sobre livros e a vida

16/12/2015

Tá Na Estante :: ‘Fragmentados’ #485

E aí pessoal, tudo bem?

Hoje vim trazer pra vocês a resenha de um livro que me conquistou recentemente. Fiz leitura em dupla com o Leo, então a resenha tinha que ser dupla também. Nossos exemplares foram cedidos de parceria pela Novo Conceito, o meu aqui pelo SEA e o do Leo pelo blog Todas as Coisas do Meu Mundo. Vamos conferir?!

Livro: Fragmentados
Série: Unwind (#01)
Autor: Neal Shusterman
Editora: Novo Conceito
Páginas: 320
Sinopse: Em uma sociedade em que os jovens rejeitados são destinados a terem seus corpos reduzidos a pedaços, três fugitivos lutam contra o sistema que os fragmentaria. Unidos pelo acaso e pelo desespero, esses improváveis companheiros fazem uma alucinante viagem pelo país, conscientes de que suas vidas estão em jogo. Se conseguirem sobreviver até completarem 18 anos, estarão salvos. No entanto, quando cada parte de seus corpos desde as mãos até o coração é caçada por um mundo ensandecido, 18 anos parece muito, muito longe. O vencedor do Boston Globe-Horn Book Award, Neal Shusterman, desafia as ideias dos leitores sobre a vida: não apenas sobre onde ela começa e termina, mas sobre o que realmente significa estar vivo.

Nessa distopia, a Lei da Vida foi aprovada. O aborto é considerado crime hediondo, mas se a gravidez é indesejada, você pode optar por deixar o bebê na porta de outra pessoa e a criança torna-se responsabilidade desta (desde que você não seja apanhado fazendo isso) ou optar por um aborto retroativo, a Fragmentação.

Jovens de 13 a 18 anos estão aptos para a Fragmentação. Nesta, o corpo do jovem é dividido e cada parte dele pode ser transplantada para outras pessoas. Depois que a ordem é assinada, não há mais volta. Ninguém escapa da Fragmentação, mas muitos jovens tentam. Se chegarem aos dezoito anos vivos, estão salvos.

Connor acabou de descobrir que seus pais assinaram sua ordem de Fragmentação. O garoto nunca foi fácil de se lidar, mas nunca imaginou que os pais tomariam medidas tão extremas e ainda viajar para as Bahamas no dia seguinte à sua partida. Aos dezesseis anos, Connor sabe que sua única chance é fugir e consegue carona com um caminhoneiro, mas sabe que logo os pais perceberão seu sumiço e colocarão os Juvis em seu encalço e sua jornada não será nada fácil.
Risa tem 15 anos e é uma tutelada do estado. É conhecida por seu bom comportamento e por ser exímia pianista. Só que as Casas Estatais estão com pouca verba para muitas crianças tuteladas e cortes precisam ser feitos. Com isso, a ordem de Fragmentação de Risa é assinada, mas quando ela está sendo transportada para o Campo de Colheita, o ônibus em que está sofre um acidente e sai da estrada e a garota consegue escapar quando todos estão distraídos.
O caso de Lev é diferente. Aos treze anos, ele sempre soube que seria Fragmentado. Lev é um dízimo. Seus pais doam 10% de tudo que tem para Deus e por Lev ser o décimo filho, sabia o que estava por vir e sempre aceitou seu destino. Quando está a caminho de colheita, o seu caminho se cruza com o de Connor e Risa, que o resgatam acreditando que ele era um fragmentário comum.

À princípio, Lev deseja voltar para seus pais e cumprir aquilo que nasceu para fazer e está determinado a entregar Risa e Connor, seus sequestradores, para os Juvis. Mas quando percebe a realidade por trás de toda a Fragmentação, o menino entende que há muito mais do que a lei diz, só que pode ser tarde demais…


Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!

Eu gosto bastante de uma boa distopia de ficção científica e Fragmentados me chamou atenção logo de cara. O livro parecia conter todos os elementos necessários para uma boa história e resolvi solicitar meu exemplar de parceria. Quando o livro chegou, acabei priorizando outras leituras. Se soubesse o que ia encontrar, nunca teria feito isso.

A escrita de Neal Shusterman é absolutamente viciante. Logo nas primeiras páginas o autor apresentou sua trama e conseguiu me convencer a seguir em frente, em um ritmo alucinante, com cenas muito bem construídas e repletas de ação. A narrativa é feita em terceira pessoa, com um foco maior em Connor, Risa e Lev, mas ainda contamos com capítulos narrados por outros personagens que aparecem na história, mesmo que não importantes.

Shusterman abordou uma questão polêmica e que, coincidentemente, está sendo muito discutida no nosso país nos dias de hoje. No livro, as crianças não podem ser tocadas até completarem treze anos, o aborto é condenado e a Fragmentação é permitida. No Brasil estão tentando legalizar o aborto, mas existem muitos grupos pró-vida que rejeitam essa ideia. Mas quem se preocupa com o destino das crianças depois que estas nascem, frutos de gravidezes indesejadas? Com a tecnologia que temos hoje, será que logo o Brasil não pode chegar a uma ideia como a Fragmentação?


Os personagens foram muito bem construídos. O autor conseguiu criar cada um de uma forma única, com personalidades e opiniões diferentes entre si, mas que ao mesmo tempo se conectam. De longe minha favorita é Risa. Ela é íntegra, leal e muito justa, a voz da razão do grupo. E acho que Lev é o mais discutível. Ele cresceu sabendo ser um dízimo, aceitando isso, mas quando percebeu no que isso se baseava, perdeu sua fé e quis tomar as próprias decisões. Nem todas tão corretas.

O final do livro fechou todas as pontas e acho que foi um ótimo encerramento. Por isso fiquei surpreso ao saber que se trata de uma série e temos mais três volumes. Há aquela enorme possibilidade de a Novo Conceito não lançar as continuações, como aconteceu com outras séries, mas confesso que não vou sentir muita falta disso.

A edição física do livro é bem simples, mas está muito bem trabalhada. A capa é uma adaptação da original e tem muito a ver com a trama. A diagramação é simples, as páginas são amareladas e a fonte é grande. Encontrei alguns erros de revisão durante a leitura, mas nada que incomode muito.

Fragmentados é um livro eletrizante e de tirar o fôlego até daquele leitor mais exigente. Eu com certeza recomendo essa leitura para todos!

Beijos e até a próxima!

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