sobre livros e a vida

05/06/2018

O sucesso romanceado e o medo de fracassar

Oi gente!

Sabe quando sua tia pergunta, naquele almoço em família, “o que você vai fazer de faculdade?” ou, se você já passou dessa fase, “quando você se forma?”, “vai trabalhar em quê?”, “mas isso dá dinheiro?”? Então, parece que a gente sempre tem que ter a resposta e sempre teremos que fazer algo que, aos olhos dessa sociedade, seja bem sucedido. Mas, o que é sucesso?
Estive lendo Vidas Muito Boas da J. K. Rowling e estive refletindo sobre isso. Neste livro, que traz o discurso de Rowling para os formandos de Harvard em 2008, a autora faz reflexões sobre sua vida e sobre seu fracasso ao longo dos anos. E qual é o problema em fracassar? Nenhum.

A sociedade espera que com 18 anos você ingresse em curso de graduação, que não pare de estudar no ensino médio. Espera que aos 21 anos, em média, você se forme, pegue seu diploma e que, de preferência, já esteja encaminhado no mercado de trabalho. Então, aos 27 anos, você já deve ter sido promovido algumas boas vezes, já estar dirigindo seu próprio carro e que esteja por comprar seu primeiro imóvel. Então aos 30, você já deve estar encaminhado para abrir sua própria empresa, de preferência, em uma das áreas que cresça constantemente. 
Aos 35, você deve estar formando uma família, se casando, pensando em ter filhos. Aos 40, esperam que você esteja montado na grana, que seus filhos ingressem na melhor escola particular, que, se você for mulher, não aparente a idade, esteja magra e bela; se for homem, que seus cabelos grisalhos mostrem maturidade, que você dê conforto para sua esposa. Então aos 50 anos, tudo deve estar encaminhado, você deve estar fazendo a cabeça de seus filhos para seguirem seus passos, para entrarem em uma boa universidade quando terminarem o colegial. Aos 60, você deve estar treinando a prole para assumir o controle dos negócios, pois aos 65, você quer curtir a vida que construiu com a pessoa com quem se casou.
Mas, e se eu não conseguir? E se isso não for pra mim? Então você, perante a essa sociedade, será um fracassado. E qual o problema nisso? Novamente, nenhum. Você não precisa sair do colegial e ingressar na faculdade, você pode ir trabalhar direto, ou ficar decidindo o que será melhor para seu futuro. Você não precisa estar formado aos 21 anos, nem sequer precisa terminar aquele curso que você escolheu errado quando tinha 17. 
Você não precisa ter seu próprio carro aos 27 anos, você nem sequer precisa estar dirigindo (e se você não quis tirar a CNH e está confortável em andar a pé, de bicicleta ou de transporte público?). Você não precisa ter uma casa própria para ser feliz. Está tudo bem viver com os pais até os 30 anos, se estiver o.k. para eles também. Você não precisa ser empresário aos 35 anos, não precisa se casar, não precisa nem sequer ter filhos ou formar uma família tradicional.
A verdade é que o sucesso é vendido para gente como indispensável para nossa felicidade, como se fracassar fosse algo para se envergonhar. Só que ninguém diz que “hey, tá tudo bem não ser assim”. Ninguém nos parabeniza pelas pequenas conquistas cotidianas. Está tudo bem acreditar que fazer um bolo de laranja numa tarde chuvosa sem nunca ter cozinhado é um sucesso Está tudo bem ter seu sucesso diário de levantar toda manhã e tocar o dia até o fim. Está tudo bem não ser milionário aos 35 ou um gênio aos 20. Está tudo bem tomar aquela reprova na faculdade. Está tudo bem errar. Está tudo bem fracassar.
O fracasso, como aponta J. K. Rowling, é inevitável em nossa vida. O fracasso ensina a seguir em frente diante de dificuldades, diante de planos que deram errado. E sabe? O sucesso, para mim, está em seguir em frente mesmo diante da queda. E que se dane aquela tia chata que vai te criticar se você não for pra graduação, que vai falar se você largar aquele curso de medicina/direito/engenharia que iria te dar muito dinheiro. Você não precisa satisfazer aos outros alcançando um sucesso romanceado pelo cinema e pela mídia. Você precisa satisfazer a si mesmo alcançando um único sucesso: sua felicidade.

Beijão e atém mais!
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