Heey gente, tudo bem??
Lembram daquele post que fiz no começo do ano falando que tinha virado professora? Hoje vim atualizar vocês sobre essa minha vida de mestra, haha. São tantas coisas que eu nem sonhava que aconteciam ou que eu pensava que eram diferentes. As cobranças são outras, a gente precisa estar na escola em dias que não tem aula, a caderneta não é mais tão legal de preencher quanto era no colegial. Enfim, são muitas diferenças que eu quero compartilhar com vocês.
Quando eu entrei na sala pela primeira vez às 9 da manhã do dia 27 de Janeiro eu não fazia ideia de como me portar. Sabia que tinha que trazer a atenção dos alunos pra mim de forma amigável, mas que não podia deixar que eles faltassem ao respeito comigo. Minha idade foi um problema, minha cara de criança também. Todos os alunos perguntavam quantos anos eu tinha e se eu já tinha concluido a faculdade. Suei muito! Acreditem, a aliança no dedo fez com que eles me respeitassem mais. Thanks Mô.
Durante a primeira semana eu ainda estava meio apavorada, mas com o passar do tempo percebi que talvez a sala de aula não fosse tão assustadora assim, e realmente não é. Tive que aprender muito pra ensinar, além de aprender sobre as matérias que dou aula, tive que aprender como entender meus alunos, descobrir quais são os seus receios, quais assuntos eles têm menos dominio, como lidar com isso. Descobri como criar aulas que fizessem eles prestarem atenção em mim e entenderem o assunto. Minha satisfação veio quando, milhões de aulas depois, um aluno me trouxe de casa um objeto e falou sobre o assunto que eu tinha tratado. Percebi que estava indo pelo caminho certo.
Existem dias que meus alunos estão tranquilos e querem estudar, que eu consigo passar toda a matéria programada e mais um pouco, existem dias que eu libero um tempo da aula para que eles brinquem entre si e até comigo. Mas também existem os dias em que eles estão impossíveis e que eu fico surtada de tanto mandar eles sentarem – e eles não sentam. Nesses momentos eu questiono a minha escolha; mas é só o menininho mais bagunceiro da turma vir me abraçar que eu desarmo e entendo que se a bendita bolsa do Prouni caiu pra mim é porque nasci pra fazer isso.
Já chorei por não me sentir preparada pra dar aulas, já sorri com o carinho dos meus alunos, já chorei de emoção por esse mesmo carinho. Vi muitas professoras entrarem e sairem da escola por não suportarem a carga e me vi continuar lá, firme e forte, pelo único motivo de não querer abandonar meus pestinhas a Deus dará. Professoras novas me confundiram com alunas e a dona da escola me parabenizou pelo meu trabalho. Recebi uma festa surpresa dos meus alunos, acho que eles querem me engordar de tantos bombons que me dão. Roubo o lanche deles e eles roubam os meus. Por vezes penso que eu sou uma colegial como eles; mas se eles me respeitam, por quê não ser?
Durantes esses seis meses em sala de aula aprendi muitas coisas sobre a minha profissão, sobre meus alunos e sobre mim mesma. Talvez eu não seja professora pra sempre, talvez o meu estágio em escola pública ano que vem mude muitas coisas nas minhas percepções de vida e de trabalho, ou talvez não. Mas o certo é que esse primeiro ano em sala de aula e essas minhas três turmas que totalizam cerca de 40 alunos mudaram muita coisa em mim e eu agradeço à todos eles por isso.
*Desculpem a qualidade das imagens, são todas de celular.
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