E aí, pessoal! Tudo bem?
Livro: O Coletor de Espíritos
Autor: Raphael Draccon
Editora: Rocco
Páginas: 210
Sinopse: Quando a chuva aflige o vilarejo de Véu-Vale pelo terceiro dia consecutivo, as ruas iluminadas por tochas ficam desertas; as janelas, uma a uma, se fecham; nesses dias, quem caminha pelas ruas de Véu-Vale caminha sozinho. Em O coletor de espíritos, novo romance de Raphael Draccon, um dos principais nomes da literatura de fantasia nacional, Gualter Handam, antigo morador do vilarejo e hoje um psicólogo prestigiado, se vê obrigado a retornar ao local que povoa seus pesadelos. Depois de tantos anos, ele terá de encarar antigos fantasmas e enfrentar uma força desconhecida e furiosa, numa jornada de sacrifício e redenção que poderá finalmente libertar todo um povo das garras do medo.
Em O Coletor de Espíritos vamos conhecer a história de Gualter Handam. Ele nasceu e cresceu no vilarejo de Véu-Vale, um local escondido e simples com grandes crenças e simplicidade. Assim que possível, o homem abandonou o local em busca de liberdade, mudando-se para a cidade grande e tornando-se um psicólogo bem-sucedido.
O objetivo de Gualter era sair de Véu-Vale e nunca mais voltar. O vilarejo, apesar de pitoresco, era o maior motivo de todos os seus pesadelos. Contudo, quando sua mãe adoece, Gualter é obrigado a retornar e junto dele, todos os seus medos também retornam.
Acontece que Véu-Vale sofre com uma maldição. Se há chuva por três dias consecutivos, todos os moradores se escondem da melhor forma possível. Assim que a noite cai, não é mais seguro sair sozinho. O mal ronda cada esquina e ninguém é capaz de detê-lo. E mesmo sabendo disso, as pessoas seguem com suas vidas tranquilamente.
Com o seu retorno ao vilarejo, Gualter precisará enfrentar seu passado e seus medos, ajudando seus conterrâneos contra o mal. Aos poucos, o homem vai cruzar com diversas situações e vai descobrir mistérios imensos acerca do local. E, quanto mais tempo passar lá, mais Gualter vai se arrepender de ter voltado…
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!
* * *
Eu nunca tinha lido nada de Raphael Draccon, mas sempre ouvi falar muito bem sobre sua escrita. Alguns amigos já me recomendaram sua trilogia Dragões de Éter, mas sempre protelei a leitura. Então, quando a Rocco anunciou o lançamento de O Coletor de Espíritos, decidi que agora seria a hora de me aventurar. E até que a experiência foi interessante, mas poderia ter sido melhor.
A escrita de Draccon é leve, fluida e envolvente. É difícil eu me concentrar por tempo suficiente para ler um livro em uma sentada e o autor conseguiu este feito. Claro que as poucas páginas ajudaram nessa façanha, mas a escrita dele é daquelas que dá vontade de seguir lendo para sempre.
Contudo, me incomodei bastante com o desenvolvimento dos fatos. Foi tudo jogado no leitor de forma confusa e, mesmo no final, nenhuma explicação foi dada. Sabe quando você percebe que o autor quer inserir um tom de mistério na trama? Foi o que Draccon tentou fazer aqui, mas não me convenceu nem um pouco. Eu fiquei deveras intrigado, mas nada que diga “Oh, meu Deus, que mistério!”.
Acabei me decepcionando também com a construção dos personagens. Não consegui me identificar ou criar empatia com nenhum. Gualter é arrogante, prepotente e egocêntrico. Suas atitudes são mesquinhas e eu só tinha vontade de entrar no livro e lhe dar uns bons tapas. Acho que isso contribuiu para a obra não funcionar para mim.
Mas não é só coisa ruim que o livro traz. Gostei muito da ambientação de Véu-Vale. O autor caprichou nos detalhes e, conforme o cenário foi apresentado, consegui imaginar perfeitamente cada nuance do local e me imaginar lá.
Em suma, O Coletor de Espíritos não me convenceu, mas talvez agrade os leitores menos exigentes. Não foi uma boa primeira experiência para mim com o autor, mas acho que darei uma nova chance futuramente…
Abraços e até mais!