sobre livros e a vida

12/05/2013

Aleatoriedades e um café, por favor #01 – Essa Estranha Sensação

Heeeey, folks 🙂
Tudo bem?

              Olha só, mais uma coluna nova no “Segredos entre Amigas“, e confesso que estou muito animada com esse novo projeto em minha vida e com a recepção que terei de vocês, leitores lindos 🙂
Me chamo Bárbara Herdy, sou escritora e tenho essa vontade de ser colunista há muito tempo, mas nunca encontrei o blog que se encaixasse com o meu perfil e és que quando menos espero surge o “Segredos Entre Amigas”.
             Sobre a coluna “Aleatoriedades e um café, por favor”, a ideia é simples: 01 vez por semana teremos um conto sobre um assunto aleatório: seja um sentimento, história, algo que aconteceu, no mundo, na mídia  em um filme, etc. Será escrito em forma de conto, modelo de carta, e será narrado por essa personagem, que não sabemos quem é chamada Ann, não importa quem ela é, e sim o que ela escreve, e bem ela escreve para uma pessoa que não sabemos quem é, no entanto, eu gosto de pensar que ela escreve para cada um de vocês.
             Espero os comentários de vocês, e por favor, se comentarem, falem sobre um tema que vocês achariam legal ler sobre, pode ser qualquer coisa – desde o porque do céu ser azul até a profundidade da existência de um cupcake -, quem sabe a Ann não escreve na carta da semana que vem sobre tal assunto para o amigo misterioso dela?



Essa
Estranha …


No lugar de sempre, entre aquela locadora antiga e o sebo vermelho, 11/05/2013 

Olá, como você está? Eu? (A) normal, como sempre.

Não penteei os meus cabelos, vesti qualquer coisa: short, saia, jeans, camisão,
casaco, que se importa, me vesti isso basta, passei maquiagem, engoli meu café,
forte e amargo, botei meu casaco de flanela surrado, minha mochila em um ombro,
dei um beijo em minha família de modo mecânico e parti, sem saber se ia voltar,
e fui sem se quer pensar sobre. Respirei fundo, sentindo a poluição encher meus
pulmões, o sol começou a me aquecer em menos de 2 minutos e me xinguei por
estar vestida para clima polar e não para o verão carioca, mas quem se importa
além de mim?
                      O que posso falar sobre essa semana?

Bom, fui tomada por essa estranha sensação …

            Dizem que essa palavra é
única, e que só aparece na língua portuguesa, mas todo mundo, em qualquer parte
do mundo sentiu/ sente/ vai sentir.
I Miss You – Tu Me Manques – Ti Manca– Te Extraño – あなたがいなくて寂しい

Dizem que sempre há uma solução para algo que nos incomoda, mas para esse
sentimento, em particular, não há. Mesmo que nós, de alguma forma, vemos aquilo
que nos faz falta, esse sentimento vai voltar a nos atormentar em outro
momento, e quando menos nós esperarmos.

Você lembra dele, não é? Claro, todos lembram.

            Sei que vou voltar a sentir essa
estranha
, no entanto, sei que isso é normal, foi o carma que ficou
em mim pela decisão que você fez, e sabe de uma coisa? Não me arrependo de
nenhuma decisão tomada por mim, já não posso dizer o mesmo de você. Nem sei
onde ele está, e pela primeira vez, depois de anos, não quero saber. Eu estou
bem sozinha, e a decisão dele de não lutar por mim, foi a melhor coisa que ele
podia ter feito, sem essa decisão, eu jamais poderia ser quem sou hoje, apenas eu.

As palavras ali escritas em negrito envermelhado era claro:

Estou
colocando em pratica nosso combinado, uma carta por semana sobre aquilo que
mais me moveu durante aquele período de tempo vivido, e que, principalmente, eu
ache fundamental que você, que está lendo as minhas palavras, tenha
conhecimento dessa minha vivencia. Espero que você receba essa carta e a
responda, sei que não nos falamos há muito tempo, mas … a culpa é da vida,
agitada, ininterrupta e vazia de tempo. As pessoas não tem mais tempo para as
pessoas, e eu, no meio de milhares, arrumei um tempo, e para você, se você
puder fazer o mesmo por mim, ficarei grata, se não, bom, espero que minhas
palavras lhe acolha, como um abraço maternal em um dia difícil de viver.
Hoje
era um dia como outro qualquer, acordei com preguiça de viver, acho que você me
entende. Todos passamos por isso. Levantei de um salto, não por estar animada,
mas para acelerar o inevitável; o fim daquele dia.
Me peguei sentindo essa palavra nessa semana, e não
é a primeira vez, ela vire e mexe me aparece de surpresa, nunca de modo
saudoso, sempre me assombrando, me pegando desprevenida em uma cena entre um
casal, um grupo de amigos rindo, alguém chorando, numa música triste ou até
mesmo em uma esquina com recordação.
Eu estava dentro do ônibus, como faço todos os dias, mexi
em minha mochila, pegando um texto teórico qualquer para ler, mas antes, olhei
pela janela, ato que sempre faço – sem motivo – assim que relaxo sentada ao
banco e foi quando eu vi, aquela esquina que tem em minha mente uma recordação
impar e particular, acredito que só eu tenha uma memória tão doce e minha ali,
para alguns, aquela é apenas uma esquina, para mim, ali é o lugar que me fez
perceber o que é estar apaixonada: a falta inesperada de ar, o sorriso largo
que cresce nos lábios, os olhos brilhantes e o coração vacilante, tantas
emoções, que aconteceram só por causa de um elemento orgânico que cruzou o meu
caminho, me cumprimentou calorosamente e partiu; tudo por causa dele.
Sentada naquele banco velho, desconfortável e fedido
desisti.
De ler o texto, dele e de tentar entender porque sentia
falta de algo que já havia acontecido há o que? 3, 4 anos. Como esse sentimento
podia me afetar assim ainda hoje, em 2013? Porque ele fica ainda na minha
cabeça? Porque ele simplesmente não vai?
Virei a página do texto, virei a outra, buscando um
trecho, uma frase, uma resposta para aquele angustiante nas mãos, mas nada,
simplesmente nada, ele estava ali em minha mente, não apenas naquela lembrança,
mas em outra: risadas, ligações de horas e horas a fio, I’m With You
como nossa trilha musical. Será que ele pensa em mim? Será que ele se lembra
dessas coisas? Será que ele não consegue ouvir essa música como eu?
Depois de reviver todos aqueles sentimentos, memórias e lembranças de uma outra
vida, a qual não pertenço mais, percebi que tudo, depois dele, não tinha mais
gosto. Será que ele foi o primeiro? Aquele que toda garota tem na vida, e
sempre irá lembrar, mesmo que tenham outros? Não gosto disso, não gosto de
lembrar de nada, muito menos de alguém como ele. me dei conta de algo que me
fez ver tudo com mais clareza: ele me deixou ir. Ele me permitiu partir, ou
seja, você tinha noção ao fazer isso que seus atos iriam ocasionar muitos
outros, e que um deles seria esse sufocante sentimento. Momentâneo. Temporário.
Doloroso. Eu, por outro lado, não tive direito de escolha. Eu lutei por ele, e perdi.
Cheguei ao meu destino.
Ainda sentindo.
Sentei no meu lugar de sempre, um pequeno café no meio do
campus da Universidade; o texto ainda aberto naquela mesma parte, as palavras
continuavam não fazendo sentido em minha cabeça, você ainda estava me atormentando
com suas lembranças, palavras e amor, tomei uma xícara de café, do jeito que
gosto, amargo e quente, e respirei fundo, fechei os olhos, sentindo aquele
gosto amargo aquecendo minha garganta, meu peito, minha alma. E deixei ir …
Ao abrir os olhos, entendi, depois de anos, entendi tudo, vi que não era
tão ruim sentir essa estranha, esse sentimento de imparidade em sua palavra
entre todas as línguas, mas de sentimento sentido por todos, mas de modo impar.
Essa palavra não é apenas um sentimento, mas uma certeza de que algo foi
sentido, e que no meio do vazio, eu fui um ser.
Voltei meus olhos para o texto e entendi o que ele queria
dizer e sorri de um modo quente e vivo.
Que eu deveria virar a página para continuar o
parágrafo …
Um grande beijo, daquela que é sua pessoa hoje e sempre,

Ann.  
 Um beijão e até semana que vem 🙂

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Ei, eu sou a Barb, tenho 27 anos, sou baiana, estudei Letras e compartilho conteúdo desde 2010 na internet. Por aqui, escrevo sobre tudo que faz meu coração bater mais forte.

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