sobre livros e a vida

04/09/2014

Na Telona :: ‘Se Eu Ficar’ #10

Oi, gente. Tudo bem?

Na última terça-feira participei da cabine de imprensa do filme Se Eu Ficar aqui em Porto Alegre e hoje, data da estreia do longa, vim contar para vocês o que achei desse filme tão esperado. Vamos conferir?!

FILME: Se Eu Ficar
TÍTULO ORIGINAL: If I Stay
DIRETOR: R. J. Cutler
LANÇAMENTO: 04 de setembro de 2014
DURAÇÃO: 1h46min
DISTRIBUIDOR: Warner Bros
CLASSIFICAÇÃO: 12 anos
SINOPSE: A prodigiosa musicista Mia Hall (Chlöe Grace Moretz) tem uma vida perfeita: Pais amorosos e dedicados, uma amiga fiel e um namorado apaixonado. Sua maior dúvida é se é necessário se dedicar integralmente à carreira na famosa escola Julliard ou se pode também aproveitar mais o tempo ao lado de seu grande amor. Até que um dia, após sofrer um acidente de carro e perder a família, Mia fica à beira da morte. Em coma, ela começa a refletir sobre toda a sua vida e o que fará caso sobreviva. Será que ela fica?

Mia Hall é uma jovem violoncelista de dezessete anos. Ela, os pais e o irmão mais novo vivem em uma pequena cidade do Oregon. Mia e sua melhor amiga Kim gostavam de ser invisíveis, mas tudo mudou depois que Mia começou a namorar com Adam, o vocalista de uma banda com um futuro promissor.
Juntos há mais de um ano, Mia e Adam não estão na melhor fase. O garoto está em turnê com a banda e as únicas notícias que Mia tem do namorado são através de pequenos trechos sobre seus shows no jornal local. 
Num certo dia de inverno, as aulas são canceladas por causa da neve. Com isso, Mia, Teddy e seu pai, que é professor, ficariam em casa de bobeira. A mãe, achando injusto que a família divirta-se sem ela, liga para o trabalho fingindo estar doente e também consegue o dia de folga. Decididos a aproveitar esse feriado em juntos, os quatro saem de carro para visitar alguns amigos.
No trajeto, Mia está centrada, ouvindo Beethoven e pensando nas mudanças em sua vida quando um acidente acontece. A garota acorda, jogada na neve e vê um caos na estrada: ambulâncias, um aglomerado de pessoas e o carro de sua família completamente destruído. Desesperada, Mia passa a procurar por seus familiares, mas não há sinal dos pais ou do irmão. Ela tenta falar com as pessoas ao seu redor, mas estas agem como se ela fosse invisível.
As coisas começam a fazer sentido quando Mia vê seu próprio corpo sendo levado para uma ambulância. A partir dali ela começa a entender o que aconteceu, mas se recusa a acreditar no pior. O estado de saúde de seu corpo é crítico, necessita passar por diversas cirurgias e nada faz com que Mia saia do coma. Uma enfermeira lhe diz ao pé do ouvido que a decisão está em suas mãos, que ela deve decidir se fica ou não.
Com isso, Mia começa a pesar os prós e os contras que terá que enfrentar caso acorde e isso será fundamental em sua decisão para decidir se vai ficar. Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de assistir.
Minha ansiedade pelo filme se deu logo que anunciaram Chloe Grace Moretz como a protagonista. Adoro a atriz e procuro assistir todos os filmes em que ela atua. Após um tempo, descobri que Se eu Ficar era adaptação de um livro e fiquei com mais vontade ainda de assistir. Porém, como todo amante da literatura, resolvi ler o livro antes de me aventurar no cinema e a decepção foi tão grande que ao chegar na sessão minhas expectativas estavam completamente no chão.
Mas é claro que fui surpreendido. E muito, devo acrescentar. Para mim, o longa superou o livro de lavada e é muito raro de isso acontecer (comigo só ocorreu uma vez, com A Fera). Com o filme, criei uma ligação maior com os personagens e finalmente pude sentir uma empatia para com a Mia, que no livro não despertou tanto isso em mim.
O longa se divide em duas histórias paralelas. Em uma parte podemos conferir flashbacks, onde conhecemos mais a respeito de Mia, a garota tímida, fã de música clássica, que fez uma audição para a Julliard e namora Adam, o garoto mais velho e com uma popularidade considerável. Do outro lado acompanhamos a trajetória de Mia em busca de respostas, sua luta pela sobrevivência e a constante indecisão entre partir e ficar.
Praticamente todas as minhas opiniões formadas pelo livro se alteraram ao assistir o filme. A cena que mais me emocionou no livro não me provocou reação alguma no filme, mas uma cena que me arrancou muitas lágrimas no filme passou batida no livro. O mesmo em relação aos personagens. Odiei Adam desde a sua primeira aparição, mas no filme ele não se mostrou tão babaca assim. Já com Kim foi diferente. Eu me identifiquei muito com os trejeitos da garota no livro, mas no filme ela ficou tão apagada que nem consegui criar uma conexão.
O filme pode ser considerado fiel ao livro, embora tenha feito diversas alterações. É tão bom quando encontramos referências ao livro nos diálogos dos personagens, que faz com que revivamos a emoção ao lermos determinada passagem. Tiveram duas cenas que não apareceram no longa que me deixaram um pouco chateado, mas compreendo todas as alterações feitas. Seria bem difícil você entender a relação de Mia com os pais e o irmão se não houvessem mudanças.
Um diferencial, para mim, foi que o filme segue a narrativa em primeira pessoa do livro. Durante o período no hospital, só podemos ver o que Mia vê, ou seja, não sabemos o que acontece nos outros núcleos em que a personagem não está. Isso foi bem interessante de se ver, pois aí podemos avaliar as decisões de Mia através de sua própria visão.
Posso elogiar diversos fatores do filme, mas nada supera a relação familiar dos Hall. O pai, Danny, era baterista de uma banda de rock e a mãe, Kat, era uma roqueira convicta. Mia desde pequena viveu nesse mundo com os pais, mas após o nascimento de Teddy as coisas mudaram. Danny largou a banda e virou um homem sério, assim como Kat, mas ambos ainda tem a influência do rock em suas vidas e não entendem o motivo de Mia ser tão apaixonada por música clássica e querer tocar violoncelo. Porém, o casal apoia a filha em todas as suas decisões, sempre com muito amor, além de altas doses de bom humor, ironia e sarcasmo. Já gostava deles no livro, mas vendo-os representados na telona foi mais prazeroso ainda.
Quanto ao elenco, não posso fazer reclamação alguma. Como disse anteriormente, sou apaixonado pela Chloe, mas claro que isso não me impede de apontar defeitos em sua atuação (o que não foi o caso em Se Eu Ficar). Como Mia é a personagem central, Chloe aparece em todas as cenas e realmente consegue convencer com seu lado dramático aflorando com o drama pessoal da personagem. Sim, eu chorei com ela após o recebimento de uma notícia ruim. 
Jamie Blackley, o Adam, até que me convenceu. Já disse que achava Adam um babaca e não há nada que possa me fazer mudar de ideia. No filme, a personalidade do personagem foi meio alterada, acho que para arrancar suspiros das meninas, mas a mudança foi para melhor. Ainda o acho um babaca, mas um babaca apaixonado e que não tem nada a perder quando se trata do amor. Não lembro de ter assistido nenhum outro trabalho de Jamie para comparar, então posso dizer que gostei dele sim.
Quanto à química do casal principal, achei que foi beeeem mediana. Não foi tão apagada quanto a de Shailene e Theo em Divergente, mas também não chega aos pés da de Shailene e Ansel em A Culpa é das Estrelas
Mas, é claro, que nada supera Joshua Leonard e Mireille Einos, que interpretam Danny e Kat. Os dois incorporaram os personagens com força total. Quando o filme acabou, a coisa que eu mais queria era correr até Hollywood, dar um abraço enorme em Mireille e dizer: “por favor, me adote”. Kat é uma mãe incrível e Mireille conseguiu passar isso com sua atuação. Amei demais!
A trilha sonora também está impecável. A mistura feita com rock e música clássica deu um toque a mais à trama. Só senti que exageraram na dramatização dos efeitos sonoros nas cenas de maior emoção. Sabe quando colocam aquela musiquinha de fundo que te deixa com mais vontade ainda de chorar? Então, acontece bastante. Falando em música, a paixão de Mia pelo violoncelo foi muito bem estruturada no filme. Achei que o foco não seria dos maiores, mas até quem não leu o livro consegue entender. 
Ah, não posso deixar de citar que temos algumas cenas com o show da banda de Adam onde ele canta algumas músicas, de verdade. Aliás, Adam passa praticamente o filme todo cantando. Algumas vezes bem, outras nem tanto.
Já estou falando há horas aqui e parece que tenho mais tanta coisa a dizer. Porém, vocês vão morrer de tédio enquanto eu narro todo meu amor pelo filme (que pretendo ir ver novamente na primeira oportunidade). O último ponto que quero abordar é a maldita comparação que fazem com A Culpa é das Estrelas. Já li em diversas críticas pelo mundo afora que a trama dos dois filmes aborda praticamente os mesmos empecilhos de um casal de jovens e que Se Eu Ficar é uma versão pobre do roteiro de ACEDE. Gente, Se Eu Ficar já era bestseller antes de ACEDE ser lançado. Se foi algum deles foi “cópia” como dizem por aí, eu apostaria em ACEDE. Pronto, falei.
Enfim, Se Eu Ficar entrou para minha lista de filmes favoritos e no meu Top 05 Adaptações com certeza. É uma pena que o livro não seja tão bom (resenha logo mais para vocês). Nem preciso dizer que recomendo, preciso? Esse é um filme para você assistir de cabeça e coração abertos, sem julgamentos e sem comparações. Tenho certeza que você sairá da sessão cheio de pensamentos profundos e com aquele famoso “e se”, que vão te acompanhar por um bom tempo.

TRAILER

BEIJOS E ATÉ A PRÓXIMA!

Este post está concorrendo ao TOP COMENTARISTA.
Clique AQUI e saiba como participar.

Comentários

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Ei, eu sou a Barb, tenho 27 anos, sou baiana, estudei Letras e compartilho conteúdo desde 2010 na internet. Por aqui, escrevo sobre tudo que faz meu coração bater mais forte.

Se inscreva no meu canal do youtube

Além do meu amor pela leitura e pelas histórias de romance, eu compartilho vlogs sobre a minha rotina e trabalho, mostrando como é a vida de uma baiana morando em Madrid, na Espanha.

Ei, inscritos no Telegram

Faça parte do nosso grupo aberto e gratuito no Telegram. Lá os inscritos recebem novidades, conteúdos exclusivos, além de um podcast semanal (em áudio) sobre o que se passa na mente da criadora de conteúdo.

Telegram

Quer receber minha newsletter?

Vamos conversar mais de pertinho? Enviamos conteúdos semanais sobre assuntos mais intimistas: reflexões sobre a vida e situações cotidianas.