sobre livros e a vida

15/07/2014

Tá Na Estante :: ‘Cidade da Meia-Noite’ #256

Oi, gente. Tudo bem?

Estou de volta com mais uma resenha. Dessa vez vim contar para vocês o que achei de uma distopia lançada pela editora Jangada recentemente. Vamos conferir?!

Livro: Cidade da Meia-Noite
Série: Saga da Terra Conquistada (#01)
Autor: J. Barton Mitchell
Editora: Jangada
Páginas: 448
Sinopse: A Terra é conquistada por uma raça alienígena conhecida como os Confederados. A população adulta da Terra desaparece de vista, sucumbida pela Estática – um poderoso sinal telepático irradiado pelos alienígenas, que reduz as pessoas a um estado de total servidão. Mas existe um grupo imune aos seus efeitos: as crianças e os adolescentes. Enquanto isso, Holt Hawkins, um caçador de recompensas, tem como alvo Mira Toombs, uma astuta caçadora de tesouros com a cabeça a prêmio. Não demora muito para Holt capturar sua presa, mas a forte atração que surge entre os dois não é algo com que ele contasse. A queda de uma nave dos Confederados nas proximidades do lugar onde Holt e Mira estão acampados revela uma surpresa – a única sobrevivente é uma garotinha que não se lembra de mais nada a não ser do próprio nome: Zoey. Logo eles descobrem que todo o exército alienígena está à procura de Zoey. O que ela tem de tão especial? Será que os poderes dessa garota, por mais improvável que isso possa parecer, são a chave para deter os Confederados de uma vez por todas?

Como todos vocês já devem saber, eu sou vidrado em distopias. Qualquer livro que se passe em um futuro pós-apocalítico é certo que será lido por mim. Cidade da Meia-Noite não podia ser diferente. Desde A 5ª Onda estou em busca de algum outro livro com essa temática alienígena e quando soube do lançamento deste, tratei de solicitar o meu.

Nessa distopia a Terra foi invadida por um grupo de alienígenas, os Confederados, há oito anos. No começo a humanidade bem que tentou resistir, mas os extraterrestres, que eram mais fortes e espertos, deram a cartada final e acabaram com as esperanças das pessoas. A Estática, um ruído que se fixa na mente e vai tentando controlar a pessoa, é a arma dos Confederados e leva boa parte da população. Quanto mais velho se é, mais difícil de resistir aos seus efeitos. Logo toda a população adulta se foi e o mundo ficou na mão de crianças.
No meio disso tudo está Holt Hawkins. Ele é um Imune, os efeitos da Estática não se projetam nele, e isso lhe ajudou a chegar aos vinte anos. Porém, Holt já perdeu muito em sua vida e se tornou alguém que se importa sumariamente em sobreviver. Ao lado de seus cachorro Max ele está procurando uma forma de fugir de seu passado e encontrar a paz que quase não conheceu.
Eis que surge a oportunidade de ouro. Holt é um caçador de recompensas e descobre que Mira Toombs, uma Bucaneira da Cidade da Meia-Noite, está sendo procurada e há um prêmio por sua cabeça. Logo ele decide capturá-la, tendo em vista que a recompensa resolveria todos os seus problemas. Isso não será nada fácil. Mira é esperta e ardilosa e não se deixará capturar tão facilmente, mas Holt também é astuto e, após muita dificuldade, consegue capturar a garota.

A antipatia entre Holt e Mira é palpável logo de cara e suas discussões são intermináveis. Porém, numa certa noite, uma nave dos Confederados cai próximo ao acampamento dos dois. Holt decide investigar e lá dentro encontra uma menina. Zoey aparenta ter oito anos de idade, mas não se lembra de nada de antes do acidente. Os instintos de proteção de Holt logo se ativam, mas conforme o tempo vai passando, ele vai percebendo que a menina é um imã para os Confederados, além de ter dons inexplicáveis. Além disso tudo, a convivência faz com que Holt e Mira deixem de se bicar e logo os dois estão confusos a respeito de seus sentimentos.


Agora Holt deverá decidir se realmente vale a pena abandonar a solidão que o acompanhou por tanto tempo para proteger Zoey e abrir mão da recompensa para ficar com Mira ou se é mais fácil abandoná-las e seguir em frente.

Querem saber o que vai acontecer? Então corram para garantir seu exemplar.

Cidade da Meia-Noite foi tudo que pensei que fosse e muito mais. Ele não dá enfoque total ao romance e sim na luta pela sobrevivência em uma sociedade à beira do caos. Realmente há algumas cenas clichês e previsíveis, mas em sua maior parte o livro é surpreendente e arrebatador.

A escrita de J. Barton Mitchell é sensacional. A narrativa fluía de tal forma que não conseguia parar de ler, ficava naquela promessa de “só mais um capítulo” e acabava lendo outros cinco. Lá pelo final, quando o clímax foi se desenvolvendo, meu ritmo diminuiu, mais pelo fato de não querer que acabasse que por qualquer outro motivo.

Os personagens foram muito bem desenvolvidos e próximos da realidade. Holt é um protagonista incrível. Ele soube viver e sobreviver após ter perdido alguém muito importante e sua lealdade para com Max é algo sensacional. Holt tenta se mostrar durão e insensível, mas isso é apenas fachada. Mira conquistou meu coração logo de cara. Ela está sendo acusada de algo que não fez e a Estática está quase dominando-a, mas ela nunca perde a esperança e está determinada a aproveitar os seus últimos dias para provar sua inocência. O romance foi nascendo gradativamente, não foi aquele amor à primeira vista chato que estamos acostumados. Isso contou muitos pontos para o livro.

A mitologia dos Bucaneiros criada pelo autor também foi arrebatadora. Quando os Confederados invadiram, de algum jeito formou-se Terras Estranhas, um lugar extremamente perigoso, mas carregado de poder. Os objetos que saem de lá são chamados de Artefatos e tem funções específicas. Combinando estes Artefatos, nascem outros ainda mais poderosos. Os Bucaneiros fazem viagens até Terras Estranhas em busca destes objetos e os combinam. São admirados e temidos pelas pessoas.

A diagramação e a revisão da editora Jangada estão impecáveis. Ultimamente tenho andado bem atento quanto aos erros e não encontrei nenhum nessa edição. Um belo trabalho da editora. A capa também ficou sensacional, tudo a ver com a trama.

Enfim, sem mais delongas, deixo para vocês a minha recomendação. Essa é uma história que deve ser lida por todos e com certeza figura meu Top 10 Distopias Favoritas. Não vejo a hora de ter o segundo livro em mãos para dar continuidade à série.

Os sentimentos estavam ligados às lembrança dela, porque as lembranças são o que fazem das pessoas o que elas são. 

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