sobre livros e a vida

17/07/2014

Tá Na Estante :: “O Peculiar” #258

Olá turma!

Tudo bem com vocês? Espero que sim, porque hoje venho compartilhar com vocês todo o meu amor por esse novo queridinho publicado pela Galera Record. O Peculiar foi chegando de mansinho e hoje ocupa um dos lugares especiais na minha estante. Vamos conferir o que achei dessa belezinha?


Livro: O Peculiar
Autor: Stephen Bachmann
Editora: Galera Record
Páginas: 272
Sinopse: Parte romance gótico, parte mistério e aventura steampunk. Após a invasão do mundo pelos seres mágicos, as fadas foram aceitas entre os mortais, mas os mestiços não têm lugar. Os irmãos Barthy e Hettie vivem com medo. Tudo piora quando Peculiares são encontrados, ocos, boiando no Tâmisa. Mas eles estão seguros em Bath, não? Talvez… Se não fosse pela misteriosa dama em veludo ameixa que aparece na vizinhança. Quem é ela? E o que quer?



O Peculiar me chamou atenção logo no início, com sua capa maravilhosamente bem trabalhada e com elementos que remetem ao estilo steampunk. Quando soube que a Galera iria lançá-lo, quase surtei, tamanha a minha vontade de ler.

Nesse livro somos apresentados a uma Inglaterra totalmente diferente do que estamos acostumados. Nosso primeiro contato com o enredo da trama acontece na pequena cidade de Bath. Subitamente e sem nenhuma explicação aceitável, a cidade é coberta com penas negras e em questão de pouco tempo vira ruínas do que era antigamente. Ninguém sabia ao certo o que tinha ocorrido, nem o que deveriam temer. Logo descobre-se a razão da ruína de Bath: uma invasão feérica.

Em O Peculiar, temos uma nova visão das fadas. Eu, pessoalmente, estou acostumada com fadas sendo retratadas como seres gentis e totalmente bondosos. As fadas criadas por Stephen são seres ambiciosos, que seguem suas próprias regras distorcidas para conseguirem o que querem, chegando a ser até cruéis, o meu ver.

Após uma guerra, a Inglaterra finalmente consegue subjugar as fadas e as mesmas passam a conviver dentre os humanos na mais relativa paz. Elas trabalham nas fábricas, em sua maioria, e moram em Nova Bath. E é a partir desse ponto que somos introduzidos aos principais personagens dessa trama.

Bartholomew Kettle é um peculiar, ou seja, um mestiço de fada e humano. Os peculiares não são muito bem vindos na sociedade inglesa e muitas vezes são referidos como “medonhos”. A primeira regra que Barthy aprendeu de sua mãe é:  não seja notado e não será enforcado. Bartholomew viva uma vida comum, se escondendo dentro de casa com sua irmã Hettie para que nunca sejam vistos, até que um dia ele avista uma mulher misteriosa no Beco do Velho Corvo.

A dama não se parece em nada com o que Barthy é acostumado. Trajava um vestido caro, de veludo cor de ameixa. Da janela do sótão de sua casa, ele acompanha a trajetória da dama pelo beco. Até que presencia a mesma desaparecer em meio a uma revoada de penas negras, levando consigo um outro peculiar.

Paralelamente a isso, vivenciamos a discussão do governo sobre os terríveis assassinatos a peculiares que andam ocorrendo na Inglaterra. Ao total, foram 9, todos encontrados boiando no rio Tâmisa. Geralmente isso não incomodaria as autoridades, afinal, são só medonhos. Mas um fato sobre essas mortes começa a chamar a atenção das autoridades: todos os corpos encontrados estão ocos, sem absolutamente nada por dentro.

Nesse ponto, somos apresentados a dois personagens bem importantes para a trama: O Senhor Jelliby e o Lorde Chanceler. O Senhor Jelliby é somente mais um desses políticos que tem preguiça até de sair da cama. Daria tudo para continuar na sua vidinha monótona, mas uma série de acontecimentos infelizes o colocam cara a cara com o mistério dos assassinatos de peculiares.

Já o Lorde Chanceler é uma fada. Ao meu ver é um ser frio e calculista, que não mede escrúpulos para conseguir alcançar os seus objetivos, não importa o que ou quem tenha que derrubar para isso. Cada vez que ele aparecia na narrativa, eu me arrepiava toda e cada vez isso me fazia repensar o meu conceito sobre fadas.

Stephen sem dúvida conseguiu criar um suspense e tanto, que me deixou sem fôlego durante a leitura. Toda a história traz um ar gótico e macabro, tanto que eu realmente fiquei surpresa ao descobrir que esse livro foi escrito quando ele tinha somente 16 anos! É uma leitura bastante peculiar, assim como o nome. Não sabia o que esperar a cada virada de página, a cada capítulo terminado, e isso de certa forma ajudou a contribuir para o estilo misterioso proposto pelo autor.

Quanto a diagramação, só tenho elogios. Galera Record acertou em cheio outra vez. As páginas tem aquele mesmo tom amarelado que já estamos acostumados, mas o trabalho no início de cada capítulo me deixou boquiaberta. Só fiquei desejando que o trabalho na paginação fosse o mesmo em todo o livro!

O Peculiar é o primeiro de dois volumes. Sua continuação se chama The Whatnot, e traz o desfecho desse mundo maravilhoso criado por Stephen Bachmann. Por enquanto ainda não temos previsão de lançamento aqui no Brasil, mas após a leitura de O Peculiar, só me resta desejar que não demore muito.

E é com mil elogios a esse livro incrível que me despeço de vocês hoje.

Beijinhos e até a próxima.

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