sobre livros e a vida

03/12/2014

Tá Na Estante :: ‘Ícones’ #338

Oi, gente. Tudo bem?

Estou de volta com mais uma resenha para vocês. O escolhido de hoje é uma distopia (siiim, mais uma, hahaha) que foi lançada em outubro pela Galera Record. Vamos conferir?!

Livro: Ícones
Série: Icons (#01)
Autora: Margaret Stohl
Tradutora: Mariana Kohnert
Editora: Galera Record
Páginas: 384
Sinopse: Após a Terra ter sido invadida por seres alienígenas misteriosos, Dol, a única sobrevivente de sua família, passou a morar em uma pacata cidade camponesa junto de seu melhor amigo, Ro. Apesar da relativa segurança, os amigos sempre suspeitaram que possuíam algo de especial, até que, repentinamente, são capturados pela Embaixada. Agora, juntos de Tima, outra prisioneira, e Lucas, filho da poderosa embaixadora e garoto por qual Dol nutre uma perigosa atração, todos perceberão que o encontro dos quatro não é mera coincidência: é uma conspiração.

Ícones é ambientado no ano de 2080. Dezessete anos antes aconteceu O Dia. Os Lordes, uma raça alienígena, invadiram a Terra. Com sua chegada, a eletricidade foi extinta e milhares de pessoas que estavam próximas às grandes cidades onde os treze Ícones caíram morreram. Doloria perdeu toda sua família no dia, mas foi resgatada pelo Padre e vive feliz na Missão com seu amigo Ro, o casal Grande e Maior e a porca Ramona Jamona.
Doloria, ou Dol, tem um dom incomum. Ela consegue captar as emoções das pessoas, suas dores, e com isso muitas vezes consegue saber o que estão pensando. Ela acredita que isso tenha relação com uma marca de nascença em seu pulso, um único pontinho cinza. Ro tem uma também, mas ele possui dois pontinhos vermelhos.
Ro e Dol são muito próximos. Criados juntos desde bebês, os dois desenvolveram uma conexão quase como irmãos, mas ambos sabem que há um sentimento muito maior envolvido, embora não queiram assumir, por receio de estragarem algo tão belo.
No dia do seu aniversário de 17 anos, Dol é chamada pelo Padre, para receber seu presente. O homem lhe dá um livro, mas não um qualquer e sim um Livro do Campo, sobre a origem das Crianças Ícones, que podem ser as responsáveis pela queda dos Lordes, livrando o planeta de sua devastação. Dol recusa-se a aceitar que seja uma criança Ícone, mas em seu âmago sabe que ela e Ro não estão vivos por acaso. 
Instantes depois de Dol receber o livro, a Missão é invadida por soldados Simpas, a serviço da Embaixada, que é controlada por humanos aliados aos Lordes. Eles estão em busca de algo e não hesitam em matar o Padre e levar Dol como prisioneira.
No trem, a caminho da Embaixada, Dol sabe que Ro está tentando salvá-la, mas sua fúria pode causar um tremendo estrago se não for logo controlada. Com isso, Dol faz um acordo com um Merc (mercenário), que ajuda os dois amigos a fugirem, mas custa o livro que pode conter todas as respostas que eles procuram.
Na fuga, Ro e Dol são surpreendidos por um soldado Simpa, mas não é um simples soldado e sim Lucas Amare, filho da Embaixadora Amare. Lucas revela que também possui uma marca no pulso, que o caracteriza como uma Criança Ícone e convence Ro e Dol a segui-lo, confiar de que estar com ele é melhor do que fugindo da Embaixada, pois não terão chance alguma.
Agora na ilha de Santa Catalina, Dol e Ro são vigiados constantemente e o garoto acredita ter sido traído por Lucas. Porém, Dol consegue sentir as emoções de Lucas e sabe que ele disse a verdade. Além disso, algo dentro dele faz com que ela se sinta atraída, mais do que o próprio dom natural dele de atrair as pessoas.
Com isso, também conhecemos Timora, ou Tima, a melhor amiga de Lucas. Assim como os outros três, Tima também é uma Criança Ícone. Os quatro improváveis aliados agora desejam descobrir mais sobre seu passado e o que os conecta, para então descobrirem qual seu propósito e como podem derrotar os Ícones.
Mas como montar uma conspiração debaixo do mesmo teto que a Embaixadora, que possui olhos em todos os lugares? Como enganar Doc, o mecanismo de computador que controla o lugar? E, o pior de tudo, como escapar das garras atentas do Coronel Catallus, que deseja o mal deles a todo custo?
Quando os quatro descobrem que a Embaixada planeja testá-los para descobrir suas forças e fraquezas, percebem que não tem muito tempo. Eles sabem que a Embaixadora está atrás do livro que Dol entregou para o Merc e esse Merc, conhecido como Fortis, será a única esperança deles de escapar com vida de toda essa confusão. Mas será que ainda há tempo para eles? Se não, o que será da humanidade?
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler.
Acho que já não é novidade para ninguém que acompanha o blog que distopia é meu gênero literário favorito. Quando soube do lançamento de Ícones, esse foi um dos motivos que me fez querer correr para ler. Além disso, eu estava extasiado após a leitura de Inquebrável (de Kami Garcia, que foi coautora de Beautiful Creatures com Margaret) e queria saber como Stohl se sairia em sua obra solo. 
Com as expectativas lá no alto, eu me joguei com tudo na narrativa e quebrei a cara feio. Margaret Stohl pegou diversos fatores que juntos poderiam criar a trama perfeita, mas não soube desenvolvê-los e nos brindou com uma narrativa confusa, cheia de furos e completamente inacreditável. A autora parecia perdida no seu próprio universo fantástico e isso me decepcionou muito.
A narrativa é feita em primeira pessoa, sob o ponto de vista de Dol. Acho que esse foi outro erro de Margaret, pois a protagonista não possui uma personalidade marcante. Aliás, ela não possui nenhum diferencial. Vocês não tem noção de quantas vezes eu torci para que ela morresse, mas sabia que isso era impossível, pois tudo parecia girar ao redor da garota, mesmo ela sendo apenas uma peça de um quebra-cabeça mortal.
Os outros personagens foram muito mal desenvolvidos. A Embaixadora Amare, que penso que deveria ser a grande vilã da trama, é uma grande incógnita com suas poucas aparições, que me fizeram perguntar qual seu verdadeiro papel na narrativa. Ro e Tima, que tinham tudo para serem personagens marcantes, pareciam apenas criancinhas birrentas e não acrescentaram muito ao enredo.
E o romance? Gente! Triângulos amorosos já são desnecessários, mas o deste livro foi pra matar. Já ficou claro o desprezo que tenho pela protagonista e ter que acompanhar suas indecisões a respeito de Ro e Lucas durante quase 400 páginas foi angustiante. E o pior é que esse romance é totalmente dispensável, pois ficou extremamente deslocado na trama, chegando a parecer forçado em certos momentos.
Além disso, a autora não soube desenvolver a distopia em si. O livro se passa no futuro, os alienígenas tomaram conta do planeta e os poucos sobreviventes morrem de medo deles. But, onde estão os tão temidos Lordes? Como é possível temer um inimigo que nunca foi visto e nem se sabe se existe novamente? Eu também não entendi qual o papel da Embaixada e qual a ligação dos membros com os Lordes. Mais uma vez Margaret Stohl pecou.
Eu tinha muitas esperanças de que depois da metade do livro a trama fosse decolar, mas foi exatamente o contrário. Chegou um certo momento da leitura que eu simplesmente parei de absorver as palavras e lia mecanicamente. Não tinham reviravoltas, não tinha ação e o mistério deixou de ser instigante ao ficar na mesmice.
O final, vulgo as últimas 05 páginas, fez com que eu questionasse se leria a continuação, algo que até então era certo que não aconteceria. Não gosto de começar uma série e não finalizar, mas tenho medo do que poderá acontecer em Ídolos. Uma das criadoras de Beautiful Creatures, que é uma série maravilhosa, não pode decepcionar tantas vezes, pode?
A Galera Record fez um trabalho incrível com o livro. Ultimamente, todos os livros da editora que tenho lido tem estado com uma revisão impecável. A diagramação é simples e as folhas são amareladas. A capa não me agradou muito à primeira vista, prefiro a original, mas fisicamente ela conseguiu me conquistar.
Eu não posso dizer para vocês não lerem o livro, pois precisam tirar suas próprias conclusões. Infelizmente, também não posso recomendar. Ícones foi uma decepção e vai ser difícil apagar essa impressão da minha mente. O jeito é aguardar o lançamento da continuação e ver se ela me desperta alguma curiosidade.
Agora me despeço de vocês com uma citação do livro.

Um pontinho cinza em meu pulso, da cor do oceano sob a chuva.
Dois pontos vermelhos no pulso de Ro, da cor do fogo.
A marca compartilhada de nossos destinos compartilhados,embora não saibamos quais sejam. Se meu nome é Tristeza, o nome dele é Raiva. E o que quer que eu seja, o que quer que Ro seja, é um segredo. Um segredo que poderia matar a nós dois sem que jamais soubéssemos o motivo.

BEIJOS E ATÉ A PRÓXIMA!
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