sobre livros e a vida

20/02/2015

Tá Na Estante :: ‘Amy & Matthew’ #364

Oi, gente. Tudo bem?

Estou de volta com mais uma resenha para vocês. O escolhido de hoje está sendo muito comentado na blogosfera ultimamente. Recebi meu exemplar de cortesia da Galera Record e não pude deixar de dar minha opinião. Vamos conferir?!

Livro: Amy & Matthew
Autora: Cammie McGovern
Editora: Galera Record
Páginas: 336
Sinopse: Amy e Matthew não se conheciam realmente. Não eram amigos. Matthew sabia quem ela era, claro, mas ele também sabia quem eram várias outras pessoas que não eram seus amigos.Amy tinha uma eterna fachada de felicidade estampada em seu rosto, mesmo tendo uma debilitante deficiência que restringe seus movimentos. Matthew nunca planejou contar a Amy o que pensava, mas depois que a diz para enxergar a realidade e parar de se enganar, ela percebe que é exatamente de alguém assim que precisa.À medida que passam mais tempo juntos, Amy descobre que Matthew também tem seus problemas e segredos, e decide tentar ajudá-lo da mesma forma que ele a ajudou.E quando a relação que começou como uma amizade se transforma em outra coisa que nenhum dos dois esperava (ou sabe definir), eles percebem que falam tudo um para o outro… exceto o que mais importa.

A resenha de hoje vai ser um pouco diferente do que vocês estão acostumados aqui no blog. Esse livro foi tão controverso pra mim que está sendo praticamente impossível de resenhar. Estou há duas horas com a página de postagem aberta e tudo que quero dizer na cabeça, mas sem saber como transformar isso em palavras.
A Galera Record fez uma ação com o livro e enviou para alguns parceiros. Eu não tinha a menor intenção de solicitá-lo depois de ver ele ser vendido lá fora como “A Culpa é das Estrelas encontra Eleanor & Park“. Gosto de A Culpa, apesar de não achar lá essas coisas e não sou nem um pouco fã de Eleanor, então era quase certo que Amy & Matthew não ia me agradar. 
Porém, o livro chegou aqui em casa. Dentro havia uma carta do editor, falando sobre a obra e mesmo sem ter lido uma página da obra eu já estava emocionado. Por ser uma ação, o livro não tinha grande prioridade para resenhar, mas resolvi começar a leitura naquele mesmo instante e aí que a coisa começou a mudar de figura.
Amy sofre de paralisia cerebral, mas isso nunca foi um empecilho para a garota. Ela é uma das alunas mais inteligentes da escola e se esforça pra fazer o máximo possível sozinha. Tudo bem que ela precisa de ajuda em muitas coisas e usa uma máquina com sintetizador de voz para falar por ela, mas e daí? Ela é feliz e está planejando sua ida para a faculdade, longe dos olhos atentos de sua mãe super protetora.
O problema é que Amy precisará se relacionar com outros estudantes na faculdade e após uma conversa casual com Matthew, ela percebe que não tem amigos de verdade. Algumas pessoas até falam com ela, mas muitos não se aproximam, talvez por ela estar sempre acompanhada de um adulto ou por ter dificuldade em manter diálogos com seu sintetizador. E eis que ela tem uma brilhante ideia.
Em seu último ano do ensino médio, Amy pede à mãe que contrate os próprios alunos da escola para serem seus acompanhantes, de forma que ela interaja com alguém da sua idade e ainda conheça novos colegas. Sua mãe está autorizada a escolher os candidatos, mas Amy exige que Matthew seja um deles. Há algo no garoto que a intriga e ela está determinada a desvendá-lo nesse tempo que passarão juntos.
Matthew está apresentando os primeiros sintomas de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e isso o está atormentando. Ele sente uma grande necessidade de lavar as mãos com frequência, além de verificar se a torneira está bem fechada diversas vezes, mesmo o tendo feito há poucos segundos. Amy também o intriga e ao passar mais tempo com ela ele nota que suas neuroses diminuem.
Logo, Amy e Matthew estão cada vez mais conectados, ambos aprendendo importantes lições – com a vida e um com o outro – e percebendo que a vida pode ser uma caixinha de surpresas e o inesperado nem sempre é ruim. Eles se apoiam um no outro e a amizade vai evoluindo pra algo a mais. Só os dois que parecem não perceber isso.
Cammie McGovern criou uma história excelente. Logo no início eu me conectei aos protagonistas e me vi em suas mentes, sentindo o que sentiam e compartilhando de suas opiniões e pensamentos. Os personagens foram muito bem caracterizados. A autora conseguiu desenvolver a personalidade de ambos e seus problemas de uma forma crível e sensata. Não parecia ficção, parecia alguém que podemos encontrar amanhã.
A escrita de Cammie é deliciosa e fluiu magicamente. Isso no começo. Um pouco depois da metade da história, quando Amy e Matthew se separam com a ida dela pra faculdade, tudo começou a degringolar. O livro ficou arrastado e eu me irritava constantemente com os monólogos internos que os dois tinham. Eles são amigos e funcionam incrivelmente bem juntos, mas separados… que vontade de dar uns tapas.
A partir daí, comecei a me decepcionar cada vez mais. Cammie tinha tudo para transformar seu livro em uma obra prima, mas falhou e deixou que ele ficasse no básico “mais ou menos”. O final foi tão desnecessário, que não sei como aguentei terminar o livro. Sei que tudo que aconteceu foi crucial para o relacionamento dos protagonistas, mas, gente do céu, que ódio que fiquei.
E finalmente chegamos ao xis da questão. Apesar de um terço do livro ter me deixado irritado, tiveram dois terços que aproveitei maravilhosamente. Pesando os prós e contras, ainda não consigo decidir se gostei ou não da obra. Sei que isso não faz nenhum sentido, mas é o que sinto. Amy e Matthew me conquistaram, entretanto, alguns pontos de suas histórias não me agradaram.
A Galera Record fez um trabalho magnífico com o livro. A capa é simples, mas muito bem elaborada. A lombada é num tom suave de azul e fica lindo na estante. A tradução de Raquel Zampil está divina, assim como a revisão. A Galera tem acertado bastante na revisão de seus últimos livros e eu estou adorando isso.
Agora chega de falar. É um pouco complicado contar mais alguma coisa sem soltar spoilers. Então deixo aqui minha recomendação. Sim, eu recomendo o livro. Acho que é uma história que pode agradar muitos – já agradou, só ver a quantidade de resenhas positivas na blogosfera. Amy & Matthew pode não ter sido minha melhor leitura do ano e nem um livro cinco estrelas, mas com certeza vai ficar na minha mente por um bom tempo.
Beijos e até a próxima!

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