sobre livros e a vida

23/02/2016

Tá Na Estante :: ‘Holy Cow – Uma Fábula Animal’ #504

Oi, gente. Tudo bem?

Esses últimos meses têm sido repletos de leituras, falta só eu tomar vergonha na cara e escrever as resenhas pra vocês. Mas hoje tirei a preguiça do corpo e vim contar o que achei do livro do astro das séries Arquivo X e Californication, publicado no começo do ano pela editora Record. Vamos conferir?!

Livro: Holy Cow – Uma Fábula Animal
Autor: David Duchovny
Editora: Record
Páginas: 208
Sinopse: Elsie Bovary é uma vaca muito feliz em sua bovinidade. Até o dia que resolve sair sorrateiramente do pasto e se vê atraída pela casa da fazenda. Através da janela, observa a família do fazendeiro reunida em volta de um Deus Caixa luminoso – e o que o Deus Caixa revela sobre algo chamado “fazenda industrial” deixa Elsie e tudo o que ela sabia sobre seu mundo de pernas para o ar. A única saída? Fugir para um mundo melhor e mais seguro. Assim, um grupo para lá de heterogêneo é formado: Elsie; Shalom, um porco rabugento que acaba de se converter ao judaísmo; e Tom, um peru tranquilão que não sabe voar, mas que com o bico consegue usar um iPhone como ninguém. Munidos de passaportes falsos e disfarçados de seres humanos, eles fogem da fazenda e é aí que a aventura deles alça voo – literalmente. Elsie é uma narradora marrenta e espirituosa; Tom dá conselhos psiquiátricos com um sotaque alemão um tanto forçado; e Shalom, sem querer, acaba unindo israelenses e palestinos. As criaturas carismáticas de David Duchovny indicam o caminho para um entendimento e uma aceitação mútuos dos quais esse planeta tanto precisa.

A vida de Elsie Bovary é muito tranquila. Todas as manhãs ela acorda, é ordenhada, passa a tarde no pasto comendo e fofocando com sua melhor amiga Mallory, volta para a baia, é ordenhada mais uma vez e vai dormir, feliz da vida com o dia que viveu. 
Elsie e Mallory estão sentindo mudanças em seus corpos e uma atração inegável pelos touros que ficam do outro lado da cerca e desejam a todo custo irem encontrá-los no primeiro descuido do filho do fazendeiro, que às vezes deixa o portão aberto. E uma certa noite elas têm finalmente a chance de ficarem mais perto dos bovinos muito atraentes.
Enquanto Mallory flerta com Steve, um ímpeto faz com que Elsie vá até a casa da fazenda e o que encontra lá a deixa tão abismada que a vaca chega a desmaiar. Os humanos estão adorando o Deus Caixa, que passa imagens de uma fazenda industrial e mostra o que acontece com os animais criados para o abate. Finalmente Elsie descobre o que aconteceu com sua mãe desaparecida e está determinada a fugir desse destino.
Mas o que fazer? Pra onde correr? Em mais uma visita à casa, Elsie vê os humanos adorando ao deus Discovery, que mostra que na Índia as vacas são sagradas e não podem ser mortas ou consumidas. Então, com a ajuda de um mapa roubado, Elsie arma um plano para fugir da fazenda, pegar um avião e ir para a Índia, tornando-se uma deusa vaca.

Só que tem um problema. Ela é uma vaca. Como vai comprar passagens de avião? E é aí que entram em seu caminho o porco Shalom, que deseja mudar-se para Israel com seus irmãos judeus, que não comem carne de porco; e  Tom Turquia, um peru que deseja fugir do iminente abate no Dia de Ação de Graças que se aproxima e encontrar seus familiares no país que tem seu nome.
Juntos, Elsie, Tom e Shalom partem nessa jornada em busca de seus objetivos, munidos apenas de um celular, que Tom consegue usar com seu bico, e sua força de vontade. Mas é claro que essa jornada será repleta de confusões e nada fácil para os três amigos.
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!
Quando soube do lançamento desse livro, no encontro de parceiros do Grupo Editorial Record na Bienal do Rio ano passado, fiquei extremamente curioso com a proposta da história e estava querendo lê-lo a todo custo. Eis que no começo do ano chega um pacote surpresa da Record, contendo um kit maravilhoso do livro. Dessa forma me joguei na leitura, mas o que encontrei não foi exatamente o que eu esperava. 
A escrita de David Duchovny é envolvente e repleta de humor. Isso, somado às poucas páginas do livro, fez com que eu o lesse em poucas horas. A narrativa é feita em primeira pessoa, sob a perspectiva de Elsie, e David escreveu tudo como se fosse um roteiro, de forma a deixar a obra mais divertida e de fácil entendimento.
Elsie é uma ótima protagonista. A vaca nos dá muitas lições de moral a respeito da natureza e de como os humanos complicam coisas que deviam ser tão fáceis. Só que em alguns momentos senti essas lições forçadas em demasia, de forma que o livro ganhou um ar exagerado que podia ter sido evitado.
O final do livro é bem previsível, mas gostei do rumo que Duchovny deu à história. O autor conseguiu provar seu argumento inicial e mostrar, através dos personagens, que nem sempre o que desejamos é o que realmente precisamos, uma lição que muitas pessoas deviam ter em suas vidas.
A edição física está maravilhosa. A diagramação é simples, mas conta com algumas ilustrações de Elsie e seus amigos no decorrer das páginas, que são brancas, mas que dão um ar bem “vaquês” ao livro. A capa é uma adaptação da original e tem tudo a ver com a história. A fonte é grande e a revisão está impecável, não lembro de ter encontrado nenhum erro.
Holy Cow é um livro divertido e despretensioso, perfeito para ser lido no intervalo daquelas leituras mais densas. Eu recomendo sim a leitura a todos e os convoco a conhecer mais sobre essa vaquinha tão querida.
Beijos e até a próxima!

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