Olá pessoal, tudo bem?
Hoje eu estou aqui pala falar de mais um livro que recebi de cortesia da editora DarkSide Books. Vamos lá?
Livro: Em Algum Lugar Nas Estrelas
Série: –
Autora: Clare Vanderpool
Editora: DarkSide Books
Páginas: 276
Sinopse: EM ALGUM LUGAR NAS ESTRELAS é um romance intenso sobre a difícil arte de crescer em um mundo que nem sempre parece satisfeito com a nossa presença. Pelo menos é desse jeito que as coisas têm acontecido para Jack Baker. A Segunda Guerra Mundial estava no fim, mas ele não tinha motivos para comemorar. Sua mãe morreu e seu pai… bem, seu pai nunca demonstrou se preocupar muito com o filho. Jack é então levado para um internato no Maine (o mesmo estado onde vivem Stephen King e boa parte de seus personagens). O colégio militar, o oceano que ele nunca tinha visto, a indiferença dos outros alunos: tudo aquilo faz Jack se sentir pequeno. Até ele conhecer o enigmático Early Auden. Early, um nome que poderia ser traduzido como precoce, é uma descrição muito adequada para um prodígio como ele, que decifra casas decimais do número Pi como se lesse uma odisseia. Mas, por trás de sua genialidade, há uma enorme dificuldade de se relacionar com o mundo e de lidar com seus sentimentos e com as pessoas ao seu redor. Obsessivo, Early Auden tem regras específicas sobre que músicas deve ouvir em cada dia da semana: Louis Armstrong às segundas; Sinatra às quartas; Glenn Miller às sextas; Mozart aos domingos e Billie Holiday sempre que estiver chovendo. Seu comportamento é um dos muitos indícios da síndrome de Asperger, uma forma branda de autismo que só seria descoberta muito tempo depois da Segunda Guerra, e que inspirou personagens já clássicos como o Sr. Spock (Star Trek), o Dr. House e Sheldon Cooper (The Big Bang Theory). Quando chegam as festas de fim de ano, a escola fica vazia. Todos os alunos voltam para casa, para celebrar com suas famílias. Todos, menos Jack e Early. Os dois aproveitam a solidão involuntária e partem em uma jornada ao encontro do lendário Urso Apalache. Nessa grande aventura, vão encontrar piratas, seres fantásticos e até, quem sabe, uma maneira de trazer os mortos de volta ainda que talvez do que Jack mais precise seja aprender a deixá-los em paz.
A Segunda Guerra Mundial está finalmente chegando ao fim e o pai de Jack Baker finalmente está voltando para casa. Infeliz, esse retorno é marcado pela morte da mãe de Jack, deixando o garoto de treze anos sozinho com o pai que mal o conhece. Sem esperanças de conseguir levar a vida com o garoto, o Capitão da Marinha decide então mandá-lo para um colégio interno no Maine.
Por ser o único garoto do Kansas na escola, Jack encontra dificuldades em se misturar com o restante dos alunos, até conhecer Early Auden. Early é um rapaz um tanto diferente dos demais, raramente visto na sala de aula mas facilmente encontrado no porão escutando seus discos, coletando recortes de notícias sobre o lendário Urso Apalache ou lendo histórias nas sequências do número Pi.
Durante um pequeno intervalo nas aulas onde todos os alunos foram para as casas de suas famílias ou amigos, Jack e Early saem numa jornada em busca do grande urso nas Trilhas Apalache. Early não admite, mas além do Urso, o garoto também está à procura de seu irmão mais velho, um soldado que foi dado como morto em combate.
Os garotos saem então nessa jornada rumo ao improvável com Early no comando. Sem mapas, bússola ou qualquer outro instrumento de localização, Auden usa a a história de Polaris, a constante matemática, para para prever o que acontece a seguir.
No caminho, eles conhecem diversas figuras memoráveis, aprendem um pouco sobre a vida nas trilhas e se questionam se o que eles sempre acreditaram sobre suas próprias vidas é realmente uma verdade absoluta.
— Que lugar é este?
— É a minha oficina. Meu pai nunca me deixou ter uma oficina em casa. Dizia que eu ia acabar com a vida dele. Mas não fui eu. Foi o coração. Ele teve um infarto.
Quando a DarkSide anunciou o lançamento dessa obra eu já fui correndo deixar bem claro para a equipe do SEA que eu que iria resenhá-lo aqui no blog. Fui dar uma olhada na sinopse e confesso que toda essa história de constantes matemáticas me deu um pequena desanimada mas mesmo assim solicitei o livro pois sou daqueles que julgam o livro pela capa e a desse livro é maravilhosa. Agora, após a leitura, posso afirmar a capa do livro não faz jus ao conteúdo excepcional dessas quase 300 páginas.
O primeiro ponto a se destacar é a narrativa maravilhosa de Clare Vanderpool. A autora consegue trabalhar um enredo complexo de uma forma que qualquer pessoa, indiferente da idade, conseguirá compreender completamente e se apaixonar. Em pouco mais de 270 páginas, Clare nos conta uma história bem detalhada mas de forma extremamente fluida. O livro é narrado por Jack mas na verdade é todo desenvolvido ao redor de Early. É ele quem está no controle de toda a aventura, os grandes acontecimentos são focados nele, todas as ações ocorrem por causa dele e etc.
Jack é aquele protagonista que se fosse trocado por outra pessoa não faria diferença alguma. A função do garoto na história é fazer o papel dos olhos da sociedade, considerada normal, sobre o “garoto estranho”. Sim, a autora não faz uso da palavra autismo durante a narrativa pois durante o período em que se passa a história o termo não era muito familiar e a maioria dos autistas não eram diagnosticados.
Os dois personagens principais são muito bem construídos e fazem com que você se apegue a algumas características de suas personalidades. Porém, durante a jornada dos garotos somos apresentados a alguns personagens de uma forma um pouco brusca que poderia ter sido mais bem trabalhada.
O final do livro pode ser um pouco previsível, mas não desaponta. A magia dessa obra não está no final surpreendente e sim na forma em que a história é contada e nas reflexões que o livro te proporciona durante e após a leitura.
Se tratando de cuidado com as questões físicas eu poderia simplesmente falar o que todo mundo já sabe: um livro com um acabamento perfeito, marcador de cetim, páginas amareladas, boa margem, fonte em bom tamanho e etc. Porém, esse livro é um dos mais lindos, se não o mais lindo, de todos os que tenho da editora. A capa é predominantemente fosca com minúsculas aplicações de verniz em algumas estrelas e linhas, ilustrações durante todo o livro, constelações diferentes no início de cada capítulo e muito mais.
Em Algum Lugar Nas Estrelas é aquele tipo de livro que você não consegue simplesmente ler e colocá-lo de volta na estante. Você sente uma necessidade de comentar sobre ele e indicá-lo para todas as pessoas que você conhece. Um livro para ser lido por todas as gerações, que leva 4 estrelas, puramente por questões de gostos pessoais, e com certeza a minha indicação!
Beijos e até mais! ***
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