumas revelações surgem ao longo da leitura, uma em especial que fez meu coração acelerar e se entristecer ao mesmo tempo, me senti enganada e foi difícil digerir a verdade por trás daquela situação.
Em suma, Inventei você? foi uma história cativante, não vou dizer que foi uma leitura rápida, mas sim uma trama que me ganhou um pouco mais a cada página devido a complexidade vivida por Alex e pela construção tanto da história quanto dos personagens.
Indico o livro para quem busca um YA sensível, reflexivo e com uma pitada de romance e mistério.
XOXO!

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