Querida Mamãe.
Queria te escrever algo especial no seu dia. Foi então, que me dei conta, que todos os dias são seu. Mas, a vontade continuou em mim, que nem aquela pulguinha do desejo por algo desconhecido. No entanto, eu sabia muito bem o que eu queria. Escrever. ‘Novidade’ você deve ter dito. Mas, não. Dessa vez não quero escrever um dos meus contos contemporâneos sobre a vida ou um dos meus romances dramáticos. Quero escrever sobre você – e de todas as outras incríveis pessoas que possuíram esse particular e incrível papel de ser ‘mãe’.
Alguns tem a sua todos os dias.
Outros só de vez em quando. Vidas separadas pelo cotidiano. Distância pode ser uma vadia.
Alguns tem, mas é como se não tivessem. Uma pena.
Alguns tem, mas não é bem a mãe, sabe? Pode vir na forma de um pai, uma irmã, um tio, uma avó, um padrinho, uma madrasta.
Alguns não tem, perderam por causa da vida, e fariam tudo para a terem de volta, nem que fosse por mais um minuto.
Minha mãe e melhor amiga desde o primeiro segundo que você pressentiu que eu havia entrado em sua vida. Nos primeiros meses pode não ter sido muito prazeroso, eu hoje em dia sei o que as mães sofrem no processo de terem um filho, mas há os momentos bons e nesses, eu senti o seu amor, por mim, e você nem me conhecia ainda, nem sabia qual seria meu nome, se eu seria uma garotinha ou garotinho, ou quem sabe, dois, três, quatro – papai desmaiaria se passasse desse número – e quem eu seria como pessoa. No entanto, desde o primeiro contato você sabia quem eu era, o que eu queria e como seria o nosso futuro. Vidas passadas? Intuição materna? Destino? Não saberemos, pelo menos, não ainda, talvez, um dia, mas uma coisa eu sei, tinha que ser assim.
Eu aqui e você aí.
Filha e Mãe.
Posso estar sendo clichê, mas acredito que temos o tipo de relacionamento que diria ser raro.
Perfeito? Nunca. Brigamos, discutimos, ficamos sem nos falar … No máximo por dois minutos ou até alguma coisa incrível acontecer, mesmo não sendo tão extraordinário, que faça uma ligar para a outra porque precisa dividir aquilo com ela.
Ah, ligações! Você no seu trabalho, me liga nos momentos menos esperados para falar daquela fofoca ou comentar aquele episódio sobre aquela série que assistimos juntas – quando dá. Eu, do meu, te ligo para falar daquela fofoca sobre alguma celebridade da moda ou fofocas da novela que adoramos odiar.
Coisas saudáveis para qualquer ser humanos.
Podemos ser amigas, do tipo que assisti séries e filmes juntos, que dividi músicas e livros, que faz um top de homens mais bonitos do mundo e que, curiosamente, tem assunto para ser colocado em dia até 2025, mas você sempre será minha mãe em primeiro lugar.
Sabe, podemos ter um milhão de amigos, milhares de parentes perdidos e achados pelo planeta, uma centena de pretendentes, uma dezena de namorados, mas apenas um grande amor, um pai e uma mãe.