sobre livros e a vida

05/08/2015

Tá Na Estante :: ‘Escuridão Total Sem Estrelas’ #432

Oi, gente. Tudo bem?

Hoje é dia de quê? RESENHA. o/. O livro escolhido de hoje foi lançado em abril pela Suma de Letras e é um compilado de contos do Mestre do Terror. Curiosos? Então bora conferir!

Livro: Escuridão Total Sem Estrelas
Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Páginas: 392
Sinopse: Na ausência da luz, o mundo assume formas sombrias, distorcidas, tenebrosas. Em Escuridão total sem estrelas os crimes parecem inevitáveis; as punições, insuportáveis; as cumplicidades, misteriosas. Em 1922, o agricultor Wilfred e o filho, Hank, precisam decidir do que é mais fácil abrir mão: das terras da família ou da esposa e mãe. No conto Gigante do volante, após ser estuprada por um estranho e deixada à beira da morte, Tess, uma autora de livros de mistério, elabora uma vingança que vai deixá-la cara a cara com um lado desconhecido de si mesma. Já em Extensão justa, Dave Streeter tem um câncer terminal e faz um pacto com um estranho vendedor. Mas será que para salvar a própria vida vale a pena destruir a de outra pessoa? E, em Um bom casamento, uma caixa na garagem pode dizer mais a Darcy Anderson sobre seu marido do que os vinte anos que eles passaram juntos. Os personagens dos quatro contos de Stephen King passam por momentos de escuridão total, quando não existe nada — bom senso, piedade, justiça ou estrelas — para guiá-los. Suas histórias representam o modo como lidamos com o mundo e como o mundo lida conosco. São narrativas fortes e, cada uma a seu modo, profundamente chocantes. 

Como vocês já devem saber, sou péssimo em resenhar livros de contos. Por serem histórias “pequenas” (no caso de Stephen King nada é pequeno), muito do que é revelado pode ser considerado spoiler e eu não consigo escrever uma resenha sem contar um pouco sobre a história do livro. Nesse caso, Escuridão Total Sem Estrelas conta com 4 contos de tamanhos consideráveis cada um independente do outro. 
O primeiro conto, chamado 1922, é sobre um fazendeiro que ama sua vida, mas tem uma mulher extremamente ambiciosa. Wilfred cresceu naquelas terras de sua família, mas a esposa Arlette nunca gostou da vida no campo. Ela herdou as terras vizinhas à propriedade do marido e está tentando convencê-lo a venderem tudo para uma empresa e mudarem-se para a cidade. Só que Wilfred não está nem um pouco contente com essa ideia e por isso convence seu filho, Henry, de que a única forma de isso não acontecer é Arlette morrendo. O conto tem 148 páginas e é contado como uma carta de confissão, ou seja, praticamente inteiro em primeira pessoa. É um conto de época, passando-se no ano que dá nome ao conto e conta a sucessão de fatos que aconteceram após o crime. Dos quatro contos esse foi o que menos gostei. Talvez pela forma como foi narrado e sem divisão de capítulos, com apenas pequenas pausas. 
A partir de 1922, já dei aquela broxada básica e fui me aventurar no segundo conto, Gigante do Volante, que conta com 133 páginas, dividas em 48 capítulos, e é narrado em terceira pessoa pela visão de Tess, uma escritora de livros fantásticos. Tess é uma escritora de não muito sucesso após ter desenvolvido uma série de detetives. Ela participa de eventos literários próximos a sua casa, desde que receba uma boa quantia em dinheiro e possa ir de carro, junto de seu fiel escudeiro, o GPS. Após participar de um evento, Tess é guiada a seguir por um atalho, mas algo terrível acontece nesse caminho: ela é estuprada por um caminhoneiro e seu corpo é jogado à beira da estrada. A partir daí, Tess usa toda sua mente criativa para elaborar a pior vingança possível contra o homem que a machucou. Esse conto é simplesmente sensacional. O thriller psicológico inserido nele deixa o leitor instigado e logo se colocando no lugar de Tess e imaginando o que faria se estivesse em seu lugar. Sem sombra de dúvidas o melhor do livro.
Já no terceiro conto, Extensão Justa, o menor de todos, com apenas 33 páginas, King nos leva a conhecer Streeter, um homem que leva uma vida mediana e descobre que está com câncer. Ele era feliz antes, mas quando descobriu a doença se sentiu terrivelmente injustiçado. Ao dirigir por uma estrada, ele depara-se com um vendedor de extensões. O homem pode lhe dar mais tempo de vida, em troca de pagamento, claro, e de que todos os males reservados para Streeter sejam transferidos para outra pessoa, aquela que ele mais odeia na vida. O escolhido? Seu melhor amigo de infância, do qual sempre teve inveja. E enquanto a vida de Streeter vai melhorando, a de Tom fica cada vez mais triste e sombria. Esse conto era o que eu tinha mais expectativas e me decepcionei. A ideia dele é fantástica, mas acho que King ficou com preguiça de desenvolvê-lo e jogou alguns fatos aleatórios em cima do leitor, dando aquela impressão de que estava faltando alguma coisa. Também narrado em terceira pessoa, o conto não me convenceu, mas ainda assim achei melhor que 1922.
O quarto e último conto era o único do qual eu já tinha ouvido falar, já que sua adaptação para as telonas está em produção. Um Bom Casamento é dividido em 20 capítulos, narrado em terceira pessoa pelo ponto de vista da protagonista. Darcy e Bob são casados há muito tempo e apesar dos altos e baixos que toda relação tem, eles se amam e Darcy confia plenamente no marido. Entretanto, quando Bob viaja a trabalho, Darcy descobre na garagem de casa coisas sobre o marido que ela nunca imaginou e percebe que o homem que tanto ama esconde segredos sombrios. Como conviver com uma pessoa quando a confiança está abalada e o medo toma conta? Esse conto é incrível. Cada nuance, cada descoberta é de tirar o fôlego e apesar de ter uma premissa “clichê”, o modo como King desenvolveu a história mexe com a gente e nos faz pensar. E muito.
Com dois contos incríveis, um mediano e outro não tão bom, Escuridão Total Sem Estrelas está longe de ser a melhor obra de King, mas ainda assim é um livro que merece ser lido. Se não quer se arriscar por medo de não gostar, leia apenas Gigante do Volante e Um Bom Casamento, que só esses já farão valer a leitura. 
A edição física está sensacional. A Suma de Letras arrasou mais uma vez. A capa é totalmente preta e o título e nome do autor estão apenas um tom mais claro, apenas com uma textura diferente do material do restante da capa. Além disso, as laterais das páginas são pintadas de preto, o que faz jus ao título de Escuridão Total.
Em suma, Escuridão Total Sem Estrelas leva quatro estrelas e minha recomendação, mas se você nunca leu nada do Stephen King, recomendo que não comece por esse. Carrie, A Estranha está aí pra isso.
Beijos e até a próxima!


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