ao ela dizer tais palavras, quase cuspi meu café na cara dela, o meu choque foi
por um motivo simples, de acordo com ela, mas para mim, foi algo sério.
porque eu não tenho neuroses com meu corpo e minha beleza. Nas palavras dela:
“TODAS as mulheres do PLANETA tem alguma insatisfação em quem aparentam ser.” Eu
respondi: “Eu tenho insatisfação com quem criou essas neuroses a partir desses
conceito do que é “bonito” e o que é “feio”, e eu não sou todo mundo.” Odeio
generalização. Em tudo.
nível daquele aluno;
par;
pública porque eu não conseguiria ser uma bonequinha, controlada, sendo sempre
educada, calada e linda, para se casar com um homem mais velho, qualquer, sem
amor, apenas para procriar, e com o passar dos anos, as coisas não melhoraram
para nós, mulheres, se acham que hoje em dia, estamos vivendo o nosso auge de
liberdade gargalho para a sua ingenuidade. Olhar pro espelho, e não gostar do que
ver, é só mais um meio de controle, que a sociedade descobriu por meio do
inconsciente de nos controlar. Como a moda, os costumes e até mesmo pequenas
regrinhas do tipo: esperar o cara chegar em você, no entanto, pode se divertir
ficando com outros em uma balada que você não será chamada de “vadia”, apenas
de fácil dependendo da situação; Esses tipos de modelos que devem ser seguidos
são hipocrisias que nos tornam inseguras e quando seguimos isso, robôs.
NADA, e pronto, automaticamente, todas as mulheres ao seu arredor, do seu
bairro, do estado, do pais, do continente, do mundo, se unem contra você, te
olham, te julgam e gritam em uníssono: IMPOSSÍVEL! Você tem que ter alguma
neurose, você PRECISA ser insegura em algo.
você tem para tentar te levar para o grupinho das neuróticas:
seu rosto;
maquiar menos, mais, pentear seu cabelo, deixá-lo crescer, cortar, pintar,
deixa na cor natural, e seus olhos: óculos são feios, bonitos, lentes nem
pensar, só colorido, da cor natural, se não, você fica fútil.
zumbis, mas estava era fugindo daquelas frases, neuras, conceitos da sociedade
que começaram a me assombrar enquanto fugia; um olhar torto para mim e sentia
que tinha algo errado com meu corpo, aquela ruiva na capa de revista de
exercício moveu a sobrancelha para mim com as letras em vermelho gritando
“tenha o corpo perfeito”, abafei um grito e corri direto para minha casa, me
tranquei lá dentro, aflita, com medo, começando … começando a ficar
neurótica, gritei, começando a sentir que havia algo de errado em mim. Como eu
poderia nunca ter notado tantos defeitos em mim, como eu achava que estava tudo
bem e não tinha nenhuma neurose, quando estava tudo errado?
daqueles detalhes destacados pela sociedade, e nada.
e nem me incomodavam, como minha pele, nariz, minha altura … Eu era assim. Eu
era uma garota de 1.80, de 68 kg, sobrancelhas grossas, olhos escuros, pele
parda e seca, cabelos longos, as vezes enrolados, as vezes lisos, nariz grande,
pequeno e arredondado, dependia do ângulo, e eu me amava assim, e isso deveria
bastar, não só para mim, mas para toda a sociedade. Ser assim faz parte da
pessoa que eu sou, e eu me amo assim.
se moldando porque a sociedade diz isso, a sociedade aponta o que é “bonito”
para eles e as pessoas, inseguras e querendo ser parte da tendência, se arriscam
a fazerem parte daquilo. Se você quer mudar seu corpo, porque seu nariz não lhe
faz bem, seus seios são pequenos demais e você queria mais, você tem uns quilos
a mais e quer perdê-los de um modo saudável – ou cirúrgico – e você quer fazer
isso, porque você quer, e não porque alguém disse que é bonito.
para mim e elas me definem, e se alguém não gosta delas ou me diz que devo
mudá-las para se adequar, é como se estivessem dizendo: Você não é boa o bastante
e precisa mudar quem é. E não, quem não é bom o bastante é quem não aceita você
da forma que você é, e enquanto todas as mulheres – e homens – não perceberem que
ser do modo que vocês são: altos, baixos, cabeludos, loiros, carecas, de
cabelos enrolados, lisos, gordos, magros, normais, flácidos, gostosos,
narigudos, nariz de boneca, lábios de Jolie, com seu tipo de lábios, etc …
fazem parte de você e que ser assim é um modo que te define, o mundo vai
continuar assim, julgador, vazio e cheio de inseguranças invalidas. Ah, e sabe
aquela história de que você precisa se amar primeiro, para depois, amar o
próximo? É verdade, depois que eu comecei a me amar, me apaixonar se torno um
ato muito prazeroso, respeitador e impar. Todos deveriam tentar.
eu.”
Pessoal, desculpe não ter postado semana passada um novo conto da Ann, estou sofrendo com uma gripe e é semana de provas na Universidade, então já conseguem imaginar como a minha vida está gostosinha nesse momento, só que infelizmente, não :/
Desculpem pela falta de Ann semana passada, mas não abandonei vocês, nunca faria isso, juro 🙂