sobre livros e a vida

08/03/2015

Tá Na Estante :: ‘Meia-Noite na Austenlândia’ #373

Oi, gente. Tudo bem?

Estou de volta com mais uma resenha. O escolhido de hoje é um livro que foi lançado recentemente pela editora Record e pelo qual eu estava ansioso. Vamos conferir?!

Livro: Meia-Noite na Austenlândia
Autora: Shannon Hale
Editora: Record
Páginas: 320
Sinopse: Charlotte Kinder é bem-sucedida nos negócios, mas não no amor. Tentando se reerguer após um doloroso divórcio — e ainda obrigada a ver o ex-marido se casar com a amante —, ela passa a enfrentar o mundo dos programas arranjados com homens desconhecidos. Sem esperanças, se presenteia com duas semanas na Austenlândia, uma mansão interiorana que reproduz a época de Jane Austen. Lá, todos devem se portar de acordo com os costumes da Inglaterra regencial, ou seja, homens são perfeitos cavalheiros e o espartilho é item obrigatório nos trajes de uma dama. Porém, na verdade, os homens são atores, contratados para entreter as hóspedes. Todos em Pembrook Park devem desempenhar um papel, mas, com o passar do tempo, Charlotte não tem mais certeza de onde termina a encenação e começa a realidade. E, quando os jogos na casa se mostram um pouco assustadores, ela descobre que talvez nem mesmo o chapéu mais bonito poderá manter sua cabeça grudada ao pescoço. Ao contrário do que se poderia pensar, Pembrook Park se revela um lugar intimidante, e a experiência de Charlotte passa a ser muito diferente da descrita no pacote de férias.

Charlotte é uma mulher de trinta e poucos anos, uma empresária de sucesso com muito dinheiro e status. Seu único problema é a falta de um romance. Há algum tempo seu marido lhe deixou para ir morar com a amante e isso a fechou para o amor. Seus encontros às cegas nunca são bem sucedidos e nem mesmo seus dois filhos adolescentes lhe dão atenção.

Cansada de viver sozinha, Charlotte decide ter um tempo para si mesma. Com isso, ela viaja para a Inglaterra para viver uma experiência na Austenlândia. Na mansão de Pembrook Park os romances de Jane Austen ganham vida, com direito a vestimentas da época, cortejos, bailes e etc.
Obviamente tudo é apenas uma encenação, mas há pessoas que pagam pequenas fortunas para estarem nesse local e sentirem-se desejadas e parte de algo, justamente o que Charlotte mais deseja para si no momento, mesmo sabendo que nada é real.
Lá ela conhece o Sr. Mallery e sua vida vira de cabeça para baixo mediante os galanteios daquele homem. Ela sabe que ele é um ator que está sendo pago para cortejá-la, mas porque parece que é tudo tão real? Estava ela já perdendo a noção do que era real e do que era ficção?

Numa certa noite, todos em Pembrook Park reúnem-se para participar de um jogo parecido com Detetive, onde era necessário descobrir quem é o assassino. Só que durante a brincadeira, Charlotte encontra uma sala no segundo andar, onde acha ter visto um corpo de verdade. Ela pede socorro, mas todos continuam encenando e dizendo que o que ela viu faz parte do jogo, o que a deixa cada vez mais confusa.
Porém, Charlotte está determinada a provar que o que viu era real e entrará em uma investigação para descobrir o que realmente aconteceu e quem é o culpado por tamanha atrocidade. Mas será que ela vai conseguir distinguir o real da ficção após tanto tempo imersa nessa “irrealidade”?

Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!
Sempre ouvi falar super bem de Austenlândia e da escrita de Shannon Hale. Nathy, depois que escreveu a resenha (que vocês podem ler aqui) passou dias falando sobre o livro e vocês já devem saber que tudo que Nathy lê e gosta eu leio e gosto.

Então, quando recebi a newsletter do Grupo Editorial Record e vi Meia-Noite na Austenlândia entre os lançamentos, não pude deixar de me aventurar e solicitei o livro, já que não é bem uma continuação. Já ouviram aquela expressão “se arrependimento matasse eu estaria morto”? Então…
O livro é narrado em terceira pessoa, seguindo os passos de Charlotte, enquanto alterna o tempo atual com alguns flashbacks do seu passado. Isso foi um tanto difícil para eu me acostumar com a leitura, que se mostrou bastante arrastada e só foi engatar bem pro final.
A escrita de Shannon Hale é ótima, isso não há como contestar, mas a autora não devia estar em sã consciência quando escreveu este livro. Há cada coisa que beira o absurdo na trama que fico me perguntando porque diabos fui ler esse livro. 
A autora tentou criar um mistério à la Agatha Christie e teria sido bem sucedida se não tivesse exagerado em certas circunstâncias. O desfecho do “crime” foi absurdamente ridículo. Se acontecesse algo assim na vida real, não sei o que faria da minha vida.

Os personagens foram bem caracterizados, mas desenvolvi um profundo ódio por Charlotte. Ela era muito chata, tratava tudo de uma forma que parecia ter 15 anos ao invés de quase 40. O único personagem que me conquistou foi Eddie, que interpretava o pseudo-irmão da protagonista.
Outro pecado da autora foi em não aprofundar os dramas da protagonista da forma correta, além de não desenvolver alguma subtrama para sair da mesmice. Sinceramente, em algumas partes do livro eu fiquei com sono e cheguei a me perder na narrativa, tamanha a “rotina” que o livro seguiu. Certas coisas eu até consegui entender e relevar, mediante as ações da protagonista, já que condiziam com sua personalidade, vamos dizer, relapsa. 
Por outro lado, a editora Record arrasou no quesito design do livro. A capa é sensacional, assim como a contracapa. Mais uma vez Regiane Winarski arrasou na tradução e a revisão está excelente, não lembro de ter encontrado nenhum erro durante a leitura. A fonte e o espaçamento estão ótimos para a leitura e as folhas são amareladas.

Infelizmente, não tenho como recomendar esse livro. Claro que para os fãs do gênero deve ser uma experiência bem diferente, mas para mim não funcionou. Porém, ainda pretendo ler Austenlândia e ver no que dá. Nathy não costuma errar. 
Beijos e até a próxima!

Thais, muito obrigada pelas fotos 😉

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