sobre livros e a vida

02/06/2013

Ta Na Estante… ‘Estilhaça-me’ #92

Oi, gente. Tudo bem?

     Olha eu aqui com uma nova resenha, de um livro não tão novo assim. Li ele há bastante tempo e resolvi compartilhar minha opinião.

Livro: Estilhaça-me
Autor: Tahereh Mafi
Editora: Novo Conceito
Páginas: 304
Sinopse: Juliette não toca alguém a exatamente 264 dias. A última vez que ela o fez, que foi por acidente, foi presa por assassinato. Ninguém sabe por que o toque de Juliette é fatal. Enquanto ela não fere ninguém, ninguém realmente se importa. O mundo está ocupado demais se desmoronando para se importar com uma menina de 17 anos de idade. Doenças estão acabando com a população, a comida é difícil de encontrar, os pássaros não voam mais, e as nuvens são da cor errada. O Restabelecimento disse que seu caminho era a única maneira de consertar as coisas, então eles jogaram Juliette em uma célula. Agora muitas pessoas estão mortas, os sobreviventes estão sussurrando guerra – e o Restabelecimento mudou sua mente. Talvez Juliette é mais do que uma alma torturada de pelúcia em um corpo venenoso. Talvez ela seja exatamente o que precisamos agora. Juliette tem que fazer uma escolha: ser uma arma. Ou ser um guerreiro.


     Juliette nunca teve uma vida normal. Era vista pela maioria das pessoas como uma ameaça, um monstro, uma aberração. Nunca pôde ter qualquer tipo de contato com ninguém. Nunca recebeu um abraço de carinho dos pais ou um beijo de um menino. Quando a história começa, sabemos que ela está aprisionada há 264 dias. Todo esse tempo sem falar ou ver ninguém… Completamente sozinha. Até ela ganhar um colega de quarto: Adam.
     O mundo em que eles vivem não é o mesmo que o nosso. Ele é governado pelo Restabelecimento, que busca recriar o mundo de uma forma ou de outra. Eles destroem livros e tentam criar uma língua Universal, pois creem que a diferença de idiomas é uma das causas dos inúmeros problemas da Terra. Eles não querem que o mundo seja como antes, como se o mundo em que nós leitores vivemos hoje estivesse todo errado.
     A ideia do livro é estimulante. Durante mais ou menos as 100 primeiras páginas somos apresentados ao mundo de Juliette e vivemos suas dúvidas e sua triste realidade, nos prendendo e sendo interessante. Mas, a partir de um certo ponto, o romance toma conta das páginas e não deixa que o enredo se desenvolva do jeito certo. Em situações de perigo, onde nós ansiamos por cenas de ação, somos surpreendidos por pensamentos da Juliette, dizendo como Adam é irresistível, relembrando de seu cheiro e suas carícias e como ela não se lembra de respirar quando está perto dele e em como quer beijá-lo e tocá-lo a todo instante… Isso é frustrante. A ação é toda ofuscada pela “melosidade” do casal e algumas cenas fizeram com que eu revirasse os olhos diversas vezes.
     Por ter passado toda a sua vida carente de afeto e ansiado por um contato físico com outras pessoas, era de se esperar que Juliette fosse um tanto abalada, frágil, insegura ou até fria e durona… Mas ela se solta de uma forma que parece que teve uma vida normal, que nunca sofreu. As inúmeras vezes em que ela afirma que não é louca, me deixaram um pouco desconfiado, pensando se ela não era mesmo.
     O Restabelecimento também não me convenceu. Tudo bem que nenhum tipo de Governo consegue monitorar e controlar tudo, mas esse é medíocre. A facilidade dos personagens em encontrar brechas em cada ato de revolta e a ideia fraca de autoritarismo deixaram o Restabelecimento parecendo – a meu ver – um grêmio estudantil da escola: está lá só para bonito, para dizer que há alguém no comando. Se tratando de uma distopia, isso é um erro.
     Entretanto, o livro não é todo ruim. O sofrimento de Juliette – embora seja um pouco demais – nos emociona e faz com que queiramos rever nossos conceitos de “mundo perfeito”. Eu não terminei o livro exatamente ansioso pela continuação, mas a história dos sobre-humanos me deixou bem intrigado.
Quote

“O mundo é achatado. Sei por que fui atirada da margem do planeta e há dezessete anos ando tentando me segurar. Há dezessete anos tenho tentado escalar de volta, mas é quase impossível superar a gravidade quando ninguém está disposto a lhe dar a mão. Quando ninguém corre o risco de tocar em você.”

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