sobre livros e a vida

14/05/2015

Tá Na Estante :: ‘Iscas’ #397

Oi, gente. Tudo bem?

Olha eu aqui com mais uma resenha para vocês. O livro escolhido de hoje é um lançamento recente do Grupo Editorial Record, pelo selo Record. Vamos conferir?!

Livro: Iscas
Autor: J. Kent Messum
Editora: Record
Páginas: 320
Sinopse: Dependentes químicos num jogo mortal lutando pela sobrevivência. Seis estranhos acordam em uma ilha deserta sem qualquer lembrança de como chegaram ali, mas logo se torna evidente o que todos têm em comum: são dependentes de heroína. Sequestrados e colocados à força em um jogo mortal. Em pouco minutos, começam a discutir, porém os ânimos se acalmam quando eles encontram um baú com água, comida e uma carta informando que ninguém irá socorrê-los e que, do outro lado do canal, há uma segunda ilha, onde eles encontrarão mais suprimentos e uma recompensa para quem completar a tarefa: uma dose da mais pura heroína. Quando os primeiros sintomas da abstinência aparecem, eles não veem alternativa a não ser se entregar à pressão psicológica imposta pelos misteriosos torturadores. Então se aventuram em um oceano de terror. 

Seis pessoas, de diferentes etnias, sexos e idades, acordam certa manhã em uma ilha deserta no meio do Oceano Pacífico. Nenhum deles se lembra de como foi parar lá, muito menos do porquê. Aparentemente eles não possuem nada em comum, mas conforme vão se conhecendo e conversando, percebem que todos são viciados, principalmente em heroína.
Vagando pela ilha, o grupo encontra um baú repleto de mantimentos e com um bilhete dizendo que a melhor droga que eles podem provar na vida encontra-se em uma outra ilha a poucos quilômetros dali. Para obtê-la, eles só precisam atravessar a distância a nado, pelas águas misteriosas do oceano.
A princípio nenhum deles está afim de se arriscar, mas Tal, que está em abstinência há mais tempo, tenta fazer a travessia à noite e é devorado por ferozes tubarões. O grupo está sendo observado. Há um iate a poucos metros dali com alguns homens dentro. Eles sabem que se não tomarem logo uma decisão, o grupo do iate, ou a própria abstinência, tomará por eles.
Com isso, os cinco remanescentes decidem se unir para atravessarem o oceano juntos e dividirem a droga que lá encontrarem. Entretanto, a travessia não será tão fácil assim e o terror no que resta de suas vidas está apenas começando.
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!
Quando vi esse livro entre os lançamentos da editora Record, ele não me chamou atenção logo de cara. Porém, ao reler a sinopse pela terceira vez, comecei a pensar que seria algo bem interessante e convenci o Well a solicitar. Quando o livro chegou, não resisti e li antes de enviar pra ele. Foi uma experiência bem… interessante.
A escrita de J. Kent Messum é alucinante. Logo no começo do livro eu já estava preso em sua narrativa e querendo saber o que ia acontecer. O autor abusou do terror psicológico e conseguiu mostrar com maestria os limites de um viciado e tudo que ele pode fazer pra conseguir o que quer.
Embora a proposta não seja tão original assim (lembrei um pouco de Jogos Mortais e No Limite), Messum conseguiu transformar e desenvolver o enredo de uma forma que parecesse com algo que nunca vimos antes.
A narrativa é em terceira pessoa e acompanha, a cada capítulo, um dos personagens. Além disso, o autor retorna um pouco no tempo pra contar um pouco da história de cada um deles e o que estavam fazendo quando foram sequestrados. Assim conseguimos encontrar um lado mais humano de cada um.
Minha única ressalva é para a quantidade excessiva de palavras de baixo calão. Todos os seis personagens fazem parte da ralé da sociedade, beleza, mas acho que o autor exagerou um pouco na caracterização, de forma que tornasse o livro um tanto pesado.
Os personagens foram bem construídos, apesar de um tanto estereotipados, e cada um tinha seu drama pessoal e objetivo para alcançar. Entretanto, só gostei de dois deles. Kenny, o mais jovem do grupo, e Ginger, a garota de língua afiada. Os dois criaram um laço de amizade e Ginger desenvolveu um instinto de proteção para com o garoto. Já Nash, Felix, Tal e Maria apenas despertaram meu asco. 
O final foi previsível e ao mesmo tempo surpreendente. Acho que poderia ter algumas páginas a mais pra desenvolver o mistério que ficou no ar, que não exige uma continuação. Os motivos que levaram a toda essa disputa não me convenceram, mas para a história fazem todo sentido.
O trabalho da Record com o livro ficou ótimo. A capa tem tudo a ver com o livro, mas achei que poderia ter sido mais elaborada. A diagramação é simples e a revisão está ótima, apesar de ter encontrado alguns erros de digitação. As folhas são amareladas e o espaçamento e a fonte adequados.
Em suma, Iscas é um livro que te faz sentir medo, raiva, pena, além de te fazer torcer pela sobrevivência dos personagens. Eu com certeza recomendo, embora ache que não vá agradar todos os públicos, principalmente aqueles mais exigentes.
Beijos e até a próxima!

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