sobre livros e a vida

21/10/2016

Tá Na Estante :: ‘Boa Noite’ #587

Heeeey, gente. Tudo bem?

Oi gente, aqui é a Barb, e hoje trago para vocês mais uma resenha em dupla, dessa vez com o Leo, representando o Blog Recanto da Mi. O legal deste tipo de resenha é que na parte da crítica vocês podem acompanhar a opinião de nós dois. Vamos conferir?!

Livro: Boa Noite
Autora: Pam Gonçalves
Editora: Galera Record
Páginas: 240
Sinopse: Alina quer deixar seu passado para trás. Boa aluna, boa filha, boa menina. Não que tudo isso seja ruim, mas também não faz dela a mais popular da escola. Agora, na universidade, ela quer finalmente ser legal, pertencer, começar de novo. O curso de Engenharia da Computação — em uma turma repleta de garotos que não acreditam que mulheres podem entender de números —, a vida em uma república e novos amigos parecem oferecer tudo que Alina quer. Ela só não contava que os desafios estariam muito além da sua vida social. Quando Alina decide deixar de vez o rótulo de nerd esquisitona para trás, tudo se complica. Além de festas, bebida e azaração, uma página de fofocas é criada na internet, e mensagens sobre abusos e drogas começam a pipocar. Alina não tinha como prever que seria tragada para o meio de tudo aquilo nem que teria a chance de fazer alguma diferença. De uma hora para outra, parece que o que ela mais quer é voltar para casa.

Alina sempre viveu uma vida regrada, fazendo o estilo da menina estudiosa e caseira, que não saía da asa dos pais. Porém, agora, ao fazer dezoito anos, a garota decide tomar o próprio rumo e vê a chance de se tornar adulta ao se graduar. Alina foi aprovada no vestibular de Engenharia da Computação e precisará deixar o pacato município de Laguna para ir morar na cidade universitária de Pedra Azul.

Ao ver o anúncio da República das Loucuras na secretaria da faculdade, ela tem a certeza de que aquele é o local perfeito para se mudar, já que fica perto do campus e também a ajudaria a se enturmar.

Lá vivem Manu, uma estudante de Comunicação, totalmente desbocada; Talita, aluna da Administração, que nunca se desgruda do seu namorado Bernardo; e também Gustavo, o dono da casa que, por acaso, também é um sexy acadêmico da Medicina. A turma é bastante divertida e não demora muito para Alina se sentir à vontade, já que os veteranos praticamente a adotam, levando-a para festas e apresentando a ela o outro lado da universidade, que vai além dos estudos: o da diversão.

Mas nem tudo são flores. O curso de Engenharia da Computação é mais difícil do que parece e Alina sofre muito com o machismo dos colegas, já que esta graduação é considerada exclusivamente masculina e ela é uma das poucas garotas da sala. Porém, isso não afeta tanto a menina, que está determinada a provar ser melhor do que qualquer um daqueles caras e se sobressair nas tarefas.

Entretanto, não será nada fácil Alina focar nos estudos. Manu está sempre a arrastando para os barzinhos, impedindo a jovem de estudar. E, numa dessas saídas, Alina conhece Artur e uma relação legal começa a nascer entre os dois. Conforme vão se conhecendo, mais Alina se vê disposta a se envolver romanticamente com o garoto, ficando bem perto de se apaixonar.

Quem não fica muito satisfeito com isso é Gustavo. O santo dele e o de Artur não se batem, mas nenhum dos dois conta para Alina os motivos. Ambos são tão legais com ela que Alina se vê dividida. Quer dizer, ela conhece Gustavo há um pouco mais de tempo do que Artur, mas seria mesmo Artur capaz de alguma maldade quando sempre que estão a sós ele é um príncipe encantado?

Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!

***

BARB: Quando a Galera Record anunciou o lançamento de Boa Noite, fiquei bastante intrigada. Já tinha lido o conto da Pam em O Amor nos Tempos de #Likes e estava curiosa quanto ao seu livro solo. Acompanhei alguns dos seus diários de escrita e como adoro um bom new adult, a minha expectativa estava bem alta. Porém, a história é bem diferente do que eu imaginava.

LEO: Eu não conhecia a escrita da Pam ainda e não sabia muito sobre esta obra. Lembro que quando ela fechou o contrato com a Record, disse que sua trama seria um new adult que se passa em uma faculdade, mas com um enfoque diferente do que estávamos acostumados a ler. Todavia, não foi o que aconteceu.

BARB: A escrita da Pam é leve e bastante envolvente. Logo nas primeiras páginas ela conseguiu me prender e fiquei bastante empolgada pra acompanhar o desenrolar dos fatos. Só que em muitos momentos a autora apostou no clichê e fiquei um tanto desgostosa com isso, já que o enredo tinha certo potencial e acabou caindo na mesmice.

Alina é uma personagem imatura e inocente demais para o meu gosto. Sei que ela era a moça puritana que vivia sob a saia da mãe, mas certas informações podem ser adquiridas por meio de filmes, internet, conversas entre amigos, e não precisam vir apenas da vivência. Quando ela foi convidada para um “esquenta” antes de uma festa e perguntou se tinha algo a ver com fogo, precisei revirar os olhos, porque sabemos que isso não acontece na vida real.

LEO: Além disso, para quem sempre foi uma jovem recatada, Alina não tem muito talento em julgar caráter. Normalmente, as pessoas são ensinadas a desconfiar de todos, mas Alina não demonstrou essa característica em momento algum, fora o fato de que tomou atitudes que nem mesmo eu faria.

Afora isso, os personagens coadjuvantes foram bem desenvolvidos, mas de maneira bastante estereotipada. A Manu, por exemplo, é aquela típica amiga louca, sem papas na língua, com os hormônios aflorados e uma liberdade sexual de dar inveja. A personagem tinha de tudo para se destacar, já que tem um papel bastante importante no plot central, entretanto, ficou perdida por sua má caracterização.

BARB: O mesmo aconteceu com os candidatos ao coração de Alina. Artur e Gustavo são estudantes de medicina, são lindos e o sonho de toda garota, mas escondem algo de Alina que pode mudar a relação dela para com um deles e… Bom, curiosamente, mesmo isso sendo tão lugar-comum, acabei gostando, porém, esperava mais.

Quanto ao desfecho, foi bastante previsível, mas curti o modo como a protagonista foi amadurecendo, enquanto Pam a guiava para o seu final. Mesmo com todas as trivialidades, a autora conseguiu me surpreender nesse quesito e me fez gostar de Alina, ainda que nos finalmentes.

LEO: O ponto mais positivo do exemplar para mim foi a forma como Pam abordou a questão do estupro e do feminismo, dando um choque de realidade no leitor e tratando o tema como deve ser, com verdades. Pam também falou sobre outros assuntos relacionados à sociedade, como o machismo, o racismo e a homofobia. Alguns deles bem explanados, outros nem tanto, contudo, interessante a vibe de conscientização que a narrativa traz.

Sobre a edição física, não tenho muito a dizer. A capa está bem modesta, mas atrativa, a diagramação é simples e as páginas são amareladas. A minha única ressalva se dá à fonte, que é bem pequena e em alguns momentos me incomodou para ler.

Boa Noite é um livro bastante comum, todavia, que trata de conteúdos importantes e, por isso, merece ser lido. Não posso deixar de recomendar essa história a todos! 

Beijocas e até a próxima!!!
***
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