sobre livros e a vida

29/09/2016

Na Telona :: ‘O Lar das Crianças Peculiares’ #47

Oi, gente. Tudo bem?

Nessa terça-feira participei de mais uma cabine de imprensa aqui em Porto Alegre, em parceria com a Espaço/Z, e hoje vim contar para vocês o que achei de mais uma adaptação literária que está chegando às telonas. Vamos conferir?!

Filme: O Lar das Crianças Peculiares
Título Original: Miss Peregrine’s Home for Peculiar Children
Diretor: Tim Burton
Distribuidora: Fox Filmes
Duração: 2h07min
Lançamento: 29 de setembro de 2016
Classificação: 12 anos
Sinopse: Após uma tragédia familiar, Jake (Asa Butterfield) vai parar em uma ilha isolada no País de Gales buscando informações sobre o passado de seu avô. Investigando as ruínas do orfanato “Miss Peregrine’s Home for Peculiar Children”, ele encontra um fantástico abrigo para crianças com poderes sobrenaturais e decide fazer de tudo para proteger o grupo de órfãos dos terríveis etéreos.

Decepção. Essa é a definição que mais expressa o que senti vendo o filme. Em seguida vem a vergonha alheia e por fim a raiva.

Todo mundo já passou pela situação de ver seu livro favorito virando filme e a adaptação ser um horror, é uma das fases da vida. Você nasce, cresce, se reproduz, vê péssimas adaptações e morre. Fim. Mas quando seu livro favorito é sombrio e anunciam Tim Burton como diretor da adaptação, você só espera maravilhas. Só que não foi o que aconteceu aqui. Não vou me prender a resumir história, porque já resenhei o livro no blog e se vocês quiserem conferir é só clicar aqui.

Tenho um amigo que sempre diz “livro é livro, filme é filme” e devemos vê-los e consumi-los como vertentes completamente diferentes. Para nós, como leitores ávidos, fica um tanto complicado, mas eu tentei. Tentei mesmo. E não deu. Foi impossível, na verdade. Mas vamos por partes.

Logo no primeiro trailer pudemos perceber que algumas crianças tiveram suas peculiaridades modificadas. Emma devia ter poder de fogo, mas ficou mais leve que o ar; quem era mais leve que o ar era a pequena Olive, mas na adaptação ela está maior e com o poder de fogo de Emma; já Bronwyn manteve sua peculiaridade de força, mas ficou pequena, assumindo então o tamanho de Olive. Praticamente uma dança das cadeiras de poderes e idades. E isso não fez sentido algum. Foi uma alteração nem um pouco necessária.
No decorrer da primeira hora de filme, tudo seguia nos conformes. Houveram algumas alterações, mas os elementos principais da história de Ransom Riggs estavam presentes. O problema foi quando tudo começou a decair, até atingir o fundo do poço. Quer dizer, o subsolo do poço. Mudaram tantas coisas e inseriram elementos até de Cidade dos Etéreos e Biblioteca de Almas, segundo e terceiro livros da série, assim dando vários spoilers para quem ainda não os leu.

O pior para mim foram os efeitos especiais. É um filme do Tim Burton com bastante orçamento até, caramba. A computação gráfica ficou tão visível que a vergonha alheia bateu outra vez. Pareceu algo desleixado, mal-feito. Uma grande decepção para um estúdio com tanto nome que é a Fox. Sério. Se vocês assistirem uma das cenas finais, onde etéreos lutam contra esqueletos, vão entender do que estou falando.
Falando em Fox, sabemos que ela tem o dom de estragar séries literárias ao adaptá-las. Percy Jackson e Maze Runner não me deixam mentir. Mas após o sucesso das adaptações dos livros de John Green, achei que eles estivessem se redimindo com os leitores e O Lar das Crianças Peculiares só prova que isso não aconteceu. E já perdi minhas esperanças de que um dia vá acontecer.
Mas claro que não tenho só reclamações. Preciso elogiar um pouco, se não vou parecer um rebelde amargurado. As atuações estão, em grande parte, impecáveis. Eva ‘Dona da Minha Vida’ Green está maravilhosa no seu papel de Senhorita Peregrine. Ela totalmente roubou a cena e ganhou mais destaque que o protagonista.

Asa Butterfield tem algo que não me deixa gostar dele. Parece que depois que cresceu ele só tem uma faceta e todos os seus papéis são iguais. O que, nesse caso, o favoreceu, já que ele combinou muito com Jacob e me fez gostar um pouco mais do personagem. Ella Purnell também está ótima como Emma e seu sotaque britânico só a deixou mais incrível (sotaque britânico é uma delícia de ouvir).
Agora vamos falar de Samuel L. Jackson e entrar mais uma vez no tópico vergonha alheia. Ele interpretou Barron, o líder dos acólitos, e fez isso de uma forma tão caricata, tão “?”, que não sabia se ria ou se chorava. Ele devia ser o grande vilão da história, responsável por grande dor e sofrimento dos peculiares, mas parecia aqueles pseudo-vilões de filmes de comédia da Sessão da Tarde. Esperava muito mais dele.

Em suma, O Lar das Crianças Peculiares não serve como filme de entretenimento e nem como adaptação, assim garantindo o título de decepção do ano. Eu não recomendo, mas se vocês quiserem arriscar, vão completamente sem expectativas pra não se decepcionarem como eu.

Beijos e até a próxima!

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