Oi, gente. Tudo bem?
Hoje é dia de Maria resenha e eu trouxe mais uma fresquinha pra vocês. O livro escolhido de hoje é um lançamento de junho da Galera Record e se tornou um queridinho meu. Vamos conferir?!
Livro: Ela não é Invisível
Autor: Marcus Sedgwick
Editora: Galera Record
Páginas: 256
Sinopse: Laureth é uma adolescente cega de 16 anos, e seu pai é um autor conhecido por escrever livros divertidos. De uns tempos pra cá, ele trabalha em uma obra sobre coincidências, mas nunca consegue termina-la. Sua esposa acha que ele está obcecado e prestes a ter um ataque de nervos. Laureth sabe que o casamento dos pais vai de mal a pior quando, de repente, seu pai desaparece em uma viagem para a Áustria e seu caderno de anotações é encontrado misteriosamente em Nova York. Convencida de que algo muito errado está acontecendo, ela toma uma decisão impulsiva e perigosa: rouba o cartão de crédito da mãe, sequestra o irmão mais novo e entra em um avião rumo a Nova York para procurar o pai. Mas a cidade grande guarda muitos perigos para uma jovem cega e seu irmãozinho de 7 anos.
Jack Peak é um conhecido escritor, mas quando resolveu deixar de lado seus livros “engraçados” para mostrar sua versatilidade em escrever conteúdos mais adultos, seu reconhecimento diminuiu bastante. As pessoas preferem o antigo Jack, o dos livros engraçados.
Laureth tem dezesseis anos e é filha de Jack. Desde pequena ela vem acompanhando o trabalho do pai da forma que pode. Ela é cega, mas essa privação não lhe atrapalha em nada. Pelo contrário, Laureth é muito independente. Ela trabalha com o pai, respondendo os e-mails de fãs que chegam todos os dias.
Há anos Jack está trabalhando em um livro sobre coincidências, mas o projeto não flui. Enquanto isso ele não escreve mais nada e sua obsessão pelo tema – e pelo número 354 – é cada vez maior. No momento, Jack está viajando para pesquisar sobre seu livro e há dias não se tem notícias dele.
A mãe de Laureth parece não estar nem aí para o sumiço do marido, mas a garota fica preocupada quando recebe um e-mail dos Estados Unidos, onde um homem diz ter encontrado o livro breu do seu pai, um caderno onde ele anota todas as ideias para o livro. É como se fosse seu diário pessoal.
O problema é que Jack devia estar em algum lugar na Áustria ou na Suíça, mas se ele está ali pela Europa, como o livro breu foi parar nos Estados Unidos? Assim, Laureth toma a decisão de recuperar o livro do pai e encontrá-lo a todo custo. Ela rouba o cartão de crédito da mãe, falsifica uma autorização e compra duas passagens para Nova Iorque, uma para ela e outra para o irmão, Benjamin, de apenas sete anos.
Essa é com certeza a coisa mais maluca que Laureth já fez na vida. Sequestrar o irmão mais novo e viajar para Nova Iorque sozinha sem ter noção do que vai encontrar? Munida com o cartão de crédito, seu precioso iPhone e tendo o irmão como guia, Laureth parte nessa jornada da Inglaterra para a América. Mas o que o destino reserva para uma adolescente cega e seu irmão na cidade que nunca dorme?
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler.
Meu interesse inicial por esse livro se deu pela capa e pelo título. Solicitei para a editora mês passado e me aventurei na leitura sem saber muito bem o que esperar, já que preferi não ler a sinopse. Eu estava preparado para tudo, menos para essa história incrível.
A escrita de Marcus Sedgwick é sensacional. Tudo narrado em primeira pessoa, sob a visão da protagonista, só torna a experiência de leitura mais incrível. Marcus conseguiu me prender logo nas primeiras linhas e me conectar ao mundo de Laureth. Sua escrita é delicada e fluida e é tão real que chega a ser palpável. Conhecer o mundo pelos olhos de uma garota cega foi um grande baque, ao perceber a importância das pequenas coisas.
De prontidão já conhecemos a vida de Laureth e sua relação com a família. A menina idolatra o pai e admira sua incessante jornada de escrever os livros. Ela é um pouco distante da mãe e, por ficar a maior parte do tempo na escola, também não é muito próxima do irmão.
Benjamin é um garoto solitário. Ele possui o que a família chama de Efeito Benjamin. Todo equipamento eletrônico que ele toca, estraga. Assim, ele não pode interagir com os outros meninos da sua idade, que passam mais tempo no computador e no videogame. Dessa forma, Ben passa mais tempo em seu quarto, com as histórias em quadrinhos e seu fiel escudeiro, Stan, o corvo de pelúcia.
Essa viagem louca para os EUA aproximou muito Laureth de Benjamin. O menino é o guia da irmã, seus olhos, e faz tudo que ela não pode, sempre narrando o que vê para ela. Nesses momentos, é possível perceber o laço de carinho que eles tem um para com o outro. É emocionante de ver.
Os personagens foram muito bem desenvolvidos. Logo no começo já gostei de Laureth e conforme ia avançando na leitura, gostava mais ainda. Ela é uma menina determinada e não deixa sua cegueira lhe derrubar. Amei cada nuance da personagem. Quanto ao Benjamin, tem como não amar aquele menino? Ele é muito fofo e está sempre disposto a ajudar a irmã mais velha. Foi lindo ver a confiança e amor que ele tem por Laureth. Quero um Ben na minha vida.
Marcus Sedgwick mesclou a história com alguns trechos do livro breu de Jack Peak e foi uma experiência bem curiosa. Foi instigante conhecer mais da mente desse autor e ver seus pensamentos resumidos naquelas páginas. Além disso, Peak utiliza de fatos reais para caracterizar as coincidências, narrando fatos da vida de algumas personalidades conhecidas, tais como Carl Jung e Edgar Allan Poe.
Sobre a versão física, mais uma vez a Galera Record deu um show. A capa é linda e tem muito a ver com a história. O único problema é que a capa é soft touch e eu realmente não gosto desse material. A revisão está ótima, a diagramação é simples, a fonte é média e as folhas são amareladas.
Em suma, Ela não é Invisível é um livro fantástico que merece a atenção de todos. Eu com certeza recomendo essa história, que levou cinco estrelas e foi favoritado. Leiam, vocês não vão se arrepender!
Beijos e até a próxima!