Heeeeey, mates!
Olha eu por aqui trazendo uma resenha fresquinha de uma das grandes surpresas literárias desse ano para minha pessoa ruiva e cegamente nerd: Fangirl de Rainbow Rowell. Prontos para se apaixonarem?
Livro: Fangirl
Autora: Rainbow Rowell
Editora: Editora Novo Século
Páginas: 424
Sinopse: Cath é fã da série de livros Simon Snow. Ok. Todo mundo é fã de Simon Snow, mas para Cath, ser fã é sua vida – e ela é realmente boa nisso. Vive lendo e relendo a série; está sempre antenada aos fóruns; escreve uma fanfic de sucesso; e até se veste igual aos personagens na estreia de cada filme. Diferente de sua irmã gêmea, Wren, que ao crescer deixou o fandom de lado, Cath simplesmente não consegue se desapegar. Ela não quer isso. Em sua fanfiction, um verdadeiro refúgio, Cath sempre sabe exatamente o que dizer, e pode escrever um romance muito mais intenso do que qualquer coisa que já experimentou na vida real. Mas agora que as duas estão indo para a faculdade, e Wren diz que não a quer como companheira de quarto, Cath se vê sozinha e completamente fora de sua zona de conforto. Uma nova realidade pode parecer assustadora para uma garota demasiadamente tímida. Mas ela terá de decidir se finalmente está preparada para abrir seu coração para novas pessoas e novas experiências. Será que Cath está pronta para começar a viver sua própria vida? Escrever suas próprias histórias?
Sabe aqueles romances bem bem bem bobinho que você lê a sinopse e ignora por achar super simples? Sua amiga recomenda e você entorta os lábios? Você sabe que é um livro para ler em qualquer ocasião, então não dá muita consideração. É ‘Fangirl’. Ele tem tudo que se enquadra como uma romance simples: protagonista diferente, par romântico apaixonante e uma história comum. MAS, mesmo assim, Rainbow conseguiu transformar essa formula de bolo de chocolate feita por muitas mãos em uma obra de arte.
O livro começa com Cath e sua irmã gêmea Wren dando um dos passos mais difíceis no futuro de qualquer jovem: ir embora de casa para começar a faculdade. Para Wren esse é um salto a liberdade. Vinda de uma família pequena e muito apegada a irmã gêmea, ela quer desbravar o mundo sem Cath. Infelizmente, nossa heróina não pensa assim. Então, quando Wren a informa que ela vai ter que dividir o quarto durante um ano inteiro com uma total estranha, Cath entra em parafuso. Wren é tranquila, comum e casual, Cath é cheia de regras, atitudes e anti social por natureza. Ela ama escrever e vive para as suas fanfics da série de grande sucesso ‘Simon Snow‘ – que tem uma grande pegada Harry Potter. Ela não quer de modo algum ter que socializar, conhecer novas pessoas, mudar a pessoa conformada que ela se tornou. Isso começa com o convívio inicial com Reagan, sua colega de quarto, ela já é uma veterana e não está nem aí para o mundo, muito menos para Cath, sempre mostrando ser indiferente a existência da colega de quarto. Não que Cath se importasse. O oposto ocorre com Levi um garoto feliz demais para os padrões de Cath e que se mostra receptivo, amigo e sempre disponível, nem que seja para algumas piadas e sarcasmos.
De inicio, Cath tenta de qualquer jeito não ter uma vida fora do seu quarto. Evita o refeitório, dedica-se a sua fanfiction e as suas matérias na faculdade em especial a matéria da escritora e professora Piper, praticamente sua musa inspiradora. Nessa turma ela conhece Nick que é esse rapaz bonito, charmoso que atrai a atenção de Cath, não pela sua beleza, mas pelo interesse em escrever. Ela começa a frequenta a Biblioteca Amor (nome curioso e divertido) para escreverem uma história juntos, que no futuro, se desenvolve como um problema, mas até chegarmos aí, Cath passa por uma longa jornada onde irá descobrir que viver mudanças é natural, fazê-las acontecer, por mais apavorante que seja, é mais natural ainda e que se desafiar é necessário.
Você precisa ler esse livro!
O que o livro tem de tão especial? Os seus personagens. Eles tem tanto a contar com uma simplicidade e naturalidade que enche o seu coração. Cath, mesmo sendo atípica e anti social, é uma heroína divertida, inteligente e cheia de dúvidas, como qualquer outro jovem adulto. Não é complicado se sentir próximo a ela, seja por ser parecida com ela ou ter alguma insegurança similar. Sua irmã, Wren busca encontrar respostas para os defeitos em sua bebida através de rapazes, bebida e festas, acaba se distanciando da irmã por medo de estereótipos e insegurança. Cath jamais pensaria que sua irmã é tão insegura quanto ela. A relação com o pai é divertida e delicada. Ele sofre de uma condição delicada, que não é explicada, mas mostrada em um momento da história que serve como uma importante transição para Cath e Wren. O retorno de um parente na vida das jovens também delimita as personalidades das personagens e até onde elas iriam por elas e pelo bem dos outros. Abel é uma presença distância. Está na vida de Cath através de mensagens e raros telefonemas, em alguns momentos, suponho que ele nem existe e que é fruto da imaginação de Cath. O que falar de Reagan? Ela é como Cath. É diferente. Não se enquadra em nenhum estereotipo. Ela é um pouco de tudo: um pouco de Wren, Levi, Cath, Simon, Baz, Art e gosta de ser assim. Expansiva, social, mal humorada e direta. Ela é o melhor tipo de pessoa para entrar na vida de Cath, depois, é claro, de Levi. O que falar do Levi? Uma palavra: sorriso. Ele é um sorriso na vida de alguém. Levi tem algo de especial: seu grande sorriso. Sua felicidade contagiante, seus trejeitos, cabelo perfeitamente moldado, sua roupa gótica do Starbucks e blusas de flanela. Ele é adorável. É impossível não se apaixonar por ele e por tudo que ele faz por Cath. Existem garotos como Levi nesse mundinho real? Eu espero que sim!
Rainbow tem uma delicadeza e simplicidade na sua escrita que é deliciosa de ser lida. É fácil amar seus personagens, mais fácil ainda se envolver com eles a ponto de terminar um capítulo e seguir para o próximo capítulo como se estivéssemos seguindo um cotidiano. Eles se tornam parte de nossas vidas. Uma curiosidade legal é que esse livro foi escrito em um NaNoWriMo (National Novel Writing Month, algo perto de: Escrita nacional de romance mensal).
A capa é simples, mas combina TANTO com o livro que é impossível olhá-la e não suspirar: Cath! Levi! <3 Confesso que não gosto de livros com poucas descrições. Me incomoda. Me faz sentir que algo está faltando. Seja um aprofundamento do personagem ou da construção da história, fica aquela sensação no ar de ‘e…?’. Por um lado positivo isso é bom, a história se torna apenas minha, já que a descrição da autora é aberta para cada imaginação, mas não me deixa de incomodar. Sinto falta de um olhar mais amplo da autora, pois a minha mente viajou, mas queria ter conhecido a mente de Rowell. Seguindo sempre um caminho estável de um ponto ao outro, o livro é bem redondinho, contudo senti que algumas pontas ficaram soltas, tipo: Nick e sua proposta no final do livro? Foi só aquilo mesmo? Qual teria sido a reação de Piper ao saber a resposta de Cath? E o parente que surgiu na vida de Cath e Wren? E é claro, Cath e Levi. Foi aquele final? Tipo, sério? Não tivemos nadinha à mais? Aquela foi a despedida? Não sei o que eu esperava do final, mas senti um nó na garganta. Algo faltava. Do mesmo modo que Cath sentia que tinha algo fora do lugar, sabe? Talvez esperasse algo mais, algo mágico, algo Simon Snow ou simplesmente, não queria deixar esses personagens. No final das contas, o nó na garganta era ter que dar adeus a Levi e Cath.
Recomendo esse livro a todos que querem se apaixonar.