sobre livros e a vida

20/09/2014

Na Telona #13 :: Sobre originais, remakes e releituras

Hey Turma!

Hoje eu vim conversar com vocês sobre um assunto que eu gosto bastante: filmes antigos! Não sou nenhuma especialista, mas gosto de debater sobre filmes como qualquer outra pessoa. E como estamos em meio a semana especial do nosso querido Stephen King, resolvi fazer um comparativo das três versões já lançadas de Carrie, A Estranha.

Carrie, como todos devem saber, foi o primeiro livro publicado pelo nosso rei do terror. A história retrata a vida de Carietta White, uma garota telecinética filha de uma mulher doentemente cristã e que sofre bullying na escola. Essa obra esteve presente nas telonas do cinema quatro vezes, no total. A primeira vez foi em 1976, em um filme dirigido por Brian de Palma. Em 1999, o filme Carrie ganhou uma continuação, totalmente desnecessária ao meu ver.

E como o homem adora reinventar a roda, em 2002 Carrie ganhou um remake, dessa vez dirigido por David Carson. E ano passado, todos ficaram eufóricos com a estreia da releitura estrelada por Chloe Grace Moretz.
Preparados para descobrir quais os pontos fortes e fracos de cada um deles?

Atenção: Pode conter spoilers!

2013 – A Releitura

No filme que estreou ano passado, somos apresentados a uma história de Carrie adaptada para os tempos atuais. Devo dizer que, de todos os filmes, esse é o que eu menos gostei. Não vou perder tempo aqui narrando toda a história, afinal, vocês já conhecem.

Achei que esse filme foi detalhista demais. Não em quesito de aprofundamento da história, mas sim no destaque de fatos óbvios. Acho que a produtora ficou com medo de não entendermos o filme se ela não explicasse tudo como se estivéssemos no jardim de infância. Não consigo nem colocar em palavras o quanto isso me irritou. Provavelmente é o fato que mais me desagradou no filme inteiro.
Produção e direção de lado, vamos falar do elenco. Julianne Moore simplesmente humilhou todas as outras atrizes que interpretaram Margaret White. Ela soube perfeitamente como desempenhar o papel de religiosa psicologicamente fanática e levou o papel da mãe de Carrie a um patamar totalmente novo.
Pena que não posso falar o mesmo da tão adorada Chloe Moretz. Não estou dizendo que ela não é uma boa atriz, pois ela é. Só não acho que seja a atriz certa para interpretar Carrie. Ela tem um ar doce no olhar que simplesmente não coincide com o perfil atormentado da nossa protagonista.
De resto, considero o filme muito bom em efeitos especiais. A clássica cena do baile foi muito bem explorada visualmente e gostei do que vi. Outro ponto forte são as mortes da vilã Chris Hargensen e de Margaret, que também foram bem visuais e contribuíram bastante para o clima macabro da trama.

2002 – O Remake

Eu geralmente sou totalmente contra remakes de filmes clássicos, mas esse até que me agradou um pouquinho.

O filme de 2002 originalmente seria uma série, porém não deu muito certo e o mesmo acabou sendo exibido como longa-metragem. Por esse motivo temos um filme mais extenso, com mais de duas horas de duração. Acho que a maior quantidade de tempo foi bem aproveitada explorando mais os personagens. Por exemplo, essa é a única versão que mostra a cena da chuva de meteoros que Stephen King descreveu bem no início do livro.
Também temos uma abordagem diferente da história. O livro, como alguns sabem, é constituído de trechos de jornais, revistas e qualquer outro meio de comunicação pelo qual a história de Carrie foi contada. No filme de 2002 temos um detetive entrevistando os sobreviventes da noite do baile e tentando entender o que realmente aconteceu lá. Acho que isso ajudou bastante no entendimento da história, embora tenha sido um pouco maçante em alguns pontos.
A maior parte do elenco brilhou. Emilie de Ravin deu vida a uma Chris Hargensen brilhante, embora não tão boa quanto a interpretada por Portia Doubleday em 2013. Pena que não posso falar o mesmo de Angela Bettis como Carrie. Embora sua interpretação tenha sido melhor que a da Chloe, ainda não consigo imaginar o que a produção tinha na cabeça ao escolhe-la para o papel principal!
Minha grande crítica a essa versão fica por conta do final. Como originalmente seria uma série, a produção optou por alterar o final, deixando-o em aberto para que tivesse uma sequência. Não consigo nem expressar o quanto isso me desagradou. Odeio adaptações que tentam ser independentes dos livros dos quais vieram. Em suma, é um bom filme com um péssimo final.

1976 – O Original

E, como dizem por aí, o original é sempre melhor. Com Carrie não poderia ser diferente. Em 1976 o mundo oficialmente conheceu Stephen King através da adaptação de seu primeiro romance publicado.

Confesso que sempre tive medo de assistir esse filme. Tive coragem apenas depois que li o livro e ainda assim tinha receio do que esperar. Quando finalmente assisti, me apaixonei e sempre que posso vejo novamente.
A adaptação dirigida por Brian de Palma é, na minha humilde opinião, a que melhor equilibra a história criada por King com a realidade do cinema na época.
Tudo bem que em 76 não tínhamos os recursos visuais que temos hoje e que a maioria das pessoas que assistem essa versão nos dias atuais a considera uma produção mal feita. Mas para mim não é nada disso.
Piper Laurie pode não superar Julianne Moore como Margaret White, mas não deve ser subestimada nem por um segundo sequer. Ela é o perfeito equilíbrio entre o fanatismo desesperado e doentio da Margaret de 2002 e a loucura assustadora da Margaret de 2013.
Quanto à Carrie dessa versão, a única coisa que tenho a dizer é que ela é a melhor de todos os três. Sissy Spacek criou uma Carrie tão fiel à descrição de King, conseguiu reproduzir perfeitamente bem a essência atormentada e confusa do personagem. Sem dúvida, Sissy virou a queridinha de todos os fãs de King após esse filme e até foi indicada ao Oscar por sua atuação. Afinal, até quando ela sorri consegue intimidar os espectadores!
Porém… sempre há um “porém”, um “mas”, um “só que”. Afinal, nenhuma adaptação consegue agradar totalmente os leitores da obra. O meu porém com relação a esse filme é o vilão bad boy Billy Nolan. Nessa versão ele é interpretado por John Travolta! Eu adoro o ator e sempre fui fã dele, mas convenhamos, ele como vilão é simplesmente lastimável! Não convence nem a um cego!
Quanto ao resto do filme, só tenho elogios e volto a afirmar que de todas as três adaptações cinematográficas de Carrie, essa é a minha favorita.
E para quem não sabe, a versão de 76 ganhou uma continuação em 1999 chamada A Maldição de Carrie. Ainda não assisti e não tenho certeza se verei. Pelo que pesquisei, o filme retrata a vida da meia-irmã de Carrie, Rachel Lang, 23 anos após a trágica noite do baile em que Carrie morreu.
Como não achei nada que ligasse esse filme à Stephen King, supus que ele é somente mais uma estratégia de marketing dessas onde se aproveita um sucesso mundial fazendo uma sequência desleixada e fora de contexto somente para arrecadar mais dinheiro.
Se algum de vocês tiverem assistido esse filme, poderiam me informar se ele é realmente bom ou se minha teoria sobre ele está certa?
De mais, me despeço de vocês por aqui. Espero ter esclarecido algumas dúvidas sobre todas as adaptações existentes dessa obra prima que é Carrie, A Estranha.
Beijinhos e até a próxima!
***
Este post está concorrendo ao TOP COMENTARISTA.
Clique AQUI e saiba como participar.

Comentários

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Ei, eu sou a Barb, tenho 27 anos, sou baiana, estudei Letras e compartilho conteúdo desde 2010 na internet. Por aqui, escrevo sobre tudo que faz meu coração bater mais forte.

Se inscreva no meu canal do youtube

Além do meu amor pela leitura e pelas histórias de romance, eu compartilho vlogs sobre a minha rotina e trabalho, mostrando como é a vida de uma baiana morando em Madrid, na Espanha.

Ei, inscritos no Telegram

Faça parte do nosso grupo aberto e gratuito no Telegram. Lá os inscritos recebem novidades, conteúdos exclusivos, além de um podcast semanal (em áudio) sobre o que se passa na mente da criadora de conteúdo.

Telegram

Quer receber minha newsletter?

Vamos conversar mais de pertinho? Enviamos conteúdos semanais sobre assuntos mais intimistas: reflexões sobre a vida e situações cotidianas.