sobre livros e a vida

20/05/2019

Tá na estante :: ‘Longe de Casa’

Nascida no vale de Swat, região montanhosa conhecida como “Suíça do Oirente” localizada no Paquistão, Malala Yousafzai torna-se mundialmente conhecida após um incidente trágico. Defensora do direito de educação às meninas e mulheres, ganhou notoriedade aos 13 anos escrevendo para um blog da BBC, usando um pseudônimo, descrevendo sua vida sob o regime do Talibã Paquistanês (TTP), que, entre outras intervenções, proibiram que meninas frequentassem a escola. Então, no ano de 2012, um militante do TTP, ataca Malala, acertando um tiro em seu crânio, dentro do ônibus que a levava da escola para casa. Após sua recuperação, ela continuou lutando pelos direitos das mulheres sendo laureada com o Nobel da Paz em 2014.

Eu tinha onze anos quando o Talibã começou a bombardear as escolas para meninas em todo o vale de Swat. Os ataques aconteciam à noite, então pelo menos ninguém saía ferido, mas imagine chegar à escola de manhã e encontrar uma pilha de entulho. Era mais que cruel.

Este novo livro de Malala Yousafzai é dividido em duas partes, sendo a primeira uma breve história da autora, de seus anos fugindo dos talibãs dentro de seu prórpio país, vivendo na casa de amigos e familiares, até retornar ao vale de Swat. A segunda parte traz histórias de meninas refugiadas que a autora conheceu durante sua visita a vários países.

De fácil leitura e compreensão, é fácil imergir na leitura, ver o mundo que Malala e as demais garotas nos apresentam, se colocar no lugar delas e perceber a dimensão de tudo o que passaram. Para mim, é um livro inspirador e reflexivo, que nos faz sair de nossa zona de conforto ao nos mostrar realidades das quais muitos de nós dificilmente irá passar. Isso tudo em uma narrativa próxima a facilidade e apreensão da ficção, com conteúdo biográfico e jornalístico.

Passamos as semanas seguintes nos mudando, dependentes da generosidade de amigos e familiares. Estar longe de casa significa, acima de tudo, viver preocupado em não se tornar um fardo para os outros.

Aconselho a todos lerem, pois está muito além de uma coletânea de biografias, são histórias sobre grupos que vivem em zonas conflituosas do globo e que tiveram suas vidas mudadas para sempre, são histórias que temos que conhecer para compreender porque somos privilegiados por estar onde estamos.

Nunca deixa de me chocar que as pessoas considerem a paz algo garantido. Sou grata por ela todos os dias. Nem todo mundo tem essa sorte. Milhões de homens, mulheres e crianças testemunham guerras diariamente. A realidade dessas pessoas envolve violência, lares destruídos, vidas inocentes perdidas. A única escolha que têm para se manter seguras é ir embora. Então elas ‘escolhem’ ficar longe de casa. Só que não é exatamente uma escolha.

BEIJÃO E ATÉ MAIS!

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