Oi, gente. Tudo bem?
Nossa Semana Especial Stephen King está acabando, mas ainda temos muitas novidades para vocês. Hoje vim contar o que achei de um dos lançamentos mais recentes do autor. Vamos conferir?!
Livro: Sob a Redoma
Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Páginas: 960
Sinopse: Em um dia como outro qualquer em Chester’s Mill, no Maine. Subitamente a cidade é isolada do resto do mundo por um campo de força invisível. Aviões explodem quando tentam atravessá-lo e pessoas trabalhando em cidades vizinhas são separadas de suas famílias. Ninguém consegue entender o que é esta barreira, de onde ela veio e quando — ou se — ela irá desaparecer. Dale Barbara, veterano da guerra do Iraque, se une a um grupo de moradores da cidade para manter a situação sob controle. A força de oposição é representada por Big Jim Rennie, um político que está disposto a tudo – até matar – para continuar no poder, e seu filho, que guarda a sete chaves um horrível segredo. Mas essa não é a única preocupação dos habitantes. O isolamento expõe os medos e as ambições de cada um, até os sentimentos mais reprimidos. Assim, enquanto correm contra o pouco tempo que têm para descobrir a origem da redoma e uma forma de desfazê-la, ainda terão de combater a crueldade humana em sua forma mais primitiva. Sob a redoma é um thriller arrebatador e uma inquietante reflexão sobre nossa própria potencialidade para o bem e o mal.
Logo no começo do livro somos apresentados à Chester’s Mill, uma pequena e pacata cidade do Maine. Em Mill, todos se conhecem e é difícil algo de estranho acontecer, já que estão habituados a levarem uma vida bem monótona. Dale Barbara é um ex-militar que está de passagem pelo local. Após abandonar a carreira, ele se torna um nômade, vivendo um pouco em cada lugar do país. Em Mill, Barbie é contratado como chapeiro do restaurante Rosa Mosqueta, mas mantém-se distante, não criando relações profundas com quase ninguém.
Após um incidente ocorrido no estacionamento do restaurante, envolvendo Junior Rennie, filho do segundo vereador da cidade, e seus amigos, Barbie está determinado a deixar Chester’s Mill para trás e seguir rumo ao desconhecido. Porém, algo surreal acontece e transforma a vida dos habitantes da cidadezinha em um caos.
Uma barreira, totalmente impenetrável, conhecida como a redoma, forma-se em Chester’s Mill, separando a cidade de seus vizinhos. Sua aparição é completamente inesperada. Uma hora não tinha nada lá, na outra, era impossível atravessar qualquer limite da cidade. Um avião colide com a parede invisível e explode em pleno ar; os pássaros que tentavam atravessá-la chocam-se e têm seus pescoços quebrados; além disso, a redoma provoca diversos acidentes, desde carros colidindo até pessoas sendo decepadas quando a barreira se ergue.
A população de Chester’s Mill logo se vê preocupada, pois ninguém sabe o que originou a barreira e muito menos quanto tempo ela ficará por lá. O sinal de telefone se reduz tanto a ponto de uma ligação ser praticamente impossível de ser realizada, além disso, a energia elétrica é cortada.
Big Jim Rennie, o segundo vereador e homem mais ambicioso da cidade, vê na redoma a oportunidade de se tornar alguém mais importante. Ele sabe que o povo lhe dará total atenção, ainda mais com o primeiro vereador ainda abalado pela morte da esposa. Se Big Jim conseguir controlar toda a situação em Mill, quando a barreira se extinguir ele será um herói.
Só que Big Jim não tem nada de herói. Ele só se preocupa consigo mesmo e na melhor forma de extorquir dinheiro dos habitantes. Seu emprego fixo é uma revenda de carros, que lhe dá uma boa quantia, mas por baixo dos panos ele mantém uma fábrica de metanfetamina e monopoliza todo o gás propano da região.
O único que tem informações contra ele é Duke, o chefe de polícia, morto quando seu marcapasso explode ao tocar a redoma. Com Duke morto, Big Jim passa a ser a lei e até transforma seu filho, o psicopata Junior (que assassinou duas garotas logo nas primeiras páginas), em um policial. Com isso, ninguém poderá impedi-lo de seguir adiante com seus planos.
Porém, Big Jim não contava com uma coisa, ou melhor, alguém: Dale Barbara é restituído ao serviço militar, mediante aos acontecimentos recentes e, além de ser promovido a Coronel, vira um informante do Exército e reporta qualquer atividade suspeita aos seus superiores. Barbie é uma pedra no sapato de Big Jim, ainda mais associado a Julia Shumway, dona do único jornal da cidade, que adora um bom furo de reportagem.
Conforme os dias vão passando, as pessoas ficam cada vez com mais medo de a redoma ser indestrutível. Somando isso à disputa pelo poder, muita confusão é causada e muitas vidas são perdidas. O que antes era apenas um jogo político torna-se uma corrida pela sobrevivência e, quem está disputando, não está a fim de perder.
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler.
Sob a Redoma foi o terceiro livro de Stephen King que eu li e posso dizer que se tornou o meu favorito. Meu interesse inicial por ele se deu quando soube que o adaptariam para uma série de TV. Eu queria ler antes de assistir, mas o preço do livro era um tanto alto, então acabei assistindo a primeira temporada e me apaixonando pela história. Em março, quando fechamos parceria com a Suma de Letras, tratei de solicitar meu livro e me joguei com tudo na leitura, esperando encontrar algo parecido com a série e encontrando algo muito melhor.
O livro foi lançado em 2009 nos Estados Unidos e chegou aqui no Brasil em 2012. Por ser uma obra recente do autor, não encontramos aquela descrição excessiva que estamos acostumados a ver nos livros mais antigos. Claro que King descreve detalhadamente muitas cenas, mas não de uma forma cansativa.
O que mais gostei nesse livro foi que o autor inseriu na edição, além de um mapa da cidade, uma lista com boa parte dos principais personagens da história, de forma que sempre podemos consultá-la quando não nos lembramos do papel de “fulaninho de tal” na trama. Isso foi crucial para a leitura, pois o número de personagens é tremendamente grande e King desenvolve aos poucos a vida de cada um.
A narrativa é em terceira pessoa, sob diversos pontos de vista. Não há um protagonista específico, apenas a cidade de Chester’s Mill como um todo. King segue aquele seu estilo de escrita básico no começo, contando o que cada personagem (alguns relevantes, outros nem tanto) estava fazendo quando a redoma surgiu e como isso afetou suas vidas.
Stephen King tem o dom da escrita, isso não é novidade, mas em Sob a Redoma o autor se superou. Talvez pela trama ser tão instigante. Mas o avançar de páginas foi tão rápido que quase não notei que o livro tinha novecentas e tantas páginas. Quase, tendo em vista que o livro é um tijolo e fica um tanto desconfortável lê-lo, ainda mais antes de dormir, quando você está com sono e acaba derrubando o exemplar no seu rosto (não que isso tenha acontecido comigo).
Os personagens foram muito bem caracterizados, apesar do número excessivo. Me afeiçoei bastante à Barbie e Julia, que são de longe os mais carismáticos da trama. Passei boa parte do livro torcendo por um romance entre os dois. Assim como na série, Big Jim e Junior Rennie despertaram todo meu ódio. É impossível não detestar os dois e ter vontade de matá-los toda vez que abrem a boca e soltam algo preconceituoso, vulgar ou machista. Há tempos que não odeio tanto assim algum personagem.
A tradução feita por Maria Beatriz de Medina está impecável. Algumas passagens contam com notas de rodapé para explicar fatos da cultura americana ou jogos de palavras usados pelo autor. A diagramação é simples, bem no padrão King, e a revisão está excelente. Encontrei alguns errinhos de digitação, mas nada muito gritante. A capa está sensacional. A minha versão é a da série e eu prefiro a ela, mas sem desmerecer a original, que também é linda.
Eu com certeza recomendo este livro a todos. A narrativa não possui nenhum elemento sobrenatural e a trama, embora bem elaborada, é de fácil compreensão. O foco não está na redoma em si e sim no que o homem é capaz de fazer em situações extremas. Palmas para a criatividade do mestre King mais uma vez. Leiam, não vão se arrepender.
BEIJos E ATÉ A PRÓXIMA!
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