sobre livros e a vida

24/06/2014

Tá Na Estante :: ‘Reconstruindo Amelia’ #248

Oi, gente. Tudo bem?

Junho tem sido um mês excelente para mim. Além de ter recuperado meu ritmo de leitura, tenho lido alguns livros muito bons e é sobre um deles que farei a resenha de hoje. Vamos conferir?!

Livro: Reconstruindo Amelia

Autora:
Kimberly McCreight

Editora:
Arqueiro Páginas: 352
Sinopse: Kate Baron, uma bem-sucedida advogada, está no meio de uma das reuniões mais importantes de sua carreira quando recebe um telefonema. Sua filha, Amelia, foi suspensa por três dias do Grace Hall, o exclusivo colégio particular onde estuda. Como isso foi acontecer? O que sua sensata e inteligente filha de 15 anos poderia ter feito de errado para merecer a punição? Sua incredulidade, no entanto, vai aos poucos se transformando em pavor ao deparar, no caminho para o colégio, com um carro de bombeiros, uma dúzia de policiais e uma ambulância com as luzes desligadas e portas fechadas. Amelia está morta. Aparentemente incapaz de lidar com a suspensão, a garota subiu no telhado e se jogou. O atraso de Kate para chegar a Grace Hall foi tempo suficiente para o suicídio. Pelo menos essa é a versão do colégio e da polícia. Em choque, Kate tenta compreender por que Amelia decidiu pôr fim à própria vida. Por tantos anos, as duas sempre estiveram unidas para enfrentar qualquer problema. Por que aquele ato impulsivo agora? Suas convicções sobre a tragédia e a própria filha estão prestes a mudar quando, pouco tempo depois do funeral, ela recebe uma mensagem de texto no celular: Amelia não pulou. Alternando a história de Kate com registros do blog, e-mails e posts no Fa­cebook da filha, Reconstruindo Amelia é um thriller empolgante que vai surpreender o leitor até a última página.

Kate Baron é uma brilhante advogada e está em meio a uma reunião muito importante quando recebe um telefonema urgente, de acordo com a secretária. Do outro lado da linha está a coordenadora da escola de sua filha, Amelia, dizendo que a menina havia cometido uma falta grave e havia sido suspensa e o protocolo da escola dizia que Kate deveria buscá-la imediatamente. O escritório onde Kate trabalha fica em Manhattan e a escola de Amelia no Brooklyn, mas ela faz o possível para chegar o mais rápido possível e entender o motivo da suspensão. Porém, quando chega ao local, Kate tem uma enorme surpresa.
Grace Hall está uma confusão, cheia de policiais e com uma ambulância estacionada no portão. Kate fica confusa com o que está acontecendo até que um detetive lhe informa: Amelia, a doce e brilhante Amelia, não aguentou a decepção da suspensão e suicidou-se pulando do telhado da instituição. A mãe da menina logo sente-se culpada, já que sua demora em chegar à escola resultou no suicídio da filha. Agora Kate precisará se conformar com tudo isso e tentar responder as próprias perguntas sobre o motivo de Amelia ter se matado.
No entanto, algum tempo depois, Kate está retornando ao escritório após um período afastada quando recebe uma mensagem anônima no celular dizendo que Amelia não pulou. No começo ela acredita ser uma brincadeira de muito mal gosto, mas seu lado maternal fala mais alto e ela decide tirar isso a limpo. Contatando novamente o investigador responsável pela investigação do suicídio da filha, Kate descobre que ele não tomou todos os rumos possíveis antes de encerrar o caso e agora o detetive Lew Thompson está em seu lugar e será o homem que a ajudará a descobrir o que realmente aconteceu no telhado naquele dia fatídico.
Querem saber o que vai acontecer? Então corram pra livraria mais próxima e garantam seu exemplar.

Reconstruindo Amelia foi uma grande surpresa. Quando recebi a news da editora Arqueiro, logo meu interesse caiu sobre ele, mas esperava um romance policial. Porém é bem diferente e muito mais que isso.
A escrita de Kimberly McCreight é sensacional. Ela alterna a narrativa em primeira pessoa sob o ponto de vista de Amelia até o dia de sua morte com o ponto de vista de Kate, em terceira pessoa, depois de saber da morte da filha e começar a investigar. Além disso, essas mudanças contam com posts do Facebook de Amelia ou mensagens de texto e e-mails antigos ou trechos dos diários de Kate.
Toda a trama foi muito bem construída e é difícil falar sem dar spoilers, pois, quando terminei o livro, percebi que cada detalhe era crucial e cada página continha uma pista. No começo reclamei do excesso de descrições que a autora utiliza, mas depois entendi o porquê de tanta ênfase em alguns pontos. O mistério é um dos pontos altos do livro. Sempre há algo para se descobrir e no final tudo se intercala à morte de Amelia. Achei isso uma jogada sensacional da autora, que também abordou a relação mãe e filha com maestria.
Kate é mãe solteira e sempre foi um exemplo para a filha, que nunca reclamou da falta do pai. As duas tinham uma relação linda, mas às vezes o excesso de trabalho de Kate impedia uma aproximação maior, mas nada que prejudicasse o relacionamento delas. Porém, conforme a leitura vai avançando, vamos percebendo que elas tinham ideias completamente erradas uma sobre a outra, sempre achando que a outra era perfeita, mas ambas escondiam muitos segredos.
Além disso tudo, o bullying também foi retratado de forma sensacional, algo bem próximo da realidade atual. Grace Hall é uma escola para adolescentes ricos, então é cheia de tradições. Uma delas é os clubes, que são como fraternidades. Entre esses clubes está o das Magpies, que recrutam Amelia, mas depois de um acontecimento a expulsam e passam a tratá-la de forma cruel e impiedosa. Alguns podem achar que a autora pegou pesado nesse quesito, mas nem imaginam o quanto isso acontece.
Os personagens foram muito bem caracterizados. Senti uma afeição enorme por Amelia e seus sentimentos em relação à pressão de ser adolescente. No começo Kate me irritou um pouco, mas comecei a gostar dela após seu instinto maternal aflorar e ela querer provar a todos que não estava louca e que Amelia não havia cometido suicídio.
Sylvia, a melhor amiga de Amelia, foi outra que despertou minha incomodação no começo. Sua amizade com Amelia sempre pendeu mais para o lado dela, com todo o foco sobre ela. Porém,quando o livro terminou, Sylvia me surpreendeu e mostrou sua verdadeira faceta, algo que eu não esperava. A gangue das Magpies, liderada por Zadie, era a personificação de tudo que não presta nas escolas. Assim que descobriram um segredo de Amelia não tiveram escrúpulos em humilha-la e chantageá-la com essa informação. Zadie sabia ser cruel quando queria, mas meu ódio não foi direcionado a ela. Quem despertou minha ira foi Gretchen, mãe de Kate.
Pode ser que alguns entendam a posição de Gretchen em relação à neta, tendo em vista que Kate engravidou quando estava na faculdade e isso poderia atrapalhar seu futuro. Porém, nenhuma mãe em sã consciência seria o que ela foi para Kate. Após a morte de Amelia ela chegou a dizer que agora a filha poderia aproveitar o tempo livre, que era ocupado por Amelia, para focar mais na carreira. Achei isso uma vergonha e uma atitude cretina. O pior é saber que isso também existe na vida real.
Enfim, sem mais delongas, deixo aqui para vocês a minha recomendação. Reconstruindo Amelia foi uma das minhas melhores leituras do ano com certeza e mexeu demais com meu emocional. Para encerrar, deixo para vocês a minha citação favorita da história.

Era tarde demais para mudar qualquer coisa. Tarde demais para fazer escolhas diferentes. Para ser uma mãe melhor do que havia sido. Kate só tinha como ser a mãe que era, a mãe de Amelia – curadora de sua memória, guardiã de seus segredos, depositária de seu coração. E isso ela sempre seria.

 BEIJOS E ATÉ A PRÓXIMA!

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