sobre livros e a vida

01/06/2018

Tá na estante :: ‘A Caçadora de Dragões’ #787

Oi gente!

Quer uma heroína forte que controla seu próprio destino sem se submeter a qualquer imposição dos homens da história? Então vem!

Livro: A Caçadora de Dragões
Série: Iskari (#01)
Autora: Kristen Ciccarelli
Editora: Seguinte
Páginas: 384
Sinopse: Quando criança, Asha, a filha do rei de Firgaard, era atormentada por sucessivos pesadelos. Para ajudá-la, a mãe lhe contava histórias antigas, que muitos temiam serem capazes de atrais dragões, os maiores inimigos do reino. Envolvida pelos contos, a pequena Asha acabou despertando Kozu, o mais feroz dos dragões, que queimo a cidade e matou milhares de pessoas – um peso que a garota ainda carrega nas costas.Agora, aos dezessete anos, ela é uma caçadora de dragões temida por todos. Quando recebe de seu pai a missão de matar Kozu, Asha vê uma oportunidade de se redimir diante de seu povo. Mas ela ainda não vai concluir a tarefa sem antes descobrir a verdade sobre si mesma – e perceber que mesmo as pessoas destinadas à maldade podem mudar o próprio destino.

Aos dezessete anos, Asha é a maior e mais renomada caçadora de dragões do reino de Firgaard. Sempre retorna das caçadas com a cabeça de um dragão para entregar ao rei-dragão, seu pai, como símbolo de sua vingança contra os dragões e em rumo a extinção dos mesmos. Marcada pela queimadura de um dragão com uma cicatriz que cobre a lateral de seu rosto, deformou uma de suas orelhas, e que chega a seu abdome, Asha mostra com orgulho este sinal que a levou a ser quem ela é: a iskari.

Faltando 7 dias para que a lua vermelha mingue e sua união com Jarek, o comandante oficial da guarda real, seu pai propõe que se Asha derrotar o primeiro dragão, Kozu, a ligação dos humanos com as antigas tradições. O rei-dragão promete à filha que se lhe trouxer a cabeça de Kozu, sua união com o comandante será cancelada. Asha então não medirá esforços para encontrar o primeiro dragão e acabar de vez com isso.

Entretanto, nada será tão fácil quanto a iskari tinha pensado. Após ter sido queimada em sua última caçada, Asha começa a sentir os efeitos do veneno na queimadura feita pelo dragão e desmaia durante a festa em comemoração ao retorno de seu irmão, Dax, ao reino. E é seu irmão quem complica a resolução de seu objetivo. Dax implora à irmã que salve um skral (etnia escrava dos draksors – etnia de Firgaard) de um fim terrível imposto pelo seu noivo, Jarek. É a partir disso que a iskari irá perceber que muitas das verdades em que acreditou são distorções e manipulações.

O começo deste livro não estava me prendendo nadinha. As 100 primeiras páginas, em minha opinião, são lentas, e não ambientam bem o leitor ao universo fantástico em que a história ocorre. Demora um pouco para que consigamos nos sentir dentro do mundo dos draksors, nativos e skrals, que consigamos entender quem ou o que é o Antigo, Namsara e Iskari. Mas isso passou e a narrativa me envolveu demais, tanto que não queria largar, pois tinha que saber o que ia acontecer.

A Caçadora de Dragões traz a história de Asha, uma heroína que não tem cara de heroína a princípio. Mas, com toda a certeza, é uma personagem feminina forte e marcante, que não vai abaixar a cabeça às ordens de qualquer homem e sempre irá questioná-los. Não apenas a personagem principal traz essas características, mas outras personagens femininas da fantasia trazem pontos fortes. Isso foi o que mais amei nesse livro. Acho que deveria ter lido mais histórias com mulheres e garotas que rompem o paradigma imposto pela sociedade machista em que vivemos.

No decorrer do livro, entre os capítulos, são contadas histórias (as histórias antigas) que nos ajudam a entender a cultura do povo de Firgaard e de sua religião. Para mim, lembrou demais as culturais orientais, com seus deuses, semideuses e demais divindades, que apresentam histórias épicas, histórias de amores impossíveis e coisas assim. Tais histórias antigas são proibidas no reino de Firgaard por serem tidas como perigosas, como definhadoras das almas e corpos dos homens e mulheres que as contam. Mas Asha parece não ser atingida por isso. Será que essas histórias são mesmo tão perigosas?

Durante a história, iremos encontrar, além de ação, um romance proibido. Vamos ter também a quebra de muitas regras e leis de Firgaard. Vamos nos deparar com um misticismo e com religiosidade (esse ponto pode ser incomodo àqueles que são mais intolerante a religiosidade, ao gnosticismo). Os dragões serão uma emoção à parte, acredite em mim, você vai querer ter um desses no seu quintal.

“Greta costumava dizer que cada um de nós nasce com uma música enterrada no fundo do coração – ele disse, sem parar de tocar. – Uma música que é toda nossa. Nossa missão na vida é descobrir qual é.”

A Caçadora de Dragões é um primeiro livro de uma série denominada Iskari e foi lançado em 2017 no Canadá. Pelo que pesquisei, o segundo livro já saiu por lá, mas ainda não temos ideia de quando chegará por aqui, já que este primeiro volume acabou de ser lançado no Brasil pela editora Seguinte. Como história, esse livro se fecha por completo, sem deixar muitas pontas soltas. Não existe um cliffhanger extraordinário que nos força a ler a continuação, o livro é contido em si só, mas gera a curiosidade, pela temática e pelo romance, em saber como isso irá seguir.

Este foi um livro que me surpreendeu, pois não estava conseguindo engatar no começo e quase desisti dele, mas, que felicidade em ter continuado, pois me cativou. Não é um livro que vai agradar a todos, é uma fantasia juvenil, tem seus clichês de enredo, mas é bem gostosinho, no final.

Espero que vocês desfrutem dessa leitura. Se você já leu, deixe sua opinião nos comentários.

BEIJÃO E ATÉ MAIS!
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