sobre livros e a vida

06/09/2014

Tá Na Estante :: ‘Os Doze’ #290

Oi, gente. Tudo bem?

Estou de volta com mais uma resenha para vocês. Hoje vim contar o que achei de Os Doze, segundo volume da minha trilogia distópica favorita. Meu exemplar foi uma cortesia da editora Arqueiro. Vamos conferir?!

Livro: Os Doze
Série: A Passagem (#02)
Autor: Justin Cronin
Editora: Arqueiro
Páginas: 592
Sinopse: Em A passagem, doze prisioneiros sentenciados à morte foram usados em um experimento militar que buscava criar o soldado invencível. Mas a experiência deu terrivelmente errado. Um vírus inoculado nas cobaias acabou com qualquer resquício de sua humanidade e elas fugiram, matando ou infectando qualquer um que cruzasse seu caminho. Os infectados se tornavam virais obedientes a seu criador, mais um de seus Muitos. No caos que se formou, a única chance de sobrevivência para a espécie humana eram fortificações altamente protegidas. Assim se formou a Primeira Colônia, um reduto a salvo dos virais, mas isolado do resto do mundo. Noventa e dois anos depois, uma andarilha surgiu às portas da Colônia. Era Amy Harper Bellafonte, a Garota de Lugar Nenhum, aquela que iria liderar um grupo de colonos e… Agora, cinco anos após ter cruzado as Terras Escuras em busca de respostas e salvação, seu grupo está separado. Cada um seguiu seu caminho, mas seus destinos logo voltarão a se cruzar, num embate definitivo contra uma ameaça mortal. Fanning, o Zero, aquele que deu origem ao apocalipse, tem planos para refazer o grupo dos Doze e conta com um aliado poderoso, disposto a qualquer coisa em nome da própria imortalidade. Segundo livro da trilogia A passagem, Os Doze nos faz questionar a mente humana, os avanços científicos e a busca do poder que leva a uma certeza sombria de nossa capacidade para o mal. Mas, acima de tudo, ele reforça nossa esperança em uma humanidade que se adapta, sobrevive e não se rende.

Em A Passagem, vimos que uma unidade do governo americano, na busca de criar um exército de soldados invencíveis, liberou um vírus que transforma quem é contaminado em vampiros sanguinários. Em questão de meses, hordas de assassinos controlados mentalmente pelos sujeitos que sofreram os experimentos estão espalhados pelas ruas do mundo todo, e a chance de sobrevivência está cada vez menor. Mas é claro que sempre há aqueles que tentam colocar as coisas de volta aos eixos e ainda têm esperanças de que conseguirão isso.

No primeiro livro, o grupo de Peter destruiu a criatura que governava a cidade de Las Vegas e, com isso, matou todos os vampiros que foram criados a partir dele. Porém, um deles, a jovem Alicia, foi infectada. O curioso é que a garota tornou-se o tipo de super-soldado que o programa estava buscando quando começou os experimentos. Agora, Alicia é como Amy, a Garota de Lugar Nenhum, que misteriosamente sobreviveu ao efeito do vírus e continua com uma aparência jovial mesmo após 100 anos.

A história de Os Doze se inicia cinco anos após o término de A Passagem. O objetivo do autor com essa continuação não é apresentado logo de cara. Foi difícil me acostumar com isso, pois antes de dar continuidade à trama, Justin introduziu novos personagens à narrativa e nos apresentou sua busca pela sobrevivência lá no Ano Zero, instantes após o caos ter dominado o mundo. Todos os personagens tem sua carga emocional e sua importância na história e isso fez com que eu me apegasse demais a todos eles. Porém, algumas páginas depois, esses personagens somem e são substituídos por outros, mais setenta e nove anos para frente. Fiquei tão revoltado que não consegui criar conexão alguma com os novos conhecidos.

Mas é claro que eu sei que Justin não dá ponto sem nó. Sua escrita é completamente minuciosa e cada detalhe é de suma importância para o desenvolvimento da trama. Alguns podem achar que isso é um empecilho, mas para mim a narrativa fluiu deliciosamente, nem percebi as quase seiscentas páginas (que não são nada perto das mais de oitocentas de A Passagem). Pode-se dizer que a narrativa é um quebra-cabeça maluco, em que as peças estão super bem escondidas, mas conforme você vai encontrando-as e encaixando-as, o resultado final se mostra cada vez mais emocionante e sua vontade de terminá-lo é gigante.

O que eu mais gostei nesse livro é que, diferentemente do seu predecessor, o foco não está nos virais em si ou no apocalipse, e sim na relação das pessoas mediante a todo esse caos. O objetivo de Cronin é mostrar onde um homem pode chegar e o que pode fazer quando é sua sobrevivência que está em jogo. Com isso, recebemos boas doses de desespero, arrogância, prepotência e crueldade, mas também alguns pequenos lances de carinho, amor, compreensão e fidelidade, fora a amizade, que é o marco da história.

Como eu disse anteriormente, o autor nos apresentou novos personagens, então aqueles que conhecemos em A Passagem só aparecem bem depois da metade do livro, mas chegam com tudo. Além de todo o problema e toda caça aos virais, podemos acompanhar seu amadurecimento, principalmente de Amy. A Garota de Lugar Nenhum introduz toda a história e conforme as páginas vão avançando, descobrimos mais sobre seu passado e testemunhamos ela se tornar adulta, mesmo com a aparência jovem ainda sobre si.

A diagramação do livro ainda é a mesma, mas o trabalho de revisão foi superior. Preciso parabenizar a editora Arqueiro, pois não encontrei erro algum. O livro tem suas seiscentas páginas, mas a fonte tem um tamanho ótimo, tornando ainda mais prazerosa à leitura.

Mesmo tendo amado o livro, não consegui dar cinco estrelas. Além do fato que já citei, da mudança contínua de personagens, me impossibilitando de criar uma conexão maior, ainda demorei a memorizar os diversos nomes, tendo em vista que muitos deles aparecem, somem e retornam cem páginas à frente. Outro grande problema foi a passagem de tempo. A história é divida em várias partes e cada uma delas evoluía ou regredia para um determinado ano, só que, às vezes, havia um avanço ou um retrocesso de dias ou meses dentro dessas partes e nenhuma explicação, ou seja, precisava me esforçar e adivinhar em que tempo estava naquele momento. Isso foi ruim, porque eu ficava esperando algo acontecer e isso só ocorreria dali dois meses ou já tinha ocorrido e era só pincelado até finalmente se suceder. Fiquei bem desconcertado com isso.

Porém, esses fatores não desmereceram a trama. Não achei Os Doze melhor que A Passagem, mas não acho que tenha sofrido a terrível “maldição do segundo livro”. Vou tentar me controlar para não cortar os pulsos de ansiedade pelo terceiro livro, Cidade dos Espelhos, que ainda não tem previsão de lançamento. Eu PRECISO saber como tudo vai acabar. Cronin deixou algumas pontas em aberto que só atiçaram ainda mais minha curiosidade, que já era enorme lá no primeiro livro. Eu com certeza recomendo essa série a vocês. Mais que isso, obrigo vocês a lerem. Não se deixem abater pelo tamanho dos livros: vale muito a pena.

BEIJOS E ATÉ A PRÓXIMA!

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