sobre livros e a vida

27/11/2016

Tá Na Estante :: ‘Armada’ #613

Olá, pessoal. Tudo bem?

Aqui quem fala é a Ana Karina, do Blog Da Literatura, e hoje estou de volta aqui no SEA a pedido do Leo, para falar de um livro escrito por um autor queridinho meu. Vamos ver?!

Livro: Armada
Autor: Ernest Cline
Editora: LeYa
Páginas: 432
Sinopse: Durante toda a sua vida, Zack Lightman quis que o mundo real fosse menos chato. Segundo ele, a realidade poderia ser mais parecida com o universo dos livros de ficção científica, filmes e videogames. Poderia acontecer algo fantástico para que sua vida deixasse de ser monótona, levando-o a uma aventura – e por que não uma aventura espacial? Apesar disso, Zack diz a si mesmo saber a diferença entre a fantasia e a realidade e que jogadores de videogames adolescentes e sem objetivos na vida não são os salvadores do universo. Então, um dia, durante a aula de matemática, ele a vê pela janela: uma nave que se parece com o caça Glaive do videogame on-line de simulação de voo que ele joga todas as noites, Armada, que tem como objetivo proteger a Terra de uma invasão alienígena. Agora isso está realmente acontecendo. E suas habilidades, assim como as de milhões de jogadores no mundo, são necessárias para salvar o planeta da destruição. Um excelente entretenimento! Um tributo aos antigos jogos de videogames e, assim como Jogador Número 1, uma incrível diversão para qualquer um que se lembre daquele tempo e daqueles jogos.

Armada é um livro de Ernest Cline, autor de Jogador Nº 1, um dos meus livros favoritos da vida. Quando soube da publicação de Armada aqui no Brasil no ano passado, fiquei curiosíssima e muito ansiosa para ler outra obra do escritor, apesar de algumas críticas negativas sobre este livro. No entanto, como eu AMO as referências à cultura dos anos 80, esperava ter uma experiência agradável de leitura pois quando li a sinopse, pensei que uma das características de Cline seria, justamente, retomar alguns aspectos da cultura nerd. Mas o que parecia ser algo sensacional, acabou me deixando um tanto entediada… Isso não quer dizer que Armada seja um livro ruim, apenas considero Jogador Nº 1 (muito) melhor. 

Zack Lightman é um adolescente nerd que está terminando o ensino médio e não tem a menor ideia do que fazer da vida. Gosta apenas de jogar videogames. Zack tem uma história um pouco triste. Seu pai morreu em um acidente em uma fábrica ainda quando Zack era bebê e isso acabou trazendo diversos problemas durante sua infância e sua adolescência. A falta que o pai lhe faz causou uma obsessão no garoto: Zack coleciona informações sobre o pai e muitas relíquias nerds que a mãe guardou. A partir dessa “coleção nerd”, Zack descobre que seu pai acreditava em uma teoria a respeito do governo estar recrutando gamers com as melhores pontuações nos jogos.

A narrativa é um pouco arrastada no início. A primeira metade do livro é, basicamente, escrita para ambientar o leitor. Conhecemos o protagonista, sua vida, a importância do pai, os problemas na escola, o trabalho na loja de games e a pressão da mãe para que ele decida o seu futuro. O que mais se destaca, entretanto, nessa parte do livro, é a verdadeira fixação de Zack por videogames e pelo jogo Armada. O jogo é sobre um ataque alienígena à Terra e a missão do jogador é, justamente, salvar o planeta. A única forma de isso acontecer é pilotando drones.
Um dia na aula, Zack vê uma nave igual às do jogo Armada, sobrevoando a escola. Inicialmente ele acha que é alucinação, mas não. Zack percebe que a teoria de seu pai está correta e o jogo Armada não é apenas um jogo, mas um treinamento para recrutar pilotos para uma guerra com alienígenas que já ocorre há décadas. A partir desse momento, o ritmo da narrativa e os acontecimentos da história melhoram. Considero essa parte do livro bastante divertida e, para quem é como eu, fã de ficção científica, vai gostar do resto da história.
Quando estava lendo Armada, de ínício, a impressão que tive foi a de que, devido ao sucesso de Jogador Nº 1, Cline tenta seguir a mesma fórmula e acaba trazendo as referências culturais de um jeito “forçado”. Em alguns momentos, Zack enfrenta uma situação e o autor resolve citar personagens de filmes, séries e games que passaram por acontecimentos parecidos.
Então, em vez de mencionar os anos 80 como algo natural na história, decorrente da própria narrativa, temos a sensação de que o escritor apenas estava tentando repetir o que realizou em seu livro anterior. Mas, apesar disso, encontramos umas menções muito bacanas. Em determinadas partes da história, o leitor depara-se com citações de Star Wars, Star Trek, 2001 – Uma Odisseia no Espaço e outros sucessos da década de 70 e 80. Além disso, há, no livro, a participação de personalidades famosas como os cientistas Carl Sagan e Stephen Hawking.
Mas, não vou mentir, acho que a narrativa possui muitos “furos”. Em vários aspectos a história é completamente sem sentido e acho tão estranho Zack nem ao menos questionar os acontecimentos. Ele parece aceitar tudo com muita facilidade e isso me incomodou bastante pois o personagem não ganha força, é superficial. Outro elemento que me deixou insatisfeita com a obra é o clichê norte-americano de lutar para manter o seu american way of life. Lembrou-me muito aqueles filmes em que ocorre uma situação de risco para toda a humanidade e o salvador dela é um herói norte-americano. Apesar disso, a leitura é divertida.
Armada é um livro para quem é fã de ficção científica e cultura nerd dos anos 80, mas não espere um “novo” Jogador Nº 1. A obra é interessante e divertida somente após determinada parte da narrativa e os personagens poderiam ter sido melhor desenvolvidos. No entanto, é uma obra que vale a pena ler por entretenimento.

Beijos e até mais!
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