Oi, gente. Tudo bem?
Livro: Brilho
Série: Skychasers (#01)
Autora: Amy Kathleen Ryan
Editora: Geração Jovem
Páginas: 354
Sinopse: A Terra não existe mais, e em duas naves que procuram um novo mundo no espaço, uma menina de 15 anos precisa casar e engravidar para garantir a sobrevivência da humanidade. Enquanto isso, uma sucessão de acontecimentos eletrizantes torna a jornada pelo espaço algo absolutamente imprevisto. Temas como religião, a escolha da mulher e a ideia de poder e dominação vão aparecendo muito suavemente articulados ao longo da trama, amarrando o leitor com surpresas e reviravoltas estonteantes. São temas universais, postos num livro por uma escritora surpreendente e que promete arrasar a cena literária a partir desta sua fantástica criação.
Há quarenta anos a Terra entrou em colapso e seus recursos naturais estavam cada vez mais escassos. Com medo que a humanidade se extinguisse, duas naves saíram espaço afora com um ano de intervalo entre elas, em busca de um novo mundo que pudesse ser habitado. O objetivo é que em mais quarenta anos a nave chegue ao seu destino final e, para isso, os habitantes precisam dar continuidade à geração, mas as dificuldades de reprodução no espaço são enormes.
Waverly tem 15 anos e está a bordo da Empyrean. A garota foi uma das primeiras crianças a nascer na nave após uma descoberta que facilitou a gravidez. Ela namora com Kieran, o primeiro bebê da nova geração e futuro capitão da nave. Todos estão crentes que eles acabarão casando e logo darão origem à terceira geração. Kieran também pensa assim. Ele sente que é um dever e, por uma pressão sutil do capitão, pede Waverly em casamento. A menina fica receosa, pois quer se casar por amor e no tempo certo.
Em meio a tudo isso, a Empyrean sente-se ameaçada ao constatar que a New Horizon, a nave irmã que devia estar anos-luz à sua frente está mais próxima do que nunca. Aparentemente eles reduziram a potência dos motores para tentar um contato e isso significa problemas a caminho.
Subitamente, a New Horizon organiza um ataque à Empyrean e rapta todas as meninas à bordo. Mas isso não é tudo. Durante a invasão muitas vidas foram perdidas, o motor da Empyrean foi danificado e algumas das pessoas ficaram perdidas no espaço em naves auxiliares. Agora os únicos restantes são os garotos e Kieran é a única esperança de ordenar tudo e tentar resgatar as meninas. Infelizmente isso não será fácil, tendo em vista que Seth, filho do co-capitão, tenta fazer um levante contra ele.
Já na New Horizon, comandada pela ardilosa pastora Anne Mather, Waverly está com problemas. Ela sabe que está sendo enganada, mas as meninas mais novas não acreditam e aceitam a explicação do motivo para terem sido levadas para longe de seus pais. Ao lado de duas improváveis amigas, Waverly precisará arquitetar um plano de fuga para voltar à Empyrean. Porém isso também será complicado, já que ela é constantemente vigiada e sabe que sua mãe está presa em algum lugar daquela imensa bacia de metal.
Será que Kieran conseguirá manter o poder em meio a tanta confusão? E Waverly conseguirá convencer as outras meninas a escapar? Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler.
Desde que vi a capa de Brilho pela primeira vez, surgiu uma necessidade enorme de lê-lo. A premissa parecia bem previsível, até porque já havia lido Através do Universo, que tem essa mesma temática. Caberia a autora desenvolver a narrativa de forma que fosse algo novo, porém não foi bem assim. Infelizmente, Amy Kathleen Ryan se perdeu no meio do caminho.
A narrativa é em terceira pessoa e se divide sob a perspectiva de Waverly e Kieran. O livro também está dividido em cinco partes, com capítulos curtos. As primeiras partes são extremamente monótonas, explicando a distopia e apresentando os personagens. Consegui engatar a leitura só depois da página 150, após a invasão. A partir daí, o livro fluiu incrivelmente. Em uma parte temos a batalha de Waverly e em outra a de Kieran, ambas cheias de ação e tomadas de reviravoltas. Achei que engoliria minhas críticas iniciais, mas a autora deu um final tão sem nexo que toda a crítica positiva que eu estava preparando foi por água abaixo.
Os personagens são completamente apáticos. Waverly tenta parecer esperta, mas é bobinha e irritante. Sempre com mimimi pra cima dos outros e uma língua afiada e sem escrúpulos. Kieran é arrogante de forma sutil. A autora quis mostrar que ele aparenta ter essa personalidade, mas no fundo é um cara legal. Estou procurando esse cara legal até agora. Seth é um projeto de Bellamy Blake, de The 100, mas tudo que o Bellamy tem de carismático, Seth tem de sem graça. A única personagem que me cativou foi Samantha Stapleton, mas o final dela foi tão indigno que fiquei mais irritado ainda.
Com tudo que eu falei, vocês devem estar pensando que não vou recomendar o livro, mas vou sim. Eu leio muitas distopias e as comparações foram inevitáveis. Se tivesse lido esse livro antes, talvez gostasse mais. O meio do livro foi tão bom que vou investir na série, mas se o segundo livro continuar nesse nível é certo que abandonarei. Agora me despeço de vocês com uma quote.
Chegará um tempo em que as crianças se reunirão em torno da fogueira e olharão para estrelas desconhecidas por nós. Elas haverão de pensar nos sacrifícios que fizemos. E nossos nomes estarão nas letras das canções que elas entoarão.