sobre livros e a vida

11/01/2017

Tá Na Estante :: ‘Bom Dia, Verônica’ #625

Oi, gente. Tudo bem?

Encerrei 2016 com uma leitura maravilhosa e hoje vim contar pra vocês o que achei desse livro, que me arrebatou desde a primeira página. Vamos conferir?!

Resenha-Bom-Dia-VeronicaLivro: Bom Dia, Verônica
Autora: Andrea Killmore
Editora: DarkSide Books
Páginas: 256
Sinopse: Andrea Killmore faz sua estreia com um livro que está destinado a se tornar uma referência na literatura policial brasileira. Amiga íntima do perigo, ela é uma revelação que não pode ser revelada, e seu verdadeiro nome continua um mistério. Em outra vida, ela foi alguém importante dentro da polícia. Após trabalhar infiltrada em um caso e sofrer uma grande perda pessoal, viu-se obrigada a assumir uma nova identidade. E com ela, uma nova vocação. Assim nasceu Andrea Killmore. Em Bom dia, Verônica, acompanhamos a secretária da polícia Verônica Torres, que, na mesma semana, presencia de forma chocante o suicídio de uma jovem e recebe uma ligação anônima de uma mulher desesperada clamando por sua vida. Com sua habilidade e sua determinação, ela vê a oportunidade que sempre quis para mostrar sua competência investigativa e decide mergulhar sozinha nos dois casos. No entanto, essas investigações teoricamente simples se tornam verdadeiros redemoinhos e colocam Verônica diante do lado mais sombrio do homem, em que um mundo perverso e irreal precisa ser confrontado. Andrea Killmore compõe thrillers como os grandes mestres, e sua experiência de vida confere uma autenticidade que poucas vezes encontramos em suspenses policiais, vibrante e cruel — como a realidade.

Verônica Torres viu seu mundo virar de cabeça para baixo quando tinha 24 anos. Após uma sucessão de fatores, ela perdeu a mãe, o pai e tentou tirar a própria vida. Ela era jovem, tinha uma faculdade de letras completa e havia passado em um concurso da Polícia para ser escrivã. Hoje, aos 38 anos, tudo que lhe resta é ser secretária do Delegado Carvana e fazer a linha mãe de família, com seu marido e os dois filhos.

Certo dia, Verônica está preparando-se para voltar para casa após um dia de expediente quando vê uma mulher sair em prantos da sala de seu chefe. Verônica tenta consolá-la, mas é tarde demais. A mulher se joga pela janela do 11º andar.

Sem entender o que aconteceu, a secretária tenta tirar informações de seu chefe e acaba descobrindo que aquela mulher, Marta Campos, havia ido denunciar um estelionato sofrido por ela mesma de um homem que conheceu na internet. Carvana, que estava prestes a se aposentar e sem querer saber de problemas pro seu lado, disse que não poderia fazer nada pela moça e isso foi o estopim para o suicídio.

Por mais que Carvana tente convencer Verônica que é melhor esquecer essa história, os instintos investigativos da moça ficam aflorados e ela decide investigar o que aconteceu por conta própria. Há tempos ela não tinha uma chance como essa e, se for bem sucedida, poderá cair nas graças da polícia outra vez e voltar a fazer o que ama.

Do outro lado da cidade de São Paulo, mora Janete com seu marido, o policial Brandão. Ela viu uma entrevista de Verônica na televisão após o suicídio de Marta e isso fez com que decidisse procurar a moça. A verdade é que Janete sofre diariamente com o marido e seu jogo sujo de capturar moças na rodoviária, com promessas de emprego, e torturá-las em um bunker afastado da cidade.

Então, não bastando o caso de Marta Campos, Verônica entrará em mais uma investigação para incriminar Brandão e salvar a vida de Janete. Nada melhor que dois casos complicados sendo resolvidos para ascender sua carreira. Porém, mal sabe Verônica que essas investigações podem colocar mais coisas em risco do que ela imagina.

Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!

Quando vi Bom Dia, Verônica dentre os lançamentos da DarkSide Books, meu interesse despertou logo de cara. Primeiramente por conta do mistério acerca da autora, já que ninguém sabe sua real identidade. Depois, por conta da sinopse instigante, prometendo um thriller sensacional. E não é que fui realmente surpreendido?!

A escrita de Andrea Killmore é daquelas que te prende de uma forma única. Logo no primeiro parágrafo eu já não queria mais largar o livro e em momento algum da narrativa essa vontade de continuar lendo se esmoreceu. Concluí a leitura no último dia do ano e posso dizer que encerrei 2016 com chave de ouro – pelo menos nesse quesito.

A narrativa é feita alternando as perspectivas de Verônica, em primeira pessoa, e Janete, em terceira. Gostei bastante dessa construção, pois assim conseguimos ver os dois lados da investigação e conhecer mais a fundo a vida de ambas as personagens. Preciso confessar que em certos momentos tive vontade de matar as duas, mas na maior parte do tempo fui surpreendido por suas atitudes.

Verônica é uma personagem bastante humana e que comete muitos erros – alguns extremamente estúpidos, devo acrescentar. Mas sua sede de justiça é glorificável e ela sente-se impotente muitas vezes por não poder ajudar as pessoas da forma que gostaria. Por isso não mede esforços para auxiliar Janete e investigar o caso de Marta, pois assim terá a chance de se redimir por todos aqueles que não conseguiu auxiliar anteriormente.

Janete, por outro lado, é completamente passiva e apresenta as características e personalidade típicas de quem sofre um relacionamento abusivo. Por mais sádico que Brandão seja, ela rememora os primórdios de sua relação, quando ele era um príncipe de contos de fadas, e acredita que em algum momento ele voltará a sê-lo. Sua indecisão constante acerca de denunciar ou não o marido me irritou muito, mas faz todo sentido.

Algo que gostei muito na escrita de Killmore é que ela não tem medo de chocar o leitor. Assim, ela fala de temas bastante pesados, como tortura e necrofilia, e não tem problema nenhum em descrever as cenas onde esses temas são abordados. Muitas vezes me surpreendi com sua audácia e isso foi mais um ponto positivo para o livro.

O final do livro foi eletrizante e fiquei realmente impressionado com o rumo que a história tomou. Em momento algum cogitei essa possibilidade e confesso que dei um grito quando percebi o que havia acontecido, tamanha minha incredulidade. Só me incomodei com o epílogo, que achei bem desnecessário. Acho que sem ele a história teria o mesmo impacto, mas sem essa pontada de decepção.

Quanto à edição física, dizer que a DarkSide arrasou é pouco. A capa dura é simples, mas bastante instigante. A diagramação é bem trabalhada, as páginas são amareladas, a fonte é grande e a revisão está ótima. O kit que a editora enviou para os parceiros foi o que mais me agradou. O livro veio dentro de um box de papelão, representando uma caixa de pássaros, com o nosso nome escrito. Lindo demais.

Bom Dia, Verônica é um livro alucinante, com uma boa dose de suspense e um final de tirar o fôlego. Sem sombra de dúvidas recomendo essa história a todos. E a grande questão que fica no ar é: quem é realmente Andrea Killmore?!

Beijos e até a próxima!
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